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São Paulo - Laboratório de pesquisa, indústria farmacêutica e empresa MS Marco Sales.

A doutora Marie e sua equipe participavam de uma coletiva de imprensa.

Em uma mesa ao lado de homens e mulheres, profissionais competentes,(Cientistas.) Marie responderia as perguntas feitas pelo batalhão de jornalistas a respeito do projeto: "life Archive."

Além dos jornalistas também estavam presentes, seu pai a mesa ao seu lado, o doutor Oliveira. Assistindo a coletiva junto aos jornalistas estavam: Seu marido Enzo Batista, Marco Sales o dono da empresa, seu filho sócio da empresa, Roque Sales, e a senhora: Beca Sales, funcionária da empresa, irmã de Marco Sales e tia de Roque.

__ Doutora, me chamo Sérgio.
- O jornalista levantou uma das mãos. __ O que o "life archive" pretende?

__ Já responderei sua pergunta, Sérgio. Mas antes de mais nada, quero agradecer pela grande oportunidade que a empresa MS, está dando ao nosso projeto. Agradeço de coração a família Sales por estar abraçando o life Archive.

Aplausos foram direcionados aos profissionais. Roque, feliz pela conquista de enfim trazer a equipe de Marie para sua empresa, aplaudia e trocava olhares de satisfação com o pai e com a tia. Logo os aplausos silenciaram...

__ Agora, respondendo a sua pergunta, Sérgio... Mary continuou. __ Bem, paralelo ao projeto lifenaut, dos Estados Unidos, nosso propósito também é o mesmo; com um banco de dados biológico e emocional das pessoas, o life archive pretende guardar material suficiente para, no futuro, criar clones cujos cérebros contenham todas as informações a respeito de um indivíduo. Para algumas pessoas, esse pode ser um jeito de continuar sua consciência, ganhar a imortalidade... - Completou sorrindo.

__ O que vocês querem provar com isso? - Um outro jornalista questionou.

__ Queremos provar duas hipóteses: a de que, no futuro, um análogo consciente de uma pessoa pode ser criado pela combinação de dados suficientes sobre ela; e que tal análogo pode ser baixado em um corpo biológico ou nanotecnológico e ter experiências comparáveis àquelas vividas por humanos nascidos de forma típica...

...chamado de Transferência de Consciência, esse processo está, no momento, dividido em duas partes: A primeira consiste em um arquivo da mente, uma coleção de informações a respeito de um indivíduo. A segunda seria a armazenagem de material genético (células com DNA) para uma possível construção (caso a tecnologia permita) de clones que receberiam esses "arquivos de memória". Ambos são tratados como pesquisas pela fundação - e, portanto, precisam de voluntários.

__ Qualquer pessoa pode se voluntariar, inclusive eu? - Uma jornalista perguntou curiosa.

__ Afirmativo! Todos, inclusive você. - Marie respondeu simpática, mais uma vez. __ Os voluntários que desejarem ter suas células armazenadas para uma futura aplicação na construção de clones terão a possibilidade de ceder amostras para a fundação.

O objetivo deste material é (repetindo) a criação de seres biologicamente idênticos ao doador que receberão em suas mentes o "arquivo" da vida deles.

Este novo ser tem informações sobre sua vida, sua personalidade. Em muitos jeitos, será você - mas será independente e continuará vivendo sua própria vida. - Mery esplica. __ É uma forma de estender a vida e mudar a evolução como a conhecemos... - A doutora deu uma pausa. Olhares curiosos esperavam sua conclusão. Flash's eram disparados repetidas vezes. 

__ Um organismo clonado, nada mais é do que uma cópia geneticamente idêntica ao doador. - Continou. __ Mas, assim como irmãos gêmeos univitelinos (que compartilham o mesmo código genético) são diferentes, o clone seria um ser vivo único, independente de quem tenha doado material para a sua criação.

Mesmo que este ser tivesse "baixado" em seu cérebro (por meio de uma tecnologia ainda inexistente) todas as lembranças, memórias, sensações e valores de uma pessoa, isso não o tornaria uma cópia exata dela, e muito menos a "traria" de volta à vida.

Vale lembrar que a tecnologia para criar clones humanos ainda não existe, embora alguns cientistas tenham assumido publicamente testes com embriões, nenhum conseguiu resultados. Ainda assim, as questões éticas suscitadas por um projeto como o "Life Archive" e o "Lifenaut" são muitas: nós deveríamos clonar seres humanos? E se sim, teríamos o direito de colocar informações em seus cérebros para satisfazer a vontade de alguém (que, provavelmente, já morreu)?

Somos comprometidos com a ética e, como uma organização com base no Brasil, vamos seguir as leis do país - sem nunca violá-las. - Garante Marie.

Marie e sua equipe foram aplaudidos de pé por todos jornalistas e pessoas ali presentes. Seu marido Enzo aplaudia com orgulho e assim que seus olhares se cruzaram, piscou um dos olhos para ela. Roque de igual forma aplaudia com entusiasmo, embora fosse uma pesquisa interessante que elevaria a moral de sua empresa, o seu maior interesse estava nos benefício que teria em ter a doutora próximo de si. A mulher por quem se apaixonou quando fizeram faculdade de cientista juntos. Trazê-la para perto de si era apenas a primeira investida para tentar conseguir separá-la do marido.

Manipulação genética, vida eterna, avatares e clones - o "life Archive'' parece mesmo reunir todos os ingredientes para um ótimo roteiro. Mas, ao que parece, um roteiro que deve permanecer somente na ficção. Será?

Alguns meses depois...