The Couch
—Eu não acredito que você falou aquilo, Katerina Petrova! —Elena sussurrou passiva-agressivamente, saindo do carro.
Katherine encolheu levemente ao ouvir seu nome verdadeiro. Esse era o sinal de que sua namorada não estava para brincadeira, e, por um momento, ela considerou continuar no banco de motorista a noite toda.
Entretanto, o dia tinha sido extremamente cansativo. Ela revirou os olhos lembrando como Elena a tinha arrastado para uma convivência forçada com seus amigos e os Salvatore, antes de sair do carro.
Depois de 500 anos sem muita interação humana "normal", fazer coisas como ir ao shopping com as amiguinhas irritantes de Elena, almoçar no Mystic Grill na companhia de Matt, Tyler e Jeremy, e um jantar na casa dos Salvatore, era algo que Katherine preferia evitar.
Era claro que todos estavam tentando se aturar por Elena, mas isso não tornava a situação mais confortável ou menos tensa. Não, nem um pouco.
No começo do dia, a vampira tinha se controlado. Nada de comentários sarcásticos, reviradas de olhos ou pescoços quebrados. Caroline e Bonnie também tinham se comportado. Apesar da tensão clara no ar, tinha sido fácil aguentar umas poucas horas de compras na companhia do trio de amigas. Elena estava feliz e era o que importava.
De tarde, a paciência de Katherine já tinha encurtado consideravelmente. Ainda que ela tivesse se apegado ao irmão de Elena, dividir uma mesa com um lobisomem e o Matt não era seu tipo de almoço ideal. Aliás, para início de conversa, comer comida humana não era seu tipo de almoço ideal. Alguns comentários sarcásticos começaram a escapar eventualmente.
Mas nada disso tinha se comparado ao jantar na mansão Salvatore. A vampira sabia que Stefan e Damon eram importantes para Elena, mas a força do hábito falou mais alto. Muito mais alto. Talvez ela pudesse ter evitado fazer alguns comentários, mas já era tarde demais para se arrepender. Até porque, a expressão na cara do Damon tinha sido impagável.
E foi assim que ela tinha terminado em casa com uma namorada muito brava, prestes a provavelmente levar o sermão de sua vida.
Para sua surpresa, Elena simplesmente trancou a porta da frente e subiu as escadas, sem dizer mais nada. Katherine franziu as sobrancelhas mas não questionou. Cavalo dado não se olhava os dentes. Ela subiu em seguida, batendo na porta do quarto após confirmar que estava trancada.
A porta abriu rapidamente e um cobertor e um travesseiro foram jogados para fora, antes da porta ser trancada novamente.
—Elena! —A vampira gritou, batendo na porta.
—Katherine! —Elena respondeu no mesmo tom, petulantemente.
—O que é isso?!
—Não sei como se chamava em 1864, mas você pode chamar de roupa de cama. Que hoje vai ser usada no sofá!
—Você está me mandando pro sofá?! —Katherine bufou, cruzando os braços.
—Se quiser dormir na cozinha ou na banheira, pode ir também. Nesse quarto você não entra hoje!
A vampira bufou de novo, pegando as coisas do chão e descendo as escadas.
Em 500 anos de vida, ninguém nunca a tinha mandado pro sofá! A sensação era verdadeiramente humilhante.
Ah, se eu não amasse ela...
Em algum momento da noite, depois de Katherine - finalmente - pegar no sono, Elena desceu as escadas. A sensação de culpa não a deixara dormir.
Tudo bem, ela estava muito chateada com o comportamento infantil de Katherine, mas ela sabia também que tinha forçado a barra.
A visão de Katherine dormindo no sofá com o cenho franzido fez com que ela risse baixinho.
Ah, se eu não amasse ela...
Com certa dificuldade, ela desenrolou o cobertor de Katherine e entrou debaixo dele, inevitavelmente acordando a vampira, que abriu os olhos estranhada ao sentir os braços de Elena em volta dela.
—Isso não significa que eu te perdoei —Elena murmurou.
Katherine sorriu e concordou com a cabeça, segurando sua namorada contra si.
Em pouco tempo as duas estavam num sono profundo, com um sorriso no rosto e a certeza de que, apesar de suas diferenças, nenhuma trocaria esse amor que sentia pela outra por nada no mundo.
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