xiii. Problemas com champanhe
13, Problemas com champanhe
(temporada um, episódio 5)
TW - abusos, violência sexual
JJ MAYBANK CUTUCOU SOPHIA COM DELICADEZA, a garota kook havia acabado de aterrizar seus pés próximos a propriedade de seu amigo John B Routledge, apenas para checar se ele tinha feito uma boa viagem mais cedo e consequentemente se estava bem
Ao sentir o toque de um certo loiro ela se arrepiou, por inteira, temendo que fosse alguém ruim, se virou com seus olhos totalmente atentos
Para sua alegria, era ele
Maybank a puxou pela cintura com brutalidade, colando seus corpos em um só, colocou sua mão nos lábios da menina, para que de maneira alguma seus gritos (ele havia absoluta certeza de que iriam acontecer) ecoassem alertando a polícia
Quando ela se debateu, muito irritada, ele apenas sussurrou a acalmando
- Shh! ' Dá pra ficar quieta kook? - ela em um rápido ato de desespero o mordeu certeira nos dedos - aí! merda! calma! calma! tá vendo aquele carro ali? - assentiu - é a polícia Martin! então ' dá pra ficar quieta?!
Ela parou completamente de tentar fugir dos braços do amigo, temendo que atraísse a atenção do xerife
- Me solta! - disse arfado
- Ah... d-desculpa - JJ corou
- Você é meio idiota né? porque não simplesmente me alertou como uma pessoa normal?
- Você iria me escutar?
- Deixa eu pensar... hmm... não!
- ' Tá vendo?
Ela sorriu
- Cadê o John B? - Martin questionou
- Ahm... l-logo ali!
O moreno de cabelos ondulados vinha caminhando tranquilo, marejado, seu olhar se fixava na grama verde viva, ainda não tinha notado a presença dos amigos
JJ se viu na obrigação de repetir o mesmo ato brusco, "sequestrar o amigo", mas agora com mais rapidez
- Sou eu, sou eu! JJ! JJ! Para!
Booker demonstrava imensa surpresa e confusão, não havia reconhecido a silhueta do amigo antes de Sophia sussurrar seu nome (devido à necessidade de repetir-ló de novo)
Quando se tocou, ele imediatamente acalmou-se, dando leves tapinhas para que o loiro o soltasse
- ' Tão fazendo o que?
- Cala a porra da boca Booker! - Sophia murmurou
Maybank o conduziu até um pequeno espaço que conseguisse enxergar o carro rebaixado e preto, que continha uma sirene, no momento desligada
- Viu só? estão vigiando a gente! - JJ confessou
- Quem?!
- Temos que sair daqui!
- Vem! me sigam!
Routledge esbugalhou os olhos com medo, e decidiu guiar os amigos para o mangue
Era a única saída existente!
Alisson soltava palavrões quase silenciosos, odiando o fato de ter que sujar seus tênis brancos e novos
- Porra! não tem como passar pela terra não? - perguntou aflita
- Anda logo princesa! - o loiro em sua frente ordenou
Um splash foi causado pelo impacto das pernas da jovem, fechou os olhos devido a aflição de estar toda molhada
Os garotos puseram as devidas mochilas no topo de suas respectivas cabeças, para que não houvesse dano algum; a medida em que se movimentavam, seguindo em direção ao outro lado do rio, eles espirravam gotículas meio salgadas nas bochechas
- O que vou dizer para meu pai quando ele me ver assim? - Martin fez careta
- Mente! - JJ sugeriu ligeiro
- Como se fosse fácil!
- Pera pera pera! ' Tá com a chave do barco? - o loiro gritou
- ' Tô! - John B respondeu ao amigo
Era possível perceber casas mais simples e até abandonadas, gramíneas e barcos; Alisson não havia explorado esse lado da ilha por inteiro, ela, na realidade, produzia uma nova pergunta curiosa no momento em que passava a ponte da divisão
Foi criada restritamente com valores inatingíveis, em que também se relatava a inferioridade dessa classe social, e como, em todas as vezes, a garota não deveria ficar próxima de " pessoas assim "
Ainda sim Sophia Martin não se deu ao trabalho de escutar uma sequer lição de seu pai à respeito desse cruel assunto, a morena o repreendeu por longos anos, dado que sua mãe Clara era (e possuía o sangue) de trabalhadores pogues
Riquinhos mimados produziam a ideia, repassada dos seus pais claro, de que eram superiores e que tinha todo o direito e respeito para fazer o que quiserem com adolescentes do outro lado, Rafe Cameron e Topper era um exemplo bem interessante para isso
E assim esse caos todo nunca acabará, embora seja preciso, a ideia está grudada na sociedade da ilha, não tem como fugir
Ao chegar perto do barco do amigo Sophia se debruçou para cima, tentando juntar forças para que conseguisse subir sem muito estrondo, precisou de uma pequena ajudinha de Maybank, que apertou suas coxas com força, a dando estabilidade
- Ai caralho! - depositou um chutão rápido no menino, ele bufou
- ' Dá pra ficar quieta? Ou por acaso vai subir sozinha? - JJ questionou revirando os olhos
- Ah... desculpa - corou envergonhada
Enquanto isso Booker se agachava, para que quando virasse a chave dando partida, Shoupe não avistasse algo de diferente
E lá se foram...
- Primeiro eu quase fui estrangulado pelos kooks e agora ' tô devendo trinta mil! A gente devia fugir - o loiro penteava seus fios loiros com a ponta do indicador
Em minutos haviam amarrado o barco velho de John B em uma das praias menos visitadas de Outer Banks; a água cristalina refletia os raios de luz dourados que irradiavam do céu, as ondas quebravam em uma sincronia majestosa tornado assim uma perfeita paisagem
Martin se acomodou em um tronco próximo ao seu mais novo amigo, que por acaso relatava os acontecimentos pogues perdidos nas últimas 24 horas
Routledge parecia escutar cortes da conversa, às vezes olhava de canto para as folhas acinzentadas que caíram recentemente
- E onde você quer ir, hum? - o menino moreno indagou aparentemente nervoso
- Iucatã!
- Você tem as piores ideias cara, me lembra de nunca te escutar! - Sophia riu desajeitada
- Não eu ' tô falando sério agora! A gente surfa o dia inteiro e dá ' pra viver das lagostas que vamos pegar com as próprias mãos! - Maybank retomou
- Quer fugir porque tomou uma surra?
- Cara... você não viu as fotos
- Pensa bem, se eles ' tão matando pelo ouro, devem ' tá aí JJ! - John B soltou descendo do tronco, da antiga árvore escura, que sentava antes
- Ai meu Deus! Você ficou maluco?! faz cem anos cara!... cem anos que ' tão tentando achar o Royal Merchant! E ninguém conseguiu! acha mesmo que você vai ser o cara que vai conseguir achar?
Wow! a coisa estava começando a complicar
Maybank atirava palavras em que sequer parou para pensar, ele não acreditava no que dizia, mas foi uma longa manhã de cortes por seu corpo, apesar de tudo, estava extremamente cansado e nada feliz! o que ocasionou um caminhão de frases agressivas...
- Se continuar insistindo nisso vai acabar como seu pai!
Aquilo foi o fio da linha para seu amigo, que antes escutava calado cada pensamento, Booker o empurrou para longe, mostrando que não aprovava nada daquilo
A Alisson acompanhava a discussão com suas pupilas cheias de temor, um sexto sentido a dizia para interromper o que estava se formando, embora também pensasse que não possuía esse direito
- Eu não posso desistir JJ! A última vez que eu vi meu pai ' a gente brigou... e ele pegou toda a grana do aluguel e mergulhou atrás do Royal Merchant, aí eu disse que ele era um pai de merda... e você já conhece o resto da história!
- Não foi sua culpa! - o loiro sussurrou tentando amenizar
- Não importa de quem é a culpa JJ! Você não entende isso? Eu não posso desistir da caça agora cara! Eu não me importo com quem ' tá por aí ou quem vai tentar me matar, você entende?
- Olha só eu tenho um plano, ' vocês vem ou não? - John B questionou caminhando para longe
- Na realidade... eu preciso ir... tenho que me arrumar pra aquela cafonagem de festa de verão! - Sophia confessou - Conseguem me deixar em casa?
- Não! - JJ respondeu caçoando
- Cala a boca vai!
A GAROTA KOOK TOMAVA UM BANHO REFRESCANTE EM SEU LUXUOSO QUARTO, bolhas de sabão se formavam a cada vez que raspava a barra de sabonete perfumada em sua pele
Sophia estava apreensiva e trêmula, (com o evento estúpido é claro!) roía as beiradas das unhas pintadas de branco leite, buscando depositar sua ansiedade em uma válvula de escape rápida e prática; seu cabelo escorregava pelos ombros largos e magros, se esticando cada vez mais
Ela passou a mão na têmpora se questionando seriamente sobre seu par festivo
Rafe Cameron poderia estar à espera, no sofá bem no centro da sala, com um perfume forte e fresco, que a morena detestava por sinal!; ou quem sabe a jovem disfrutasse de um pouco de liberdade, indo por conta própria e chocando a todos
- Merda!
Sem dúvidas não ocorreria
Ela gostava de pensar que teria um diálogo amigável e respeitoso com seu pai a respeito dessa linda tarde de verão, todavia não era necessário muito conhecimento para saber que a opinião dele era a que valia, lamentavelmente
Pisou no tapete cinza de pelinhos, o mesmo se encontrava na saída do box do banheiro, esfregou seus pés desajeitada, buscando não deixar rastros de pegadas no chão de madeira polido; girou a maçaneta, dando a bela vista de seu enorme quarto com um cheiro agradável de lavanda
A kook vestiu uma roupa qualquer, indo em direção à entrada de seu closet, seu vestido vermelho sangue espalhava-se dando volume, apreciou a peça fazendo um carinho singelo no busto e no comprimento, respirou fundo afastando qualquer tipo de pensamento
Se jogou assim em sua cama, com os braços e pernas abertas, olhando para o teto
De repente ouviu duas batidas rápidas na porta principal, não se deu o esforço de atender-lá, por isso gritou:
- Entra!
Emma Martin entrava com um sorriso de canto à canto, usava um short jeans claro e uma regata rosa, escorou-se no batente da porta limpando a garganta
- E aí? animada?
Claramente Sophia não estava
Ficou em silêncio, o que incomodou a mais nova
- Ah... hm... papai está te esperando no escritório
Ela fez um som de resmungo, logo depois mordendo o lábio inferior com força, podendo sentir um arrepio exclusivamente na nuca
O que poderia ser?
Desceu as escadas em pulos, preferiu acabar com isso o quanto antes; o escritório ficava um pouco mais afastado do resto dos cômodos, localizando-se perto do jardim, a morena parou por alguns segundos refletindo se deveria simplesmente voltar para trás
"Não vai ajudar em nada!" respondeu a si mesma
Cogitou a feliz possibilidade (dentre outras terríveis) de ser tratado a suposta festa do pijama na casa de Cameron, ou melhor sua viagem até Chapel Hill na noite anterior
Lá estava ele, o maior homem e mais poderoso da ilha, Luke Martin se acomodava em uma cadeira de couro legítimo marrom, usava terno e uma gravata que poderia custar muito mais do que pogues ganham, ele sorriu malicioso como se tivesse ganhado algo muito importante
Sophia notou uma silhueta familiar, estava em pé com um boné da Ralph Lauren azul marinho, não pôde deixar de pensar que temia os próximos minutos, sua mãe não estava em casa, Clara foi dar um breve passeio pelas boutiques da família, muito provavelmente influenciada pelo marido
Ela adentrou no ambiente, confirmando tudo aquilo que pensava, era ele, o idiota em pessoa ao seu lado, um complô bem executado
Já era de se esperar...
- Minha filha querida... - o Martin se levantou beijando a bochecha da filha, que se mantinha paralisada - você irá brilhar hoje!
- O que ele faz aqui? - a garota questionou com desprezo
- Pensei que ele fosse seu namorado! - o pai brincou
- Era... - sussurrou
Rafe Cameron continha suas mãos no encosto de uma cadeira, o tal sorria de um jeito quase psicopata; passou a língua pelos lábios, enquanto ouvia a conversa
- Bom... você irá com seu namorado para a festa de verão, como já deve saber - Luke se sentou na cadeira novamente, agora lia alguns documentos dispostos na mesa
Ela bufou exausta
- Eu não vou, n-não com ele! Com licença... - Sophia dava uma meia volta em direção à saída
O Cameron foi mais ágil, fechando e trancando a porta do escritório
- Acho que não entendeu filha... você vai com Rafe, fiz um ótimo acordo com meu amigo Ward
Claramente era tudo por dinheiro!
A garota de Íris castanha começou a esfregar as palmas das mãos, criando um atrito aliviante
- Pai... por favor! - suplicava
Martin foi se afastando, e seu ex-namorado só se aproximava, ambos trocavam olhares fixos com desejos diferentes, Sophia quase conseguiu se encostar na parede branca, mas seu pai (sem arrependimento algum) lhe depositou um pequeno empurrãozinho fazendo com o que assim, ela estivesse rodeada pelas mãos de Rafe em sua cintura, inclinava-se buscando uma forma de sair dali
- Vou deixar o casal se reconciliar... - o mais velho deu uma piscadela, saindo sorrateiro
E quando a porta se fechou novamente, foi possível notar as pupilas do adolescente num vermelho claro, sedento pelo corpo da jovem, ou talvez por mais maconha
Seu hálito de erva forte ecoava pelo curto espaço entre eles, olhava-a de cima a baixo como um pedaço de carne servido fácil, nesse caso era quase isso, o menino chegou mais perto na intenção de selar seus lábios
Ela escapou
- Qual é! Eu sei que sente minha falta Sophia...
- Ha! Nem fudendo!
Seus músculos se contraíram apertando a cintura da ex namorada
- Rafe me solta! - Sophia gritou se debatendo
- Shhh... - tampou a boca da jovem - só aproveita o momento - sorriu malicioso
Martin persistiu em gritar, uma vez que se desprendeu do impedimento nos lábios, implorava por ajuda mas não era correspondida
Rafe se aproximava cada vez mais, na intenção de realizar seu desejo imundo, um sino tocou em sua mente tendo a pior ideia de sua vida
Desceu seus polegares frios por cada milímetro da garota, só parando em sua parte íntima, a tal o olhou de um jeito nunca visto, pavor percorria por suas veias, ele virou seus dedos para o lado dando uma frestinha e um caminho livre
Ao mesmo tempo que gritava para alguém a notar, ela tentava negociar os próximos atos
- R-Rafe não por favor! Rafe... Rafe por favor! Rafe por favor!
Ele não a escutou, foi passando seus dedos com prazer e adentrou em sua calcinha, lá fez um carinho nojento
Cameron separou dois dedos dentre os cinco, fazendo um joguinho até chegar nos clítoris, estimulou-o com ganância e com sua outra mão ele acariciou os peitos da ex-namorada (que estava de costas, não tornando possível que a visse se caso ocorresse imprevistos)
A kook fechou os olhos traumatizada, recusando-se presenciar os piores minutos de sua vida, sussurrava baixinho por proteção
A porta de repente se abriu num estrondo, levando o Cameron a jogar Martin para o lado, privando de que desconfiassem de algo
Sophia se encontrava ofegante e com as bochechas molhadas, agradeceu tanto por ter sua mãe nos piores momentos de sua vida
- O que está acontecendo aqui? - Clara olhou para as mãos do vizinho, que faziam um círculo no pulso da filha
A mãe de Sophia havia ouvido alguns gritos, que com toda certeza chamaram sua atenção, foi de fininho na ponta dos pés para que não a ouvissem (retirou suas sapatilhas clássicas para isso) se deparando com uma terrível cena
Rafe Cameron apertou a vítima com toda sua força, Sophia em desespero começou a se movimentar pois seu corpo estremeceu, desenvolvendo dores no antebraço; suas veias saltaram ficando totalmente amostra
- N-Nada senhora Martin! - o loiro gaguejou
- Bom... temos que ir querida! precisamos deixar-lá um espetáculo - a mais velha estendeu suas mãos dando liberdade para que sua filha a seguisse
De certa forma não era mentira, apesar disso a mulher fez de propósito, conseguindo assim que sua filha saísse da tortura
E assim foi feito, quando Rafe folgou seu toque a kook não perdeu tempo e caminhou até sua mãe
Ambas as morenas trocaram olhares de desprezo, e beijos carinhosos, como se (sem nenhuma palavra) demonstrassem um " eu te amo "
Sophia não se cansava de chorar, soluçava forte com todas as imagens em sua cabeça
- Está tudo bem querida... está tudo bem - a mãe repetiu abraçando-a de lado
Clara Martin nunca foi a favor de Rafe ou Ward dentro de sua residência, tinha plena consciência de tudo o que aconteceu e acontecia na rua do figure 8, por isso sempre que podia mexia alguns pauzinhos evitando certas situações desagradáveis, se sentia culpada de ver com seus próprios olhos a filha mais velha sofrer coisas imensuráveis e terríveis, chorava baixinho na madrugada suplicando para Deus que melhorasse a relação de todos
A antiga pogue sempre sonhou em construir uma família linda e cheia de amor, mas ao invés disso ganhou um marido não muito agradável (que a ameaçava constante), desgraçadamente não havia escape de sua vida aparentemente feliz, o matrimônio a fez ter laços com consequências para o resto de sua vida, não só para si mas como para suas filhas também
SEU CORPO SE SENTIA SUJO E DESLOCADO, Sophia descia do carro preto da família, se equilibrando em seus grandes saltos altos, seu vestido vermelho destacava-se em meio a tons claros e sem graça
Estava magnífica, com cachos meio soltos, uma amarração na franja a impedia de seus cabelos escorrerem próximos aos olhos, sua maquiagem tinha tons cintilantes e um côncavo bem marcado, seu perfume exalava um cheiro agradável e doce, assim como framboesas
A kook olhou lentamente para os lados procurando seu infeliz acompanhante, choramingou por um grande período de tempo mais cedo enquanto se decidia sobre futilidades
Seu coração estava despedaçado e ardia no lado esquerdo, a garganta produzia nós capazes de a fazer engasgar, seus braços tremiam enquanto ela apertava sua pele com unhas pontudas
Seus olhos molhados não lhe davam uma ótima visão, entrou no grande clube dos ricos de Outer Banks e se deu a liberdade de pegar a primeira taça de champanhe que encontrou, sua cabeça explodia e martelava todos seus pesadelos
Foi acomodar-se na mesa redonda centralizada no salão aberto, continha um bilhetinho em todos os assentos, lá descrevia seu nome, família e a contribuição dada para uma instituição de caridade escolhida nesse ano
"Sophia Alisson Martin, da família Alisson Martin que fez a gentileza de doar meio milhão de dólares, obrigada pela presença!"
Após deixar sua bolsa na chapelaria, se encaminhou até o bar mais próximo escolhendo ficar por lá mesmo
Em uma cadeira de couro preto alta, virou shots de tequila enquanto misturava mais álcool em seu drink de morango
A garganta queimava como nunca, o bar man a olhou desconfiado
- Por acaso você já é maior de idade senhorita?
- É sério que vai fazer essa pergunta? aí eu vou ter que mentir e no fundo sabemos a real resposta! - ela pensou alto deixando o homem envergonhado
- Ah... bom... vou deixar passar só dessa vez!
- Tem como trazer mais shots? - ele assentiu - obrigada
Assim que aterrizaram na mesa cinco doses de vodka pura, desceram imediatamente para o estômago, em cheio
- Ohohou... Sophia? - Kiara passou seus braços envolta da garota, que se mantinha sentada
- Oi Kie!
- Já bebeu muito, não acha? - a cacheada riu meio preocupada
- Você nem imagina!
Sophia deu um sorriso amarelo se emborcando para trás, quase a fazendo cair
- Opa! Sophia! - Carrera a segurou no tempo certo - Vem, vamos tomar uma água!
- N-Não, não, não.... não, sim, não, não! - Sophia respondeu confusa - não vamos não!
- Sophia você ' tá se embebedando! - ela assentiu engraçado
- E-eu eu... eu só quero esquecer ' tá? p-pode deixar que eu c-c-consigo
- Eu vou ficar de olho em você senhorita... - Kiara alertou
- Aham....
A morena saiu caminhando de leve, usava um vestido de cetim violeta, com uma florzinha no topo de sua cabeça, sapatos de salto alto prata e um belo sorriso na face
Martin continuou sozinha e apreciava isso, copos vazios a rodeavam (antes continham drinks) e mais bebida chegava, ela estava enlouquecendo e sabia muito bem seu caminho, nunca foi uma pessoa de beber assim, nunca
Mas após a morena vivenciar a agonia de ser abusada por Rafe Cameron mais cedo, decidida descontou naquilo, foi criada para não ter atitudes precipitadas assim, contudo a partir do momento em que você é reprimida e se torna depressiva, compartilhando milhares de traumas, fodasse as regras
Ela derramava lágrimas que borravam toda sua maquiagem, enquanto relatava coisas horríveis para seu mais novo amigo Joe (o garçom)
- Eu só só só queria ir embora! - disse marejada - Não daqui... q-quer dizer d-daqui também mas da ilha
- E porque não vai, seus pais conseguem te mudar daqui, não?
Joe Backham era um garoto alto de cabelos morenos e olhos verdes perfeitamente na medida, um pogue que sempre que conseguia um trabalho temporário o agarrava como nunca, havia uma única obrigação em sua vida, ajudar sua avó em casa
A velhinha Marla era simpática e agradável, vivia há 2 anos com um tumor maligno no intestino, sua vida se resumia em altos e baixos do câncer, todavia a quimioterapia era rotina, infeliz rotina
- C-conseguem... mas eles não... n-não querem, eu v-vivo um verdadeiro inferno!
- Bom... você está bêbada mas parece... parece sincera - o garoto suspirou lavando pratos, a olhou por um segundo vendo acenar estranho
- Eu não não m-minto com bebida... Quero mais!
- Mais?
- Bebida!
- Bebida?!
- Isso isso m-mesmo
- E se eu não permitir?
- E-eu vou g-g-gritar!
- ' Tá bom, ' tá bom estressadinha! - ele colocou alguns cubos de gelo num pequeno frasco - ainda vou ser demitido dessa droga por causa de uma bebaça rica... e bonita - sussurrou
- Ham? - Sophia franziou a sobrancelha
- Nada não! Aqui está... - era um sinal para saber seu nome
- Sophia... Sophia? S-Sophia Artin?... merda! não lembro meu nome
Um martini sujo com algumas azeitonas recheadas, em uma elegante taça de vidro com relevos, ela o virou de uma vez
Absolutamente sem nenhum segundo de pausa
- Wow! Vai com calma Sophia sem sobrenome - Joe falou surpreso e brincalhão
- Ugh!... arde
- Então... lembrou seu nome?
- Sophia.... Artin...Nartin... Martin, M-Martin! - a morena deu um pulinho de felicidade como se fosse uma grande conquista - Isso isso i-isso!... me dá mais bebida? - suplicou
- Meu Deus... responsabilidade sua! - ela fez um sinal com a mão concordando
Backham parecia preocupado nesse exato momento, a ideia de que ajudava a nova amiga a se embebedar, cada vez mais, o aterrizava por inteiro; Não o entenda mal, ele no fundo não tinha escolha, ou se não perdia o dinheiro suado que iria diretamente para as contas do mês e remédios financiados para a avó
Ela parecia gentil e engraçada, foi o pouco que poderia presenciar de alguém tão diferente do tal, a garota que não tinha um emprego ou afazeres básicos para a sobrevivência de alguém, mas suas histórias de outra realidade eram fascinantes e seu jeitinho mais ainda, ela o cativou, como cativaria qualquer um, só que com muitas misturas de bebidas no corpo
- Alguém já te disse que está linda hoje? - Rafe Cameron chegou de fininho no bar
Reconheceu os cachos da menina de longe, assim como a mesma reconheceu aquela voz horrenda que tanto odiava, assim virou e disse:
- S-Saí d-daqui! S-seu seu seu filho da puta! Não encosta em m-mim! - gritou desesperada
Ansiava por sair daquele lugar, se sentia sufocada com a silhueta logo em sua frente
- Calminha calminha! Vim... - o loiro mesmo se cortou - te deram bebida pra cacete, quem te deu?
Martin continuou calada, como uma criança escutando sermão
- Ninguém...
- Você fede a bebida Sophia! - Cameron exclamou - Vem vamos!
Puxou seu braço com pulseiras cravejadas, a fazendo levantar de seu assento, ela se debatia não conseguindo se equilibrar no salto
- M-Me solta! Ajuda! Ajuda! E-ele vai me me...
Rafe colocou sua mão na boca de Martin, a fim de calar-lá
Com toda certeza ela iria falar mais do que os convidados deveriam saber, o que consequentemente arruinaria o evento... o nome de sua família e vizinhos
O garoto a levou a força até um corredor, lá algumas famílias se posicionavam com pares para desfilar no grande carpete feito especialmente para tal exibição
Tudo perfeito!
Famílias perfeitas, vestidos caros e smokings pretos com flores coloridas no bolso, dando destaque para suas acompanhantes luxuosas
Parecia uma competição entre homens de Outer Banks, diziam sem saber " olha com quem estou esta noite, uma mulher linda e rica, assim como eu! acumulo milhões em meu banco e posso comprar até mesmo sua casa! "
Os maiores problemas da ilha estavam lá, com relógios banhados por ouro, e sorrisos hostis
Belas mulheres indefesas que matariam por um lugar ao lado dos empresários, mal sabiam o caminho que desejavam tanto...
Luke e Clara Martin desfilavam sorridentes, Ward já tinha feito sua aparição e agora era o momento de Sophia e Rafe (seu até então ex namorado)
O Figure 8 nunca sonhou que um casal com familiares tão ricos poderia conter uma história obscura e trágica como a da adolescente, ela se endireitou, ou pelo menos tentou, para que parecesse o mais normal possível
Minutos antes Luke a dizia palavras claras:
- Sophia querida... não irá fazer nenhuma feiúra, estou errado? - chegou mais perto a ameaçando
- N-Não...
Assim foi realizado, tudo uma grande peça de teatro, onde as marionetes pagavam a grande consequência; suas contribuições para o espetáculo seriam obedecer e agir como se quisesse estar no lugar, uma grande farsa
Martin foi se apoiando na pior pessoa que poderia desejar, de vez ou outra tropeçava quase que invisivelmente, mas nunca tirando seu sorriso falso dos lábios, que por sinal doíam seu maxilar, pensava sozinha que era melhor se manter quieta, caso contrário ela teria punições severas se bem conhecia o pai
O sentimento de repulsa pelas atitudes de Rafe Cameron e Luke Martin fez seu estômago embrulhar (a bebida deu uma ajudinha claramente), estar ao lado de quem a fez mal em várias situações não era algo bom; então ao chegar no último trecho onde deveria caminhar, a garota saiu desesperada procurando o banheiro mais próximo, afim de jogar seu almoço e qualquer coisa existente no estômago direto para a privada, seu nervosismo era incontrolável, de uma forma que ao sentir o perfume de Cameron e olhar em seus olhos, ela soube que não aguentaria por muito tempo
Não aguentaria fingir que estava feliz com tudo...
Feliz com cada machucado, cada atitude que foi forçada a permitir, ameaças, chantagens
A felicidade da adolescente se mantinha esgotada e seria assim por um bom tempo, não sabia ao certo como isso impactaria em futuros relacionamentos amorosos, em seu dia a dia,
contudo tinha uma certeza: que nunca mais voltaria a ser a mesma
Sentia arrepios de se deixar passar sempre pela mesma coisa, droga ela merecia ser feliz como qualquer outro! repetiu esse pensamento por muitos e muitos meses, até desacreditar que era digna da genuína alegria de um relacionamento saudável
- Eu sou uma imbecil... - Sophia sussurrou
Havia vomitado aproximadamente seis vezes em menos de cinco minutos, agradeceu mentalmente por estar apta a chegar no banheiro, antes que ocorresse algum acidente que não fosse desejado
Agora abraçou seu redor e tentou relaxar ao máximo, tentando na realidade esquecer seus pensamentos
Fraqueza a definia no momento, psicológica e física, sua estabilidade mental, reconstruída a dedo no intervalo de tempo em que não teve conflitos com seu ex, foi apagada aos poucos, lentamente diria, como uma faca que te corrói e vai entrando a cada camada do seu corpo, sem pressa alguma, porque o objetivo é doer, doer muito e ir bem fundo
- Eu odeio minha vida!
Não era mentira, muito pelo contrário, a maior verdade que já foi dita por Sophia Martin, não foi feita para esse mundo de kooks com famílias ricas e com poder, desejava uma vida tranquila, calma e sem luxos (se fosse possível), quem sabe o destino a traria um presente por tudo que já enfrentou, algo como o namorado que sempre sonhou: cavalheiro, parceiro, respeitoso, carinhoso e que verdadeiramente se importasse e a amasse
Algo inatingível naquela ilha...
Ela era desejada, e como era!, da melhor família, beleza inconfundível, talentos diversos, educada, mas todos que já passaram por sua vida foram com a meta de ser da sua família, não namorado, usada como estilingue para grandes negócios, impotência lhe preenchia cada vez mais
- Ugh!... que nojo! - dava goladas na garrafa de água tentando se manter sóbria, o que era quase impossível diante sua situação
Foi se arrastando ao máximo até um corredor próximo a cozinha dos funcionários, abaixou-se meio desengonçada não querendo voltar para o tumulto, uma lágrima salgada brotou do canal lacrimal, fez de fato um lindo trajeto até a bochecha
Alisson sentiu seus olhos molhados novamente, se permitiu sentir o que deveria, puxou seu vestido cheio até mais perto, ajeitando-se numa posição fetal, enquanto encostava-se nas grades brancas do local
Ouviu passos discretos que se pareciam fortes e realizados por um sapato social, era ele
JJ Maybank com uma bandeja na mão e muita confiança, Sophia não deu a mínima em tentar ver quem era, não era hora, chorava baixinho no canto (estava muito satisfeita com isso)
Ele a reconheceu, não admitiria nunca, mas a reconheceria mesmo de muito longe, mesmo entre muitas pessoas parecidas
Seus malditos cachos perfeitamente caídos, o corpo que só ela tinha, tudo isso contribuía para o loiro ter certeza; a garota parecia chateada e a cada passo que Maybank dava, desconfiava que poderia estar, além disso, chorando
Olhou-a de cima a baixo analisando seu visual para a noite, vermelho a caía bem como nenhuma outra cor, um relance de luz brilhava exclusivamente em volta de Martin, a visão perfeita
Se assustou com sua mente perversa, que o pregou uma peça até que engraçada, porque caralhos ele reparou em bilhões de coisas na recém amiga, durante apenas uma fração de segundos?
Não saberia a resposta, não havia resposta, pelo menos não naquela noite de verão...
Se agachou buscando uma conversa tranquila, como dois amigos
- Princesa kook? o que a rainha do figure 8 faz aqui sem nenhum acompanhante riquinho? - JJ disse brincando
Queria uma risada em resposta
Sophia levantou a cabeça, sabia de quem era aquela voz, os cabelos loiros e mãos grossas
- JJ?... uh... que s-surpresa! - fungou esfregando rosto
- Você ' tava... chorando? - dava para ver que sim, mas queria a resposta em alto e bom tom
- Oh... n-não... não n-não, claro que não! - sua voz se embargou
JJ a olhou desconfiado
- Ah... hum... você bebeu Sophia? - o loiro perguntou curioso
Ela poderia mentir, poderia!
Mas não conseguiu
- Sim...
Nesse ponto ela já estava em pé, debruçada de costas o olhando profundamente, o menino reconheceu aquele olhar, o do tipo que não estava tudo bem, resolveu perguntar com coragem:
- O que aconteceu?
- Nada...
- Não mente ' pra mim... eu... eu quero te ajudar - parecia confuso com suas próprias falas, será que realmente queria a verdade?
Martin hesitou por longos segundos, abrindo e fechando a boca, não chegava na frase certa
- E-Eu eu... hum... merda... foi Rafe, f-foi ele - JJ travou o maxilar
Já não gostava de Cameron, não mesmo
- Ele... ele te fez alguma coisa? - o pogue arqueou a sobrancelha
- Bom... s-s-sim! - claramente estava bêbada, mas JJ não duvidou de nada
Sophia observou a Iris tão linda do amigo, os fios loiros que ele costuma correr com as mãos, sua boca que dizia palavras sutis, não prestava atenção em nenhuma delas por sinal
Foi se aproximando lentamente, queria conforto, um ombro por alguns minutos, em vez disso deixou-se encostar no peito de Maybank, uma atitude inesperada por ambas as partes
Ele se calou, não sabia o que fazer ou dizer, então abraçou a cintura da amiga, tentando a recomfortar
Sentindo o perfume doce que costumava odiar, mas que hoje em dia, após deixar o orgulho de lado, não se importava e até mesmo começou a apreciar um pouquinho; se viu numa situação arriscada, nem nos seus piores pesadelos ele imaginaria tal cenário
Mas a vida é imprevisível...
Martin chorou novamente, esgotada daquele sentimento, queria agradecer JJ por lhe permitir ser frágil em sua frente
Por estar lá
Se afastou tomando coragem para enfrentar seu nó na garganta, o garoto loiro por outro lado se sentiu comovido, mais cedo teve de presenciar outra surra de seu pai, ele também queria um abraço sincero
Eram dois fragilizados de frente para o outro
Maybank juntou os polegares passando com delicadeza em cada rastro de lágrima na face da amiga
O mundo pareceu parar, Sophia a olhou com desejo, porque ele se importava? porque justo ele teria a ajudado num momento como aquele?
Olhou de canto para sua boca, era isso mesmo? estava prestes a beijar JJ Maybank?
Num surto de pensamentos ela então realizou, o que matava-a por dentro, colou seu lábios num perfeito encaixe que durou longos segundos
Ele não parou, não impediu, aceitou e continuou, as línguas giravam como se fossem feitas uma para outra
O beijo tinha gosto de menta e cigarro, bebida e chiclete de morango, uma combinação arriscada mas que funcionava, ninguém discordaria
Quando JJ saiu do transe, percebeu que isso não era certo, não era com absoluta certeza, mas no fundo ele queria porque estava bom, muito bom
Merda...
Se deixou levar pela razão, limpou a garganta e disse:
- Nós... nós não podemos! - confessou o pogue
Sophia respirou fundo, percebendo seu grave erro
- M-Me me desculpa... e-eu eu - o olhou pela última vez desejando guardar aquele momento na memória - só esquece! d-desculpa
Ela saiu correndo, corava por inteira, vergonha a invadiu após escutar certas palavras, tinha arrumado mais uma confusão para sua vida
No que havia pensado para cometer algo assim?
O NERVOSISMO E A CULPA LHE FAZIAM SER IMPULSIVO, JJ Maybank refletia sobre a atitude de segundos atrás, por mais que ainda soubesse que deveria se manter calmo, afinal sua decisão de parar um beijo mágico era totalmente voltado ao bem da amizade, ainda sim sentia que foi um idiota
Daí relembrava a si mesmo que Sophia estava bêbada, não era um beijo por vontade, ela só precisou de alguém e confundiu as coisas
Era isso que tentava se convencer, a noite toda
O cheiro de bebida cara invadia suas narinas enquanto servia copos de whiskey para convidados, foi contratado por uma noite como garçom, precisava urgentemente de uma graninha e assim aceitou ficar perto de pessoas que sentia ódio e ao mesmo tempo inveja
Sua vida, desde que se lembra, é um grande caos de brigas, machucados, sentimentos confusos...
A ânsia de ser tratado decentemente por seu pai o deixava nervoso, tudo naquela noite o deixava nervoso, inquieto; quer dizer ele tinha acabado de beijar sua ex pessoa mais odiada enquanto em menos de vinte horas atrás, havia sido preso e detento pelo incidente com Topper, uma verdadeira montanha russa de emoções
Sua face estava mutilada, cortes em toda parte que ardiam bastante, teve o que merecia no conceito do genitor a respeito de... a respeito do que mesmo? uma boa resposta seria como a vida de Luke Maybank é uma verdadeira merda, era muito fácil descontar no seu filho, não acha?
Com uma gravata borboleta, no meio da pista de dança o tal loiro entregava um bilhetinho para a Cameron do meio, um gentil gesto de Vlad ou melhor de John B, seu melhor amigo, a menina surpresa perguntou:
- Do... do Vlad? - seu coração bateu mais rápido - ' Tá bom!
Sarah riu baixinho como uma criança
- ' Lê o bilhete! - ordenou piscando
Sentiu mãos grandes o tocando após a kook sair correndo sorridente, previu que fosse importante, virou-se instantemente
- Aí pode me trazer um Mai Taí amigo? - Rafe Cameron disse com o maxilar fechado, pareceu debochar do fato de JJ estar o servindo
- É pode trazer dois amigo? - Kelce continuou
- É olha só, eu ' tô em serviço agora, mas vocês estão bem elegantes ' né? - Maybank desenrolou
Não queria confusão dessa vez, não queria começar-lá...
- Tenho muitos pedidos na frente galera, talvez possam sentar no bar e esperar comendo... eu posso até trazer canapés!
- Olha gente o JJ vai trazer canapés! - o kook mais rico alertou
- Os canapés tão bem ali, eu já volto ' tá legal? - JJ falou se afastando
Um grupo de garotos se juntava, com passos lentos tentavam cercar o pogue, aquilo não acabaria bem
- A gente vai te seguir ' tá legal? só pra ter certeza que você não vai...
Cameron não terminou sua frase, uma vez que sua presa fugia por portas que nem mesmo ele conhecia a origem, os sapatos sociais escorregavam um pouco, fazendo-os atrasar
Era um grande circuito de obstáculos para o pobre JJ, que se movimentava cada vez mais ágil quando decidia olhar de canto pelos não amigos
- Com licença! - saltou uma poltrona de couro como se sua vida dependesse disso
Ele sabia que não era estratégico o bastante, muitos contra apenas um é uma verdadeira luta perdida, todavia ficaria apenas para assistir seu próprio show de provocações, já que a surra coletiva lhe aguardava, quem sabe não poderia tirar uma risadinha da cara dos filhinhos de papai?
Seu peito subia e descia tentando controlar o fôlego que perdeu no caminho, pensou que no toalete teria mais sorte, comoção dos senhores de idade ou qualquer um que estivesse fazendo suas necessidades e o visse lá no chão jogado
Bateu em cada uma das portas brutalmente, tudo o que recebeu foi xingamentos em alto e bom tom, após perceber que o lugar tinha apenas uma saída já era tarde demais, havia dado de cara com Rafe e sua turminha
- ' Tá fazendo o que no vestiário? - o kook perguntou com ironia
- Qual é o babaca!
- Que roupa bonita hein! - JJ elogiou um dos caras tentando simpatizar
- Cala a boca! Segura ele aí!
- O que você acha Rafe, lutar contra quatro... deixa a cabeça dele reta, eu vou alinhar o lance! - o garoto de terno azul fingia um teatrinho besta para bater no pogue
JJ estava sendo segurado forte, o braço musculoso de Kelce foi suficiente para o deixar vermelho, sua cabeça passava por um momento onde havia pouca oxigenação no sangue, devido a grande pressão, uma sensação de estar prestes a explodir
- ' Na moral Rafe! Cinco contra um! - Maybank arfava irritado
- Para de tentar falar! É falta de respeito quando eu ' tô alinhado a bola! aprende a ter respeito! - Cameron respondeu engraçado
- Você não tem, cara! Hum... quer que eu te fale em detalhes como foi um idiota com a Sophia? - provocou
Rafe o olhou, não acreditando, não pode deixar de se perguntar como sabia dessa informação
E porque raios sua ex estava amiguinha do cara que antes sentia repulsa?
Agora seu sangue fervia ainda mais, tinha no pensamento que iria acabar com o maldito garoto
- Sua cara ' tá horrível! ' Tá cada vez mais parecido com seu pai! - ele também sabia fazer piadinha com fatos um tanto quanto relevantes para instigar mais o ódio
Maybank retribuiu a frase com uma cuspida em cheio, seu coração batia rápido enquanto a adrenalina de ter feito aquilo, lhe deixou um pouco feliz
"Foi mais que merecido" pensou
- Aí merda! Então ' tá bom... - o kook riu debochando
JJ não percebeu mas já estava jogado do outro lado do cômodo, foi empurrado numa tentativa de esconderem o coplô que havia contra o mesmo
Sua garganta que antes se fechava cada vez mais (devido a pressão), perdendo o ar dos pulmões, teve uma liberdade satisfatória de uma respiração profunda e agradável, mais que necessária naquele momento
- Rapazes, algum problema aqui? - um homem alto que segurava um rádio questionou sério
- Mil perdões policial, problema nenhum... ah hm... na verdade tem, tem sim, tem... tem uma invasão criminosa que ' tá rolando aqui, bipe! pode anunciar! - o loiro falou com um ideia interessante em mente - desrespeito à propriedade privada, eu ' tô violando várias paradas aqui senhor! mas esses... esses cavalheiros aqui - passou os dedos na gravata de Kelce
- Não toca em mim!
- Me pegaram de jeito... e eles já iam me levar embora, e eu acho que é isso que o senhor deveria fazer: me escoltar ' pra fora!
Assim foi feito, como o garoto pogue queria, exatamente como queria, seus punhos se amarravam em uma corda invisível, era levado para o lado de fora, já que teria segurança, resolveu brincar pela última vez:
- E essa gravata aí? ' tá bem elegante... meninas super poderosas divirtam-se! - sorriu de costas satisfeito
- Aí avisa a Sophia que da próxima eu vou comer ela todinha a força, não vai ter frescura!
As palavras chicotearam no ambiente, por alguma razão isso afetou bastante JJ, se sentiu ofendido e como se estivessem falando dele ali, ou de alguém muito especial
De fato Martin havia um lugar no coração do recém amigo
Esse grande desrespeito gerou um impulso enorme para que o loiro voltasse correndo com desejo de sangue, sangue de Rafe Cameron
Uma mistura de sentimentos naquela noite o fez querer isso, afinal era de uma pessoa forçada a fazer coisas com Cameron que estávamos falando, mais especificamente alguém conhecido e querido, Maybank não imaginava a gravidade da situação quando ela chorou em seu ombro, quando o molhou com lágrimas salgadas e soluços
Talvez a podridão dessa história fosse mais funda...
oi KKKKK capítulo enorme com 7034 palavras 🫢🫢 tentei ao máximo me esforçar para que esse pedaço da história seja mágico e com gostinho de quero mais, finalmente dei um mimo para vocês, tardei mas não falhei!!! queria saber do fundo do coração se gostaram daquela partezinha, me contem tudo! estarei ansiosa pelos comentários de sempre, uh também não podemos esquecer da parte trágica do capítulo (minha marca registrada) confesso para vocês que apesar de muito peso na consciência eu amo escrever sobre essa conturbação do Rafe e Sophia, hoje inclusive acho que passei dos limites talvez, perdão! mas infelizmente é super necessário para a trama, tenho que me despedir mas estou sempre disposta a fofocar com todos meus leitores sobre cada coisinha que aparecer juro! obrigada por estarem acompanhando meu xodózinho, um dia teremos momentos felizes em Midnight Rain, UM DIA!!!!!!!! peço que votem, adicionem essa história a sua biblioteca para não perder nenhuma atualização e me sigam no TikTok (dilaurentsfilm.wp) onde posto mimos e spoilers, obs: certamente alguma coisa do capítulo será postado lá!!
beijocas :)
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top