⫘⫘ㅤ ㅤㅤ| EPISODE II, O SEGUNDO TRAUMA.

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𝐎 𝐒𝐄𝐆𝐔𝐍𝐃𝐎 𝐓𝐑𝐀𝐔𝐌𝐀
⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘⫘
"𝘴𝘬𝘺𝘭𝘢𝘳 𝘥𝘦𝘴𝘤𝘰𝘣𝘳𝘦 𝘲𝘶𝘦 𝘴𝘶𝘢
𝘮𝘦𝘭𝘩𝘰𝘳 𝘢𝘮𝘪𝘨𝘢 𝘧𝘢𝘭𝘦𝘤𝘦𝘶, 𝘦
𝘥𝘦𝘤𝘪𝘥𝘦 𝘴𝘦 𝘷𝘪𝘯𝘨𝘢𝘳 𝘤𝘰𝘮 𝘢𝘴
𝘱𝘳𝘰𝘱𝘳𝘪𝘢𝘴 𝘮𝘢𝘰𝘴".

─── Skylar?

─── Mãe?

A morena olhou ao seu redor, notando que era seu quarto. No entanto, a decoração parecia antiga, remetendo-se a como era há cerca de cinco anos atrás.

─── Por que você não foi me procurar, Skylar?

─── Eu não estou te entendendo, mãe...

─── Você deveria ter me procurado, Skylar. Eu morri por sua causa.

─── Eu avisei para meu pai.

─── Você me matou, Skylar, assim como seu pai. Vocês dois me mataram, sua pirralha insolente.

─── Me desculpa, eu-

─── Seu tempo está acabando, estrelhinha. ─── A voz, e figura de sua mãe estava começando a ficar grossa e horripilante. ─── Você vai se juntar com a mamãe em breve. Não é isso o que você sempre quis?

─── A senhora está me assustando. ─── Skylar levantou-se da cama, andando lentamente para o mais longe possível daquela figura.

─── Vem aqui, Skylar.

A morena ao ouvir a voz oscilando, correu o mais rápido possível até o banheiro de seu quarto, trancando a porta.

─── Abra essa porta, Skylar! ─── Sua mãe esmurrava a porta. As luzes piscavam, o som do ambiente era alto e assustador, fazendo a morena derramar lágrimas de medo enquanto segurava a porta com toda sua força. ─── Abra logo sua insolente.

─── Vai embora!

─── Seu tempo está acabando, Skylar.

Com uma sensação de afogamento, Skylar acordou, completamente suada e com sua cabeça latejando de dor. A morena ainda assustada, olhou para seu quarto em busca da figura estranha, mas notou logo tratar-se de um pesadelo. Diminuindo sua respiração, Skylar permitiu-se suspirar. Aquele pesadelo a assustou.

Antes que pudesse iniciar sua rotina comum do dia, percebeu um líquido escorrendo de seu nariz. A mesma levou sua mão e tocou no fluido, assustando-se ao identificar que era sangue. Um ponto de interrogação surgiu em sua cabeça, perguntando-se o motivo de estar sangrando.

─── Merda.

Skylar correu até o banheiro, lavando seu rosto. Observou seu reflexo no grande espelho, satisfeita ao não encontrar mais o líquido avermelhado.

─── Que droga é essa?

Perguntou a si mesma, saindo de seu quarto com intenção de ir até a cozinha comer alguma coisa. Skylar pegou um pequeno rádio e o ligou, tentando sintonizar em algum canal de música. Mas, antes que pudesse realizar tal ato, sua rádio travou em um canal o qual ela não estava conseguindo identificar.

''Nessa noite, tivemos uma grande surpresa ao receber uma ocorrência depois de alguns meses de paz em Hawkins. Não tivemos muitos detalhes, mas podemos confirmar que encontraram o corpo de uma estudante do colégio de Hawkins. A polícia não revelou a identidade, mas sabemos que estão no processo de notificar a família e amigos próximos."

Skylar congelou no lugar.

─── Não, não pode ser ela. ─── Ela disse, soltando uma pequena risada de nervoso. ─── Não é ela.

Somente deu tempo de Skylar desligar o rádio e escutar diversas sirenes de polícia. Naquele exato momento seu coração apertou em súplica, mas mesmo assim, não queria admitir que aquela possibilidade pudesse ser real.

Ela caminhou em passos tímidos até a porta da frente, abrindo-a de uma vez e encontrando três carros da polícia parados na frente da sua casa. A morena engoliu em seco, tentando apoiar-se na parede de sua residência.

─── Senhorita, Skylar.

─── Delegado Powell.

─── Podemos conversar?

Ela, sem muito o que dizer, apenas acenou com a cabeça, dando espaço para os policiais entrarem em sua casa. A adolescente nem havia percebido que seu pai estava em uma das viaturas, temendo pelo momento que fossem abrir o jogo com sua filha.

─── Senhorita Abraham, sabemos que não fez nada de errado, mas, como deve ter visto na televisão, a noite anterior teve um assassinato em Hawkins e estamos interrogando os familiares e amigos próximos da vítima para descobrir o que de fato aconteceu. ─── Ela nada fez, apenas permaneceu em silêncio. ─── Sente-se para que possamos dar início ao interrogatório.

Ainda em devaneio, Skylar caminhou lentamente até a poltrona de sua casa. O delegado pegou um gravador, colocando o mesmo na mesa da sala. Outros dois policiais fecharam a porta da residência enquanto outros agentes permaneceram lá fora, mantendo a casa em segurança.

─── Você passou a noite inteira aqui, Skylar?

─── Sim, senhor...

─── E sua amiga veio para cá ontem de noite?

─── Chrissy? Sim. ─── Ambos os policiais se encararam por breves segundos. ─── Ela veio por volta das nove e meia. Conversamos e depois ela disse que precisava ir para a casa porque a tia não queria que ela chegasse tarde.

─── Vocês são amigas há quanto tempo, senhorita Abraham?

─── Seis anos, delegado. Nossas mães eram próximas e consequentemente nos aproximamos também. ─── O policial anotou o que ela disse. ─── Por que estão me perguntando sobre ela?

─── Então a última vez em que se falaram foi ontem às nove e meia? ─── Ele ignorou a pergunta da adolescente.

Skylar ficou em silêncio, começando ficar nervosa.

─── Isso não tem nada a ver com a vítima do colégio de Hawkins que foi assassinada essa noite, não é? ─── Eles não a encaram. ─── Não é?

─── Sobre o que conversaram, senhorita Abraham? Notou algo de diferente em Chrissy?

Ela engoliu em seco.

─── Ela estava um pouco agitada. ─── Skylar murmurou. ─── Desde ontem de manhã. Conversamos sobre o fato dela estar tendo muitos pesadelos e...

Ela lembrou-se do que Chrissy a disse ontem

─── E?

─── Ela... ─── A respiração de Skylar começou a falhar. ─── Ela..

─── Senhorita Abraham, acalme-se. O que a Chrissy te disse a mais?

A morena começou a chorar, levando suas mãos até sua cabeça e puxando seus cabelos.

─── Tragam uma água para ela, agora! ─── O delegado ordenou e logo um policial foi correndo até a cozinha. O mesmo aproximou-se de Skylar, tentando acalmá-la. ─── Acalme-se senhorita, Skylar.

─── Ela 'tá morta, não é?

Todos ficaram em silêncio. Aquilo serviu como um "Sim" para ela.

─── Skylar, sabemos que está nervosa, mas, aparentemente, você foi a última pessoa que Chrissy conversou antes de ser morta. Sua palavra é importante para que possamos descobrir o que de fato aconteceu.

Ainda chorando, ela assentiu.

─── O que a Chrissy disse?

─── Como eu disse, ela estava muito agitada desde ontem pela manhã. Ele me contou que estava tendo muitos pesadelos envolvendo os pais e o acidente de carro. ─── Skylar soluçava enquanto tentava contar o que havia conversado com a loira. ─── Ontem, pela manhã, ela me chamou no vestiário da escola e me fez prometer que se um dia ela morresse, eu ia entregar o cordão que ela sempre usava, para o irmão dela.

─── Ela disse isso aleatoriamente?

─── Sim, eu também me assustei. ─── Eles anotavam o depoimento. ─── Ela disse que tinham vozes da cabeça machucando ela. Quando eu perguntei quais eram essas vozes e porquê ela não me contou antes, ela disse que não tinha vontade de se matar, mas alguma coisa sim. Um alguém, talvez.

─── Você sabe onde ela estava durante a tarde, Skylar?

Ela engoliu em seco, e eles perceberam isso.

─── Pode contar, senhorita Abraham. Isso não irá lhe incriminar.

─── Ela foi se encontrar com Eddie Munson.

─── De tarde? ─── A face dos policiais era de confusão.

─── Sim, por que?

─── Eles tinham algum vínculo, Skylar?

─── Não. ─── Ela murmurou. ─── Ela só me disse que ia comprar entorpecentes com ele.

Eles se encararam novamente.

─── O corpo de Chrissy foi encontrado no trailer dele. ─── Skylar travou. Ela sentiu seus músculos se enrijecerem.

─── Então ele a matou?

─── Acreditamos que sim.

Sua cabeça estava em um turbilhão de pensamentos e emoções. Ela sentia raiva, muita raiva.

─── Entendi.

─── Sentimos muito pela sua perda, Skylar. - Powell disse, desligando o gravador. ─── Os tios de Chrissy estão decidindo o horário do funeral. A única coisa que sabemos é que não será possível ver seu corpo durante o velório.

Ela os encarou confusa.

─── Porque não?

─── Seu corpo... está desfigurado, Skylar.

Ela abriu a boca diversas vezes, tentando encontrar alguma coisa para dizer, mas nada saia.

─── Desfigurado... Ele é tão cruel assim?

─── Parece que sim. ─── Powell murmurou.

─── Já o prenderam?

─── Ele está desaparecido, mas não será difícil de encontrá-lo.

─── Sim, não será. ─── Ela pontuou, encarando o enorme relógio à sua frente. ─── Nem um pouco.

─── Seu pai mandou condolências, Skylar. ─── O policial disse, saindo de dentro da residência. A adolescente correu até a porta, encarando seu pai que estava com uma face indecifrável no rosto. Ele apenas suspirou, ligou a viatura e foi embora juntamente dos outros policiais.

─── Condolências. ─── Ela disse, com entonação de ódio e sarcasmo.

Sem pensar duas vezes, Skylar pegou um jarro que ficava na entrada da casa, jogando-o na parede com toda sua força. Abraham caiu sem forças no chão, gritando de dor por perder a sua melhor amiga. Ela não foi capaz de salvar novamente uma pessoa importante.

─── Sua idiota. ─── Skylar gritou para si mesma, jogando diversas coisas frágeis no chão. ─── Você não serve para nada mesmo, Skylar. Inútil, inútil, inútil.

A garota parou do nada, quando uma ideia rondou sua cabeça.

─── Eu vou te encontrar, seu merdinha. ─── Ela rosnou, correndo até o escritório de seu pai e ligando o computador. Seus dedos digitavam freneticamente no teclado da máquina. A adolescente acessou o sistema policial sem problemas, tentando descobrir as últimas pessoas que Eddie Munson teve contato, e o endereço de onde ele possivelmente estaria.

Rick Noia. Rick Kimbrough.

A Lagoa azul e Splash.

─── Bingo. ─── Skylar murmurou, anotando aquelas informações e logo correu para o cofre da casa. A morena digitou a maldita senha, abrindo-o e deparando-se com diversas armas de Charles, seu pai.

Abraham pegou ao todo três pistolas e uma espingarda, tratando logo de carregar tudo para que não tivesse problemas mais tarde.

Skylar estava completamente dominada por ódio. A garota nem ao menos estava sob o comando de seu corpo. Ela só queria justiça, pelo menos uma vez na sua vida.

Todos os dias Skylar sentia-se culpada pelo falecimento de sua mãe. Ela sabia que se tivesse saído mais cedo de casa para procurá-la, provavelmente a encontraria com vida e os três ainda seriam uma família feliz. Mas aquilo não aconteceu, e Skylar martirizava-se todos os dias por ter sido tão inútil assim.

Se ela ao menos pudesse fazer justiça por Chrissy, sua culpa cairia bem menos.

Porque agora a culpa não era somente pelo falecimento de sua mãe.

Mas também pelo assassinato de Chrissy.

Talvez o demônio não estivesse em Hawkins, e sim nela mesma.

A adolescente correu para seu quarto, trocando de roupa e arrumando sua mochila com imensa agressividade. Lágrimas caíam de seus olhos, e suas mãos tremiam em profundo desespero. Quando percebeu que estava tudo arrumado, pegou as chaves de seu carro, colocou suas armas lá dentro e partiu em direção ao lugar onde Eddie estava escondido. Seu carro estava muito rápido, mas ela não estava nem aí.

O que deveria ser trinta minutos dirigindo, Skylar reduziu para quinze. A mesma, ainda dominada por instinto de vingança, pendurou uma espingarda nas costas e colocou uma pistola na cintura. A morena estacionou longe justamente para o Munson não escutar ou notar uma movimentação estranha.

Ela caminhou em completo silêncio, tentando dar passos leves para que as folhas caídas no chão não fizessem barulho. Eram duas casas, sendo uma um pouco mais afastada. Provavelmente o merdinha estaria lá.

Skylar abriu a porta lentamente, fazendo o menor barulho possível. A garota olhou para todos os cantos, encontrando a figura que ela queria, sentada em um barco com a cabeça abaixada. Ainda em passos silenciosos, a adolescente chegou próximo do Munson.

Eddie apenas escutou o som da arma sendo destravada, fazendo seu corpo endurecer completamente.

─── Por que você matou a Chrissy?

Sei que está todo mundo ansiando pelas interações entre o Steve e Skylar, mas eu juro que no próximo eles já começarão a conversar novamente.

Como esses acontecimentos da quarta temporada acontecem em literalmente CINCO DIAS, eu estou precisando fazer alguns ajustes no planejamento da história.

Mas se acalmem que vai ter muito choro e também momentos do Steve e Skylar juntinhos.

Obs: Gostaria apenas de lembra-los que como essa série se passa em pouquíssimos dias, e também com uma caralhada de coisa ruim acontecendo, eu não posso prometer um PUTA ROMANCE. Vai ter romance? Vai, por meio de gestos nos momentos determinados. Além disso, não posso fazer um casal se apaixonar e começarem a namorar em literalmente cinco dias. Eles vão ter a linguagem de carinho deles, um beijinho para lá e para cá, mas nada exagerado.

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