𝟬𝟭𝟱 ، A SLUG.
▎ UM GIRINO . . .
❪ black out days ━ act two ❫
⌗ ، eu vou dar um jeito. ༉‧₊˚
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ANDREA TINHA UM SÉRIO PROBLEMA EM FICAR NO SILÊNCIO, provavelmente causado pelas diversas vezes em que o som alto da televisão ou do rádio eram a única coisa à silenciar os gritos de Allison e Gabriel, o que também lhe fez ter um problema com multidões e conversas, uma grande indecisão entre querer ouvir o que diziam e ter medo do que poderia descobrir. Infelizmente, a jovem adulta tinha um terrível timing, o que lhe fez perder coisas necessárias e ouvir o que não queria.
Claro, aquilo não tinha nada a ver com a escola, mas sua mente costumava viajar, principalmente estando na quadra de basquete há quase cinco minutos, esperando o fim do jogo dos rapazes do último ano terminar para prepararem a rede de vôlei para jogarem.
Andrea detestava qualquer jogo que envolvesse bola já que as pessoas pareciam ter grande prazer em acertar no rosto dela, mas a morena poderia dizer que, quando se tratava daquele esporte, ela era boa. Boa do tipo que joga na equipe principal da escola.
Para seu infortúnio, na quadra de basquete estavam os dois garotos com quem ela havia tido interações na noite anterior, o que lhe fez abrir um pequeno riso ao lembrar do tapa que havia acertado no rosto de Billy, ainda que um gosto amargo viesse à sua boca com a memória.
Ela poderia estar orgulhosa, mas o medo dele querer se vingar futuramente se superava, por isso, ela decidiu que talvez não fosse uma boa idéia ficar sozinha pela escola, principalmente após as aulas, se mantendo grudada à Loraine Tobin, uma das poucas pessoas que parecia odiar socialização tanto quanto a Hopper ── talvez ainda pior.
─── Você acha que a gente passa pras regionais? ─── a loira questionou, abaixando um lado dos fones da morena, que tinha o olhar fixo nos sapatos sujos e perfeitamente amarrados que usava.
─── Quem liga pra isso? ─── resmungou baixo. ─── Nem dinheiro vamos ganhar, só um troféu qualquer...
Só porque ela era boa não significava que tinha prazer naquilo.
─── É, eu sei, mas se você jogar bem o bastante, pode ser que ganhe uma bolsa de estudos, sabe... passe livre pra longe daqui.
Andrea suspirou baixo, tirando o fone e enrolando no walkman, parecendo entristecida com algo que a Tobin não conseguiu decifrar por detrás dos olhos enigmáticos da colega de classe.
─── Não são todos que conseguem sair daqui, Lori. ─── sussurrou, apertando os lábios em um sorriso que não alcançou os olhos, fazendo o seu melhor para não deixar seu mal-humor afetar a conversa.
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─ UM DIA ANTES ─
OLHANDO PARA O LUGAR ONDE DEVERIA ESTAR A TELEVISÃO, Andrea suspirou, sentindo-se extremamente entediada com o silêncio que pairava na sala, que era preenchido apenas pelo som da TV no quarto de Eleven e dos papéis de bombom que o xerife comia, ambos desconfortáveis demais para tentar dissipar a estranheza.
A garota bem que esperava que estivesse um pouco mais animado ali, visto que não foi para casa porquê queria evitar dormir pelas próximas horas, sabendo que não duraria muito por conta dos pesadelos.
─── Como foi a festa? ─── Jim questionou, cedendo à uma tentativa de socialização.
Estranhamente, Andrea sempre foi boa em permanecer quieta quando a situação exigia, o que era uma boa característica quando se convive com pessoas que odiavam o desconforto do silêncio.
Ela fez uma careta, repassando em loop os acontecimentos recentes enquanto tentava descrever aquilo em palavras. ─── Uma merda, basicamente. ─── sussurrou.
Ele ergueu a sobrancelha, apenas concordando e jogando outro bombom para dentro da boca. ─── Brigou com alguém?
─── Digamos que sim? ─── disse insegura, frazindo as sobrancelhas. ─── Ele não aceitou um não e eu me vi no direito de bater na cara dele... com um copo de cerveja.
Ele, sem a fitar, abriu um sorriso orgulhoso enquanto ela permanecia com os olhos fixos na parede e um pé sobre a mesa de centro, batucando os dedos na coxa.
─── E a faculdade? Você já...
Andy abaixou o olhar com a pergunta, grata que seu cabelo cobria seu rosto, assim ele não poderia ver a expressão de tristeza que tomava sua face. Ela queria poder dizer que sim, que iria embora dali no próximo ano, mas aquilo não era sobre ela. Andy precisava cuidar de Jeff, ela era tudo que o garotinho tinha agora, não poderia abandoná-lo de novo.
─── Eu não sou inteligente o suficiente pra ir... mas tudo bem. ─── deu de ombros, fingindo fazer pouco caso. ─── Não é como se eu fosse uma gênia também, então acho que vou só me contentar com o emprego no Family Video.
Ele a fitou.
Durante os poucos meses entre a mudança definitiva de Andrea para Hawkins e a mudança de Jim para a cabana ── quando os dois ainda moravam juntos ── ele havia percebido alguns dos movimentos repetitivos que ela fazia, sempre associando eles com as situações que a garota passava ── stress, ansiedade, medo... ele lembrava de cada um.
Da maneira que a morena pressionava a unha contra a pele sempre que ela tinha episódios de dissociação, como se fosse uma forma de provar que estava acordada ou como agora mesmo; como, do nada, ela tinha essa necessidade esmagadora de lavar as mãos, como se tivesse uma sujeira que apenas ela conseguia ver; na forma em que as pernas dela balançavam em movimento constante, como quando ocorreu após a misteriosa morte de Walter... quando os dois Hoppers se viram pela primeira depois de anos.
Ele nunca soube dizer se aqueles tiques era consequência da possível maneira obscura que Allison criava seus filhos ── uma teoria que parecia se confirmar ainda mais com a mudança de Jeffrey para a cidade ──, mas ele sabia que era a maneira dela de não se deixar levar pela loucura, como ele fez quando Sara morreu.
Ele também sabia que ela estava mentindo e quem melhor para ler Andy Hopper do que seu pai, o xerife.
─── Você deveria tentar ir. ─── ele incentivou. ─── Pra não seguir o mesmo caminho da sua mãe.
Ela abriu um sorriso amargo, balançando a cabeça.
─── Com dois filhos, mão-de-vaca e presa em casamentos sem amor?
─── Eu dizer 'pra não virar uma idiota', mas acho que isso também serve.
Ela riu, o fitando pela primeira vez naquela noite.
Seus olhos brilhavam com as lágrimas não derramadas, tanto pela sua atitude na festa que, lentamente, ainda se processava em sua mente, mas também porquê, em muito tempo, estava tendo uma conversa com alguém que não fossem adolescentes preocupados com coisas simples como namoro ou compras ou com seu irmão.
Bônus por ser com Jim Hopper, a única figura paterna que ela já teve.
─── Você tá bem, criança? ─── ele questionou, vendo ela desviar o olhar para o lado e apertar os lábios, que tremiam com a força aplicada para conter o choro.
Ela queria poder se preocupar com coisas fúteis como maquiagens, encontros, passeios com amigos, festas e pensar que nenhum desses eram uma real prioridade para ela sempre lhe fazia se sentir deslocada.
Talvez lutar com um monstros de outra dimensão causou isso nela.
─── Não, eu... eu acho que não. ─── sussurrou, lentamente voltando o olhar para a parede, fungando.
─── Alguma coisa que eu possa fazer?
Uma lágrima solitária caiu do olho dela, que soltou lentamente o ar, balançando a cabeça em negação.
─── Provavelmente não. Mas não importa, eu vou dar um jeito... como sempre.
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─── EI, VOCÊ TAVA NA FESTA DE ONTEM? ─── Loraine perguntou de repente, parecendo lembrar de algo quando um apito soou novamente e seu olhar vagou para Billy Hargrove.
─── Infelizmente... qual a fofoca da vez?
─── Eu ouvi rumores de que o Billy arranjou briga com alguém lá ou algo assim. ─── a loira riu, animada demais para segurar aquilo. ─── Alguém que ele deu um fora e não aceitou bem.
O rosto de Andrea se contorceu em uma careta ao ouvir a versão dos fatos que ele provavelmente espalhou, sentindo uma ânsia só de pensar em flertar com alguém como o Hargrove. Parecia que nojo era o sentimento constante que o rapaz lhe daria.
─── ...mas se bem que nenhuma fofoca é 100% precisa até o fim de semana, quando todo mundo sai junto pra compartilhar as informações.
─── Que filho da mãe! ─── a morena sussurrou, interrompendo a amiga e virando a cabeça para procurar o loiro na quadra, que estava sem camisa.
─── Uhm... por que eu sinto que você não gostou muito da fofoca?
─── Porque ele mentiu. ─── Andrea revirou os olhos, se voltando para a loira. ─── Ele quem deu em cima de mim e não aceitou um não. E de bônus levou um banho de cerveja.
O rosto de Loraine se iluminou com o recebimento dos fatos, suas sobrancelhas perfeitamente pintadas se erguendo enquanto abria a boca em choque, olhando para o rapaz na quadra, que agia como um verdadeiro esnobe narcisista.
─── Eu sabia- eu sabia! ─── ela gritou, voltando seu olhar para a Hopper. ─── Foi exatamente o que eu pensei quando vi ele saindo irritado com o Tommy. Pessoas como ele não ficaria irritados daquele jeito por dar fora em alguém e ela reagir mal. Puta merda, eu sabia!
Andrea riu fraco com a animação da garota em algo que parecia tão banal, sem deixar de se perguntar se aquilo era o que uma adolescência normal deveria parecer: preocupações com a veracidade de uma fofoca.
Ela abaixou o olhar para as mãos, sentindo um formigamento na palma que a fazia querer usar os dentes para parar. Pareceu ficar mais intenso e, antes que ela pudesse fazer algo, Andrea sentiu algo acertar sua cabeça, a força do impacto a fazendo bater a testa contra o andar de cima da arquibancada de madeira. Com os seus sentidos embaralhados ao mesmo tempo em que levava a mão à cabeça, ela tentou descobrir o que diabos havia acontecido.
─── Puta merda! ─── Loraine gritou, fazendo a instantânea dor de cabeça de Andrea aumentar. ─── Você tá maluco, filha da puta?
─── Ei, ela tá bem? ─── Andy ouviu a voz de alguém. Ela não reconheceu, mas pode notar seu tom demonstrando certa preocupação e indignação. Na situação em que se encontrava, toda a sua atenção estava focada na pequena mancha de sangue na palma de sua mão, significando que havia um corte em sua testa e poderia ficar feio se não fosse para a enfermaria em breve.
Sentindo toques em seus ombros, ela abriu os olhos para afastar quem quer que fosse, mas parou ao ver o rosto preocupado de Lori tão próximo, com as mãos dos dois lados de seu rosto e tentando ver a gravidade do ferimento da amiga, que tinha os olhos lacrimejando pela batida. Ela não gostava muito de toques, mas sabia que a Tobin não a machucaria, pelo menos não ali.
─── Foi mal aí, Hopper.
Ela reconheceu a voz de Billy Hargrove, a fazendo respirar fundo para não fazer nenhuma besteira naquele momento. Não em uma festa qualquer onde não tinha a presença de adultos, mas sim em uma escola, onde todas as suas ações tinham consequências, gostando ou não, e aquele era o único pensamento que impedia Andrea de descer naquela quadra e bater o rosto dele contra o chão até que o sangue começasse a jorrar e os ossos quebrarem.
Sua mão se fechou em punho, se surpreendendo com o próprio pensamento.
─── Vem, vamos te levar pra enfermaria. ─── Lori sussurrou apenas para ela, vendo a morena concordar com um fraco aceno e pegar seu walkman, o apertando contra o peito.
Elas desceram a arquibancada, Andrea tentando demonstrar despreocupação em frente à tantas pessoas presentes, tentando controlar sua raiva e o choro que estava entalado na garganta pelo menos até saírem da quadra, sentindo-se extremamente vulnerável com todos aqueles adolescentes lhe fitando. Ela segurava a mão de Lori com certa força, não se sentindo confiante em andar por conta própria já que sua vista estava um pouco embaçada.
─── Aquele- maldito, desgraçado, filho de uma grande- eu juro que se eu não estivesse sozinha com você, eu voltaria lá e chutaria tanto os ovos dele que iriam sair pela boca!
Andy engasgou uma risada dolorida, entrando na enfermaria ao lado da amiga.
─── Eu gostaria de ver muito essa cena, mas obrigada por me trazer aqui, Loraine. ─── sussurrou, soltando a mão da loira.
─── Uhm, o que você pensa que tá fazendo? ─── questionou, ignorando o olhar impaciente da enfermeira. ─── Acha mesmo que vou te deixar sozinha?
A morena franziu a testa, sendo levada para uma maca pela enfermeira, que, após ouvir o que aconteceu, apenas pôs um curativo e deu um saco de gelo para a adolescente e saiu.
─── Que tratamento de merda, viu... ─── Loraine sussurrou para a mais velha antes dela sair, voltando seu olhar para a figura deitada na maca desconfortável.
─── Você já pode ir.
A loira riu. ─── Daqui direto pra diretoria? Porquê eu juro que vou atrás daquele Hargrove e pico aquele cabelinho seboso com uma faca cega.
─── Ameaças demais pra alguém que morre de medo do irmão mais velho. ─── Andrea sussurrou, pressionando as unhas contra a palma da mão ao começar a sentir sonolência.
Não era sua primeira vez com um machucado na cabeça, ela sabia como era o esquema: sem dormir e sem se mexer rápido demais, a menos que queria vomitar.
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DIZER QUE JEFFREY MONTGOMERY ESTAVA DESESPERADO ERA EUFEMISMO.
Não apenas por ter que procurar, pela escola, o maldito girino de Dustin ── que acabou não sendo muito bem um girino e sim um monstro que parecia ser de outra dimensão ── mas também por finalmente ser exposto ao segredo que sua irmã mais velha parecia tanto temer.
Não significava que ele acreditava fielmente na história, mas parecia incrível pensar que sua irmã era ainda mais irada do que ele pensava, lutando contra um monstro gigante ── que ele ainda achava que poderia ser um simples urso ── e protegendo os atuais amigos dele.
Mas ele não tinha tempo para questionar cada ponto do rápido resumo que Dustin havia lhe dito porquê o mascote gosmento do Henderson havia fugido e nenhum deles conseguia encontrar. A escola era enorme e eles eram apenas seis tentando cobrir todo o terreno, mas a sorte pareceu estar ao lado deles quando Will chamou no rádio para avisar que havia encontrado Dart, fazendo Jeff suspirar aliviado enquanto corria até o banheiro onde o mais velho disse ter visto o animal.
Ele encontrou com Lucas, Max e Mike na esquina do corredor, o grupo correndo até o banheiro, onde encontraram Dustin sozinho, parecendo nervoso com a presença dos amigos.
─── Cadê o Dart? ─── o Wheeler questionou.
─── Não sei, não tá aqui.
─── Mas o Will disse que encontrou ele. ─── Jeff murmurou, recuperando o fôlego.
─── Ele disse perto do Salerno, certo? ─── Max apontou.
─── É, talvez esteja com o Will. ─── o Henderson insistiu, enquanto Mike abria as cabines em procura do animal, parecendo notar algo que os três ainda não viram.
─── E cadê o Will?
Jeffrey passou a mão pelos fios, vendo um rádio caído perto dos pés de Dustin, na última cabine, batendo no peito de Lucas para mostrar ao garoto, que suspirou fraco.
─── Vamos nos separar e procurar ele.
Os quatro concordaram, saindo do banheiro masculino e seguindo para diferentes corredores da escola, chamando pelo nome do Byers. A busca seguiu por mais alguns minutos antes deles correrem até o campo ao lado de Joyce Byers, que Dustin encontrou no meio da procura.
─── Eu o encontrei assim! ─── Mike explicou. ─── Eu acho que ele tá tendo outra crise!
Os seis pararam em frente ao garoto, Joyce se inclinando para tentar acordar o garoto do transe em que ele se encontrava. Seus olhos estavam fechados e o queixo erguido, deixando Jeffrey assustado.
A mãe dele tentava o despertar de todas as maneiras, mas parecia não funcionar, até que os olhos dele se abriram de repente e o garoto buscou por fôlego, levando alguns segundos para se situar, fitando a mãe.
─── Aquilo com certeza me assustou. ─── Max falou, vendo Joyce e Will descerem as escadas da entrada da escola e entrando no carro. ─── Não assustou vocês?
─── Duas crises em dois dias. ─── Lucas murmurou, fazendo o Montgomery lembrar da noite anterior, quando eles se separaram de Will por alguns minutos durante à caça aos doces.
─── Tá ficando pior. ─── o Wheeler concordou.
─── Você acha que é a Visão Verdadeira?
─── O que é isso? ─── a Mayfield questionou, fazendo Mike dar um olhar de advertência para o Sinclair.
─── Não é nada.
Jeffrey suspirou frustrado, começando a achar talvez a história não parecesse tão estranha assim. ─── Vocês acham que ele vai ficar bem?
Os três garotos não pareciam confiantes em responder e nenhum deles notou a figura de cabelos curtos desaparecendo na floresta.
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A BUSCA POR DART CONTINUARIA NAQUELA MANHÃ E Jeffrey esperava poder chegar cedo na escola para ajudar, mas o sermão de Andrea o impedia de sair de casa.
Após os acontecimentos do dia anterior, ele achou que, talvez, fosse inteligente mencionar o assunto do 'mundo invertido', buscando saber mais sobre o que o grupo havia passado no dia anterior, mas vendo a maneira que os ombros da morena ficaram tensos e ela parar de comer, ele se perguntou se havia mesmo sido a melhor ideia do momento.
─── Mas eu sei guardar segredo!
Ela riu.
─── Se você acha que o problema é sobre segredo, então você é mais ingênuo do que eu pensava. ─── disse amargamente enquanto levantava e deixava sua xícara, se virando.
─── Eu só tô curioso! ─── ele protestou, vendo ela cobrir o rosto com as mãos enquanto respirava fundo. ─── Eu tô aqui há meses e ninguém me diz nada!
─── Pra sua própria segurança! ─── gritou, batendo as mãos no balcão. Andy se assustou com o barulho que foi feito, mas aquilo, de alguma forma, parecia liberar a frustração que sentia em relembrar o que aconteceu no último ano. ─── Não é apenas um monstrinho, Jeffrey, é a porra do governo trabalhando dia e noite para esconder essa merda que aconteceu. Por que você acha que eu te digo pra evitar usar telefones o tempo todo, hm? Ou pra não confiar em qualquer adulto que aparecer por aí? Eles estão nos vigiando o tempo inteiro! Basta a menor suspeita de que contamos pra alguém e eles mandam um grupo de assassinos só pra te eliminar!
Eles se fitaram por alguns segundos, ambos calados enquanto esperavam uma ação externa os despertar daquela estúpida batalha de olhares. O rádio de Andrea tocou, a voz de Nancy podendo ser ouvida do outro lado. A morena suspirou baixo, se afastando e indo para o sofá, pegando o aparelho da mesa de centro.
─── Andy, tá aí?
─── Oi, aconteceu alguma coisa?
─── Eu queria pedir um favor, se não for demais.
Segurando um suspiro de decepção, ela forçou um sorriso, mesmo sabendo que sua colega não o veria. ─── Claro, o que precisar.
─── Eu e Jo... ─── ela hesitou, fazendo a Hopper franzir as sobrancelhas. ─── Se minha mãe ligar e perguntar se vou dormir aí, você pode confirmar? Eu preciso fazer uma coisa hoje e não vou dormir em casa.
─── Tá, claro, mas tá tudo bem?
─── Tá sim, eu só... eu vou buscar justiça pela nossa amiga. ─── sussurrou, fazendo a morena pensar instantânea em Barb.
Com um suspiro, ela pressionou o botão novamente. ─── Não faça nada estúpido, Nance.
─── Obrigada, Andy. ─── ela agradeceu antes de desligar.
A Hopper fitou o aparelho por alguns segundos, tentando desvendar o que, exatamente, Nancy Wheeler poderia estar planejando e se era mesmo algo estúpido que poderia precisar de sua intervenção. Decidindo que Nancy era inteligente demais para fazer algo que fosse arriscar a própria vida, ela ergueu a cabeça ao ouvir a porta da frente bater, vendo, pela janela, a sombra de seu irmão mais novo descendo as escadas, pegando sua bicicleta e indo para a escola.
Passando a mão pelos olhos ao sentir uma dor de cabeça se intensificar, ela se inclinou, apoiando os cotovelos nas coxas enquanto seu cachorro, Mickey, parecia notar que sua dona estava estranha, se aproximando. Naquele momento a Hopper não estava tão preocupada com a irresponsabilidade de Lucas, Mike e Dustin em contar sobre o ataque do demogorgon no ano anterior, Andrea estava mais preocupada com a explosão que teve minutos antes, com Jeffrey.
Ela se orgulhava de dizer que conseguia manter sua raiva presa, camuflada em camadas de sarcasmo, revirar de olhos e unhas cravadas nas palmas das mãos. Ela não gostava de demonstrar que estava com raiva porquê era o primeiro passo para as pessoas lhe chamarem de maluca, mas também porquê era o primeiro passo para se tornar igual à ela.
Igual à sua mãe.
E mesmo com o estresse passado durante todos aqueles anos, Andrea simplesmente não conseguia achar justificável explodir daquela maneira, não com seu irmão, ainda que, lentamente, estivesse seguindo o mesmo caminho de Allison.
O telefone tocou e ela ergueu a cabeça, imaginando que pudesse ser Karen para perguntar sobre a falsa festa do pijamas que teria com Nancy. Suspirando, ela se levantou, pegando o telefone e o levando ao ouvido.
─── Andy? ─── ela ouviu a voz de Joyce, a fazendo franzir as sobrancelhas em confusão. ─── Você tá aí?
Aquilo não era muito comum.
─── Oi, Joyce, tá tudo bem?
─── Você tem notícias do seu pai? Eu tentei a delegacia e a Flo disse que ele não chegou ainda, imaginei que você soubesse de algo...
─── Uhm... não, eu não faço ideia... aconteceu alguma coisa? ─── questionou preocupada, notando algo de estranho no tom de voz da Byers.
A mulher mais velha suspirou, parecendo hesitante em responder. Andrea imaginou que aquilo fosse resposta suficiente, tendo uma certa idéia do que havia acontecido no dia anterior.
─── Eu vou aí, ok? Cinco minutos. ─── avisou antes de desligar, sem dar chances da mais velha reclamar.
Ela havia levado uma bolada no dia anterior, poderia faltar aula hoje.
[ andy e jim >>>> ]
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