Capítulo 22

"Você não me vê?
Eu, eu acho que estou me apaixonando,
estou me apaixonando por você
Você não precisa de mim?
Eu, eu acho que estou me apaixonando,
estou me apaixonando por você
-Falling for You 
The 1975

Ava fica em silêncio por vários minutos e começo a pensar que talvez ela tenha se assustado com tudo o que falei.

Para dizer a verdade, até eu mesmo fiquei surpreso com a minha sinceridade.

Não tinha planejado isso, não fazia ideia de que gostava tanto dela, até que vi como seu corpo inteiro tremeu ao sentir meus dedos dentro de si.

Eu estava extasiado.

Maravilhado com a intensidade do momento íntimo e por um instante desejei que ficássemos ali para sempre. Apenas nós dois.

Me ajeito no sofá e seguro seu queixo atraindo-a para mais perto. Não consigo evitar beijá-la e sorrio ao sentir a suavidade dos seus lábios.

Estou viciado nela.

— Jhonny eu... não sei como lidar com tudo isso, me desculpe. -Seu olhar recai nas suas pernas e ela junta as duas mãos em cima das coxas torneadas.

Observo esse pequeno gesto completamente hipnotizado.

Deus, como ela é linda.

— Ei, já disse que não precisa se desculpar. -Enrosco meus dedos nos seus.

Um sorrisinho entristecido se forma no seu rosto avermelhado por conta do que fizemos e ela balança a cabeça para um lado e para o outro puxando uma longa respiração.

— Você existe mesmo ou será que estou tendo alguma alucinação? -A brincadeira carrega um leve tom de verdade, como se ela realmente estivesse acreditando nisso.

Puxo seu corpo com cuidado para que ela fique de lado no meu colo e abraço-a apertado. Deslizo a ponta dos dedos pela pele acetinada colocando uma porção de cabelo atrás da sua orelha.

— O que fizeram com você, Ava? -Pergunto baixinho sem deixar de encará-la.

Percebo que ela tenta desviar o olhar envergonhado e franzo o cenho tentando entender o que diabos aconteceu ao mesmo tempo em que evito forçá-la a se abrir sem estar realmente preparada.

Desde que a conheci, aprendi que ela é arisca. Do tipo de pessoa que se for pressionada, acabará dando um jeito de fugir e não quero isso.

O que eu quero é ela por inteiro.

Não importa o tempo que leve. Quero que Ava sinta confiança em mim o suficiente para se abrir sem medos e sem que eu tenha que pedir por isso.

Porque eu não sou bobo.

Sei que há muito mais por trás dessa fachada tranquila que ela mantém para todos.

E sei também que isso tem a ver com alguém muito próximo a ela. Não consigo tirar da cabeça que talvez tenha sido esse seu ex namorado idiota. Tenho quase certeza de que ela não me contou toda a história e isso é o que me preocupa.

Saber que ela pode estar correndo perigo.

— Jhonatan, eu não quero falar sobre isso agora. -Puxo uma longa respiração.

Droga.

— Tudo bem. -Ela suspira aliviada. — Só me promete uma coisa? -Firmo suas bochechas para que ela não escape dessa vez.

— O quê? -Seu olhar assustado não me passa despercebido.

— Que vai me ligar imediatamente se algo estiver acontecendo? -Peço engolindo em seco e ela balança a cabeça para cima e para baixo antes de soltar uma risadinha.

— Só tem um pequeno problema.

Uno as sobrancelhas em confusão.

— Para fazer isso, eu preciso ter o seu número... -Ela sussurra pouco antes de encostar os lábios nos meus.

— Meu Deus, não acredito que gosto de uma garota que sequer tem o meu número de telefone, precisamos dar um jeito nisso... -Retiro meu celular de dentro do bolso da calça e lhe entrego para que ela salve o seu número na minha lista de contatos com os dedos trêmulos.

Uma vez que termina, aperto o botão de ligar e o seu próprio aparelho começa a tocar de algum lugar.

Ava não faz nem menção de se mover e lhe lanço um sorriso de canto.

— Não vai atender? -Provoco apertando a sua coxa de leve.

— Hum acho que não... -ela nega com a cabeça — deve ser algum dos meus contatinhos... vou deixar para ligar de volta quando você for embora. -Solto uma gargalhada fazendo com que nossos corpos vibrem em cima do sofá.

— Será que ele é tão bonito quanto eu?

— Não sei, talvez... -Belisco de leve seu mamilo por baixo da blusa e ela inclina a cabeça para trás.

— Tem certeza?

— Uhum.

Continuo estimulando-a sem dó nem piedade até que de repente ela se contorce passando uma perna de cada lado da minha cintura e praticamente cavalga em cima de mim.

Caralho, desse jeito eu vou acabar ficando maluco.

— Você é malvada, Ava Rice. -Mordo a sua orelha sentindo meu pau crescendo com o atrito das suas coxas contra a minha virilha.

— E você é um provocador, Jhonatan Cross. -Ela encosta a cabeça no meu ombro e aperto sua cintura em um abraço desesperado.

Por mais que esteja morrendo de vontade de me enterrar dentro dela, sei que esse não é o momento. Quero que ela se sinta cem por cento preparada e confiante para quando finalmente chegar a hora.

Ava precisa disso, de sentir que tem o controle, e merece ser tratada com cuidado e respeito.

E vou fazer questão de que ela entenda isso quando eu beijar cada centímetro do seu corpo coberto por várias tatuagens e fazê-la gemer meu nome sem parar.

Detenho seus movimentos assim que sinto que as coisas estão ficando mais intensas e ela me lança um olhar nublado pela excitação.

— É melhor pararmos por aqui, caso contrário não vou conseguir me controlar. -Beijo seu pescoço contradizendo completamente o que acabei de falar.

— E se eu não quiser que se controle? -Sua voz baixa e malditamente sensual me deixa ainda mais sedento.

— Ava... -digo ofegante — é sério.

— Certo. -Ela se afasta minimamente e emolduro seu rosto com as duas mãos.

— Já te disse que não tem nada a ver com você, ok? Só acho que hoje não é o momento certo para isso. -Explico.

— Para quem tem vinte e um anos, você é um cara muito maduro, sabia? -A observação me pega de surpresa e dou mais uma risada sonora.

— Pois é, sou uma alma sábia. -Mordo seu lábio inferior.

E bem safada!

Arquejo em falsa irritação.

— Eu sou a pessoa mais inocente dessa cidade! -Murmuro emburrado e agora é Ava que cai na risada.

— Você? Santo? Nem aqui nem na China!

— Ei! -Me levanto com ela ainda no meu colo e seus gritinhos misturados com as risadas contagiantes são como música para os meus ouvidos.

Suas pernas se cruzam na minha cintura e ela passa os braços por trás do meu pescoço em busca de estabilidade.

— Ficou louco, só pode! -Seus olhos brilham divertidos sob a luz tênue do pequeno abajur aceso e juro por tudo que é mais sagrado que essa é a imagem mais bonita que já vi na minha vida.

Você me deixa louco, Ava.

— Jhonny... -Ela solta um gemidinho engasgado.

— Não vou voltar atrás no que disse, se é isso que está pensando. -Declaro com convicção.

Agora entendo o motivo de todas as garotas correrem atrás de você. É todo um galã. -Ela debocha e nego com a cabeça.

Coloco-a gentilmente no chão e ela fica em alerta quase de imediato.

— E quando vai entender que eu só estou interessado em uma garota? -Busco o seu olhar para que ela entenda que estou falando sério e o que encontro me deixa apreensivo.

Medo.

E o pior de tudo, é que não sei que tipo de medo é.

E é por esse motivo, que mesmo com sua impulsividade de hoje, nossa intimidade terá que ser tratada com cautela.

Eu ainda vou descobrir o que esse ex-namorado lhe fez e se precisar, vou até o inferno para encontrá-lo e fazê-lo pagar.

Abraço-a novamente para que ela saiba que não fiquei bravo ou irritado e sem nem perceber, começamos a nos mover devagar, dançando uma música silenciosa que apenas nós dois somos capazes de escutar.

Ava respira fundo várias vezes como se estivesse criando coragem para dizer algo, e no momento em que as palavras saem pela sua boca, entendo o porquê.

— Ainda bem que no momento, também só estou interessada em um bad boy tatuado...

Depois de acompanhar Ava por quase uma hora, percebi que embora ela afirmasse o contrário, estava morrendo de sono, então por mais que quisesse continuar ao seu lado, me obriguei a me despedir para deixá-la descansar.

Durante o caminho até o apartamento, não parei de pensar nela por um segundo sequer.

Principalmente enquanto estava debaixo do chuveiro.

Desde que a vi pela primeira vez, meu coração errou uma batida e eu soube que deveria tê-la para mim.

Ava é linda tanto por dentro, quanto por fora e cada dia esse sentimento por ela aumenta mais e mais.

Sorrio ao perceber como devo parecer um bobo apaixonado.

Logo eu, o cara que não é a fim de relacionamentos...

Visto uma bermuda qualquer depois de me secar e vou até a cozinha para preparar algo para comer.

De repente me deu fome, já que não comi nada desde o almoço e só enchi meu estômago com os refrigerantes que bebi na festa.

Inesperadamente dou de cara com meu pai enchendo um copo de água na porta da geladeira.

— Ué, tão cedo em casa? -Seus olhos se iluminam ao me ver e balanço a cabeça para um lado e para o outro.

— Acabei de chegar, para falar a verdade. Só fui deixar uma garota na sua casa e vim embora. -Pego uma xícara dentro do armário e coloco água para esquentar no microondas.

— Uma garota é? -Papai leva o copo até a boca para tentar disfarçar o interesse.

— Sim. -Solto um longo suspiro. — Ela é... maravilhosa. E linda. Muito linda. -Completo com um enorme sorriso no rosto. — Quase me bateu quando falamos pela primeira vez, mas acabou não resistindo ao meu charme. -Brinco arrancando-lhe uma risadinha baixa.

— Sei bem como é isso. -Seu olhar se perde em algum ponto desconhecido provavelmente pensando em mamãe. — Fico muito feliz por você, filho.

— Obrigado. -Sorrio com cumplicidade. Faço um sanduíche de peito de peru e tomo um chá de camomila apenas para não dormir com a barriga vazia.

Enquanto como, converso com meu pai sobre Ava e acabo contando tudo o que sei sobre ela.

Comento também sobre seu comportamento estranho e ele escuta tudo atentamente sem deixar de franzir o cenho indignado.

Angel Cross é assim.

Ele odeia injustiças e é capaz de tudo para ajudar a quem precisa.

— É muito triste ter que escutar o que você acaba de me contar. Essa garota não merece passar por tudo isso... Na verdade, ninguém merece. -Ele aperta o copo de vidro e por um breve segundo fico com medo de acabar quebrando o objeto.

— Bom, pelo pouco que sei, ela parece estar bem, mas há momentos em que sinto que ela tem medo de tudo. Se assusta com facilidade e sempre está alerta. Isso me deixa preocupado. -Confesso cabisbaixo.

Papai se aproxima de mim e aperta meu ombro em compreensão e apoio.

— Como disse que ela se chama? -Indaga com a sobrancelha levantada.

— Ava... Ava Rice. -Respondo rápido e seus olhos se arregalam tanto ao escutar o nome completo da garota que está tirando o meu sono ultimamente que agora quem está em alerta sou eu. — O que houve? -Sussurro curioso e papai coça a garganta várias vezes.

— Nada... hã... você tem certeza de que ela é alguém confiável? -Seus olhos evitam os meus e de repente sinto algo estranho na boca do estômago.

— Sim, pai. Ava não é uma garota má, muito pelo contrário. -Defendo-a com uma carranca. — Ela é inteligente, amável e dirige uma moto do caralho. -Sorrio orgulhoso.

Isso parece ser suficiente para convencê-lo, mas mesmo assim, ainda me sinto curioso sobre a sua reação inusitada.

— Ok...hum... espero que ela resolva o que tiver que resolver. E principalmente que fique bem. -Concordo com a cabeça decidindo mentalmente que farei o que estiver ao meu alcance para conseguir exatamente isso. — Bom, vou voltar para a cama antes que a sua mãe sinta a minha falta. -Papai brinca e faço uma careta de escárnio.

— Credo, pai! -Resmungo lavando a minha xícara vazia.

Bebi todo o chá enquanto conversávamos sem nem perceber.

— Qual é filho, como acha que vocês foram feitos? -Ele sopra enquanto caminha para longe e sinto meu corpo inteiro tremer com a frase.

Termino de limpar o que sujei e volto para o meu quarto com a sensação de que meu pai está me escondendo algo, no entanto, não estou com ânimos para averiguar.

Quem sabe seja apenas paranóia da minha cabeça e estou fazendo tempestade em copo d'água.

De todas maneiras, o melhor a fazer é ir dormir que amanhã é outro dia.

Deito na cama com o celular em mãos e procuro o nome da Ava na minha lista de contatos, sorrindo ao constatar de que finalmente poderei falar com ela quando quiser.

Abro o aplicativo de mensagens e como se meus dedos tivessem vida própria, começo a digitar uma frase apertando o enter antes que acabe voltando atrás.

"Não vejo a hora de te ver de novo, já estou com saudades dessa sua boca. Durma bem, Ava." -Eu.


NOTA DO AUTOR
Helloooo amores da minha vidaaa
Sextou? Sextou.
Que capítulo meus amigos, que capítulo.
Jhonny fazendo jus ao sobrenome Cross e
sendo cadelinha como todos eles não tem preço, né não?
Que todos tenham um ótimo final de semana, 
e aproveito para avisar que estou viajando amanhã e voltarei segunda
então, até lá!
Espero que tenham gostado!
Não se esqueçam de votar e comentar, 

Amo vcs🥰
Bjinhossss BF🥰🥰🥰

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top