𝒒𝒖𝒂𝒕𝒓𝒐. o mistério de theodore nott.

QUATRO.   o mistério de theodore nott.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ

Theodore Nott e seu pai, Darius Nott, estavam no canto mais sombrio da sala comunal da Sonserina. O jantar do Dia das Famílias em Hogwarts havia deixado um clima tenso no ar, e as palavras de Darius carregavam uma ameaça velada.

Darius falou, seus olhos fixos em Theo, faiscando com uma ameaça mal disfarçada. "Theodore, você precisa entender, essa é uma oportunidade única. Ser um Comensal da Morte é uma honra, um privilégio. Principalmente quando o próprio Voldemort escolheu você."

Theo suspirou, seu rosto demonstrando determinação. Ele olhou nos olhos de seu pai com firmeza. "Eu entendo o que você quer, pai, mas eu não posso. Eu não vou me juntar a Voldemort e ao seu reino de morte. Não é o caminho que eu escolhi para minha vida."

A frustração de Darius cresceu exponencialmente, fazendo sua voz elevar-se em um grito de raiva. "Theodore, você está cometendo um erro terrível. Será o nosso legado, o poder e a glória que nossa família merece."

Theo permaneceu calmo, mas sua determinação estava estampada em seu rosto. "Poder e glória às custas de vidas inocentes, Darius? Isso não é algo com que eu possa compactuar."

As palavras de Theo inflamaram ainda mais a ira de Darius. Ele começou a gritar, a raiva escorrendo de suas palavras. "Você é um tolo, Theodore, um tolo sem ambição. E vou garantir que você veja o erro que está cometendo!"

Darius avançou ameaçadoramente na direção de Theo, seu punho cerrado, e o conflito logo irrompeu. Theo, apesar de sua recusa, não hesitou em se defender, mas seu pai era mais forte e implacável.

Theo estava ferido, o olho roxo que estava se formando em seu rosto, agora era apenas uma das muitas marcas de sua briga com Darius. Cada golpe que Darius desferia nele parecia apenas alimentar a determinação de Theo. A luta terminou quando Darius se retirou da Comunal com uma ameaça pesada antes de desaparecer na escuridão da sala comunal.

"Você não tem o poder de escolha, Theodore."

Theo permaneceu no chão, respirando com dificuldade. Sua visão estava turva, mas seu espírito permanecia inquebrável. Ele olhou para o local onde seu pai havia ido embora e murmurou, para si mesmo e para o incerto futuro que o aguardava, "Eu não vou seguir esse caminho, pai. Nunca."

Theo se levantou com dificuldade do chão da sala comunal da Sonserina. Seus ferimentos latejavam, e seu rosto estava visivelmente marcado pelos golpes de seu pai. Com dificuldade, ele se apoiou em uma das mesas próximas e respirou fundo. Não havia ninguém por perto para ajudá-lo, e Theo decidiu sair da sala comunal para tentar acalmar os nervos.

Ele caminhou pelos corredores de Hogwarts com dificuldade, cada passo causando-lhe dor. Após algum tempo, ele encontrou um local isolado nos corredores, onde acendeu um cigarro para tentar relaxar. Enquanto fumava e tentava acalmar seus nervos, Theo refletiu sobre a briga com seu pai.

A lembrança da raiva e das palavras cruéis de Darius ainda ecoava em sua mente. Theo estava determinado a não seguir o caminho das trevas, mesmo que isso significasse desafiar seu próprio pai. A dor em seu corpo era um lembrete constante de sua decisão, mas ele não recuaria.

Theo permaneceu nos corredores de Hogwarts, fumando e refletindo sobre o que acontecera. Sua mente estava cheia de conflitos, mas sua determinação estava intacta. Ele sabia que a batalha estava apenas começando e que enfrentaria desafios ainda maiores no futuro.

Theo olhou para cima com uma expressão cansada, apesar de seu olho roxo e o corte no lábio. Mesmo ferido, ele conseguiu dar um sorriso fraco ao ver Evie se aproximando. "E aí, étoile. Como está?"

Ela olhou com preocupação para seus machucados. "Seu idiota. Quem fez isso com você? Quem fez isso com seu olho?" Ela estava pronta para explodir de raiva e de preocupação. Além disso seu coração estava acelerado, eram muitas informações nos últimos minutos e a cabeça de Evie estava prestes a explodir com tantas informações juntas.

Theo suspirou e virou a cabeça para não olhar para os olhos de Evie. "Eu... Não se preocupe, Evie."

A raiva de Evie aumentou, mas agora estava voltada para Darius Nott. Theo não havia dito a ela diretamente, mas o jeito que ele se encontrava naquele momento, traduziu o que aconteceu de fato com Theodore. Ela não conseguia acreditar que Darius machucaria Theo daquela forma. Ela olhou para Theo, seu olhar mostrando determinação. "Theo, você precisa de cuidados médicos. Vou te levar para o seu dormitório."

Theo assentiu e se levantou com um gemido de dor. Evie o apoiou com cuidado enquanto o levava pelo corredor até a comunal da Sonserina. Ela não podia acreditar no que seus olhos estavam vendo. Seus pais a deixaram chocada, mas agora havia outra crise para lidar. Evie estava determinada a cuidar de Theo e garantir que ele se recuperasse. Enquanto Evie ajudava Theo a chegar ao dormitório da Sonserina, a preocupação a envolvia. Ela olhava para o amigo, notando o inchaço em seu rosto. O olhar de Theo expressava não apenas a dor física, mas também uma sensação de derrota.

Assim que entraram no dormitório que Theo dividia com Draco, Evie encontrou um local vago onde Theo pudesse se sentar confortavelmente. Ela correu até a pia do banheiro compartilhado para pegar uma toalha e molhou-a com água fria. Voltou rapidamente para perto de Theo e começou a limpar o sangue do corte em seu lábio com cuidado.

Theo fechou os olhos e suspirou aliviado enquanto Evie cuidava de seus ferimentos. Ele se sentia grato por sua amiga estar lá para ajudá-lo naquele momento. Evie tentou manter a calma, mas a raiva crescente em relação a Darius Nott era evidente. "Theo, você não pode deixar seu pai fazer isso com você. Isso é inaceitável. Precisamos fazer algo a respeito."

Theo abriu os olhos e olhou para Evie, seu olhar se encontrando com o dela. "Eu sei, étoile. Mas, por enquanto, só quero que você esteja aqui. Isso já ajuda mais do que você imagina."

Evie continuou a limpar o sangue e o inchaço, e depois colocou um pouco de pomada no corte. Ela sabia que não podia fazer milagres, mas queria garantir que Theo ficasse o mais confortável possível. Enquanto cuidava de Theo, ela se perguntava sobre as atitudes de seus pais, que pareciam tão diferentes do que ela conhecia. As perguntas fervilhavam em sua mente, mas naquele momento, cuidar do amigo era a prioridade. Evie permaneceu ao lado de Theo, determinada a apoiá-lo naquela situação difícil.

Enquanto Theo dormia tranquilamente, Evie permanecia alerta ao seu lado, sentada no colchão improvisado. A luz suave da lua filtrava-se pela janela, iluminando ligeiramente o quarto e destacando o perfil sereno de Theo. Seus ferimentos pareciam menos acentuados agora, à luz suave, mas Evie sabia que ele precisaria de tempo para se recuperar completamente.

Ela repassou mentalmente os acontecimentos da noite. A briga entre Theo e seu pai, Darius Nott, a atitude rígida e misteriosa de seus próprios pais, e a revolta que ela sentia contra tudo isso. Parecia que o mundo estava cheio de segredos e sombras, e ela estava determinada a desvendar cada um deles.

Enquanto pensava nisso, Evie se pegou observando Theo mais uma vez. Seu coração estava cheio de gratidão por sua amizade e pela maneira como ele a entendia melhor do que ninguém. Ela queria proteger aquele vínculo, assim como ele sempre a protegeu.

Finalmente, após algumas horas, Evie também sentiu o cansaço se aproximando. Ela se deitou no colchão, ainda mantendo um olho nele. Aconchegada na blusa dele, ela encontrou conforto na presença de seu amigo. O silêncio da noite envolveu os dois, e, mesmo em meio a todas as incertezas, Evie sabia que estava exatamente onde deveria estar, cuidando de alguém que significava o mundo para ela.

Theo Nott dormia, mas sua mente estava longe de descansar completamente. Um sonho o envolveu suavemente, como um véu etéreo que o transportou para um lugar diferente. Ele estava de pé em um campo vasto e delicado, onde as brisas carregavam sementes de dente-de-leão pelo ar. Evie estava ali, sorrindo, com a luz do sol dourado iluminando seu rosto e criando um halo em torno dela.

"É lindo aqui", disse ela, sua voz suave como uma melodia. "Sinto uma paz infinita."

Theo assentiu, seus olhos fixos nela. "Sim, é como se todos os problemas desaparecessem."

Ela estendeu a mão, oferecendo-lhe uma semente de dente-de-leão. "Faça um desejo, Theo."

Ele pegou a semente delicada, olhando para ela por um momento antes de fechar os olhos e fazer um pedido silencioso. Quando abriu os olhos novamente, Evie estava mais perto, seus olhos encontrando os dele de maneira intensa. "Seus desejos podem se tornar realidade, Theo. Às vezes, só precisamos acreditar."

O campo parecia mais vívido, as cores mais brilhantes, como se o próprio lugar estivesse vivo com a energia da magia. Theo sentia uma paz profunda, uma conexão especial com Evie.

Mas então, como uma névoa que se aproxima e obscurece a visão, o sonho começou a se desvanecer. Ele estendeu a mão para Evie, mas ela estava se afastando, seu sorriso se tornando mais distante.

E o sonho se dissipou, deixando Theo desperto, com o coração acelerado e a mente cheia de questões. Theo acordou com uma sensação estranha. À medida que os olhos se acostumavam à fraca luz da manhã que se filtrava pela janela, ele sentiu uma dor imensa em seu olho. Levantando-se com cuidado, ele olhou ao redor e notou que estava em seu próprio quarto, mas algo estava fora do lugar.

Seu coração quase saiu pela boca quando ele viu Evie deitada no colchão no chão ao lado de sua cama. Ela estava dormindo pacificamente, com uma expressão tranquila no rosto. O peito de Theo se encheu de uma mistura de gratidão e surpresa ao perceber que Evie havia ficado a noite toda ao seu lado.

Ele se sentou com cuidado para não acordá-la, observando-a com ternura. Evie estava usando uma de suas blusas, e aquela visão o deixou sem palavras. Sentiu um nó na garganta, lembrando-se de como havia ficado machucado na noite anterior, durante a briga com seu pai. Mas a dor parecia menos intensa agora, substituída por um calor reconfortante.

Theo percebeu que não se sentia tão mal por ter levado aquela surra do pai, porque, de alguma forma, aquilo o trouxe até ali, à presença de Evie. Ela cuidou dele com tanto carinho e dedicação, e ele não sabia como agradecer o suficiente.

Com movimentos suaves, ele acariciou o rosto de Evie, tentando acordá-la. Quando ela lentamente abriu os olhos e o viu, seu rosto se iluminou com um sorriso sonolento. Aquele momento entre eles era mágico, uma conexão especial que transcendia as palavras.

"Você está bem?", ela perguntou com preocupação.

Theo assentiu. "Estou melhor agora, graças a você."

Evie corou levemente, mas Theo não pôde deixar de se aproximar e beijá-la suavemente na testa. Eles compartilharam um olhar que dizia mais do que qualquer palavra, um entendimento profundo de sua amizade e do quanto se importavam um com o outro.


A manhã em Hogwarts amanheceu tingida por uma atmosfera peculiar para Evie. O convite para desvendar seus segredos de família era como um chamado irresistível. A curiosidade e a necessidade de respostas a impulsionaram a agir. Especialmente quando na noite anterior havia sido um caos, e ela não estava falando com os pais no momento.

Após o café da manhã, o sol lançava seus raios dourados pelos corredores de Hogwarts, indicando um novo dia repleto de possibilidades. Evie seguiu para a biblioteca, um santuário de conhecimento que sempre a fascinava. Ao adentrar aquele espaço mágico, sentiu-se envolvida por uma atmosfera de sabedoria acumulada ao longo de séculos.

Os corredores das estantes se estendiam, repletos de livros empoeirados e páginas repletas de histórias. Evie decidiu iniciar sua busca pelo livro "Os Clãs Bruxos: Histórias e Mistérios". Esse título parecia promissor, contendo possíveis pistas sobre sua família, especialmente os Vaillant.

Ela retirou o livro com cuidado, sentindo a textura antiga das páginas sob seus dedos. Evie se acomodou em uma das mesas da biblioteca e começou a folhear as páginas. O aroma suave de pergaminho e tinta a envolvia, criando um ambiente propício para suas pesquisas.

À medida que lia sobre a família Vaillant, uma sensação de maravilha e descoberta a invadia. A história de sua linhagem se desdobrava diante de seus olhos. A família Vaillant era conhecida por suas habilidades mágicas excepcionais, principalmente no campo da adivinhação, arte e escrita. Sua ligação com todos esses dons era marcante.

Evie ficou imersa nas histórias de seus antepassados, absorvendo cada detalhe sobre suas conquistas e desafios. As conexões entre o conteúdo do livro e a misteriosa carta e agora os manuscritos, tornavam-se cada vez mais evidentes. Era como se a resposta para seus questionamentos estivesse escondida nas páginas amareladas.

Conforme as horas passavam, Evie sentia o tempo voar enquanto mergulhava profundamente nesse universo de magia e mistério. Cada página virada era um passo mais próximo de desvendar a verdade sobre sua linhagem e seu destino no mundo mágico. O sol continuava a brilhar lá fora, mas dentro da biblioteca, o brilho nos olhos de Evie era o reflexo de uma jornada de descobertas e revelações. O começo de uma que a levaria a conhecer seu verdadeiro lugar no mundo mágico.

Evie resolveu que iria pedir a ajuda dos avós, já que possivelmente, seus pais não sabiam de absolutamente nada, ou só não queriam entram em detalhes, a jovem Vaillant sentia um misto de ansiedade e determinação enquanto escrevia sobre a carta misteriosa e o segredo oculto que ameaçava sua família Vaillant. Ela sabia que precisava buscar ajuda de seus avós, que tinham uma perspectiva mais ampla sobre a história da família. Porém, ela não poderia dizer diretamente para que ela precisava de algumas informações, já que pelo visto isso não era um assunto a tratar com a jovem Evie Vaillant.

"Queridos avô e avó,

Espero que esta carta os encontre com saúde e bem-estar. Estou escrevendo para pedir ajuda sobre a história da nossa família, estou fazendo um trabalho sobre a minha árvore genealógica e preciso de algumas informações.

Acredito que meus pais não saibam muito sobre. É por isso que estou recorrendo a vocês em busca de ajuda. Gostaria de pedir que compartilhem comigo qualquer informação que possa me ajudar a entender a fantástica história da família. Confio na sabedoria e experiência de vocês, e sei que, juntos, encontraremos uma solução.

Por favor, saibam que os amo profundamente e que valorizo muito nossa família e nossa herança. Aguardo ansiosamente por sua orientação e conselhos.

Com todo o meu amor,
Evie"

Ela foi até a alta janela da biblioteca, onde sua coruja já estava esperando por ela. A coruja borboleta, como chamava Evie, olhou para a dona com olhos brilhantes. A Vaillant colocou a carta na bolsinha leve que sua corujinha carregava, e como já sabia exatamente para quem levar, a Estella voou rapidamente para longe do castelo. Evie suspirou e voltou a se sentar na mesa.

Logo Evie sentiu um alívio ao compartilhar suas preocupações com seus avós. Ela confiava na sabedoria deles para ajudar a desvendar esse segredo e proteger a família Vaillant. Agora, aguardava ansiosamente a resposta, com a esperança de que suas preocupações fossem esclarecidas e que pudessem agir em prol do bem de todos.

Estella era uma coruja de aparência magnífica, com penas brancas e detalhes em tons de azul e prata, parecendo asas de borboleta.. A corujinha era inteligente e ágil, uma das mais rápidas entre as corujas que os alunos de Hogwarts possuíam. Evie e Estella tinham uma ligação especial, uma amizade que ia além de uma simples relação entre bruxa e coruja. Estella era mais do que uma mensageira, era uma confidente de Evie, compreendendo seus sentimentos e necessidades.

Evie cuidava de sua corujinha com todo o carinho, garantindo que ela estivesse sempre bem alimentada e confortável. Em troca, Estella a acompanhava em suas aventuras, entregando suas cartas e mensagens com velocidade e precisão, tornando-se uma extensão de Evie e parte essencial de sua vida em Hogwarts. Eles compartilhavam uma bela relação de confiança e afeto, uma amizade que resistiria ao teste do tempo e às adversidades que estavam por vir.

Theo estava passando pela a biblioteca, sabendo que encontraria Evie após sua aula de Adivinhação. O jovem Nott entrou na biblioteca procurando por sua garota e avistou Evie sentada, perdida em um amontoado de livros em um lugar mais reservado da enorme biblioteca.

Theo como sempre com seu jeito brincalhão, não perdeu a oportunidade de provocar um riso sincero de Evie. Ele se aproximou, mantendo um sorriso travesso no rosto. A jovem Vaillant estava folheando um livro, mas seus pensamentos estavam em outro lugar.

Theo inclinou-se na direção dela, sorrindo de maneira travessa. "Eu juro que você fica mais bonita a cada vez que te vejo, étoile."

Evie olhou surpresa por um momento, mas logo o respondeu com um sorriso. "Theo, você sabe que não deve usar suas habilidades de flerte na biblioteca, certo?"

Ele piscou para ela. "É aí que você se engana, Evie. A biblioteca é o lugar perfeito para isso. Está cheio de livros de romance, afinal."

Ela riu suavemente. "E você lê romances na biblioteca?"

Theo fez um gesto desdenhoso. "Quem precisa de romances quando temos a nossa história real acontecendo aqui?"

Ela corou levemente, desviando o olhar para o livro. "Theo, você está sendo péssimo."

Ele se inclinou ainda mais perto, olhando nos olhos dela. "Eu posso ser péssimo, mas você adora."

Madame Irma Pince, a bibliotecária que estava passando para organizar os livros daquela seção próxima a mesa de Evie, lançou um olhar repreensivo na direção deles, fazendo-os se afastarem um pouco. Evie sussurrou, ainda sorrindo, "Você não presta, Nott."

Theo riu baixinho. "Você adora."

Evie não pôde deixar de sorrir, apesar da situação descontraída. O jeito brincalhão de Theo a fazia esquecer dos problemas temporariamente, mas uma questão séria rondava sua mente, e ela precisava saber. Olhou para Theo com um olhar mais sério.

"Theo," começou ela, "O que realmente aconteceu ontem?" Theodore desviou o olhar de Evie para suas mãos, brincando com os anéis da família Nott.

"Evie, eu..." Theo começou, mas na verdade não sabia o que falar.

Ele refletia sobre a briga com seu pai, não podia deixar de pensar em como contaria a Evie sobre seu sombrio destino. Desde o seu nascimento, ele estava predestinado a carregar a Marca Negra, assim como seu pai e sua mãe, que fora levada para esse mundo sombrio por causa do casamento com Darius. O conflito interno de Theo crescia à medida que ele considerava as consequências de sua escolha de se recusar a seguir esse caminho.

Ele sabia que, mais cedo ou mais tarde, teria que compartilhar essa informação com Evie, a única pessoa que conhecia sua verdadeira natureza e aceitava-o como era. Mas ele temia como ela reagiria, temia que isso pudesse separá-los ou colocá-los em perigo. A incerteza do futuro pesava sobre seus ombros enquanto ele lutava para decidir qual seria o melhor momento para revelar a verdade a Evie.

Theo sabia que essa conversa era inevitável, mas ainda não estava preparado para enfrentá-la. Por ora, ele queria protegê-la, mesmo que isso significasse manter parte de sua vida oculta. Mas o peso desse segredo continuaria a atormentá-lo, e Theo sabia que uma hora ou outra ele teria que enfrentar as consequências de seu destino sombrio.

"Por favor?" Ele suspirou e assentiu.

"Eu e meu pai tivemos uma briga, e ele fez isso." Theo disse apontando para o olho roxo.

"Theo... Eu sinto muito." Evie deu a volta na mesa para abraçar Theo. Ele sentiu uma parte do peso sendo retirado de seus ombros, e passou os braços em volta da cintura de Evie.

Enquanto Theo abraçava Evie, ela o envolveu com ternura, segurando-o firmemente. Ela podia sentir o peso da angústia que ele carregava e sabia o quanto tudo isso o afetava.

Com voz suave, Evie sussurrou palavras de conforto: "Theo, você não está sozinho nisso. Estamos juntos, lembra?"

Theo assentiu, apreciando o apoio e o carinho de Evie. "Eu sei, étoile."

Eles permaneceram abraçados, compartilhando um momento de conforto e cumplicidade. A determinação de Evie em apoiar Theo em sua jornada contra as sombras era evidente, e isso trouxe um raio de esperança aos corações de ambos. Com seu apoio mútuo, estavam prontos para os desafios que o futuro reservava.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ





Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top