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CAPÍTULO DOIS
amizade.

2ª temporada, episódio 7

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NORAH CAIU NO posto das enfermeiras com George, Cristina e Izzie, esperando sua residente ou um pager, de preferência o último. Ela bocejou, esfregando os olhos para tirar as lágrimas.

Como ela queria deitar numa maca neste exato momento.

— Meredith tornou-se como uma exposição. — George expressou. — Como um animal de zoológico, como aquele panda raro que todo mundo olha.

Izzie lançou-lhe um olhar sombrio, balançando a cabeça ligeiramente. — Por favor, não diga isso na cara dela. — Ela aconselhou. — Acho que aquele panda morreu sozinho.

Foi. — Confirmou Norah.

George suspirou. — Só estou dizendo que devemos fazer algo para animá-la.

— Não se preocupe com isso. Está sob controle.

Ele olhou para as duas mulheres com curiosidade, as sobrancelhas franzidas. — Espere, o que está acontecendo?

— Nada. — Izzie e Cristina responderam em uníssono.

George virou a cabeça para a morena, que deu de ombros para ele. — Eu não... — ela bocejou novamente. — Sei, não.

— Noite longa? — Perguntou Izzie.

Norah estreitou os olhos para ela. — Se você quer dizer o que eu acho que você quer dizer, então não. — Ela respondeu. — Meus vizinhos, no entanto, eles estavam realmente fazendo isso ontem à noite... Eu preciso sair de lá para um lugar mais calmo.

— Você vive sozinha? — George perguntou.

— Hum.

— Você alugou um apartamento? Sozinho? — Ele perguntou novamente, e a morena assentiu.

— Você não tem seu empréstimo estudantil para pagar? — Izzie perguntou por curiosidade.

— Não. — Norah sorriu. — Bolsa de estudo integral.

— Harvard Med School e um diploma duplo de Psicologia e Biologia antes disso. — Cristina recitou, e Norah olhou para ela, surpresa.

— Ela procura todos nós. — Explicou George.

— Só aqueles que eu acho competitivos. — Cristina sorriu, e os outros dois internos reviraram os olhos. Ela se virou para a morena, seus olhos se estreitaram. — Uma pergunta - você é consanguíneo?

— Uh, tenho certeza que não... — Norah deu de ombros. — Quero dizer, eu fui adotada.

— Sra. Kimberley Griswold. História de doença cardíaca e múltiplas cirurgias. Para uma revascularização do miocárdio quádrupla. — Cristina apresentou, logo antes de Alex entrar para se juntar a eles.

— Você está atrasado. — Observou Izzie.

— Sim, Karev, que bom que você se juntou a nós. — Disse Burke. — Por que manter o coração batendo, Dra. Yang?

Cristina olhou para Izzie e Meredith hesitante antes de se voltar para o atendente. — Eu não sei. — Ela respondeu, ganhando olhares surpresos tanto de Burke quanto de Bailey.

O quê?

— Eu não tenho ideia. — Afirmou Cristina, sua voz soando forçada. Norah também achara estranho.

Por seus poucos dias aqui, ela já sabia que Cristina era uma espécie de 'Cardio God' entre os estagiários; portanto, para ela não saber algo sobre um paciente cardíaco parecia muito improvável.

Bailey desviou o olhar para Izzie. — Ah, eu também não sei, — disse a loira, balançando a cabeça, — simplesmente não sei.

— Por causa de ... Ai. — Meredith estava prestes a falar quando Izzie lhe deu uma cotovelada, lançando-lhe um olhar para impedi-la de responder à pergunta. Norah e George trocaram um olhar desconfiado em relação as três amigas subitamente burras.

— Alguém mais?

Alex falou: — Redução do estresse por causa das cirurgias anteriores-

— O'Malley. — Burke interrompeu.

— Eu sei... Eu sei a resposta. — Afirmou Alex.

— Estou perguntando ao O'Malley.

— O tecido cicatricial é muito profundo. O coração está fraco demais para começar de novo. — Respondeu George.

— Então, o que devemos fazer? Lawrence?

— Imobilize apenas a parte em que você está trabalhando e deixe o resto do coração sozinho. — Respondeu Norah imediatamente.

Burke acenou para os dois e entregou-lhes o prontuário do paciente. — Bem-vindos ao caso.

— Oh, ei. — Norah gritou enquanto entrava no elevador com Meredith, Cristina e Izzie, que estavam com os olhos colados em uma ficha grossa nas mãos de Meredith. — O que vocês têm aí?

— Um homem grávido. — Izzie anunciou orgulhosamente.

A boca de Norah se abriu. — Grávido... O quê? — Agora ela sabia por que Cristina e Izzie não podiam responder à pergunta de Burke - elas estavam se recusando a respondê-lo. — Onde você encontrou um caso misterioso como esse? —

— Nós meio que roubamos da psiquiatria — Izzie parou.

Norah olhou entre as três. Oh, como ela mataria para estar nesse caso. — Isso é realmente brilhante.

— Quer fazer apostas? — A estagiária loira sugeriu. — Estamos coletando de todo o hospital. O lance mais alto é um tumor, que é manco.

— Uh, não, obrigada. Estou bem. — Norah tomou um gole de seu café. Cristina sorrateiramente pegou a bebida, tomando um gole; seus olhos se estreitaram instantaneamente com o gosto.

— O que diabos é isso?

— Capuccino seco.

— Ai credo.

Norah soltou uma zombaria ofendida. — Devolva, então.

As portas do elevador se abriram e as quatro saíram, ainda folheando o quadro, olhando-o com entusiasmo.

Eles pararam completamente quando encontraram Derek sem perceber. Meredith congelou enquanto o modo de defesa de Cristina e Izzie continuava; Norah conteve um bufo.

— Oi. Oi. Oi. Bom dia. — Derek cumprimentou cada um deles, e seu olhar pousou na famosa estagiária do hospital. — Meredith. Talvez pudéssemos, você sabe, uh, conversar?

Cristina e Izzie se entreolharam. — Não. — Elas responderam em uníssono, colocando seu sorriso mais educado para o atendente antes de puxar Meredith para longe dele.

— Ok.

Norah observou enquanto os olhos de Derek a seguiam enquanto se afastavam. — Shepherd, você é um idiota. — Ela finalmente riu.

O neurocirurgião fez uma careta para ela, achando sua situação sem graça. — Não é engraçado. — Ele brincou.

— Não, não, de fato, não é. — Norah concordou, estalando a língua. — É triste, realmente. Hilário, até.

— Sim, sim... — ele revirou os olhos, conhecendo muito bem o humor da estagiári. — Faz o que, seis meses? Precisamos recuperar o atraso.

— As varreduras do meu paciente cardíaco estariam prontas a qualquer minuto.

Ele assentiu com um sorriso. — Logo, então.

As portas do elevador se abriram novamente e mais pessoas saíram. Addison saiu e viu os dois; Derek também notou sua presença e o sorriso em seu rosto pareceu cair parcialmente. Norah virou a cabeça e viu a cirurgiã ruiva, que caminhou em direção a Derek e enlaçou seu braço no dele.

— Lawrence, esta é uh... Minha esposa; Addison, Dra. Lawrence, um das minhas estagiárias de Nova York. — Derek apresentou. Addison estreitou os olhos, olhando para a estagiária de cima a baixo.

Norah tomou um gole de seu café. — Oh, não dessa forma se é isso que você está preocupada. — Derek lançou-lhe um olhar, que ela deu de ombros com um sorriso.

— Ah, sim, você é a estagiária especializada em humor na hora errada. — Reconheceu Addison, e Norah deu-lhe um olhar curioso. — Essas foram as palavras de Derek, não minhas. — Acrescentou o primeiro.

A estagiária virou a cabeça para o neurocirurgião, que a devolveu com um olhar culpado. Assim que ela estava prestes a retrucar, seu pager tocou: de George; Os exames da Sra. Griswold estavam prontos.

— Os Griswolds são um grande pé no saco. — George desabafou enquanto ele e Norah caminhavam pelo corredor em direção ao quarto deles. — Tipo, por que você estaria com alguém que te faz infeliz?

— Auto-tortura. — Ela adivinhou. — Pelo menos o casamento deles durou muito, não é? Talvez seja assim que o mundo funciona? Pessoas felizes têm pouco tempo; pessoas infelizes duram a vida inteira.

George franziu as sobrancelhas com esse conceito. — Isso é... Distorcido. — Abrindo a porta do quarto da Sra. Griswold, ele tinha um sorriso brilhante no rosto, apesar de ter reclamado apenas um minuto atrás.

— Olá, Sra. Griswold, estou aqui para medir sua pressão arterial. — Ele informou. Norah foi sentar o sr. Griswold na cama em frente à de sua esposa enquanto esperavam que a pressão fosse aferida.

— Você poderia ter certeza de que eles tiraram o tubo de respiração da minha garganta logo após a cirurgia desta vez? — Sra. Griswold contou ao marido. Ela soltou um estremecimento e gritou para George: — Você está tentando cortar minha circulação?

Griswold suspirou: — Ele está apenas fazendo seu trabalho.

— O que você disse?

O aumento repentino da voz da Sra. Griswold aumentou a tensão na sala. Os dois estagiários trocaram olhares cautelosos; O Sr. Griswold finalmente se cansou disso.

Eu disse, ele está apenas fazendo seu trabalho.

— Oh, querida. — Norah murmurou.

— Bem, eu realmente não me importo com o trabalho que ele está fazendo. Ele está apertando meu braço. — A Sra. Griswold retrucou. — Você vai apenas sentar aí?

O Sr. Griswold respirou fundo e retrucou: — Cala a boca, Kim. — Os olhos de George e Norah se arregalaram; sua esposa olhou para ele interrogativamente. — Apenas cale a boca, hein?

— Ei- — George tentou interromper, mas foi rapidamente interrompido. Norah puxou sua manga para afastá-lo das brigas do casal. Os dois internos recuaram para a parede enquanto esperavam que parassem.

— Você reclama comigo, sobre mim, ao meu redor, — o Sr. Griswold latiu, — o dia todo! Todos os dias! Um pouco de silêncio seria bom. Alguns míseros minutos de silêncio.

Norah notou o batimento cardíaco da Sra. Griswold subindo no monitor cardíaco e cutucou George. — Ah, não... Sr. Griswold, você deveria-

— Você pode, pelo menos uma vez na vida, calar a boca! — Ele gritou.

— Ok, parece que a Sra. Griswold está indo bem. — Burke informou enquanto continuava imobilizando seu coração na sala de cirurgia. A paciente teve que ser levada às pressas para uma operação depois de ser gritada pelo marido.

— O marido está se culpando. — George murmurou. — Um segundo, sua esposa estava bem, e agora ela está aqui. — Ele ergueu os olhos para Norah. — É assim que o mundo funciona?

— O mundo é um lugar estranho. — Norah deu de ombros enquanto aspirava o sangue do peito aberto do paciente.

De repente, do nada, uma situação pegou todo o pessoal médico da sala de cirurgia desprevenido - o coração da Sra. Griswold estava pegando fogo!

— Código vermelho! — Burke gritou quando os cirurgiões deram um passo para trás da mesa.

— O coração... Está pegando fogo. — George meditou.

Uau. — Norah piscou, olhando para as chamas, mais impressionada do que alarmada.

— Nós temos que salvar a Sra. Griswold. — Burke anunciou apressadamente, — Comece o protocolo de incêndio.

— Eu tenho isso. — George e Norah responderam. George foi para a solução salina enquanto Norah foi para o lado da sala de cirurgia, e ela começou a desconectar os fios elétricos.

— Qualquer pessoal desnecessário nesta sala, evacue agora! Desligue o 02.

— Eu peguei a bolsa ambu. — Norah informou. — Iniciando a respiração manual.

Dizer que ela estava impressionada com toda a situação seria um eufemismo. Seu estágio no Seattle Grace estava ficando mais interessante, dia após dia.

— Eu tenho que controlar esse sangramento. O'Malley, eu preciso de algumas mãos aqui. — Burke pediu, gesticulando para George. — Seus sinais vitais estão se estabilizando. Talvez tenhamos uma chance.

Norah olhou para a galeria enquanto apertava o saco de ambu. Os médicos estavam todos de pé, boquiabertos com a situação inesperada, suas expressões selvagens.

— Ela estava pegando fogo. — Sussurrou Norah para si mesma sob a máscara, ainda incapaz de acreditar no que acabara de acontecer. — Caso misterioso!

Muito preocupados, Norah e George estavam sentados em frente ao Sr. Griswold na sala de espera; Burke estava escondendo um sorriso para ele.

O Sr. Griswold caiu na gargalhada ao ouvir que sua esposa pegou fogo enquanto estava sendo operada e sobreviveu. Ele olhou para trás e para frente entre os três cirurgiões, incapaz de controlar sua risada histérica.

— Ela nunca vai morrer!

— Uh, Sr. Griswold? — Burke gritou: — Sr. Griswold.

— Hum?

— Eu sei que este é um momento emocional para você. Hum, se você quiser esperar-

Esperar? Não, não. — Sr. Griswold interrompeu enquanto se levantava do sofá. — Eu não estou esperando mais. — Ele colocou a bolsa nas mãos de George, este olhando para ela confuso; Norah conteve uma risada.

O velho então pegou seu casaco e começou a andar. — Diga a ela. — O Sr. Griswold falou, — Diga a ela... Inferno, diga a ela que ela sobreviverá sem mim!

O homem começou a rir novamente e caminhou até o elevador; ele saudou os três cirurgiões que estavam ali sentados, observando o homem entrar no elevador e sair. Burke foi embora pouco depois, deixando os dois internos que estavam sentados ali, divertindo-se.

— Bem, parece que mesmo pessoas infelizes duram um limite, eventualmente. — Norah riu, levantando-se do assento. — É assim que o mundo funciona.

— Uh... Alguma ideia do que eu faço com isso? — George perguntou, levantando a bolsa em suas mãos.

— Devolver ao seu legítimo dono, eu acho? — Ela sugeriu, e ele concordou com a cabeça. — Você sabe, eu certamente estou precisando de uma bebida depois de tudo isso, você está se juntando?

Ele se levantou imediatamente e correu para os elevadores. — Depois que eu devolver isso, espere!

O bar do Joe estava lotado, como em qualquer outra noite.

Norah, George, Cristina e Izzie estavam sentados lado a lado no balcão, a loira contando o dinheiro das apostas que ganharam naquele dia. A primeira tomou uma dose de uísque, permitindo que o líquido ardente descesse por sua garganta.

— Ingressos no valor de 485 dólares. — Norah olhou surpresa para o dinheiro. — Isso é simplesmente... Brilhante.

— E mais. — Cristina sorriu, tirando outro maço de dinheiro do bolso de trás. Os quatro internos, junto com Joe, riram.

Meredith entrou e se sentou ao lado de Izzie. — Ei, Joe. — Ela cumprimentou.

— Ei.

Todos ficaram quietos e continuaram tomando suas bebidas enquanto Joe servia uma para Meredith. — Então vocês realmente não têm mais nada para falar.

Cristina, Izzie e George suspiraram. — Não.

— Podemos falar sobre o raro panda. — Norah deu de ombros; os quatro viraram a cabeça para ela.

— Eu sou um panda raro agora? — Meredith meditou, balançando a cabeça enquanto tomava uma dose de tequila. — Estamos falando do mesmo panda que morreu sozinho?

— Esse. — Confirmou Norah. — Meio deprimente, pensar nisso. Mas pelo menos o panda era fofo... Gordinho e fofo.

Os cinco caíram na gargalhada, brindando com seus copos, depois bebendo suas doses de álcool. A atenção deles se voltou para outro lugar quando Alex entrou no bar pela porta e caminhou até Izzie.

— O que? — A loira perguntou, olhando para o olhar determinado em seu rosto. Ele a empurrou para trás do banco do bar e a beijou apaixonadamente. Os outros quatro estavam aplaudindo e cortejando; Norah assobiou para eles.

Alex a puxou de volta, um sorriso puxando seus lábios. — Boa noite. — Disse ele, antes de sair pelas portas novamente.

Sério? — Izzie disse sem fôlego.

Norah deu mais um tiro e apontou para a loira. — Vá atrás dele, e você terá uma noite infernal. — Ela sorriu.

Izzie tomou um grande gole de sua bebida enquanto o resto deles continuava rindo, cumprimentando um ao outro, e Joe serviu doses atrás de doses.

2ª temporada, episódio 9

— Você tem que para lá em casa mais tarde. — Meredith disse enquanto colocava seus sapatos. — Izzie estava pronta para me matar quando fui para o hospital esta manhã.

— Eu não celebro o Dia de Ação de Graças. — Norah recusou enquanto dava de ombros em sua blusa.

— Bem, eu também não. — Meredith suspirou. — Você sabe cozinhar?

— Hum, sim?

— Então você tem que vir. Eu não quero ir ao banheiro para vomitar mais tarde esta noite.

— Izzie não está cozinhando?

— Ela não é uma cozinheira, ela é uma padeira. E George tinha saído para caçar perus com seus irmãos e seu pai.

Bailey entrou e olhou para seus dois estagiários. — Grey. Estamos trabalhando com um assistente temporário hoje. — Ela informou. — Dr. Kent... Ele está substituindo a Mercy West. Precisamos orientá-lo.

— E eu, Dra. Bailey? — Norah perguntou, levantando a mão enquanto se levantava.

— Você tinha acabado de fazer um turno de 25 horas. — Bailey estreitou os olhos. — Vá para casa. Vá comemorar o Dia de Ação de Graças com sua família.

— Minha mãe adotiva está morta, e meu pai adotivo está de volta a Londres. — Norah deixou escapar. — Além disso, minha mãe biológica me deixou como uma cesta de Ação de Graças antes que eu pudesse tagarelar. — Bailey franziu a testa para ela. — Muito escuro para as férias?

— Tudo bem, tudo bem. Fique se quiser. Vá ajudar no pronto-socorro e talvez faça algumas cirurgias. — Instruiu Bailey, e o rosto de Norah se iluminou quase de uma vez. — Não roube cirurgias! Feriados levam ao álcool, que leva à violência, e as pessoas se machucam. A estupidez da raça humana. Seja grato por isso.

Meredith e Norah se levantaram e seguiram atrás da residente quando saíram do vestiário. — E obrigado por terem vindo, vocês dois. Me poupando de ter que escolher estagiários para torturar. — Acrescentou Bailey.

— Feliz por ser torturada. — Meredith aplaudiu.

— Não é um fã de Ação de Graças? — Perguntou Bailey.

— Não há muito o que agradecer.

— E você, Lawrence? Além de todas as... Questões dos pais.

— Bem, eu sou grata pelas minhas mãos por estarem sempre ao meu lado. — Norah deu de ombros, prendendo seu pager na cintura da calça. Meredith riu enquanto Bailey apenas revirava os olhos.

— E meu filho, meu filho está em San Diego para uma reunião de negócios. Uma reunião de negócios no Dia de Ação de Graças! Dá para acreditar?

— Tenho certeza de que isso acontece, Sra. Lane. — Respondeu Norah com um sorriso. Ela estava suturando a pele aberta na testa da velha; seu neto estava esperando ao lado da cama. O adolescente andava de um lado para o outro ansiosamente, resmungando para si mesmo e suando profusamente.

— Minha avó vai ficar bem? — Ele perguntou com os braços em cada lado de sua cintura. — Eu só... Meu helicóptero falhou e a atingiu! Juro que não fiz isso de propósito!

— Freddie, não é culpa sua. — A Sra. Lane assegurou calmamente, segurando as mãos de seu neto.

— Mamãe e papai vão me matar... Eu vou morrer no Dia de Ação de Graças.

— Freddie, sente-se e respire fundo, ok? — Norah pediu. — Faz mais mal do que bem para sua avó se você continuar andando assim.

Freddie assentiu e obedientemente se sentou em um banquinho ao lado da cama. Norah soltou um suspiro profundo. Finalmente. Verdade seja dita, ele estava apenas distraindo-a de suturar com seu constante tagarelar e andar de um lado para o outro, batendo os pés e cutucando as unhas.

A cortina atrás dela foi aberta, e os três olharam para o atendente ali. — Ooh, esse é um homem bonito. — Observou a Sra. Lane, e Derek sorriu de volta para ela.

— O que você está fazendo aqui no Dia de Ação de Graças, Shepherd? — Norah perguntou enquanto ele caminhava até ela.

— Eu precisava de uma, uh... Distração. — Respondeu Derek. — E talvez eu consiga acordar um paciente que esteve minimamente consciente por 16 anos.

— Com Meredith. — Norah olhou para ele com conhecimento de causa. — O quê? As fofocas viajam mais rápido do que você pensa neste hospital. Além disso, você é todo... Sorridente.

— Você está tomando seu tempo com as suturas, não é? — Ele perguntou, mudando de assunto enquanto arqueava uma sobrancelha para a estagiária.

— Bem, a Sra. Lane aqui não quer uma grande cicatriz feia no rosto, não é? — Norah sorriu para a velha senhora.

— Absolutamente não, — a senhora respondeu, — quero qualquer beleza que resta na minha pele enrugada.

— Oh Deus, minha avó vai ter uma cicatriz?! — Freddie gritou.

— Posso lhe garantir que a Dra. Lawrence tem uma das melhores habilidades de sutura entre todos os outros internos, — disse o neurocirurgião ao adolescente, — você está em boas mãos.

— Eu sei! — A Sra. Lane sorriu.

Derek olhou para a estagiária, que tinha toda a atenção em aperfeiçoar a sutura no rosto da velha. Ela às vezes o lembrava de um certo alguém, mas mesmo o pensamento dessa pessoa era suficiente para arruinar seu humor de férias.

— Bem, isso obviamente não foi minha consulta Neuro, — ele limpou a garganta, — é melhor eu ir. Vejo você por aí, Lawrence. Feliz Ação de Graças.

Norah murmurou uma resposta, principalmente porque estava muito concentrada nos pontos. Levou mais cinco minutos para Norah terminar de suturar a testa da senhora.

— Bem, Sra. Lane, terminamos aqui. — Ela colocou as ferramentas no chão e tirou as luvas, jogando-as na lixeira. — Volte em uma semana para remover os pontos, e sua testa vai parecer que nunca teve que vir aqui, para começar.

A velha sorriu e deu um abraço apertado na morena; Freddie agradeceu repetidamente, seu rosto branco pálido finalmente voltando com cores.

Norah caminhou pelo hospital, cumprimentando enfermeiras e radiologistas ao longo de seu caminho para tomar um café. Com uma xícara grande de cappuccino na mão, ela se viu nos túneis, onde Alex estava sentado em uma maca deserta.

— Esquecendo o Dia de Ação de Graças também? — Ela perguntou, fazendo Alex pular um pouco quando ele empurrou o bloco de notas em suas mãos para o lado.

Ela caminhou até ele, apenas para notar os muitos livros médicos abertos e espalhados ao redor dele. O bloco de notas que ele empurrou cheio de linhas de notas em caligrafia desordenada.

— Sim, sim. Eu falhei nos meus conselhos médicos. Grande coisa! — Alex gemeu, bem quando ela estava prestes a falar.

— Bem, é um grande negócio. — Norah tomou um gole de seu café. — Eu posso te ajudar a estudar se você quiser. — Ela sugeriu, e ele a encarou com curiosidade. — Bem, Karev, para não esfregar isso em você, mas eu acertei em todos os exames que fiz.

— Exceto seu exame interno.

Ela enviou-lhe um olhar. — Eu me formei no ensino médio aos 16 anos, tenho dois diplomas e terminei a faculdade de medicina aos 26. Eu até tirei um ano sabático. — Ela recitou; Alex olhou para ela com os olhos arregalados, visivelmente impressionado.

— A única razão pela qual eu ainda estou aqui, oferecendo-lhe uma mão, é porque é Ação de Graças. — Ela brincou. — Agora, você quer passar em seus conselhos, ou você prefere dizer adeus à sua carreira cirúrgica?

Alex não perdeu mais um segundo enquanto afastava alguns livros para deixar Norah se sentar na maca ao lado dele. — Não conte a mais ninguém sobre isso, Lawrence. Estou falando sério.

— Entendido. — Ela respondeu e pegou seu bloco de notas. — Por que os homens têm um ego tão grande? — Ela murmurou para si mesma, folheando suas anotações.

Já era noite quando Norah encontrou Meredith novamente no dia de Ação de Graças. — Eu ouvi sobre o caso em que você estava trabalhando. — Ela disse, caminhando em direção ao seu armário no canto da sala. — Como está o seu paciente?

— Ele morreu. — Meredith soltou um longo suspiro. — Derek está com sua família agora.

— Oh, me desculpe. —

— Você é próximo dele, não é? — Meredith falou: — De Derek? Ele mencionou que você é do antigo consultório dele em Nova York.

— Sim, mas somos estritamente colegas de trabalho. Nem todo mundo entra nas calças dos atendentes. — Norah piscou, esticando as costas; Meredith bufou em sua resposta. — Sabe, eu basicamente me atribuí um trabalho de suturas hoje, em vez de me preocupar com cirurgias... Me sinto idiota.

— Você também ajudou Alex a estudar. — Acrescentou a loira, e Norah olhou para ela. — Ele me disse. Isso foi legal da sua parte.

As duas viraram a cabeça para Cristina, que acabara de passar; ela olhou para elas em choque, seu olhar semelhante a das outras duas internas.

— O que você está fazendo aqui? — Perguntou Meredith. Nesse momento, George entrou no vestiário. Ele olhou duas vezes quando viu Cristina, seus olhos se arregalando ao perceber que Meredith e Norah estavam lá também.

Ah... Isso é muito ruim.

Norah suspirou e fechou o armário. — Haverá bebida? — Ela perguntou, e os outros internos olharam para ela. — Se houver, eu vou participar.

Os quatro internos dirigiram até a casa de Meredith; Norah estava carregando dois sacos de álcool diferente. Eles caminharam até a varanda da frente, e George destrancou a porta.

Juntos, eles caminharam até a sala, onde a mesa já estava posta com pratos; Izzie e Burke sentados em cada extremidade da mesa.

— Feliz Dia de Ação de Graças. Trouxemos bebida. — Disse Norah, colocando as duas sacolas em cada mesa.

Ela se sentou entre Cristina e Izzie, e George caminhou até o lado oposto dela, inclinando-se para Izzie enquanto sussurrava: — Tudo.

— Vamos comer. — Disse Izzie, seu rosto brilhando como antes.

Os cinco então começarama se aprofundar no jantar de Ação de Graças; embora a comida estivesse fria, ainda tinha um sabor que não decepcionou após o longo dia no hospital.

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