⫘⫘ㅤ ㅤㅤ| EPISODE XVI, O QUE É SKYLAR ABRAHAM?

𝐎 𝐐𝐔𝐄 𝐄 𝐒𝐊𝐘𝐋𝐀𝐑 𝐀𝐁𝐑𝐀𝐇𝐀𝐌?
⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘
"𝘥𝘦𝘷𝘪𝘥𝘰 𝘢 𝘶𝘮𝘢 𝘴𝘪𝘵𝘶𝘢𝘤𝘢𝘰 𝘣𝘢𝘴𝘵𝘢𝘯𝘵𝘦
estranha, 𝘴𝘬𝘺𝘭𝘢𝘳 𝘱𝘢𝘴𝘴𝘢 𝘢 𝘴𝘶𝘴𝘱𝘦𝘪𝘵𝘢𝘳
𝘥𝘦 𝘲𝘶𝘦𝘮 𝘦𝘭𝘢 𝘦. 𝘖𝘶 𝘮𝘦𝘭𝘩𝘰𝘳, 𝘰 𝘲𝘶𝘦
𝘦𝘭𝘢 𝘦. "

Sentados na cadeira de frente para Lewis, os três adultos encaravam a criança, que parecia se divertir com um documentário qualquer na televisão. Skylar sorria, prestando atenção, e como se estivesse realmente aprendendo tudo o que aquele homem fazia. 

─── Sintomas novos? ─── Lewis perguntou para Natasha, que apenas assentiu enquanto continuava a encarar sua filha. ─── Qual?

─── Ela sabe de coisas que Charles e eu sequer falamos. ─── Sussurrou. ─── Fizemos um teste semana passada, ocultando informações que queríamos que ela soubesse. Não deu outra, ela descobriu e tratou aquilo como extrema naturalidade.

─── Além disso, ela aprende com muita facilidade. ─── Charles sussurrou. ─── Ela aprendeu a falar alemão em dois meses, Lewis. Ela só tem cinco anos!

─── E como ela aprendeu?

─── Assistimos um filme neste idioma. Ela prestou atenção nisso e repetiu. Do nada.

Lewis assentiu em silêncio, pegando uma papelada que estava dentro de um grande envelope. Naquele momento, o casal o encarou com atenção.

─── A capacidade cerebral dela aumentou desde a última consulta. ─── Ele disse, e Natasha arregalou os olhos. ─── Ela está usando cerca de dezoito por cento do cérebro para pensar.

─── E o que há de mal nisso? ─── Charles perguntou confuso.

─── Um humano, formado, utiliza somente dez por cento da capacidade cerebral. ─── A loira o respondeu e Charles fechou os olhos com força. ─── Há fases de funcionamento, e a cada porcentagem, ela vai desbloqueando coisas novas. No início eu achava que era impossível, mas... isso explica o motivo dela descobrir tudo o que quer.

─── O que especificamente do soro faz com que ela utilize tudo isso?

─── Tem uma droga. ─── Ela sussurrou. ─── Uma droga muito potente que passei anos criando. Ela aumenta sua capacidade cerebral de maneira rápida, mas eu não achei que seria desse jeito. Achei que seria negativamente, e com ela está sendo como se... fosse positivo.

─── Nossa filha ter superpoderes e ter contato com aquela criatura horrenda é positivo para você, Natasha? Ele quer se comunicar com ela e você está pensando que é positivo?

─── Há uma forma de fazer parar. ─── Lewis chamou atenção dos dois.

─── Como?

─── Apagando a memória. Temos aparelho para isso e-

─── Você ficou maluco?

─── Não sei se você percebeu, Charles, mas a sua filha é muito avançada para a idade dela. Agora me responde uma pergunta... como os cidadãos de Hawkins vão lidar futuramente com uma garota que rouba as memórias deles e modifica para que faça sentido?

Ele ficou em silêncio.

─── Apagamos a memória ou... Skylar vira um perigo, igual as crianças do projeto do doutor Brenner.

Do outro lado do laboratório, sem nenhum dos três saberem que estavam sendo vigiados, Brenner sorria após a fala de Lewis, arquitetando seu plano.

─── Peter? ─── Ele chamou e o homem loiro parou ao seu lado. ─── Eu quero aquela garota.

─── Mas os pais vão notar o desaparecimento...

─── Aquela criança usa mais capacidade cerebral que todas as minhas do meu projeto. Ou eu pego para ajudá-la a lidar com aquilo, diferentemente do que os pais estão tentando fazer, ou eu deixo ela virar uma descontrolada igual a você foi um dia.

Peter apertou seu punho, segurando a vontade absurda de bater no homem.

─── Pegue a garota, e quando chegar na minha sala, você vai sedar ela. ─── Ele entregou a seringa.

Peter olhou pela última vez para a televisão, onde a criança estava assistindo a algo, antes de deixar a sala e seguir para perto do escritório de Lewis.

─── Olha, Dustin. Não sabemos muito bem o que está acontecendo, mas a única coisa que temos total certeza é que tem algo de errado comigo. ─── Skylar dizia, apoiada na parede para que Dustin a escutasse melhor. ─── Além disso, vimos na casa de Nancy pegar as armas dela, mas nisso acabamos descobrindo que estamos no passado, especificamente em 1983, o ano em que seu amigo sumiu. O nosso plano consiste em ir até minha casa, pegar armas para tentar chegar até o lago e sair daqui.

"Nós temos uma teoria a respeito disso. Vecna parece criar uma conexão muito poderosa com as vítimas dele, então achamos que em cada lugar que ele matou alguém, deve existir um portal."

─── Fred. ─── Skylar sussurrou, lembrando-se da sensação bizarra que sentiu ao tocar o lugar que o adolescente faleceu. ─── Na casa de Eddie deve haver um!

─── Podemos ir até lá, é caminho da sua casa. ─── Robin sugeriu.

─── Dustin, é o seguinte. ─── Ela começou a falar mais alto, explicando o plano. ─── Vamos sair agora da casa da Nancy para ir até minha casa. É importante que vocês façam o mesmo porque naquele dia que meu pai faleceu, pegamos as bicicletas dos Wheeler e deixamos lá. Vocês conseguem fazer isso?

"Então, tecnicamente a polícia nos pegou."

─── O que?

"Estávamos tentando sair da beira do lago porque os policiais estavam fazendo ronda. Eles iriam ver o Eddie, e nós tentamos distrair, só que eu cai e fomos pegos."

A garota ficou em silêncio, parecendo pensar em uma alternativa.

─── Você disse que o lustre apagou, não é?

"Sim, ele apagou por uns minutos."

─── Vamos fazer o seguinte. Você me diz em que local os policiais estão reunidos. Eu vou tentar fazer o lustre apagar de novo, e nesse meio tempo vocês correm para minha casa, pegam as bicicletas, e vão direto para a casa de Eddie, combinado?

"Mas como você vai fazer o lustre apagar?''

─── Só me diz onde eles estão, e quando ele apagar completamente, vocês correm!

"Eles estão na sala de estar. Ao seu sinal, nós fugimos."

Nancy apontou para o local que Dustin explicou, e a garota caminhou até lá, procurando algum lugar que tivesse um lustre. Ela não demorou para achar, e sem pensar duas vezes, correu até lá, acendendo a luz desse lado, e apagando no outro. Foi possível escutar algumas vozes que ela julgou ser dos policiais e também dos pais das crianças.

Skylar, à medida que ouvia as vozes ecoando por outros cômodos da casa, ela caminhava na direção, fazendo o possível para que as luzes continuassem apagadas e eles pudessem fugir da residência.

─── Acho que nós já podemos ir. ─── Nancy sugeriu, e Skylar assentiu.

Os cinco adolescentes correram até a garagem dos Wheeler, e notaram a existência de quatro bicicletas que poderiam estar usando para ir até a casa de Abraham.

─── Skylar pode vir comigo. ─── Steve disse e ela revirou os olhos.

─── Você está machucado, nem a pau que vou com você. Eu vou com a Robin.

─── Essa é a parte que você acorda. ─── Robin murmurou, recebendo o dedo do meio da morena. ─── Babaca, sobe nessa merda logo. Se encher meu saco, eu te deixo aqui pra esses morcegos com raiva te comerem.

─── A amizade de vocês é tão... estranha. ─── Eddie disse, franzindo o cenho.

─── Você se acostuma. ─── A Wheeler murmurou, entediada.

O caminho até a casa de Skylar foi bastante caótico. Mesmo que todos estivessem meio receosos de estarem no mundo invertido, não deixaram de agirem normalmente, assim como Robin e Skylar que acabaram brigando e caindo de bicicleta. Eddie quase ofereceu dar carona para a morena se isso significasse que não teria mais que escutar elas discutirem por assuntos extremamente ridículos a cada cinco segundos.

─── Cacete, Skylar. ─── Eddie disse, assim que chegaram na residência. ─── Que casa enorme da porra.

─── Ela é rica. ─── Robin disse, como se fosse óbvio.

─── E você tem preconceito, é?

─── Sim, sou ricofobica.

─── Venham. ─── Skylar decidiu ignorar a Buckley e os chamou para dentro da casa. Eles observavam exatamente cada mínimo pedacinho existente, até mesmo as cores da parede. ─── É naquele cofre.

A garota abaixou-se, colocando o devido código do cofre, e o abrindo. Todos suspiraram bastante aliviados assim que perceberam que realmente haviam armas. Pelo menos ali.

─── Eu nunca agradeci tanto por ver uma arma, em toda minha vida. ─── Eddie resmungou, pegando a espingarda que a morena o entregou.

Quando Skylar pegou a última arma, ela notou um pequeno papel no fundo do cofre. Ela piscou confusa, tendo em vista que no mundo real, aquela folha não estava no cofre. Do outro lado ele sequer existia, e aquilo a deixou bastante curiosa.

Antes que a adolescente fosse pegá-lo, um novo tremor se instaurou pelo ambiente, seguido por alguns sons extremamente bizarros.

─── A gente precisa sair daqui! ─── Steve gritou, puxando a garota e impedindo-a de pegar o papel.

Skylar somente olhou para aquele documento pela última vez antes de permitir ser levada para fora da casa.

─── Eu juro que quase engoli três carreiras de pó só com toda essa névoa na minha cara. ─── Robin resmungou, tossindo bastante.

─── Robin, pelo visto você nunca cheirou três carreira de pó.

─── Eu cheiraria porquê?

─── Porque você é uma adolescente e adolescentes usam drogas? ─── Eddie perguntou, como se fosse uma pergunta extremamente óbvia.

─── Isso não faz sentido.

─── É lógico que faz.

─── Você é drogado, Munson? ─── Skylar decidiu entrar na discussão, com um sorriso ladino presente na sua face.

─── Drogada é tua mãe.

─── Minha mãe morreu.

─── Definitivamente, vocês são masoquistas demais. ─── Nancy disse, tentando não rir.

─── Eu tenho cara de drogado?

─── Tem.

─── Que mentira, sua desgraçada.

─── Minha melhor amiga foi comprar drogas com você.

─── Mas isso não significa que eu use.

─── Steve, você é drogado?

Os quatro encaram Steve, que estava mais confuso do que tudo naquela conversa.

─── É o que?

─── Ele tem cara de que fuma maconha, no máximo. ─── Eddie deu de ombros.

─── Ah, maconha é de boa.

─── Por que do nada a gente está discutindo sobre as drogas que uso?

─── Drogas? ─── Os quatro gritaram.

─── Steve, eu não namoro drogado.

Steve respirou fundo, tentando não xingar nenhum dos quatro, principalmente sua Skylar.

─── Vocês não acham melhor a gente se preocupar com aquela coisa ali no portal?

Quando todos olharam, algo pareceu furar aquele pequeno portal, fazendo Robin e Eddie gritar de susto com o ato. Eles ao menos perceberam que estavam abraçados enquanto continuavam a gritar de medo.

─── Eddie, grito fino é coisa de boiola. ── Skylar debochou.

─── Vai tomar no seu cu, Skylar.

Steve revirou os olhos com a pequena discussão, aproximando-se do portal vagarosamente. Ele manteve os outros quatro adolescentes atrás de si, tentando apenas verificar se era seguro ou deveriam correr o mais rápido possível.

Harrington soltou um grande suspiro de alívio quando enfim notou a figura de Max, Dustin, Lucas e Érica.

─── Cacete... ─── Dustin riu, dando alguns pulinhos de alegria. ─── E aí, galera?

─── Oi... ─── Os cinco disseram, rindo de alívio.

─── Nós temos um plano de puxar vocês para cá, aguardem um pouco. ─── Max avisou, e os mais velhos apenas assentiram, observando os pré-adolescentes do outro lado, indo de um lado para o outro em busca de algumas coisas.

─── O que a gente vai fazer quando voltar lá para cima, hein? ─── Eddie perguntou, ainda encarando o portal recém aberto. ─── Fingir que isso nunca aconteceu?

─── Definitivamente não.

─── Definitivamente sim.

Skylar revirou os olhos quando Steve a respondeu, e voltou a encarar o mundo real, quando os mais novos colocaram o colchão de Eddie no chão.

─── Aquelas manchas são... ─── Munson começou a se explicar, mas ele ficou em silêncio, apenas analisando aquele colchão. ─── Eu não sei o que são.

─── Hum... ─── As três adolescentes murmuraram, fazendo uma careta.

─── Não sei muito bem como isso vai funcionar mas... ─── Dustin surgiu, jogando um lençol para dentro do portal. ─── Se minha teoria tiver certa, então... ─── Ele soltou, e sorriu assim que viu que o lençol ficou do jeito que ele quis. ─── Puxem para ver se aguenta.

Robin se pendurou, e sorriu assim que percebeu que funcionava perfeitamente.

─── Bom, serei o teste drive então. ─── A loira murmurou, passando a escalar em direção ao mundo real. Não demorou muito para a Buckley cair do outro lado, em segurança.

─── Ok, quem é o próximo?

Eddie encarou Steve, Skylar e Nancy, mas logo deu de ombros.

─── Tá né, eu vou.

O Munson também escalou, caindo de um jeito extremamente engraçado do outro lado.

─── Pode ir, Nancy. ─── Skylar disse, e a garota assentiu, segurando o lençol com bastante força.

Entretanto, antes que Wheeler começasse a escalar, Steve e Skylar franziram o cenho ao perceberem que a adolescente ficou imóvel. Quando a Abraham se aproximou um pouco da garota, arregalou seus olhos ao notar que os olhos de Nancy estavam esbranquiçados.

─── Vecna... ─── Ela murmurou assustada. ─── Nancy!

─── Nancy! ─── Steve também gritou, passando a sacudir os ombros da Wheeler.

─── O que aconteceu?

─── O Vecna está com a Nancy. ─── A morena murmurou, continuando a gritar o nome da amiga.

─── Procurem música ou alguma merda. ─── Steve gritou para os que estavam do outro lado, e não demorou muito para eles correrem pelo trailer de Eddie, buscando alguma coisa para salvar Nancy.

Skylar correu até estar na frente da Wheeler, colocando as mãos na cabeça da mesma pronta para gritar novamente. Entretanto, antes que pudesse abrir a boca, a visão da morena ficou esbranquiçada, e o cenário ao seu redor mudou por completo.

Ela estava no quintal de uma casa.

No mundo invertido.

Com uma piscina vazia.

Engolindo em seco, Skylar deu um passo até estar próximo da piscina, e franziu a sobrancelha ao notar Nancy lá dentro, se aproximando de algo que parecia ser um corpo.

─── Nancy?

A Wheeler se virou, confusa ao ouvir a voz da amiga.

─── Skylar?

─── Onde a gente tá?

Nancy olhou pela última vez para os restos mortais de Barb, começando a caminhar na direção da amiga. Antes que chegasse o mais perto da borda da piscina, sangue começou a escorrer para dentro, fazendo a Wheeler parar de andar.

─── Skylar. ─── Ela a chamou, assustada enquanto aquele sangue continuava a subir. ─── Socorro!

─── Nancy! ─── Skylar gritou, correndo para dentro da piscina.

Aquelas malditas videiras estavam segurando os pés da Wheeler, e Skylar não pensou duas vezes antes de correr até lá para salvá-la. O sangue já batia na cintura de Nancy, e lágrimas escorriam de seus olhos.

─── O sangue está subindo muito rápido.

─── Eu vou te tirar daqui! ─── Skylar exclamou, respirando fundo antes de decidir mergulhar naquele líquido. Sem enxergar nada, ela conseguiu encontrar os pés da amiga, e fez o máximo de força que conseguiu para tentar libertá-la.

A morena sentiu Nancy apertar seu braço com força, e no mesmo momento, conseguiu tirar as videiras que estavam segurando a garota no lugar. Ambas retornaram até à superfície, tentando puxar o máximo de ar possível para o pulmão.

Elas nadaram até a borda da piscina, e conseguiram sair.

─── Onde a gente tá? ─── Skylar perguntou mais alto, enquanto observava a Wheeler tossir.

─── Eu acho que a gente está em uma alucinação coletiva. ─── Ela murmurou, ainda sentada no chão.

─── Nancy Wheeler.

A voz de Vecna soou por todo ambiente, no mesmo momento em que um relâmpago avermelhado caiu próximo à elas. Ambas as adolescentes levantaram-se abruptamente, procurando por ele.

─── O que você quer? ─── Nancy gritou.

─── Você andou me procurando bastante nesses últimos dias, Nancy Wheeler. ─── Vecna disse, e Skylar piscou confusa. Ele não estava a vendo ali?

Nancy e Skylar se encararam, notando uma certa anomalia predominando do ar. Elas estavam se olhando porque seus pensamentos eram semelhantes, e ambas tinham as mesmas dúvidas.

─── Ele não está me sentindo. ─── Skylar sussurrou. ─── Eu não entendo.

─── Eu sei. ─── Nancy a respondeu, de voz baixa. ─── Skylar... eu acho que você conseguiu entrar dentro da minha cabeça.

─── É o que? Ficou maluca?

─── Vecna faz uma ligação direta telecinética. ─── Ela murmurou. ─── Eu acho que ele não tem capacidade de fazer duas pessoas ao mesmo tempo entrarem em alucinação. Se ele não disse seu nome, então você realmente conseguiu entrar na minha cabeça... isso explica porque você me achou.

─── Isso não faz sentido, Nancy.

─── Claro que faz. ─── Ela sussurrou. ─── Ele não está te vendo.

Antes que Skylar pudesse respondê-la, o cenário em volta de ambas as garotas se alterou. Nancy já não estava mais atrás de Skylar, e a morena se desesperou ao perceber tal fato.

─── Nancy? ─── Ela chamou, mas só era possível escutar sua própria voz.

Skylar deu passos tímidos por aquele vazio sem fim, e tombou a cabeça ao encontrar uma espécie de portal. Um portal parecido com que tinha visto quando Vecna estava em sua cabeça. Ela, mesmo confusa, continuou andando até estar perto o suficiente e quando por fim passou o olhar por dentro, ela avistou o que parecia ser a casa de Victor Creel.

Nancy também estava lá, acompanhando algo.

Skylar não tardou em seguir a garota, mas logo tomou um susto ao escutar tanto a voz de Vecna, quanto físicos de uma família.

─── Nancy! ─── A citada se virou, suspirando de alívio ao notar Skylar. ─── O que está acontecendo? Quem são essas pessoas?

─── Vecna... ─── Ela sussurrou, apontando para as pessoas. ─── Aparentemente está contando sobre quem ele é.

Após terminar de falar, ambas ficaram em silêncio, apenas acompanhando um garotinho loiro pela casa, enquanto Vecna dizia sobre si mesmo. Nancy e Skylar andavam juntas, não desgrudando uma da outra em nenhuma hipótese.

Quando elas chegaram na mesa de jantar, e o corpo de que parecia ser Virgínia, levitou e quebrou-se por inteiro, Skylar e Nancy arregalaram os olhos, dando passos para trás pela cena assustadora.

O que elas mais estavam chocadas, era a expressão de tranquilidade que Henry demonstrava em sua face. Ele não parecia estar sentindo nada enquanto matava sua família inteira em pouquíssimos segundos.

─── Isso é tão...

─── Cruel...

─── Cruel, Nancy Wheeler? ─── Elas olharam em volta, mas não encontraram o dono da voz. ─── Sinto que você está tentando se comunicar com alguém.

Elas se encaram, em silêncio.

Outra porta se abriu, e ambas ficaram de mãos dadas enquanto caminhavam até lá. Ao passarem pela mesma, Skylar ficou confusa ao observar o cenário à sua volta. Ela sentiu que já esteve ali, mas não lembrava-se quando.

─── Você não concorda comigo, Nancy? ─── A garota voltou sua atenção assim que notou um homem, fazendo uma tatuagem em Henry, chamou pela Wheeler. ─── Porque não se senta?

Nancy não pensou duas vezes antes de correr, puxando Skylar consigo. Aquele lugar estava infestado de sangue e corpos já mortos. As luzes piscavam constantemente, e parecia um tremendo labirinto sem fim.

─── Por aqui! ─── Ela apontou para uma porta que estava tampada por várias madeiras. Skylar logo começou a tirar, sendo seguida pela Wheeler.

─── Onde você vai, Nancy? Não pode fugir de mim.

─── Consegui! ─── Skylar tirou a última tábua, e puxou Nancy para dentro da sala.

Assim que entraram, tomaram um susto ao presenciar a figura do mesmo homem de minutos atrás com uma expressão diabólica presente em sua face. Antes que a morena tentasse puxar Nancy para outro lugar, as luzes se apagaram, e quando se acenderam, Nancy estava presa na cadeira com algumas videiras a prendendo.

─── Nancy! ─── Ela gritou, correndo até a amiga. Skylar tocou nas videiras, mas nenhuma delas parecia querer soltar a adolescente. ─── Por que elas não estão te soltando? Eu estou aqui!

─── Sai daqui, Skylar!

─── Eu não vou te deixar sozinha aqui!

A morena parou na frente da amiga, e segurou com força nas videiras, tentando puxá-las.

─── Skylar? Como você entrou aqui? ─── Skylar se virou assustada, notando a figura horrível de Vecna próximo à elas suas. Ele parecia bastante confuso e surpreso, mas continuou caminhando até estar próximo de Nancy.

─── Sai daqui, Skylar! ─── A Wheeler gritou.

─── Já que está aqui. ─── Ele parou ao lado de Nancy, estendendo sua mão para cola da cabeça da garota. Skylar arregalou seus olhos, entrando em desespero.

Logo, diversas imagens, de cenário apocalíptico, invadiram a cabeça de Skylar. Ela viu Hawkins sendo completamente destruída, e diversas pessoas da família de Nancy, sendo mortas.

A morena sentiu suas mãos formigando, ao mesmo tempo que sua respiração ficou descompassada. Os gritos de Nancy apenas faziam seu coração bater mais rápido, enquanto uma sensação, semelhante a ódio, crescia dentro do seu interior.

Skylar novamente segurou nas videiras, e arregalou os olhos não ao perceber que elas estavam soltando Nancy.

Mas sim porque elas estavam com algumas linhas roxas, parecendo uma espécie de raio, espalhando por toda a mente coletiva.

Ela poderia até contestar naquele momento, mas quando percebeu que as videiras já não cobriam mais o corpo de Nancy, ela segurou na cabeça da amiga e fechou os olhos com força, tentando tirá-la daquela alucinação.

E com aquela maldita sensação de oxigênio faltando no pulmão, Skylar e Nancy acordaram do que sei lá que fosse aquilo. Ambas caíram no chão, sendo seguradas por Steve que gritou aliviado.

─── Elas acordaram! ─── Harrington gritou, e quando ele finalmente encarou a face de Skylar, o sorriso dele desapareceu. ─── Skylar, meu deus, seu olho esquerdo está sangrando. Socorro, a gente precisa de primeiros socorros.

A garota passou a mão pelo seu rosto, notando a presença de sangue.

Tinha algo errado.

E ela sentia que aquele documento em sua casa tinha algo a ver com isso.

Ela observou Nancy, e Steve, que estava bem embaixo do portal, esperando alguém jogar o kit de primeiros socorros para cuidar do machucado de Skylar e água para a Wheeler.

─── Como você fez aquilo?

─── Tem algo errado, Nancy. Eu preciso descobrir. ─── Ela levantou-se silenciosamente, e antes que Nancy pudesse dizer algo, Skylar correu para o lado de fora da casa, escutando os gritos de Steve.

A garota observou as videiras, que estavam em volta da casa, passarem entre a porta e as janelas, impedindo que todos ali saíssem. Ao mesmo tempo, alguns morcegos chegaram ao local e ficaram por cima da casa.

Era como se estivessem ajudando a garota os manterem presos.

E ela aproveitou para correr até as bicicletas, e rumar até sua casa. Tentar descobrir o que merda estava acontecendo.

Oie, se você chegou até aqui não esqueça de deixar um votinho e um comentário. Isso me motiva muito :)

Desculpinha a demora para postar o capítulo de hoje, mas tive uns contratempos de última hora aqui em casa e precisei resolver.

GALERA, PRESTA ATENÇÃO AQUI!

Tem muita gente que está confundindo, então eu vou tentar explicar de novo. Primeiramente, quando eu peço para prestarem atenção nos banners, é porque eles fazem muita diferença. Se você não ficar atento aos detalhes, vai acabar gerando essas dúvidas que todo mundo está tendo.

Vamos lá, 1964 ocorreu a abertura do portal e também Natasha estava grávida do Théodore. Isso significa que, ele chegou a existir, tanto que ela estava com 32 semanas de gestação, equivalente a 8 meses. Théo estava prestes a nascer, mas o aborto acidental fez a Nat perder ele.

1965 o soro ficou pronto e ela ingeriu. Nesses flashbacks de 1965, eu coloquei que se passaram diversos meses após a abertura do portal. Então vamos supor, que a Nat somente engravidou da Skylar no final do ano, que foi quando ela tomou as primeiras doses do Skyless Serum.

1966 a Skylar nasceu.

1979 foi quando a Eleven mandou o Henry para o mundo invertido, e esses flashbacks estão se passando em 1972.

Prestar atenção nas datas, faz diferença. Eu sei que são muitas, mas essa é a minha intenção.

ATT: ATUALIZEI ESSE CAPÍTULO DOMINGO, MAS O WATTPAD NÃO ENTREGOU PARA NINGUÉM. PROVAVELMENTE ALGUMAS PESSOAS RECEBERÃO SOMENTE OUTRO MOMENTO. ESTOU TENTANDO TIRAR DE PUBLICAÇÃO E POSTAR NOVAMENTE PARA VER SE RESOLVE.

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