𝐓𝐡𝐞 𝐚𝐜𝐜𝐢𝐝𝐞𝐧𝐭

×ᴏ ᴀᴄɪᴅᴇɴᴛᴇ×

𝖱𝖺𝗏𝖾𝗇𝖺 𝖱𝖺𝗏𝖾𝗇𝖼𝗅𝖺𝗐
×××

OS JOGADORES DA CORVINAL estavam alinhados, prontos para ouvir Rogério Davies, nosso capitão. Ele se destacava, em pé, com uma postura confiante, gesticulando enquanto explicava a estratégia que nos levaria à vitória. Scott McCall, nosso goleiro, interrompeu com uma ideia que fez o coração de todos acelerar.

——"Pessoal, se conseguirmos pressionar a linha de ataque deles logo no início, podemos desestabilizá-los. Eu vou ficar atento para qualquer rebote,"__ele disse, sua voz firme e decidida. O clima estava tenso; até mesmo aqueles que costumavam ser distraídos estavam focados.

——"É uma boa, McCall, mas temos que ter cuidado com a Bell e Johnson." __Eu falei, atraindo a atenção deles como um raio de luz em meio à escuridão.

——"Elas podem ser ótimas artilheiras, mas continuamos os melhores." __Ramiro disse, dando um sorrisinho convencido que me fez revirar os olhos.

Foi então que Madame Hooch entrou em cena. Sua presença imponente fez todos os jogadores pararem e olharem para ela.

——"É hora do jogo!" __disse ela com um sorriso desafiador. O coração disparou em meu peito enquanto os times se dirigiam ao campo. Assim que Hooch liberou as bolas, a adrenalina tomou conta de mim como um feitiço poderoso.

O jogo começou a mil por hora. Corvinal estava dominando! Rogério, Ramiro e eu estávamos em perfeita sintonia; as jogadas fluíam como um rio de estratégia e habilidade. A emoção pulsava em minhas veias quando vi Oliver Wood falhar ao pegar as bolas.

——"Parece que o Trio R estão imparáveis hoje." __Comentou Lino no microfone e arquibancada da Corvinal e Sonserina vibrou.

——“Tudo bem, Wood," __eu gritei sarcasticamente enquanto passava voando em direção ao gol. A frustração dele era quase palpável. ——"Quem sabe na próxima!"

Os pontos se acumulavam rapidamente em nosso favor. Eu vi Rogério fazer um arremesso impecável que passou direto por Oliver; o som do gol passando pelo aro foi música para meus ouvidos.

——"Está de 30 × 90! Corvinal segue na frente!" __anunciou Lino Jordan no microfone.

Fred e George Weasley estavam em ação também; eles rebatem os Balaços com precisão, protegendo seus companheiros e causando estragos no time adversário. Fred lançou uma mirada rápida para mim enquanto rebatia um Balaço que quase atingiu Ramiro; ele desviou a tempo com um movimento ágil.

Não que eu soubesse diferenciar Fred e George, mas sei que Fred é número 6 da Grifinoria.

Além de que Fred Weasley era o garoto que eu mais tinha rejeitado na vida, na última vez, eu simplesmente rasguei a cartinha dele se declarando pra mim. Acho que é por isso que a coisinha (Angelina) não gosta de mim... Ou por eu ter derrubado ela no primeiro ano em um jogo de quadribol.

Saí de meus pensamentos ao perceber Angelina vindo em minha direção como um furacão. Rapidamente dei um empurrão nela que tentou se equilibrar.

Nós duas estávamos voando próximas às arquibancadas quando Angelina decidiu rebater meus ataques. Com um movimento brusco, ela tentava me empurrar para fora do caminho.

——"Coisinha, você não vai me derrubar tão fácil!" __gritei em resposta, o desafio ardendo dentro de mim.

A tensão era palpável enquanto começamos uma verdadeira batalha aérea, tentando derrubar uma à outra das vassouras enquanto os apanhadores continuavam atrás do Pomo de Ouro. Cho Chang estava concentrada nessa missão enquanto Harry Potter tentava acompanhá-la.

Em meio ao frenesi do jogo, vi Ramiro se aproximar da área dos arcos adversários. Ele recebeu a bola de Rogério e com uma confiança inabalável disparou em direção ao gol! O mundo pareceu desacelerar quando ele fez o arremesso perfeito; o som do gol ecoou pelo campo e eu não pude evitar sorrir ao vê-lo erguer os braços em triunfo. O brilho nos olhos dele refletia não apenas a vitória momentânea, mas também a alegria pura do jogo.

Mas então olhei para trás e vi Johnson atrás de mim, tentando me derrubar. Foi aí que percebi que essa era sua estratégia patética!

De repente, minha vista começou a borrar; tudo parecia distante e gelado.

——"Droga! Aqui não!" __gritei em frustração.

Angelina empurrou com força suficiente para fazer minha Firebolt tombar perigosamente na madeira das arquibancadas.
Antes que eu pudesse processar completamente o que estava acontecendo, eu estava caindo de cabeça em direção ao chão. Um grito coletivo ecoou entre os espectadores, a sensação de queda era aterrorizante; o mundo girou ao meu redor enquanto sentia minha saúde falhar devido à minha condição cardíaca.

O desespero tomou conta de mim; eu estava perdendo a consciência e lutando contra a escuridão que se aproximava.

——"Merde!... (Merda!...)" __amaldiçoei enquanto meus olhos se fechavam lentamente.

A última imagem que tive antes de cair foi os gêmeos Weasley voar em minha direção - uma luz brilhante antes da escuridão total me envolver.

Fred e George imediatamente perceberam o que havia acontecido e pararam suas vassouras numa tentativa desesperada de alcançar Ravena antes que ela colidisse com o solo.

--"NÃO." __Fred gritou enquanto acelerava na direção dela.

O impacto foi brutal;

todos sentiram o choque quando a Ravenclaw bateu contra o chão. Os professores correram para socorrê-la; Snape parecia especialmente preocupado ao ver sua afilhada caída ali.

——"Ela está sangrando." __McGonagall diz assustada.

——"Por Salazar." __Draco diz assustado ao ver a situação da prima.

——"Vou levá-la para Ala hospitalar." __Hagrid pega Ravena nos braços e corria em direção à Ala Hospitalar acompanhado dos professores.

Dumbledore anunciou que a partida estava encerrada sob um silêncio pesado no estádio; Corvinal havia vencido aquela batalha em campo, mas havia perdido muito mais naquele momento trágico.

A cena se desenrolava na ala hospitalar de Hogwarts, onde o clima era tenso. As paredes brancas e os feixes de luz que entravam pelas janelas não conseguiam dissipar a preocupação que pairava no ar. Hagrid, com sua figura imponente, entrou pela porta, carregando Ravena Ravenclaw inconsciente em seus braços. Seu semblante era grave, e seus olhos estavam cheios de uma mistura de dor e desespero.

——"Madame Pomfrey! Rápido!" __ele gritou, sua voz ecoando pela ala.

Júpiter Ravenclaw, irmão de Ravena, estava ao lado de Draco Malfoy e seus amigos. A expressão de Júpiter era de angústia, enquanto Draco tentava manter uma postura firme, mas seu rosto traía a preocupação.

——"Deixe-me entrar, preciso ver minha irmã!" __Júpiter implorou, avançando em direção à porta.

Madame Pomfrey apareceu rapidamente, com um olhar severo.

——"Não! Todos vocês precisam sair agora! A situação é crítica!"

Os alunos protestaram em uníssono.

——"Mas ela é nossa amiga!" __Electra Krum exclamou, com lágrimas nos olhos. Lohan segurava o braço dela, tentando confortá-la.

Fred e George Weasley chegaram correndo, ofegante.

——"O que aconteceu? O que aconteceu com a Ravena?" __Fred questionou com urgência.

——“Ela... ela não merecia isso," __George murmurou, seu tom sombrio refletindo a gravidade da situação.

Minerva McGonagall tentou acalmar o grupo inquieto.

——"Agora não é o momento para pânico. Precisamos dar espaço à Madame Pomfrey para trabalhar," __disse ela, sua voz firme mas gentil.

Harry Potter estava encostado na parede do corredor, observando tudo com preocupação. Ele sentia um nó no estômago ao pensar na garota, que nem era sua amiga, mas de todo jeito não merecia sofrer dessa forma. O time da Corvinal também estava presente, todos com expressões de apreensão.

Dentro da ala hospitalar, o clima era opressivo. Madame Pomfrey trabalhava freneticamente ao lado da cama onde Ravena estava deitada. Ela preparava poções com mão ágil, mas cada vez que olhava para a menina inconsciente, seu semblante se tornava mais preocupado.

Severus Snape observava tudo em silêncio, seus olhos escuros fixos na jovem bruxa. A tensão em seu corpo era palpável; ele estava inquieto e nervoso.

——"Essas poções... não estão funcionando como deveriam," __ele murmurou para Dumbledore.

——"Severus," __Dumbledore começou suavemente, colocando uma mão reconfortante no ombro do professor de Poções. --"Ainda há esperança. Às vezes é necessário um pouco mais de tempo."

——"Tempo?" __Snape respondeu com desdém, sua voz baixa e carregada de emoção contida. --"Ela pode não ter tempo!"

Dumbledore respirou fundo, percebendo a angústia do colega.

——"Vamos dar espaço a Pomfrey. Ela sabe o que está fazendo."

Snape olhou para Ravena mais uma vez antes de concordar relutantemente, logo saindo da sala ao lado de Dumbledore.

Ao deixar a ala hospitalar para trás, ambos sentiram o peso da incerteza sobre os ombros. Enquanto isso, dentro da sala, Madame Pomfrey continuava sua luta contra o tempo e a incerteza da vida da jovem Malfoy-Ravenclaw.

As horas se passaram lentamente na ala hospitalar, onde a atmosfera ainda estava carregada de preocupação e expectativa. Júpiter, Draco, Electra, Lohan, e o time da Corvinal já haviam saído após saber que Ravena estava apenas dormindo. O sol começava a se pôr, lançando uma luz suave sobre o castelo quando Lyra e Dean Ravenclaw entraram correndo na ala, a angústia estampada em seus rostos.

Lyra, Chefe do Esquadrão de Leis Mágicas no Ministério da Magia, não se importou com o cargo ou as obrigações que deixara para trás. Sua única preocupação era a filha primogênita.

——"Onde está a minha filha?" __ela exigiu saber antes mesmo de Minerva McGonagall conseguir dizer uma palavra.

——"Ela está aqui," __respondeu Madame Pomfrey, gesticulando para a cama onde Ravena estava deitada. Dean estava ao lado de Lyra, seu rosto pálido e os olhos cheios de ansiedade.

——"Como diabos isso aconteceu? " __Dean questionou, sua voz carregada de preocupação.

——“Ela está dormindo," __Pomfrey explicou com um tom tranquilizador. ——"Provavelmente acordará amanhã. Não há motivo para pânico."

Os Ravenclaw trocaram olhares preocupados, mas não havia muito que pudessem fazer além de esperar. Dumbledore se aproximou deles, sua presença serena trazendo um pouco de conforto.

——"Lyra, Dean, vamos conversar em meu escritório," ele disse suavemente. ——"Ravena vai demorar um pouco mais para acordar."

Enquanto isso, no grande salão, a mesa da Sonserina estava em alvoroço. Draco Malfoy estava visivelmente irritado e discutindo acaloradamente com seus amigos e primo - Blaise Zabini, Pansy Parkinson, Astoria Greengrass, Júpiter Ravenclaw.

——"É tudo culpa daquela Angelina Johnson!" __Draco disparou, batendo a mão na mesa com raiva. ——"Se ela não tivesse feito aquilo... Ravena estaria bem!"

——"Calma aí," __Astória interveio. ——"Não podemos culpar alguém por um acidente."

——"Acidente?!" __Draco retrucou com desdém. ——"Aquilo foi uma provocação! Ela sempre quis ver minha prima no chão!"

Júpiter estava pensativo e preocupado demais pra mandar os amigos calarem a boca.

Enquanto isso, na mesa da Grifinória, Fred Weasley não conseguia tirar Ravena da cabeça. Ele mexia nervosamente em sua comida enquanto George tentava acalmá-lo.

——"Fred, você precisa comer alguma coisa," __George insistiu. ——"Ficar assim só vai te deixar mais mal."

Rony se inclinou para frente e comentou: ——"Ela é uma garota ruim. É pior que o Malfoy! Que Merlin me perdoe, mas essa queda deve ser tipo um Karma."

——"Rony!" __Harry exclamou em reprovação. ——"Isso não é justo! Ninguém merece passar por isso!"

Hermione hesitou antes de adicionar: ——"Eu... eu entendo o que você quer dizer, Rony. Ela fez coisas horríveis com alguns de nós."

——"Lyra Malfoy-Ravenclaw e Dean Ravenclaw, já estão em Hogwarts, deve estar a maior briga no escritório de Dumbledore." __Lino comentou recebendo um olhar de repreensão dos amigos ruivos. ——"Que foi? Eu falei algo de errado?"

Angelina Johnson estava visivelmente abalada ao ouvir a conversa.

——"Eu sinto muito pelo que aconteceu," __ela disse baixinho, quase como um sussurro. ——“Empurrei Ravena no jogo... Não era pra ser assim! Eu só queria revidar!"

——"Angelina, foi tudo um acidente!" __Oliver interveio. ——"Essas coisas acontecem durante os jogos de quadribol! Não devia se culpar por isso."

A conversa nas mesas refletia o tumulto emocional que todos estavam sentindo em relação ao estado de Ravena Ravenclaw - uma mistura de culpa, raiva e preocupação permeava o ar enquanto cada grupo lidava à sua maneira com a tragédia que havia ocorrido naquele dia fatídico.

No escritório de Dumbledore, iluminado por uma luz suave. Os rostos dos presentes revelam a tensão do momento.

——"Eu não consegui protegê-la a tempo. A situação se desenrolou rapidamente." __Snape diz sentindo-se frustrado.

——(com raiva) "Como você pôde deixar isso acontecer, Severus? Você é o responsável por ela! Ela é sua afilhada!"

——"Querida, calma. Isso não vai ajudar em nada." __interviu Dean. ——"Precisamos focar na nossa filha agora."

——"Você não entende! Eu confiei em você para cuidar dela! Se algo acontecer, eu..." __disse ameaçadora.

——"Lyra, eu entendo sua preocupação." __Dumbledore interrompeu suavemente. ——"Vamos garantir que Ravena seja bem cuidada. Vou designar alguém para vigiá-la durante a noite até que ela acorde.

——"Mas como aconteceu o acidente, Severus? O que exatamente aconteceu?" __perguntou Dean.

——"Um dos artilheiros da Grifinoria, Angelina Johnson, empurrou Ravena da Firebolt durante a partida. Foi um movimento inesperado... Eu tentei lançar um feitiço para amortecer a queda, mas foi tão rápido que não consegui."

——"Eu vou conversar com essa garota! Ela precisa entender as consequências de suas ações!" __Lyra diz furiosa.

——"Lyra, Angelina não é uma garota ruim. Não faria isso de propósito. Você sabe tanto quanto qualquer um que está aqui que o Quadribol... pode ser jogo perigoso e as emoções podem se intensificar." __Dumbledore diz tentando acalmá-la.

——"Ele está certa, Lyra." __admitiu Dean. ——"Nós sabemos como as coisas podem ficar fora de controle durante uma partida.

——(suspirando) "Eu só quero ver minha filha em um lugar seguro e apropriado para sua saúde. Vocês sabem que ela tem Cardiomalus."

——"Ravena está fora de perigo aqui. Confie em mim, ela ficará bem." __Dumbledore diz gentilmente tentando convencê-la.

——"Eu ficarei de olho na minha afilhada. Vou garantir que ela tenha todo o cuidado necessário." __Snape diz decidido.

——"Tudo bem... mas se algo acontecer, eu..." __Lyra ainda estava preocupada.

——"Então está decidido. Vamos todos fazer o nosso melhor por Ravena." __Dubledore dar um sorriso gentil.

——"É o mínimo, Dumbledore." __Dar um sorriso tentando controlar sua raiva.

Lyra sai da sala com uma expressão preocupada, sendo seguida por seu marido que antes de sair se despediu.

A ALA HOSPITALAR DE HOGWARTS iluminada suavemente, com o cheiro reconfortante de ervas medicinais. Ravena está deitada em uma cama, cercada por um ambiente acolhedor, mas ainda assim desconhecido.

Ravena abre os olhos lentamente, sua visão ainda embaçada. O teto da sala é familiar, mas ao mesmo tempo distante. Ela tenta se sentar, mas uma pontada aguda na cabeça a faz hesitar.

——"Onde... Onde eu estou?" __Sua voz é um sussurro fraco, quase perdida no ar.

Ela olha ao redor, tentando reconhecer o local. Seus olhos se fixam em uma mulher de costas, que parece estar ocupada organizando alguns frascos.

——"Srta. Ravena, como está se sentindo?" __A voz suave de Madame Pomfrey a interrompe ao se aproximar da cama.

Ravena franze a testa, confusa com a resposta que não vem à mente.

——"Ravena?" __A ideia de que esse nome poderia ser dela mesma a assusta. Por que não se lembrava?

——"Sim, é seu nome, senhorita." __Madame Pomfrey diz com uma gentileza que contrasta com a imagem temida da "Princesa Demônio" que muitos tinham dela.

——"Onde eu estou?" __A pergunta escapa novamente, mais um pedido por clareza do que por desespero.

——"Você está na ala hospitalar de Hogwarts. Deve estar confusa e por isso não se lembra de muita coisa, mas não se preocupe; logo estará bem." __Madame Pomfrey fala com convicção, seu olhar cheio de compaixão.

A porta se abre e Snape entra rapidamente na sala. Seu semblante é sério, mas há uma preocupação palpável em seus olhos escuros.

——"Ravena, minha querida." __Seus passos são firmes até a cama da afilhada. Apesar de sua natureza reservada e imperturbável, Ravena sempre foi a exceção - a filha que ele nunca teve.

Ela o observa atentamente, tentando conectar as peças do quebra-cabeça que sua mente ainda não consegue formar.

——"Quem são vocês?" __A pergunta sai como um eco da dúvida que ecoa dentro dela.

——"Tudo bem, Snape. Ela está se recuperando." __Pomfrey diz suavemente, percebendo o olhar ansioso do homem à sua frente.

Snape hesita antes de responder à garota que ele tanto ama e quer proteger.

——"O que aconteceu comigo?" __As palavras saem como um grito silencioso por respostas. Sua mente está envolta em névoa e ela deseja entender o que levou àquele momento de confusão.

——"Você caiu de uma Firebolt durante uma partida de quadribol. O impacto foi grande porque você caiu de cabeça." __Madame Pomfrey tenta explicar com cuidado para evitar mais confusão.

As palavras dela fazem pouco sentido para Ravena.

——"Firebolt? Quadribol?" __Ela balança a cabeça lentamente; a perplexidade é evidente em seu rosto delicado. ——"Desculpe, mas a senhora me deixou ainda mais confusa. Que dia é hoje?

Os dois adultos trocam olhares surpresos e preocupados. A Ravena que conheciam nunca pedia desculpas por nada - muito menos demonstrava fraqueza ou confusão diante deles. Ela era conhecida por sua língua afiada e suas críticas mordazes; agora parecia uma sombra do que costumava ser.

Madame Pomfrey observa Ravena com empatia enquanto Snape sente um aperto no coração ao ver sua afilhada tão vulnerável e perdida.

——"15 de outubro de 1993" __respondeu Pomfrey.

——"Você vai ficar bem, Ravena. Suas memórias voltarão aos poucos." __Ele segura suavemente a mão dela, um gesto raro para o professor reservado.

——"E quem eu sou realmente?"

Essa pergunta paira no ar como um mistério não resolvido - uma busca pela identidade perdida em meio ao caos.

Diante dessa nova realidade, os dois adultos percebem que terão que ajudar Ravena não apenas a recuperar suas memórias perdidas, mas também a redescobrir quem ela realmente é dentro do mundo mágico e desafiador que sempre conheceu.

——"Por Rowena, graças a Deus que você está bem." __Dean entrou na sala, seu coração batendo acelerado ao ver a filha acordada. Aproximou-se dela e, sem pensar duas vezes, a envolveu em um abraço apertado. Ravena, surpresa pelo gesto repentino, ficou um pouco confusa, mas logo sentiu o calor e a preocupação que emanavam do pai.

——"Você não sabe como eu fiquei preocupado com você, filha. Eu e sua mãe nem conseguimos dormir direito." __As palavras de Dean eram carregadas de emoção, e pela primeira vez desde que acordou, Ravena sentiu algo familiar. O abraço dele trouxe um conforto inesperado que aquecia seu coração.

——"Você é meu pai?" __Ravena perguntou, não porque buscava respostas concretas, mas porque uma parte dela acreditava que ele falava a verdade.

——"Claro que sou seu pai, pequena." __Dean respondeu com um sorriso terno, mas logo percebeu que algo estava errado no olhar da filha.

Madame Pomfrey chamou Dean para uma conversa em um canto da ala hospitalar. Com um tom sério e atencioso, ela explicou que Ravena estava enfrentando uma perda de memória devido ao impacto na cabeça. Apesar disso, garantiu que sua saúde estava estável.

Enquanto isso, Lyra voltava do trabalho. Havia deixado alguém cuidando de algumas pendências no escritório após ter saído abruptamente no dia anterior. Ao entrar em Hogwarts, seu coração disparou ao imaginar como a filha estaria.

——"Por Salazar, ainda bem que você está acordada e bem." __Lyra exclamou ao se sentar na ponta da cama onde Ravena repousava. Ela notou Dean conversando com Pomfrey e direcionou toda sua atenção à filha. ——"Diga-me, Ravena, o que essa tal Angelina fez? Posso dar uma lição naquela coisinha."

Ravena analisou a mulher à sua frente: cabelos curtos e loiros, pele pálida e lindos olhos azuis que transmitiam preocupação genuína. A elegância de suas roupas casuais contrastava com o ambiente hospitalar.

——"Não há necessidade de se preocupar," __Ravena respondeu suavemente. ——"Foi tudo um acidente... Já estou me sentindo melhor."

——"Mas de qualquer jeito precisamos sair daqui." __Lyra insistiu.

——"Eu realmente estou bem," __Ravena reafirmou com um sorriso encorajador. ——"Só estou tendo dificuldades em lembrar de algumas coisas." __Ela sentia que aquela mulher era sua mãe e o homem que a abraçou era seu pai; no entanto, além disso, tudo parecia nebuloso.

Madame Pomfrey explicou a situação para Lyra enquanto Dean observava em silêncio. Mesmo assim, Lyra insistiu em levar a filha para o Hospital St. Mungo. Pomfrey interveio rapidamente:

——"Trouxe um bruxo desse hospital e ele disse que Ravena está com perda de memória. É melhor deixá-la aqui em Hogwarts, onde ela tem amigos próximos... Inclusive Júpiter, seu irmão mais novo."

Dean tomou coragem para apoiar Pomfrey: ——"Conversei com Pomfrey e Dumbledore; acho que é melhor Ravena ficar aqui. Ela está fora de perigo e só precisa recuperar suas memórias aos poucos."

Lyra suspirou profundamente: ——"Eu sei que você vai insistir nisso, Daniel. É melhor deixá-la em Hogwarts; na mansão ela vai ficar sozinha sem nós por perto." __A aceitação estava presente em sua voz, embora a preocupação ainda pesasse em seu coração.

Após algum tempo conversando e trocando promessas sobre visitas frequentes e cartas perguntando pela saúde da filha, Lyra e Dean se despediram. Com os corações apertados mas determinados a cuidar dos seus trabalhos inadiáveis, eles deixaram o Hogwarts sabendo que Ravena estava cercada por cuidados e apoio.

A sala ficou mais silenciosa após a saída dos pais; Ravena olhou ao redor e sentiu-se perdida em meio à confusão das lembranças ausentes. Mas havia algo reconfortante no ambiente - talvez fosse o carinho dos familiares ou as paredes do castelo que sempre foram sua casa - algo que sussurrava para ela: "Você vai encontrar seu caminho de volta."

Já eram oito da manhã e, como era uma terça-feira, algumas salas estavam ocupadas com aulas. Cedrico Diggory correu em direção à ala hospitalar, seu coração acelerado pela ansiedade de ver sua ex-namorada. Ao entrar, ele a encontrou sentada na ponta da cama, com um olhar que misturava confusão e alívio.

——"Por Merlin, graças a Deus." __Sentou-se ao lado dela, seus olhos fixos na loira que tanto lhe importava.

——"Deixa eu adivinhar... Você é meu namorado?" __Ravena insinuou, lembrando-se das informações que Pomfrey havia compartilhado com ela. Havia um brilho travesso em seus olhos, como se ainda houvesse uma faísca de sua antiga personalidade.

——"Ex, na verdade." __Cedrico corrigiu com um sorriso suave enquanto a abraçava. A preocupação transparecia em seu rosto. ——"Eu juro que vim te ver assim que soube do acidente. Mas Pomfrey não me deixou entrar; você estava dormindo."

Ele analisou cada detalhe dela, procurando por machucados visíveis. Ravena parecia frágil, mas havia uma força dentro dela que ele sempre admirou.

——"Qual é o seu nome?" __ela perguntou, tentando puxar a memória.

——"Cedrico. Sou Cedrico Diggory. O seu amor épico." __brincou ele, tentando quebrar a tensão no ar com um sorriso aliviado. Ele sabia da situação delicada e queria fazer tudo parecer mais leve.

——"Parece que tem bastante gente preocupada comigo. Hoje recebi várias visitas." __Ravena comentou, um tom de gratidão na voz.

——"Claro que sim! E mesmo se não tivesse ninguém, você ainda tem a mim." __ele segurou suas mãos com firmeza. ——"Você não sabe o quanto fiquei preocupado. Mas agora estou aliviado por saber que está bem."

——"Eu estou bem," __Ravena respondeu com um sorriso tímido. ——"Madame Pomfrey disse que preciso ficar perto dos meus amigos para me lembrar de quem eu fui."

——"Você vai lembrar." __Cedrico se levantou lentamente, relutante em deixar aquele momento seguro. ——"Infelizmente, tenho uma chata aula de História da Magia me esperando. Passei rápido só para ver como você estava."

——"Vai lá." __Ravena disse, e Cedrico saiu da ala hospitalar com um aceno de cabeça e um olhar cheio de preocupação.

Assim que ele se foi, Ravena sentiu uma onda de solidão misturada com determinação crescer dentro dela. Ela precisava explorar o castelo; talvez as paredes antigas e os corredores familiares ajudassem a recuperar suas memórias perdidas. Com um profundo suspiro, levantou-se da cama e viu algumas roupas ao lado da cama, pareciam ser dela.

——"Eu tenho um estilo bem... Estranho." __diz ao perceber as roupas pretas. Era uma calça jeans preta, uma blusa preta de mangas longas com uma caveira no centro, e uma bota preta.

Então Ravena se vestiu após fechar a porta e logo depois começou a andar lentamente pelos corredores de Hogwarts.

Ao caminhar pelos corredores amplos e cheios de vida, Ravena avistou alunos usando uniformes e as gravata de cores vibrantes de suas casas: vermelho para Grifinória, amarelo para Lufa-Lufa, azul para Corvinal e verde para Sonserina. A diversidade das cores a deixou confusa; O que aquilo significava? Alguns alunos a olhavam estranhamente enquanto ela passava, como se notassem sua incerteza.

Enquanto explorava os corredores do castelo, Ravena virou uma esquina abruptamente e esbarrou em alguém. O impacto quase a fez cair no chão. Olhando para cima, encontrou um garoto ruivo e alto - ele parecia ter mais de 1,90m de altura.

——"Ei! Desculpe! Você está bem?" __Fred Weasley perguntou com preocupação genuína nos olhos.

Ravena sentiu as bochechas corarem levemente ao encará-lo. ——"Sim... estou bem," __disse timidamente, tentando esconder sua confusão.

——"O que você está fazendo andando por aqui sozinha? Parece perdida," __Fred comentou com um sorriso descontraído.

——"Na verdade," __ela começou hesitante, ——"eu só... não aguento mais as pessoas fazendo perguntas sobre mim." __Ela falou isso gentilmente, tentando manter o tom leve apesar do peso das palavras.

Fred ficou surpreso ao perceber que ela estava conversando com ele sem o habitual sarcasmo ou hostilidade que costumava marcar suas interações anteriores. A preocupação ainda pairava em seu olhar enquanto ele tentava entender essa nova dinâmica entre eles.

——"Mesmo que não goste da minha presença, eu fui te ver mas estava dormindo e pela a manhã seus pais estavam com você." __Fred se explica. ——"Eu tava preocupado, mas pelo vejo está bem."

——"Por acaso somos amigos, ou algo assim?" __Ravena pergunta curiosa.

——"Amigos? É meio que impossível pra você." __Fred responde simples.

——"E por que seria?" __A loira perguntou confusa.

Fred encarou a Corvina e percebe que tinha algo errado.

——"Ravena, tá tudo bem mesmo com você?" __O Weasley perguntou cuidadoso.

——"Tirando a perda de memória, eu estou ótima." __Respondeu simples.

——"Perda de memória?" __Fred diz surpreso.

——"Sim, então qual é o seu nome mesmo? Parece ter minha idade." __A Ravenclaw o analisou.

——"Fred Weasley, temos a mesma idade." __Respondeu o ruivo ainda surpreso.

——"Poderia me mostrar onde meu irmão está?" __perguntou ao se lembrar do mais novo.

——"Não posso, Júpiter está em aula. Inclusive eu também deveria estar, mas eu pedi pra ir ao banheiro." __Fred diz ainda apreciando a presença da loira.

——"Ao banheiro ou vir me ver?" __Perguntou brincalhona, e ver o rosto do Weasley ficar corado.

——"Eu estava preocupado, e ansioso demais." __O ruivo tenta se explicar. ——"Já que parece perdido, posso te contar o que está curiosa pra saber."

——"Você está em aula...

——"Tudo bem, qualquer coisa eu digo que tava com dor de barriga." __disse simples fazendo a loira rir.

Ravena sorriu levemente; talvez aquela fosse uma chance inesperada de descobrir não apenas sobre Hogwarts, mas também sobre si mesma.

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Capítulo grande.

Queria focar mais no acidente da Ravena, mas os próximos capítulos serão mais voltados em Fred e Ravena.

Fred surpreso por Ravena não ter xingado ele na primeiro segundo.

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