CHAPTER 27. are you sure about that?
27. VOCÊ TEM CERTEZA DISSO?
O que eu estava vendo poderia ser considerado como a nova maravilha do mundo. Andrew Hawk descontava toda a sua força em um saco de pancadas enquanto Dead And Gone tocava como trilha sonora. Eu poderia vê-lo treinando por quarenta horas, sem cansar. Era incrível como todo o seu foco estava em suas mãos, sua postura em comparação à minha... bom, era vergonhoso para mim comparar. Toda a academia estava com as luzes apagadas, mostrando que Ray já havia ido embora.
E então Andrew me viu e suspirou, pausando a música.
— Oi.
— Oi.
Larguei a mochila perto do ringue e subi, observando todos os movimentos de Drew. Ele estava ofegante e claramente suado. Seu abdômen brilhava por conta do suor e eu me vi hipnotizada pelos olhos esverdeados dele assim que ele olhou-me novamente.
— O que vou aprender hoje? — Questionei animada. Ele sorriu nasalado e sentou-se no chão, bebendo um pouco de sua água. — Está tudo bem?
— Apenas me preparando para a luta de janeiro. E você?
Apenas observando um cara extremamente gato em minha frente.
— Estou bem.
Andrew assentiu, levantou-se e me entregou as luvas de boxe rosa. Sem colocar os equipamentos de proteção, ficou apenas com luvas simples que já estava antes, pediu para que eu me aproximasse.
— Hoje eu não vou te ensinar nada, só me mostra o que aprendeu. — Mandou e eu assenti, iniciando alguns socos ensaiados. — A postura, Ariel.
Era difícil me concentrar com Andrew me olhando sério daquela maneira. Drew conseguia ficar lindo de todas as maneiras, mas o olhar carregado de frieza... Bom, ganhava meu coração.
Ele bufou quando, pela décima vez, teve que chamar minha atenção por conta da má postura.
— Seu quadril não pode ficar dessa maneira, Pimentinha. Se ficar dessa maneira, não tem como defender seu rosto. — Andrew se posicionou atrás de mim e colocou sua mão em minha cintura, mostrando o jeito correto de me movimentar. Mas, quando sua pele tocou na minha, meus pêlos se arrepiaram. E no momento que sua respiração se chocou contra meu pescoço eu já não estava mandando no meu próprio corpo.
Num ato automático, me virei para Andrew que olhou-me desconcertado. Nossos rostos estavam a milímetros de distância e a única coisa que eu conseguia pensar era em seus lábios. Ele engoliu em seco e abriu a boca para falar algo, mas nada saía.
— Ariel...
Interrompi sua fala quando selei nossos lábios. Andrew distanciou-se rápido e olhou cada detalhe do meu rosto, esperando um vestígio de arrependimento. Mas ele não iria encontrar nada.
Pude notar um sorriso mínimo em seu rosto antes de me beijar. Suas mãos apertavam minha cintura enquanto meus dedos puxavam delicadamente os fios pretos do seu cabelo.
Arrastei sua mão para baixo e ele sorriu em meio ao beijo, puxando-me ainda mais contra seu abdômen nú. Por falta de ar, tive que me separar de Andrew. Ele sorria bobo, me dando um selinho para finalizar o beijo.
— Eu preciso de um banho. — Sussurrou sem graça e eu assenti, sorrindo.
— Vou precisar da sua carona hoje.
Ele fez joinha e saiu em disparada para o vestiário masculino. Respirei fundo, ainda sentindo o choque elétrico percorrer todo o meu corpo, como se Drew ainda me tocasse. Só que eu não queria parar por ali, eu queria mais. E desejava que Andrew quisesse o mesmo que eu.
O barulho da água caindo logo foi ouvido, indicando que o garoto já havia começado seu banho. Meu coração estava acelerado, mas também estava decidido. Tentei fazer o mínimo possível de barulho, apenas analisando suas mãos passando pelo cabelo molhado.
Drew estava contra mim, deixando apenas suas costas à mostra. A pequena divisória deixava qualquer coisa censurada.
— Andrew.
Ele virou assustado e trancou sua respiração quando me viu. Analisou-me em todos os detalhes e engoliu em seco, voltando ter uma respiração acelerada.
— Posso?
Minha pergunta foi respondida apenas com um aceno discreto, e eu me aproximei aos poucos, deixando qualquer vestígio de roupa no chão.
Encostei minha mão em seu rosto e fiquei na ponta dos pés para iniciar um beijo. Andrew agarrou meus cabelos e me colocou contra a parede, que sustentava o chuveiro.
— Por favor, que você não se arrependa disso depois. — Sussurrei, fechando os olhos assim que Andrew iniciou uma trilha de beijos.
— Eu vou fazer a pergunta mais clichê de todos os tempos: você tem certeza disso?
— Como eu nunca tive antes.
O dono dos olhos esverdeados passou a língua por seus lábios e sorriu, satisfeito com a minha resposta.
Eu estava presa. Alguém que nunca havia conhecido o real interesse amoroso estava conhecendo naquele momento. A verdade é que aquilo estava sendo extremamente estranho. Não era só o tesão que eu estava sentindo. Tinha mais alguma coisa que eu não sabia identificar. Estava sendo diferente de todas as minhas outras experiencias com Vince, por exemplo. Bom era apenas um apelido para o que aquilo estava sendo para mim.
Os beijos que Andrew dava em meu pescoço e o jeito que suas mãos passeavam por meu corpo deixava meu cérebro extasiado. Nossas respirações em conjunto e nossos corpos cada vez mais próximos. Aquilo não poderia ser real.
Mas quando Drew colocou-me sentada na pequena divisória de piso e me olhou pela última vez antes de completar o espaço que faltava entre nós, eu tive certeza que a realidade já havia batido na minha porta há muito tempo. Naquela altura do campeonato, as costas de Andrew já estavam completamente arranhadas e minha respiração estava ofegante demais para me dar conta da quantidade de água que estava caindo sobre nós. Aquilo não era importante. Nada mais importava quando eu estava com Andrew.
No dia seguinte o meu humor estava incrivelmente satisfeito com qualquer coisa que acontecesse em minha volta. Nem as piadas de Asher me chateavam ou as contas de física que a professora passava no quadro conseguiam tirar o meu bom humor. E, bom, Lola e Margot já haviam notado que eu estava no mundo da lua.
— Vai contar pra gente esse seu bom humor inabalável ou quer convite especial? — Lola murmurou, parando ao meu lado.
— Uh? Não, não é nada demais. — Margot lançou um olhar desconfiado para Lola e eu apenas suspirei, dando de ombros. — É que eu estou feliz que estamos indo para faculdade.
— Ah! Conta outra, garota. Não tente nos fazer de idiota. — Margot bufou e eu ri. Eu adorava deixá-las se mordendo de curiosidade. — Por favor, conta pra gente o que aconteceu!
Decidi que iria contar, mas quando a treinadora entrou no vestiário, me calei. Aquela mulher poderia ser o diabo quando alguém interrompia sua fala.
— O treino das líderes estão cancelados pelo resto da semana. Então aproveitem, já que semana que vem é férias e vocês só voltam em janeiro. — Assim que ela terminou de falar, as garotas vibraram em comemoração. — Juízo, mocinhas! Usem camisinha, não tomem nada do copo de um desconhecido e...
Parei de prestar atenção em qualquer fala dela assim que começou com as lições de moral e de como ela ficou apavorada quando engravidou aos dezesseis anos. Uma história que já conhecíamos de cabo à rabo.
Assim que guardei na mochila tudo o que estava em meu armário, saí do vestiário indo até o estacionamento. Com toda fé do mundo, queria que Asher ainda me esperasse.
Antes que eu pudesse procurar por Ash, Vince se meteu em minha frente, tapando toda a visão que eu tinha do ambiente.
— Procurando alguém?
— Minha carona.
Desde que Vince havia me beijado de surpresa no jogo, eu estava o evitando. Era algo que eu queria conversar, mas a raiva tomou conta e preferiu apenas ignorá-lo pelo resto do ano.
— Você está me evitando.
— Você jura, Vince? Será que eu tenho algum motivo ou só estou fazendo isso porque não tenho nada pra fazer da vida? — Questionei irritada, cruzando os braços.
— Eu sei que está brava comigo.
— Você merece um prêmio por ter tanta sabedoria.
— Será que dá pra você não ser tão irônica?
Não.
— Eu só quero pedir desculpas. Sei que aquilo foi errado, mas você estava ali e... Poxa, Ariel, eu sou apaixonado por você.
— Isso não te dá o direito de me beijar a hora que bem entende. E se você está apaixonado por mim, lamento, mas o nosso rolo acabou. Eu já disse que não queria te iludir.
— Não, Ari. Tudo bem, não quero que nada acabe.
Assim que eu vi um moreno de olhos escuros e jaqueta de couro se aproximando, meu coração acelerou e minhas pernas bambearam.
— Está tudo bem? — Andrew e Vince tinham a mesma altura, portanto, Vince não se intimidou com a sua presença.
— Está. Apenas tendo uma conversa com uma amiga. — Disse firme.
Vince parecia um macho alfa disputando por território. Era ridículo de se ver.
— Te espero no carro. — Andrew me deu um selinho rápido e disparou um sorriso envergonhado para mim, voltando sua atenção para Vince. — Até algum dia, cara.
Assim que Vince recebeu três tapinhas de Andrew, ele me olhou e suspirou.
— É ele que você quer. — Sussurrou. — Entendi o recado.
— Não tem recado nenhum, Vince. — Falei e ele assentiu, se despedindo finalmente.
Margot e Lola correram ao meu encontro, dando risadinhas estéricas.
— Você deu pra ele!
Lola gritou e eu gargalhei, me distanciando das minhas melhores amigas e entrando no carro de Drew.
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