A verdade é dolorosa.

Capítulo 29:
A verdade é dolorosa.
LILI REINHART

Não posso nem imaginar o quão dolorosa essa situação está sendo para Rachel. Estar comigo dentro do carro nesse momento, me levando para San Francisco, para conhecer minha mãe biológica, deve estar machucando-a, talvez fazendo-a achar que ela não é o suficiente, mas a questão não é essa.

A verdade é que eu preciso olhar nos olhos da mulher que me abandonou e questioná-la do porquê. Queria saber o motivo dela para ter me deixado para trás ainda tão pequena. Queria saber por que ela nunca me procurou antes ou voltou ao orfanato em que me deixou e eu permaneci por dezesseis anos. A única maneira que eu tinha de perdoá-la para seguir em frente com a minha nova família seria entendendo seus reais motivos.

Quando Rachel estacionou em frente ao restaurante em que marcamos encontro com minha mãe biológica, também conhecida por Daisy, eu senti meu estômago dar uma cambalhota de 360 graus dentro de mim. O enjoo tomou conta de meu corpo, e o mesmo ficou tão gelado como se eu estivesse morta a três dias. Rachel, ao se dar conta do meu nervosismo, tomou minha mão e a afagou, me oferecendo um sorriso cúmplice e reconfortante.

- Vai ficar tudo bem, ok? - suspirou e arrumou uma mecha do meu cabelo que pendia em meu rosto. - Eu estou com você, e vou respeitar qualquer que seja a sua decisão.

- Eu não estou planejando morar com ela, ok? - sorrio, segurando a mão de Rachel que estava na minha. - A única mãe que eu reconheço como minha é você, ok? Você é a única pessoa que fez papel de mãe para mim e por mim em dezesseis anos, Rachel. Eu não vou a lugar nenhum.

Sem dizer nada, Rachel me abraçou apertado. Na verdade, ela não precisava dizer nada, pude sentir tudo o que ela pensava e sentia naquele abraço.

Precisei me recompor no pequeno caminho até o restaurante, já que aquela breve conversa com Rachel havia me emocionado bastante.

Quando passei pelas portas do restaurante com Rachel ao meu lado, nem precisei olhar muito para achar a tal mulher de quem minha mãe havia me mostrado a foto. Daisy Reinhart era assustadoramente parecida comigo, os olhos grandes, o cabelo naturalmente loiro escuro, o formato do rosto. Era como se eu tivesse sido feita na mesma forma que ela. Mas, a nossa diferença, é que eu jamais abandonaria uma filha e reapareceria como se nada tivesse acontecido dezesseis anos depois.

Ao nos aproximarmos, Daisy colocou-se de pé e sorriu, vindo em minha direção. Num reflexo, dei um passo para trás, e educadamente estendi minha mão num sinal de comprimento.

- É um prazer conhecê-la. - Rachel cortou o silêncio constrangedor, e me guiou para que eu me sentasse depois que a mulher a nossa frente soltou minha mão.

- Você é tão linda e tão parecida comigo. - Daisy ignorou completamente a educação de Rachel, o que de cara, já me irritou bastante.

- O que fez você me procurar depois de tanto tempo? - questionei de uma vez. - O que fez você me abandonar, em primeiro lugar? - disparei.

- É um assunto muito íntimo, Lili... Eu... Você se importaria se conversássemos a sós por alguns minutos? Prometo não tomar muito do seu tempo? - sua atenção mudava de mim para Rachel.

- Você está bem com isso? - Rachel sussurrou e eu movimentei a cabeça em afirmação, olhando-a brevemente nos olhos. Ela colocou-se de pé e beijou a minha testa. - Vou dar uma olhada nas lojas de sapato do bairro, e volto em uma hora. Qualquer coisa, me ligue e eu volto no mesmo instante.

- Obrigada. - sussurrei.

Engolindo em seco, voltei minha atenção para Daisy.

- Estamos a sós, você pode responder minhas perguntas agora? - questionei em voz baixa.

- Me desculpe, querida, - Daisy sorriu de maneira cínica e eu respirei fundo. - mas, eu não vim aqui contar para você a história triste da garotinha que foi largada pela mamãe num orfanato cheio de pulgas.

A encarei totalmente chocada. Ela não podia estar falando sério.

- Vim aqui por isso. - continuou, empurrando para a mesa duas folhas de ofício com seis fotos impressas em cada uma. - Ah, e também para trazer um recado de um amigo seu... Chaze? Jace? Foi ele quem me arranjou essas belas fotos. Vocês fazem um lindo casal, devo admitir.

Esse tempo todo, eu não conseguia desviar os olhos da face ameaçadora de Daisy, mas, quando ela citou nomes parecidos com o de Chace, e citou a palavra "casal", meus olhos foram imediatamente para as folhas em minha mão.

Meu coração parou no peito.

Eram fotos minhas com o Cole. Nos beijávamos na maioria delas, e em outras estávamos abraçados como um casal.

Engoli em seco e a encarei.

- Tem várias outras de onde vieram essas. Devo admitir que não gostei de ver fotos suas na cama com seu irmão riquinho, mas seu amigo é bem perspicaz e conseguiu se enfiar em lugares inimagináveis.

Senti meu corpo esquentar de raiva e pavor. Minha visão estava embaçada, denunciando que em breve eu começaria a chorar como uma criança desesperada.

- O que você quer com isso? - questionei entredentes, com a voz embargada. - Você sabe muito bem que essas fotos arruinariam a vida da minha família.

- Oh, não, querida... Não são as fotos que vão arruinar sua família, você vai, caso não fizer o que eu mandar.

- O que diabos você quer? - grunhi, secando meu rosto com raiva e amassei os dois papéis em minhas mãos.

- Pode amassar, eu tenho as originais a salvo. - ela sorriu. - Em primeiro lugar, você vai terminar com seu namoradinho. Depois, você vai dizer a sua mamãe que vai morar comigo, e vai dar um jeito de conseguir dinheiro, muito dinheiro.

A encarei boquiaberta. Era difícil demais acreditar que um ser humano poderia ser tão sujo.

- Ah, e nem pense em tentar bancar a espertinha e contar tudo para sua mamãezinha, porque no momento em que isso acontecer, ou caso você tentar algo contra mim, essas fotos vão ser enviadas para todos os meios de comunicação do país.

Não consegui controlar o choro de raiva e indignação que irrompeu pela minha garganta. Aquela mulher era nojenta e cruel, e, agora, eu precisaria obedecê-la para não prejudicar Rachel e Cole.

- Se você quer me fazer passar por isso, é sinal de que não me suporta, então, porque diabos você quer que eu vá morar com você? - questionei, secando meu rosto compulsivamente, numa tentativa falha de parar as lágrimas teimosas que escorriam por minhas bochechas.

- Sabe, por muito tempo eu me perguntava por que eu? Por que diabos algo assim tinha que ter acontecido justo comigo? - ela riu nasalado e negou com a cabeça. - Mas hoje eu entendo. Tudo o que eu passei para que você nascesse, agora faz sentido. Você é minha maneira de conseguir dinheiro fácil, garota. - ela revira os olhos. - Agora, pare esse showzinho, e se recomponha antes que sua mamãe milionária apareça. Você tem três dias para cortar todos os laços com os ricassos e vir morar comigo.

Ela se levanta e dá dois tapinhas no meu ombro, deixando duas fotos impressas em papel fotográfico sobre a mesa, onde Cole e eu estávamos deitados na cama, sorrindo embaixo dos lençóis. Em outra situação, aquelas fotos provavelmente seriam as minhas favoritas.

- Não se esqueça de trazer dinheiro. - lembrou, dando dois tapinhas em meu ombro antes de se afastar e sair do restaurante.

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Um anjo essa mãe da Betty em? Alguém chama a Lizzie pra controlar essa mulher!!

Importante: Caso os capítulos 28 e 29 chegarem a 200 comentários, os dois, até amanhã, amanhã mesmo solto um novo capítulo!!!!

Amores, comecei uma nova adaptação na minha outra conta bugheadreams que se chama Implacável: A Assassina inocente e gostaria muitíssimo que vocês fossem ler!

Não esqueçam de comentar e deixar as estrelinhas!

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