Grosso | ᴄɪɴᴄᴏ

Imagine que cinco passou o dia sendo grosso com você
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S/n point of view:

Era um sábado de sol, eu estava tentando descobrir algo para fazer, ou com um dos irmãos Hargreeves ou com cinco, porém o humor de Cinco estava sombrio, e eu já sentia que o dia não iria terminar bem, então precisava pensar direito.

Procurei Klaus porém Viktor disse que ele não estava, procurei Alisson mas ela foi ver sua filha, pensei em procurar Luther só que não me dou bem com ele, procuro Diego mas ele estava com lila, então o único jeito era ficar nessa casa gigante sem fazer nada, desci para a cozinha quando chegou a hora do almoço, não tinha ninguém lá alem de cinco com sua xícara de café.

— Cinco, oque acha de sairmos para almoçar? Nenhum dos nossos irmãos estão aqui, não tem graça ter apenas nós dois na cozinha.— falei, pensando que seu estresse já havia passado.

— Não tô afim.— respondeu seco, não falei mais nada porque se não iria acabar com os dois brigando, então comecei a preparar a mesa.

Uns minutos depois, ouvi um suspiro longo e irritado vindo de Cinco, enquanto ele mexia no celular após tomar seu café, preparei a mesa com cuidado, como sempre fazia, mas a impaciência dele era palpável, e estava me incomodando.

— Você pode, por favor, parar de fazer tanto barulho com esses talheres?.— Cinco resmungou, sem desviar os olhos da tela do telefone.

Parei, surpresa com o tom dele, mas tente ignorar.

— Desculpa, eu só estava tentando arrumar tudo para a gente almoçar juntos.— explico deixando os talheres e os dois pratos sobre a mesa.

Cinco bufou, se levantando da mesa de repente.

— Não precisa ficar se explicando por tudo, S/n. Às vezes você é tão... insuportavelmente perfeccionista.— falou, isso era um elogio ou um insulto? Acho que elogio não foi.

Eu permaneci imóvel por alguns segundos, e senti meu coração apertar com a grosseria inesperada. Até que era comum ele agir assim, porém ele agia mais assim com seus irmãos, ele tentava ser bom comigo, palavras dele, mas hoje parece diferente, Alguma coisa incomodava ele e fez ele agir assim comigo, eu acho. E o problema maior, cinco poderia tentar ser gentil comigo, porém ele nunca se abria abertamente para mim.

(...)

O dia seguiu, mas a atitude do Cinco não melhorou, pelo contrário, só piorou.

Durante o fim da tarde, eu chamei Klaus para ir ao parque comigo e ele topou, então falei que chamaria Alisson e Cinco, caminhei até o quarto e o avistei lá, deitado e pensativo.

— Que tal irmos ao parque hoje? Chamei o Klaus e vou chamar a Allison, podemos fazer um piquenique ou qualquer coisa que me tire do tédio.— sorrio fraco.

— Por que você insiste em coisas tão infantis?.— Cinco respondeu, sem sequer olhar para mim, ainda olhando o teto.— Eu tenho outras coisas para fazer. Não estou com vontade de ficar correndo atrás de você e do Klaus no parque como dois idiotas infantis.

Aquelas palavras me atingiram profundamente. Eu sabia que ele estava irritado, mas a forma como ele falava comigo era injusta, suspirei, Tentando manter a calma.

— Outras coisas para fazer? Como ficar deitado olhando para o teto?..Eu só queria que a gente passasse um tempo juntos, Cinco.— cruzei os braços.

Ele finalmente me encarou.

— E eu só queria um pouco de paz. Você está me sufocando com essa necessidade de fazer tudo junto o tempo todo. Preciso de um espaço, será que dá pra entender?.— disse frio, me deixando incomodada com o jeito dele, acho que me acostumei com ele sendo gentil comigo e esqueci por um momento do completo babaca que ele era.

Então, senti as malditas lágrimas começarem a se formar, mas as engoli, não quero mostrar o quanto aquilo estava me matando, me direcionei a porta e sai.

— fecha a porta!.— ouço seu grito do quarto; então com meu poder, ergui a mão para porta fazendo ela abrir mais, ouvindo um suspiro do moreno e desci as escadas.

— Eai? Ele vem?.— Klaus parado na escada, me olhou.

— vamos deixar para sair a noite, é melhor, apenas eu e você, esquece aquele idiota.— falei.— desculpa Klaus.— sorri fraco para ele que pareceu sentir pena. Então me direcionei até o jardim da casa, permanecendo sentada na grama.

(...)

Já estava anoitecendo, eu chamei o pessoal para assistirmos um filme, todos toparam, até o merdinha do cinco, então estamos todos aqui, sentados no sofá em frente à televisão na sala.

— Isso é uma completa Idiotice! Se fosse eu já teria saído correndo dessa casa só com um barulho estranho.— comentei sobre o filme de terror que assistíamos.

— nem me fale.— Luther comentou e dei risada.

— com medo macacão? Olha seu tamanho.— rio.

— Luther, temos poderes cara, quem seria esses espíritos perto de nós?.— Diego, convencido claro, disse.

— muito convencido você não?.— sorri.

Durante o filme, cinco mal falou comigo ou com seus irmãos, ou até abriu a boca, e quando abria, era apenas para reclamar de algo pequeno e sem importância.

— Olha atrás!.— agarrei o braço de Klaus que dava risada comigo, mas também dava uns gritos engraçados, fazendo cinco revirar os olhos.

— Por que você tem que ficar comentando o filme a cada cinco minutos? Não dá pra só assistir em silêncio? Oque vocês dois tem?.— ele resmungou, fazendo todos nós olharmos para ele, vi seus irmãos olharem confusos com sua atitude repentina , já estavam acostumados claro, mas foi de repente.

Com minha paciência indo embora, abri a boca.

— Cinco, o que está acontecendo com você hoje? Desde que acordou, você está sendo grosso comigo sem motivo algum!.— falei, ouvi um "ixi" de Klaus e um "Shii" de Alisson.

Ele a encarou por um momento, como se estivesse prestes a responder algo, mas desistiu e desviou o olhar.

— Nada, S/n. Só... me deixa em paz, tá?

— Deixar você em paz?.— repeti.— eu não sei se você se lembra, mas Eu sou sua namorada, Cinco. Eu não mereço ser tratada assim, principalmente quando eu não tenho culpa, alias, eu por acaso fiz algo para você estar me tratando desse jeito?

Cinco passou a mão pelo cabelo, claramente frustrado.

— Eu só estou tendo um dia ruim, tá bom? E vocês me estressam! Por que você não pode simplesmente aceitar isso?.— falou e vi Luther abrir a boca se sentindo atingindo com o "vocês me estressam".

Não aguentando mais, sai do sofá, vendo todos me olhar, sentindo as lágrimas tentarem invadir novamente.

— Todos nós temos dias ruins, Cinco. Mas isso não te dá o direito de ser cruel comigo.

— Cinco. Qual seu problema cara?.— Diego falou e cinco olhou para ele, porém desviou e o ignorou.

Ele ficou em silêncio, parecendo sem saber o que dizer. Pela primeira vez naquele dia, algo no rosto de Cinco mostrava arrependimento, mas ele ainda não conseguia demonstrar isso.

Olhei para ele por um longo momento, esperando uma resposta, um pedido de desculpas, qualquer coisa, algo que mostrasse que ele se importava comigo, Mas nada veio. Cinco estava preso em seu próprio orgulho, como sempre.

Não fiz mais nada, apenas me teleportei para meu quarto, o mesmo de cinco, então minutos depois vi ele se teleportar também.

— Cinco, a gente precisa conversar.— digo, com um tom firme, mas controlado.

— Sobre o quê?.— me olhou.

Cruzei os braços respirando fundo, já sentindo a raiva subir.

— Você sabe sobre o quê. Sobre como você tem me tratado ultimamente. Não dá mais para continuar assim.— falo.

Cinco me olha com uma expressão de tédio.

— Lá vem você de novo, S/n. Todo dia é a mesma coisa. Você reclama de tudo. Não cansa, não?.— foi rude novamente.

Aquilo foi a gota d'água para mim, senti meu coração apertar e o rosto esquentar de raiva, e as lágrimas novamente quererem descer, mas não só de angústia, e sim raiva.

— Você está falando sério? Eu tento conversar com você e é assim que você responde? Cinco, você está sendo grosso comigo o dia todo! Eu só quero entender por que!? Oque eu te fiz? Porque caralhos você mudou seu comportamento comigo?

— Mudou? Eu não mudei nada. Você que fica criando problema onde não tem. Eu tô cansado dessas suas cobranças.— falou e dei uma risada irônica virando o rosto, não acreditando naquelas palavras.

Dei um passo à frente, o olhar firme.

— Cobrança? Eu só estou pedindo respeito, Cinco. Você me ignora, me trata com grosseria e parece que nem liga mais para nós dois. Eu estou cansada de tentar te agradar e só receber patadas em troca, se você está nervoso com sua família, o errado aqui é você, o problematico aqui é você!

Cinco passou a mão pelo cabelo, irritado, e começou a andar de um lado para o outro.

— Você faz drama por qualquer coisa. Eu estou ocupado, tenho meus problemas também, sabia? Só que você acha que tudo gira em torno de você.

— Ah, então agora eu sou egoísta?.— rebati, com a voz cheia de dor e raiva.— Eu sou egoísta porque quero que você me trate bem? Que você, pelo menos, me ouça? Não sou eu que passo o dia inteiro tomando café e te ignorando.— bufei.

Ele parou de andar e me encarou, frustrado.

— Você realmente acha que eu não tenho mais o que fazer além de lidar com as suas inseguranças, S/n? Todo dia é a mesma ladainha. "Ah, Cinco, você não me dá atenção" " ah cinco, oque você tem?" "Ah cinco, porque tá me tratando assim?" " Cinco, por que você é assim?" Eu estou sufocado!.— admitiu, fazendo meu peito doer mais ainda.

Ele estava sufocado, por minha causa, ele se sentia preso a mim?

As palavras dele me atingiram como um soco, então as malditas Lágrimas caíram.

— Sufocado? Então por que você está comigo? Se eu sou esse peso todo, por que você não me deixa logo?!.— falei alto, limpando minhas lágrimas me recusando a deixa-las cair mais.

Cinco respirou fundo, apertando os punhos ao lado do corpo.

— Não é isso que eu quis dizer...— ele tentou se explicar.

— É exatamente isso que você quis dizer!.— gritei, com minha voz quebrando.— Você não se importa mais, Cinco. Você está cagando para mim, ou para nosso relacionamento, E Eu estou tentando manter isso aqui funcionando, tentando ser compreensiva, tentando te apoiar, e você só me joga para longe!

O silêncio ficou, Cinco não me respondeu de imediato. Ele me observava, ele sabia que suas palavras tinham me ferido, mas o orgulho e a raiva que sentia ainda não permitiam que ele recuasse, que ele falasse comigo. E eu odeio isso.

— Eu só... eu só quero que você pare de fazer tudo ser tão complicado.— ele disse, mais baixo, mas ainda irritado, então balancei a cabeça, incrédula.

— Você realmente não entende, né? Eu só queria alguém que me tratasse como se importasse. Que me respeitasse. Mas parece que isso é pedir demais pra você, você só faz isso quando não está tendo seus surtos, mas quando fica irritado, a primeira pessoa que desconta sua raiva, sou eu, e a trouxa aqui tenta não explodir junto e não acabar com tudo!.— falo alto.— mas eu tô cansada cinco.

— Talvez eu realmente não entenda.— Cinco disse, jogando as mãos para o alto, em um gesto de rendição. — Porque pra mim, parece que você quer um cara que te mime o tempo todo, e isso eu não sou.

Ri, mas era um riso amargo.

— Eu não quero ser mimada, Cinco, Eu só quero ser tratada como alguém que você ama. Mas parece que nem isso você consegue mais.— mordi o lábio e quando pisquei, senti a lágrima cair.

Vendo que ele não diria mais nada, decidi sair.

Peguei minha bolsa, e caminhei em direção à porta.

— quer saber, que se foda, eu cansei de tentar fazer isso funcionar sozinha. Se você não quer estar comigo, tudo bem. Mas eu não vou mais implorar pelo seu respeito.— falei seca.

Então vi ele dar um passo à frente, hesitando.

— S/n espera...— Eu parei na porta.

— Eu esperei tempo demais, Cinco. Agora é você quem tem que decidir o que realmente quer. Se for isso... se for essa pessoa grossa e distante que você se tornou, então eu prefiro ir embora.— falei rude, assim dando as costas e batendo a porta.

Cinco ficou ali, parado, sem saber o que dizer. Ele sabia que estava errado, que a havia me magoado profundamente, mas o peso do orgulho ainda o segurava. E antes que pudesse reunir a coragem para falar algo que pudesse mudar o rumo daquela briga, eu sai, batendo a porta atrás de mim.

S/n point of view
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— Eu vou sair um pouco.— falei quando desci as escadas vendo meus irmãos ainda ali.— me desculpem gente, podem continuar o filme sem mim.

Sai pela gigante porta de entrada, sentido a neblina, estava escuro, porém nao muito, então comecei a caminhar sem rumo.

Narradora point of view:

Cinco ficou ali, parado depois que S/n saiu, ele desceu para sala e viu seus irmãos nos mesmos lugares, cinco sentiu um peso no peito que ele não sabia como lidar. Ele sabia que tinha sido injusto com ela, sabia que a estava machucando, mas algo o impedia de se abrir, ele nunca conseguia se abrir para ela.

— você vacilou cara.— Diego levantou do sofá.— como sempre.— saiu indo para cozinha.

— Velho.— Ouviu Klaus dizer e subir as escadas.

(...)

Já era tarde da noite, e nada de S/n aparecer, cinco esperou por ela para conversarem no sofá, porém ela não apareceu, ele estava tomado pela culpa, com uma dor no peito, um arrependimento, medo de algo ter acontecido, por sua culpa. De tanto os irmãos, principalmente Viktor derramar uma chuva de sermões e besteiras que ele fez, o fez Perceber que ele foi um idiota.

O silêncio da casa finalmente o incomodou o suficiente, todos dormiam, exceto Cinco que pegou o telefone e mandou uma mensagem para S/n.

"Desculpa. Eu fui um idiota hoje. Podemos conversar?"

Ele ficou olhando para a tela, esperando, sabendo que, talvez dessa vez, as desculpas não fossem suficientes.

Com suas pernas balançando, a cabeça doendo, as peles que tirava aos poucos da bochecha por dentro da boca, nervoso, e pensando o porque S/n ainda não tinha aparecido, era por volta das 02:50, e nada dela, ele andava de um lado para o outro, sentava no sofá e se levantava, se teleportou para o quarto para esperar por ela lá, mas novamente se teleportou para sala.

Cinco estava na sala outra vez, inquieto, olhando pela janela enquanto a noite avançava. Já eram quase três da manhã e S/n não tinha voltado. Desde a briga mais cedo, ele sabia que as coisas estavam ruins entre eles, mas não esperava que ela simplesmente desaparecesse sem dar notícias. Ligou algumas vezes, mandou mensagens, mas nada. O sentimento de culpa misturado com a preocupação estava começando a sufocar o moreno.

Ele estava prestes a tentar ligar para ela mais uma vez quando ouviu o barulho da porta da frente sendo destrancada. Cinco se virou rapidamente, com coração disparado, e viu S/n entrar, e logo ele percebeu que algo estava errado. Seus passos eram vacilantes, o cabelo bagunçado, e ele sentiu o cheiro forte de álcool no ar assim que ela entrou.

— S/n?.— Cinco chamou, sua voz cheia de preocupação.

Ela se apoiou na porta, tentando se equilibrar mas claramente estava bêbada. Quando finalmente levantou o olhar para ele, Cinco deu alguns passos rápidos em sua direção, estendendo as mãos para segurá-la caso ela caísse.

— Você está bem? Onde você estava? Eu estava preocupado!.— Ele segurou seus ombros, tentando manter ela de pé.

S/n deu uma risada amarga, sua voz arrastada.

— Preocupado? Você estava preocupado? Engraçado, porque não parece que você se preocupa comigo quando me trata como se... como se eu não significasse nada.— disse.

Ela o empurrou levemente, tropeçando para o lado, mas Cinco a segurou com firmeza.

— S/a, por favor, senta. Você bebeu demais.

Ela o ignorou e continuou a falar, sua voz trêmula e cheia de dor, enquanto lágrimas começavam a se acumular em seus olhos.

— Eu bebi, sim, idai? é a única coisa que parece me fazer esquecer o quanto dói. O quanto dói ser tratada assim por você. Eu só... eu não entendo, Cinco. Por que você faz isso comigo?.— essa pergunta fez o peito de Cinco doer, de culpa.

Ele engoliu em seco, sem saber como responder de imediato. Vê-la assim, tão machucada, só aumentava sua culpa. Ele tentou guiar a mesma até o sofá, mas S/n se desvencilhou de suas mãos, cambaleando um pouco, mas ainda olhando para ele com olhos marejados.

— Você... você não me ama mais, não é?.— Ela perguntou de repente, sua voz baixa.— Por que mais você me trataria assim? Por que mais você seria tão frio, tão distante? Eu sou um problema pra você, não sou?

As palavras dela cortaram fundo. Cinco sentiu o estômago revirar.

— não diz isso. Claro que eu te amo. Eu te amo, sim, mas...— Ela o interrompeu, a voz subindo um pouco, embriagada pela dor e pelo álcool.

— Mas o quê? Se você me ama, por que você é assim? Por que você me machuca? Eu faço tudo por você, Cinco! E você... você só me trata como se eu fosse... descartável.

Cinco sentiu um nó se formar na garganta. Ele se aproximou dela de novo, tentando não deixá-la cair.

— Por favor, para. Eu sei que fui um idiota, sei que te machuquei, mas eu nunca quis te tratar assim. Eu só... eu não sei como lidar com as minhas próprias coisas, e acabo te magoando, Eu..— ele procura palavras, e procura pisar me seu orgulho.— Eu sinto muito.

Ela balançou a cabeça, as lágrimas finalmente caindo.

— Sente muito? Eu só... eu só queria entender. Eu só queria saber por que o cara que eu amo... o cara que disse que sempre estaria ao meu lado, está me afastando. Eu não sou boa o suficiente pra você, Cinco?.— sua voz arrastada.

Cinco sentiu o peito apertar ao ouvir essas palavras, novamente. Ele nunca quis que S/n se sentisse assim, nunca quis que ela pensasse que o problema estava nela.

— Não! não é isso. Não tem nada a ver com você. Você é boa demais pra mim, é isso. E eu sei que não tenho sido o cara que você merece.

Cinco estava ajoelhado à frente de S/n, segurando suas mãos enquanto ela soluçava, embriagada e magoada. Ela balançou a cabeça levemente, tentando entender o que ele dizia, mas ainda estava ferida pelas palavras que ele disse mais cedo.

— Se... se eu não sou o problema.— S/n começou, a voz trêmula, Ela olhou diretamente nos olhos dele, buscando uma resposta sincera.— Por que você disse que estava... sufocado? Por que disse que eu estava te sufocando?.

Cinco engoliu em seco, sentindo o peso daquela pergunta. As palavras que ele havia jogado de forma impensada na briga mais cedo agora voltavam com toda a força. Ele sabia que tinha sido cruel, que o orgulho e a frustração o haviam feito dizer coisas das quais ele se arrependia profundamente, mas agora, diante dela, tudo parecia pequeno em comparação com a dor que causou.

— S/n eu... eu não quis dizer aquilo do jeito que saiu.— ele começou, sua voz quase um sussurro.— Eu estava irritado, frustrado comigo mesmo, com tudo ao redor... E eu acabei descontando em você. Eu não quis dizer que você me sufoca. É tudo culpa minha, minhas próprias inseguranças, meus problemas. Não é você.

Ela balançou a cabeça, os olhos ainda cheios de lágrimas.

— Então por que você disse aquilo? Você sabe o quanto me machucou? Eu me sinto... como se eu fosse demais pra você, como se você não me quisesse mais perto.

Cinco sentiu o peito apertar ainda mais. Ele soltou uma das mãos dela para acariciar seu rosto suavemente, tentando confortar ela.

— Eu disse aquilo porque estava com medo, eu acho...que Medo de não ser bom o suficiente pra você. E ao invés de lidar com isso, eu te empurrei para longe. Eu sei que pareceu que eu estava culpando você, mas o problema sempre fui eu.

Ela olhou para ele, ainda confusa, sua mente meio aérea.

— Mas como... como eu não vou pensar que sou o problema? Você disse que eu te sufocava, Cinco. Como você acha que eu me senti ouvindo isso? Porque só se abre comigo quando Estou bebada? Eu precisei beber para você dizer oque sente para mim.

Ele suspirou, sentindo o arrependimento pesar sobre seus ombros.

— Eu sei que fui horrível. Eu sei que o que eu disse foi idiotice, Mas, por favor, acredita em mim, S/n. Não é você. Eu estava me sentindo sufocado, sim, mas pelos meus próprios problemas, pelas minhas falhas, minhas coisas ok? E Eu estava com tanto medo de te perder que acabei te afastando.

Ela piscou algumas vezes, tentando processar o que ele dizia. Suas mãos tremiam levemente enquanto ela apertava a dele, buscando um pouco de conforto.

— Eu só... eu só queria que você tivesse me falado isso. Em vez de me tratar como se eu fosse o problema, como se eu fosse o motivo da sua infelicidade.

Cinco a puxou delicadamente para um abraço, sentindo o corpo dela ceder, ainda fragilizado e vulnerável. Ele sentiu o cheiro forte do álcool misturado com as lágrimas que ainda caíam silenciosamente.

— Eu sei. Eu devia ter falado com você. Devia ter confiado em você em vez de deixar o orgulho e o medo tomarem conta. Mas eu estou aqui agora, Amor, eu prometo que vou mudar isso.

Ela respirou fundo, ainda de olhos fechados contra o peito dele. A dor ainda estava ali, mas, no fundo, ela queria acreditar que ele podia ser diferente, que havia uma chance de eles se encontrarem novamente, sem o peso das palavras que os feriram.

— Eu só... só quero que você me ame de verdade, Cinco. Que você não me faça sentir como se estivesse... errada por querer estar ao seu lado.— S/n sussurrou, a voz ainda embargada.

Ele a apertou mais forte, com os olhos cheios de arrependimento.

— Eu te amo, S/n, Eu nunca vou deixar você se sentir assim de novo. E vou te mostrar que você nunca foi o problema. Eu sou o único que precisa mudar, olha pra mim.— ele pediu, e assim ela o fez.— Eu fui um merda, Eu sei que não tenho te tratado como você merece. Mas eu te amo. Eu nunca deixei de te amar.

— Você diz isso... mas eu estou com medo, Cinco. Medo de que você nunca mude. Medo de continuar me machucando.

Ele apertou mais ela contra seu peito.

— Eu vou mudar, Eu vou lutar por você, por nós. Eu não quero que isso acabe assim, e eu sei que tenho que fazer melhor. Só... me dá uma chance de provar que eu posso ser diferente.

ainda confusa e fragilizada pelo álcool, mas uma pequena parte dela, mesmo naquele estado, queria acreditar nele. Ela levantou a cabeça novamente e deitou em seu ombro, Eu só quero... eu só quero ser feliz com você. Só quero sonolenta.— eu só quero que a gente volte a ser como era antes.

— Eu também quero isso. E eu vou fazer o que for preciso pra consertar isso. Eu prometo.

O silêncio permaneceu, então Cinco, ainda com culpa, a chamou.

— S/n?.— chama, mas nada, então ele abaixa a cabeça vendo a mesma dormir em seu ombro; então sorriu fraco, e a pegou no colo, a teleportando para o andar de cima, sem fazer barulho, cinco deixou a mesma na cama, tirou seus sapatos, e sua bolsa que ainda estava em seu ombro, então a cobriu, sentando ao lado da garota que tinha manchas das lágrimas em sua bochecha, então ele as limpou.

— Me desculpa.— disse, por fim. Deixando um selar em sua boca ao mesmo tempo que acariciava sua bochecha.— eu não mereço você.— disse com culpa.

— Eu..Te amo.— ouço ela dizer de repente e abri um sorriso, ela dormia.— mas ainda sim eu odeio você.

— eu também te amo, Amor.— falei, tentando ignorar a última parte que me deixou incomodado, uma parte dela realmente me odiava, pelo oque fiz e oque faço, mas Estou disposto a melhorar por ela.

(....)

Caraca, esse aqui doeu meus dedos em. Puta merda.

Mas valeu a pena, adorei 🫦🫶🏻❤️

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