Capítulo 8
SEGREDOS NA NOITE
Durante aquela mesma madrugada, Íris estava fraca por ter alimentado sua mãe com seu próprio sangue mágico, para mantê-la forte e pronta para lutar a qualquer momento com Agave.
"Maldita obsessão", pensou Íris, exausta. Sabia que, se continuasse sendo vítima de sua mãe por mais uma noite, sua morte estaria próxima. Decidiu, então, fugir enquanto a mãe dormia.
Ela saiu voando pela noite escura, mas suas asas não suportavam mais o peso de seu corpo debilitado. Íris foi forçada a pousar e começou a caminhar, até que desabou no chão e tudo ficou escuro.
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Amarílis estava em seu quarto quando uma batida na porta a assustou.
— Entre — disse ela, levantando-se. Quando viu quem era, jogou-se de volta na cama de qualquer jeito. — O que você quer, Antulho?
Antulho fechou a porta atrás de si e disse:
— Vim me desculpar. Não deveria ter chamado Heliantos de criminoso... Eu nem conheço o rapaz, nunca o vi antes, então não posso falar o que ele é ou deixa de ser.
Amarílis suspirou.
— Gostaria que todos pensassem assim.
— Eu só o chamei de criminoso porque mamãe sempre fala isso. Na verdade, acho que ele não é, mas também não o conheço.
— Entendo. Agora, mudando de assunto, você estava muito quieto durante o jantar. E essa história de estar nervoso com os treinos, eu não caí nessa. Te conheço, Antulho. Conte o que está acontecendo.
— Podemos voar um pouco? Prefiro falar sobre isso fora do palácio.
— Tudo bem.
Amarílis e seu irmão saíram voando pela janela, sob a noite escura.
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Helianthus, sem sono, decidiu dar uma volta e encontrou um caminho de pedras ao lado do palácio. Seguiu por ele, caminhando em silêncio. O caminho o levou até um glorioso jardim iluminado. O chão negro refletia as estrelas, e as plantas eram feitas de pura luz branca. As flores brilhavam como ouro.
Uma borboleta, que parecia ser feita de jaspe, voou perto dele. Helianthus sorriu, mas logo se alarmou e virou-se bruscamente ao ouvir um ruído. Seus olhos se estreitaram ao ver uma sombra se aproximar.
— Apareça, ou não respondo por mim quando te encontrar. Posso rasgar sua garganta com meus dentes e devorar sua carne, além de esmagar seu crânio — disse ele com uma voz furiosa, o tom de um assassino, algo que poucos haviam ouvido fora de Mediocris.
— Eu adoraria uma batalha sangrenta com você, mas calma, sou eu, meu amigo — disse Caladium, saindo das sombras com as mãos erguidas em paz.
Ao reconhecer o amigo, Helianthus sorriu e correu para abraçá-lo.
— O que faz aqui?
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Enquanto voavam, Antulho e Amarílis trocavam confidências, até que um som os fez parar de repente. Viram Helianthus e outra fada, cuja feição não conseguiram ver devido à escuridão.
— Quem será? — sussurrou antúrio.
— xiiiu! Vamos ver se conseguimos ouvir — respondeu amarilis.
Eles se aproximaram, abaixados, tentando ouvir a conversa entre Helianthus e a fada desconhecida.
— O que...? — perguntou Helianthus, mas Amarílis e Antulho não conseguiram ouvir a resposta da outra fada.
— Entendo, ótima notícia — disse Helianthus, enquanto a fada se aproximava. Amarílis notou que as asas do rapaz eram verdes com pontos brancos.
— Zaieva está impaciente e...
Antes que pudesse terminar, Helianthus tapou a boca do rapaz com violência.
— Não diga esse nome aqui. Eu sei. Falei com ela mais cedo e...
Helianthus fechou os olhos, e, quem estivesse próximo, como Caladium, perceberia que ele estava lidando com um conflito interno.
— Alguém te seguiu? — perguntou Helianthus.
— Não. Até onde todos sabem, estou na taberna, bebendo e admirando aquelas fadas nuas.
— Você não tem jeito.
A conversa entre eles ficou mais baixa, tornando impossível para Amarílis e Antulho ouvirem. Amarílis decidiu se aproximar, mas Antulho tentou segurá-la.
— Lis! — sussurrou ele.
— Está tudo bem, só quero escutar mais de perto — respondeu Amarílis, sussurrando.
A outra fada perguntou algo, e Helianthus respondeu:
— Estou querendo, mas...
— Mas o quê?
— Tem que ser rápido. Ninguém pode desconfiar dessas minhas idas e vindas para Mediocris...
Amarílis não conseguiu entender completamente o que o rapaz disse, mas logo viu Helianthus e a outra fada voarem rapidamente, desaparecendo em segundos. Quando ela tentou segui-los, sentiu alguém segurando seu braço.
— Lis, não — disse Antulho. — O que acha que ia fazer?
— Ué, eu ia... — começou Amarílis.
— Segui-los? É perigoso demais lá. Se fosse descuidada, te matariam sem piedade, e ninguém saberia o que aconteceu com você.
— Mas você já foi lá tantas vezes!
— Eu sou um guerreiro treinado. Tenho armas e sei me defender. Você não.
— Ah, você vai lá por causa da sua "linda donzela", né?
— É.
— Acha que mamãe aceitaria?
— Não. Ela mataria nossos amores e depois nos mataria.
Ambos riram de suas desgraças e, juntos, voltaram silenciosamente para o palácio. Antulho foi para o seu quarto, enquanto Amarílis ficou deitada na cama, ainda acordada. Ela se perguntava quem era aquele rapaz com quem Heliantos conversava e o que eles realmente estavam tramando.
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