O3. the star-spangled man

capítulo três
'o herói americano'

Brooklyn, nova york

— bom dia América é o caramba, velhinho do up. – a menina gritou ao ver a imagem do homem na televisão, se levantou do sofá procurando pelo controle e assim que achou desligou o aparelho

Andou até a cozinha e abriu a geladeira, retirando o último pedaço da torta de morango que seu pai havia comprado ontem para sobremesa que os dois devoraram em minutos.

Pegou um garfo na primeira gaveta do armário, respirou fundo e se sentou na banqueta colocando o pote com a torta a sua frente no balcão.

— não Theo, você não pode comer esse, sua ração ta ali no pote – falou olhando para o gato que se sentou ao lado dela — não vou dar, não adianta.

O bichano miou, subindo no balcão e encostou no braço da menina que sorriu, voltando a comer. Se assustou quando sua porta foi aberta e olhou para o homem ajeitando a alça da mochila nos ombros.

— preciso de carona. – Bucky falou, Liana o olhou dos pés a cabeça

— e onde você vai? – perguntou, enfiando o último pedaço da torta em sua boca, empurrou o pote com o talher até que ele caísse do balcão direto na pia

— aeroporto, preciso falar com o Sam. – explicou

— certo, e pra que a bolsa? – o mais velho respirou fundo a encarando

— eu não sou nenhum dos seus entrevistados, Liana. Vai comigo ou não? – a menina se levantou

— vou arrumar minha bolsa – falou animada e correu até o quarto, pegando a primeira bolsa que viu e colocando suas roupas mais confortáveis e usáveis, não sabia para onde iria e com certeza não queria andar mal vestida

Colocou uma blusa social branca e um vestido preto por cima, em seus pés estava o seu coturno também preto. Prendeu o cabelo em um rabo de cavalo e saiu do quarto ajeitando a bolsa em seu ombro.

— você podia ter arrumado as coisas do Theo, né? – olhou para James que estava sentado no sofá

— o gato tem mais mordomia que eu. – negou com a cabeça ao observar a garota guardar a ração em outro pote com tampa, pegar os brinquedos, cama e se virar para ele — você vai levar o gato?

— é óbvio que não, vou deixar com o Yori. Ele gosta do Theo. – explicou — agora abre a porta e a chave do carro ta atrás do aparelho do wifi

Bucky se levantou do sofá, pegou a chave do carro e depois caminhou até a porta do apartamento a abrindo e saindo logo em seguida, assim que Liana e o gato saíram ele trancou, andaram algumas portas para frente e ele tocou a campainha de Yori.

— oi querida – o homem disse ao observar a menina, franziu a sobrancelha ao notar as coisas em seus braços — tudo bem, o Theo pode ficar aqui.

— obrigada, Yori. A chave de casa está aqui caso você precise de algo. – avisou entrando no apartamento, ajeitou as coisas do bichano no chão e deixou a chave em cima da mesa — prometo que não demoro

— fica tranquila, eu e ele nos damos bem. – o senhor sorriu e Liana agradeceu mais uma vez, saindo do apartamento

— qual é nossa aventura? – perguntou animada, andando até o elevador

— dar as melhores matérias para o seu jornal – Bucky a olhou

— eu fui demitida – Liana cochichou, abaixando a cabeça e encarando os seus pés, James franziu a sobrancelha, confuso

— o que? – perguntou, cruzando os braços

— eles me demitiram quando... sabe... fizeram a coletiva de imprensa, Jonah me culpou por não estar lá e cobrir tudo para fazer uma nova matéria, só que eu não sabia dessa coletiva tinha algumas coisas da faculdade para entregar e fiquei desligada de tudo. – explicou, enquanto mexia em suas próprias mãos.

— ei, fica tranquila. Não foi sua culpa e você com certeza vai achar outro lugar que valorize mais o seu trabalho, você é uma jornalista incrível e eu não estou falando isso porquê sou seu pai. – a menina sorriu e abraçou o homem — agora vai, quero piloto de fuga naquele carro

— vai pagar a multa? – levantou a cabeça o encarando e Bucky sorriu, negando. — foi o que eu pensei

Saíram do elevador, andando pelo corredor e depois saíram do prédio. Liana destravou o carro e jogou a chave para o homem, que suspirou e deu a volta entrando no lado do motorista.

— você me deixou trancada no carro. – Liana murmurou com a expressão fechada encarando o homem de olhos azuis a sua frente — Oi Sam – sorriu ao olhar para o de pele negra ao lado de seu pai

— Oi Lia – respondeu e sorriu

— Sam? Ja ta tudo pronto pra... nossa. – a garota se virou, observando outro homem se aproximando, seu rosto estava com alguns hematomas sobre os olhos e na sobrancelha havia um curativo — Torres... Joaquín, Joaquín Torres – Lia sorriu ao perceber o nervosismo do militar na sua frente

— Liana – esticou a mão para o homem que a apertou devagar — onde vamos?

— você ia, agora não vai mais. – Bucky falou, cruzando os braços e arqueando uma das sobrancelhas para o homem a poucos metros de distância de Liana

— e você só vai se a Lia for, é a única que manda em você. – Sam avisou andando em direção ao avião e a menina sorriu vitoriosa para James, seguindo o homem

— então, ela é sua filha? – Torres perguntou, andando ao lado de Bucky

— sim – o homem respondeu sem paciência nenhuma

— e ela ta sol... saudável? – tentou mudar o rumo das palavras assim que notou o olhar ameaçador sobre si — quer saber? Eu acho melhor ir ver se já ta tudo pronto para decolar

— é, eu também acho. – Bucky respondeu forçando um sorriso e o militar apressou o passo, assim que o homem entrou no avião colocou sua bolsa no chão.

— Lia, pergunta rápida. Você pretende bater em alguém de vestido? – Sam perguntou, sentado no assento que havia ali com os olhos na tela do celular.

— eu não sabia que ia precisar andar de avião e socar pessoas. – explicou retirando de sua mochila seu notebook, olhou para o lado quando percebeu alguém ali, Torres estava a alguns metros de distância sentado na outra ponta do banco

— garoto, dez metros de distância. – Bucky avisou

— para com isso, eu não tenho mais treze anos. – Liana murmurou olhando para ele

Munique, Alemanha

— qual o plano? – Bucky perguntou, observando Sam se aproximar da porta do avião, olhou para Lia que suspirou

— qual o plano, Sam? – a menina perguntou

— chegar no chão com vida. – respondeu e pulou do avião, a garota negou com a cabeça, colocando os fios que se soltaram do rabo de cavalo atrás da orelha

— você não vai- eu comprei essa jaqueta semana passada e você rasgou? James Buchanan Barnes. – Liana gritou andando até ele que pulou do avião — se você não morrer eu mesma te mato

Bufou e olhou em volta, percebendo que naquela parte da aeronave só estava ela e Torres, respirou fundo sentindo seu coração acelerar e as mãos começarem a suar.

Ficar em algum lugar sozinha com um homem desconhecido, não era a coisa favorita de uma pessoa que tinha medo de qualquer homem que não fosse, James, Yori ou Sam. Andou até o assento pegando o seu notebook e colocando sobre o monte de malas gigantes ali.

— o que vai fazer? – ouviu a voz do homem e se virou, percebendo que ele estava ao seu lado

— vocês nunca conseguem arrumar o asa vermelha direito, uma vez o Sam pediu para que eu fizesse isso então... – retirou o ponto de seu ouvido — hackeei o sistema – explicou, enquanto digitava as palavras passe — e... pronto. – sorriu para Torres quando a imagem que o asa vermelha transmitia para Sam, apareceu na tela do computador

— desculpa a pergunta, você é a jornalista Liana Barnes? – assentiu sem olhar para o homem ao seu lado e se afastando um pouco, era notável o seu desconforto com desconhecidos – principalmente homens – — nossa, eu adoro suas matérias. O jeito que você escreve e deixa tudo explicado, é a única parte do jornal que eu consigo ler

— que bom que alguém gosta, talvez você seja o único. – murmurou a última frase, prestando atenção no visor — caramba

— apátridas – Joaquín falou, agora mantendo seu foco no notebook

— merda! – Liana gritou quando perdeu o contato com o asa vermelha, pegou novamente o ponto colocando em seu ouvido — pai? sam?

— seria legal ter mais uma mão pra ajudar, o seu pai apanhou para uma garotinha. – Falcão respondeu e a menina soltou um riso abafado

ok, encontro vocês no aeroporto? – perguntou, andando de uma ponta a outra do avião

tudo bem, qualquer coisa você da uma de direita nesse tal Joaquín. – Bucky falou e a garota sorriu assentindo com a cabeça, mesmo sabendo que ele não iria ver — fica na linha, tchau.

— e ai? – olhou para Joaquín que estava parado de braços cruzados

— aeroporto, eles vão nos encontrar lá. – avisou

— ok, se você quiser algo para comer ou beber é só avisar. Não vou te incomodar mais. – avisou, esfregando uma mão na outra, nervoso. Tinha percebido o desconforto da garota e não queria deixa-lá mais desconfortável ainda

— desculpa se eu pareci má educada, é que... eu não tenho experiências boas com desconhecidos, ainda mais homens. – explicou, cruzando os braços

— sinto muito por isso, qualquer coisa é só gritar. – o homem forçou um sorriso, colocando as mãos no bolso da calça

— tudo bem, obrigada esfoladinho. Se eu fosse você colocaria mais gelo nesse rosto. – brincou, andando até o notebook

— em minha defesa, meu rosto é mais bonito quando não está com esses hematomas. – a menina riu assentindo

— Sunt sigur de asta (tenho certeza disso) — murmurou em romeno, ouviu o barulho dos passos dele se afastando e soltou o ar que havia em seus pulmões, finalmente respirando aliviada

Apenas o fato de estar com um desconhecido já a deixava apavorada, apesar de saber como se defender, temia que qualquer ser do sexo masculino fosse mais forte que ela. Desligou o notebook o guardando novamente em sua bolsa e sentou no banco que havia ali, olhando para o teto da aeronave.

Após quase uma hora na mesma posição, agradeceu mentalmente quando finalmente sentiu o avião pousar, e a polpa dele se abrir, levantou e andou até o lado de fora, suspirou e correu até o homem que estava a poucos metros de distância.

— não se deve ficar pulando de um avião em movimento 60 metros longe do chão. – a garota murmurou e Bucky soltou um riso

— que isso, o Bucky ta sorrindo? – Sam perguntou

— já falei para não me chamar de Bucky. – Lia se afastou do homem

— ó Lia, levou uma surra de uma garotinha. – Wilson falou, olhando para a menina com um sorriso nos lábios

— ela era um super soldado. – James se defendeu

— você também é um super soldado. – Liana o encarou, cruzando os braços

— eram três contra um. – o homem continuou, na tentativa de se defender

— não adianta, você não vai conseguir tirar a imagem da menina te batendo da minha cabeça, nem a do seu tombo. — Sam continuou

— comprei um lanche para vocês, não sabia o que comiam então pedi x-tudo e coca-cola – a voz de Torres soou e os três se viraram vendo o garoto se aproximar com sacolas nas mãos

— espero que tenha ficado dez metros de distância da minha filha. – Bucky murmurou

Os quatro entraram novamente no avião e Torres entregou o lanche de Liana, que agradeceu se sentando no banco. O homem voltou a sentar na outra ponta e Bucky se sentou entre os dois.

— Nu mai ruina viața mea amoroasă (para de estragar a minha vida amorosa) – a menina falou, olhando para o pai

Sam levantou o olhar, observando a conversa em uma língua desconhecida para ele.

— esti un copil (você é uma criança) – James respondeu, mordendo o seu lanche

— não, se passaram cinco anos eu não tenho mais 16, muito menos 12. – Liana retrucou

— perai, deixa eu pegar o Google tradutor antes que vocês voltem para outra língua. – Sam falou, procurando o celular com a mão vazia

— Nu mă voi lupta cu tine, mănânc (não vou brigar com você, come o seu lanche.) — Bucky continuou, Liana bufou pegando seu lanche e refrigerante se levantando, andou até a outra ponta do avião — e ainda fala que não é uma criança.

— você entendeu alguma coisa? – Joaquín sibilou para Wilson que negou com a cabeça

A loira se ajeitou no chão, abrindo a latinha e em seguida dando a primeira mordida no lanche em suas mãos. Fechou os olhos sentindo o sabor da comida se desmanchar no interior de sua boca, apesar de não morar mais na rua a anos, a garota carregava consigo diversos traumas.

Em todas as vezes que comia, conseguia demorar tempo o bastante para que o alimento quente esfriasse e vice-versa, em alguns momentos ela ainda temia que tudo fosse apenas um sonho longo e estivesse prestes a acordar em um dos becos de Bucareste.

Jogou a cabeça para trás, apoiando-a na parede pegou o refri ao seu lado e levou até a boca dando um gole. Abriu os olhos quando percebeu alguém sentar ao seu lado.

— acredita que o governo hackeou meu sistema – Sam falou, dando uma mordida em seu lanche

— mentira, eles tiveram coragem de fazer isso? – Liana fingiu surpresa, afinal, havia entrado no sistema do asa vermelha a menos de três horas

— tiveram, me senti invadido e ainda destruíram ele – a menina arregalou os olhos, mantendo a sua atuação

— se quiser posso arrumar. – avisou e deu outro gole no refrigerante

— você é multitarefas? Jornalista, concerta máquinas...

— os outros são hobbys, aprendi porquê não tinha nada de melhor pra fazer. – enfiou o último pedaço do lanche na boca e se levantou

— justo – Sam sorriu, se levantando também — ah, e não liga para o que o Bucky diz, ele só quer te proteger – sussurou e piscou para a menina voltando ao banco que estava sentado

Liana andou até o outro que agora estava vazio, retirou uma sacola de plástico da bolsa e jogou seu lixo ali dentro, em seguida se deitou no banco.

— ta com frio? – ouviu a voz de James e negou com a cabeça, fechando os olhos devagar até que o sono chegasse, o que não demorou mais de cinco minutos. Assim que percebeu a menina respirar leve e as vezes suas pernas tremerem retirou a blusa de frio e jogou sobre ela. — boa noite, Lia. – murmurou, passando a mão no rosto da garota

Baltimore, Maryland

— onde estamos indo mesmo? – perguntou, ajeitando seu cabelo que agora estava solto, o vento não ajudava para que ele ficasse parado em uma posição

Revirou os olhos quando ninguém a respondeu e voltou a seguir os dois homens pelas ruas de Baltimore, seus olhos passeavam entre as casas, observando os moradores de cada uma.

Sentiu seu celular vibrar e o retirou do bolso da jaqueta, desligou assim que leu número desconhecido e o guardou denovo, dando passos mais rápidos para alcançar Sam e Bucky.

— você fica aqui fora. – encarou o homem de olhos azuis

— por que eu vim então? Podia muito bem ter ficado em casa, não me deixa fazer nada. – a menina respondeu

— Lia, eu acho que realmente dessa vez você tem que ficar aqui fora. – Sam falou olhando para a menina

— me tratam como se eu ainda tivesse doze anos, por Odin. – respirou fundo e desceu as escadas da casa, andando até a calçada, pegou o celular e abriu no site de pesquisas

A primeira coisa que fez foi pesquisar sobre Karli Morgenthau, não conseguiu achar muitas coisas além de fotos já que a maioria - se não, todos eles - foram apagados.

— rosto familiar – a loira murmurou para si

— ei – olhou para o lado, observando os dois garotos — seu cabelo é muito lindo

— ah, obrigada o seu também. Adorei o seu black. – respondeu, guardando o celular e andando até o lado dos garotos

— jura? – o mais novo perguntou e a menina assentiu — algumas pessoas não gostam dele

— juro, juradinho e olha... não liga para o que os outros falam, o importante é você gostar e se sentir bem com seu cabelo. – sorriu para o menino e se virou rápido quando ouviu a voz dos dois homens — um minuto

— eu te fiz uma pergunta, Bucky. O Steve não sabia sobre ele? – Sam perguntou e Liana andou até os dois que estavam no meio da rua

— ele quem? – olhou confusa

— não, eu não contei pra ele. – Bucky respondeu e a garota continuou observando a conversa dos dois confusa

Parou e ficou olhando o carro da polícia se aproximar enquanto Wilson falava sobre um super-soldado negro e Barnes apenas o encarava.

— ei, algum problema aqui? – o policial perguntou, descendo do carro

— não, eles só estão conversando. – Lia respondeu

— posso ver o documento? – pediu, a menina colocou a mão no bolso e retirou o rg de lá, entregando para a autoridade — não é o seu

— você pediu para ver o documento, ele já disse que não ta com ele. – Liana respondeu ainda com a mão esticada

— Lia, não se envolve. Da pra ele logo o documento – Bucky falou para o homem negro a sua frente

— eu não vou dar nada, a gente tá conversando. – Sam retrucou, a menina negou com a cabeça quando percebeu o que estava acontecendo

— olha aqui, você quer um documento pega o meu. – continuou com o papel plastificado em suas mãos — toma, é só pegar. Manda a informação para o seu cérebro que ele faz seus nervos levantarem seu braço.

— ai meu Deus, eu sinto muito senhor Wilson eu não te reconheci sem os óculos. – o policial mais baixo falou, assim que o outro cochichou algo em seu ouvido

— idiota – a menina murmurou

— falou alguma coisa? – encarou o policial e negou com a cabeça

— Senhor Barnes, tem um mandato de prisão contra o senhor.

— o que? Mas o presidente ja perdoou ele, não tem porquê ele ser preso. – Liana respondeu, olhando assustada para os policiais e se aproximou de seu pai, segurando em seu braço

— não por aquilo, ele faltou na terapia obrigatória é como faltar em uma checagem da condicional. Eu sinto muito senhor Barnes, mas o senhor está preso. – Liana sentiu seus olhos lacrimejarem e levantou a cabeça olhando para o homem

— fica tranquila. – murmurou e deu um beijo na testa da garota, se soltando devagar dela e andou até o carro

— Sam... – sussurrou e se virou para o outro homem — e agora? Ele não...

— vamos dar um jeito, não chora eu não sei o que fazer quando uma mulher chora. – falou, segurando os ombros da menina que soltou um riso baixo e levou as mãos até o rosto secando as lágrimas que escorreram contra sua vontade — não é o fim do mundo.

— realmente, não da para o fim dele existir duas vezes. – respondeu e respirou fundo, voltando a andar com o homem ao seu lado

Juntou as mãos, enquanto esfregava uma na outra tentando não espairecer seu nervosismo. Pegaram um táxi e foram em direção a delegacia.

Sam não aguentava mais ver a menina andar de um lado para o outro, tinha certeza que se ela repetisse aquilo mais duas vezes faria um buraco no chão.

— Sam. Ouvi falar muito de você, Dra. Raynor. Sou a terapeuta do James. – a mulher se aproximou — cadê ela?

— é um prazer te conhecer, obrigada por liberar ele. – o homem apertou a mão dela — ta ali, quase fazendo um buraco no chão

— não fui eu quem liberou ele. – Avisou — Liana! – a menina parou de andar e olhou para o lado, sorrindo para a terapeuta que já conhecia

— Christina. – a voz de John soou e a garota se contentou em não revirar os olhos — é um prazer te ver de novo.

— ta de brincadeira, você conhece ele? – Sam perguntou, olhando para a doutora

— é, fizemos algumas operações de campo a um tempo. – respondeu e Liana se aproximou deles, cruzando os braços e se segurando para não revirar os olhos a cada palavra que saia da boca de Walker

— soube que estava trabalhando com o Bucky, ai pensei em me meter. – o capitão se aproximou dos três — o Bucky não vai mais precisar seguir um cronograma restrito

— não terminamos o trabalho. Quem autorizou? – Raynor perguntou e John apontou para si mesmo

— cronograma restrito, não faz terapia é por isso que é todo sequelado assim. – a garota murmurou e ouviu a risada de Sam, se virou assim que ouviu o barulho da porta e sorriu ao ver o homem apoiado no balcão, correu até o ele e o abraçou

— falei pra você ficar tranquila. – respondeu, passando os braços sobre os ombros da garota

— James, sessão condicional de liberação agora. Você também, Sam. Lia espera aqui, você pelo visto é a que tem o melhor psicológico.

— fala isso para o meu psicólogo – murmurou se afastando de seu pai — vou esperar vocês lá fora

— toma cuidado – Bucky falou e a menina assentiu

Se afastando dele e saindo da delegacia, colocou as mãos no bolso da blusa assim que sentiu o vento gelado bater contra seu corpo, os pelos arrepiando pela troca rápida de temperatura e o nariz já começando a ficar vermelho.

Se virou observando John e outro homem encostado em um dos carros da policia, caminhou até eles e os olhou dos pés a cabeça.

— Liana, não é? – Walker perguntou

— não te interessa qual é o meu nome, o que quer com o meu pai e com o Sam? – olhou para os dois

— é uma conversa para adultos, criança. – o outro homem respondeu

— desculpa, quem é você?

— Lemar.

— querido Lemar, eu já tenho vinte e um anos, segundo a lei sou uma adulta. Então anda, me fala o que querem com os dois. – cruzou os braços, encarando eles

— senhores, bom ver vocês denovo. – Walker falou depois de acionar novamente a sirene, Liana se virou observando os dois se aproximarem

— eles estavam te incomodando? – James perguntou, apoiando a mão no carro e a menina negou

— olha, se nos dividirmos, não vamos ter chance, vocês sabem disso. – John falou

— o que você tem? – Sam perguntou

— o nome da líder é Karli Morgenthau. – o homem continuou

— isso já sabemos, ta devagar viu. – Liana murmurou

— rastreamos civis que ajudaram a Karli a se mover de um local para outro. – Walker a encarou e a menina arqueeou a sobrancelha, devolvendo o olhar na mesma intensidade

— geocalizamos uma área que embaralhou o sinal – Lemar disse, dividindo seu olhar entre os três — mas nossos satélites encontraram o símbolo deles em várias comunidades pela Europa Central e Oriental.

— achamos que ela está levando medicamentos que roubou a um desses campos – John concluiu

— você ainda acha? Isso é óbvio, se ela rouba coisas e vai de um lugar a outro sem ser pega por quem diz ser o Capitão América e quando ele chega perto leva um esporro... – a menina parou de falar, apenas para processar a ideia que tinha tido, os apátridas não iriam deixar as coisas tão fáceis assim, qualquer pessoa que se preze sabe de todo o cuidado que o governo contra quem não gosta de suas regras, o lugar que escondiam os medicamentos não tinha marcação alguma — são mais burros do que eu imaginei

— são centenas desses por todo o planeta desde o Blip. – James falou – então acho que vão ter que procurar com vontade

— minha sorte é que eu tenho a visão perfeita. – John falou encarando o homem

— sabe onde ela está? – Liana perguntou e ele negou — então parece que sua visão perfeita está com defeito

— é uma questão de tempo até descobrirmos. – Walker continuou, aumentando o tom de voz

— as coisas estão muito intensas pra você, não é Walker? – Bucky cruzou os braços

— aumenta o tom de voz mais uma vez pra mim, e eu soco a sua cara. – a menina ameaçou

— Pega leva o Walker tem razão, é essencial que a gente encontre e impessa eles. Mas vocês têm regras de conduta e todo tipo de autorização que precisam obter, somos agentes livres, somos mais flexíveis. Não faria sentido trabalharmos com você. – Sam concluiu e puxou Liana devagar pelo braço

— vou dar um conselho para vocês, fiquem bem longe do meu caminho. E acho melhor mandar a garotinha pra aulas de boas maneiras, ela está precisando. – a menina respirou fundo e se soltou de Sam

Se aproximou o bastante de Walker que a encarava e levantou seu braço com a mão direita ja fechada dando um soco no rosto do homem com toda a força que havia em seu corpo, o que fez o canto da boca dele sangrar.

— Encosta nela e eu te mato. – Bucky sussurrou, segurando a mão de John que ameaçou levantar

— eu não preciso de aulas de boas maneiras, mas pelo visto você precisa de umas aulas de defesa pessoal. – a Barnes falou, ajeitando sua postura e virando seu corpo para sair de lá

— boa direita. – Sam disse levantando a mão para que a garota batesse — agora não faz mais isso

— foi legítima defesa, ele me irritou. – deu de ombros e voltou a caminhar no meio dos dois homens

— desde quando você sabe bater? – Bucky perguntou

— eu tive muitas aulas com a Natasha. – Liana respondeu olhando para sua mão

notas da autora.

— oi meus amores, ces tão bem? Espero que sim

— nossa, eu não sabia para o que tava mais animada, escrever a Lia conhecendo o Torres ou a Lia socando o john (off: obviamente para a Lia socando o John)

— só Deus sabe o quão satisfatório foi escrever ela dando um soco no rosto dele, amo a personagem certa 🙏🏻

— aliás, essa semana serão dois capítulos o outro vai sair na sexta.

— espero que tenham gostado. ❤️

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top