Capítulo 29
Esse capítulo possui descrição detalhada de sexo e eu vou rasgar o verbo aqui, pelo único motivo de que eu cansei de só encontrar hot com gente cis. Se você não se sentir confortável com cenas de sexo entre duas pessoas alinhadas ao masculino, pode pular esse capítulo que não vai te atrapalhar em nada na história :) e nos vemos no próximo, tio Chris não vai ligar <3 mas vai me prometer q no capítulo seguinte vai aparecer, hein!
Agora sim, vamos ao cap.
"Agora diga que me odeia
Que você não consegue aguentar mais
Mas eu sei que eu e você
Somos inevitáveis."
— Red Lights, BangChan & Hyunjin
2020.
Sexo era o tipo de coisa que eu gostava de fazer — e fazer bem. Minha experiência era com outros meninos, sendo tanto ativo quanto passivo, pois isso nunca foi algo padronizado para mim. Ser um homem trans nunca foi um empecilho para transar com alguém, desde que fosse confiável o bastante para não contar isso a outra pessoa, o que era minha maior preocupação. Por isso, sempre escolhi meus parceiros sexuais com cuidado ou fazia questão de nunca mais vê-los na minha vida. Em alguns contextos, eu suspeitava até de que uns nem soubessem que eu era trans, pois em um banheiro frio e escuro de uma boate, com uma camisinha lubrificada e álcool sobrevoando a mente, que cara iria perceber? Era ainda mais fácil ser passável quando eu estava de packer nessas horas.
Mas, fora esses detalhes que às vezes causavam alguma inconveniência, eu gostava de sexo. Pra caralho.
Eu gostava de sentir meu corpo colado com o de outro cara e ouvir meu nome sendo gemido com excitação. Eu fazia de tudo, desde que ele também fizesse o mesmo comigo. Eu podia mandar e obedecer, escolher a posição ou fazer o que ele queria, eu não tinha filtro no sexo. O objetivo era o orgasmo no final.
Por isso, eu não me importei com limites ao ficar com Charlie, não era de meu costume e aparentemente também não era dele. Podíamos passar dias sem nos tocar, mas quando acontecia, era como se um soubesse o que o outro queria na mesma hora. Era difícil se conter, ainda mais com um garoto bonito daquele se empinando para mim enquanto ficava por baixo, querendo sentir mais a fricção do meu quadril.
Meu beijo era forte, desesperado. Minhas mãos seguraram em cada pulso do guri e o segurei na cama, o que o fez soltar uma exclamação surpresa no meio do beijo. A sensação de tê-lo imóvel para mim era boa demais e eu queria foder aquele garoto na mesma hora.
Minha língua brincava com a sua enquanto ele gemia dentro da minha boca, e quando simulei uma estocada ao pressionar meu quadril contra o dele, seus gemidos ficaram mais intensos. Charlie estava se entregando.
Soltei suas mãos por um tempo para me afastar do seu rosto e olhar bem perto dele. Passei minha ponta do dedo por suas bochechas, contornei seu queixo e boca, até parar na ponta do nariz.
— Tu é lindo pra caralho. — Sussurrei e Charlie respirou fundo para recuperar o fôlego. — Eu quero tanto te fazer gozar.
Seus olhos se abriram mais e ele queria falar algo, mas desistiu e balançou a cabeça, concordando. Me aproximei e voltei a beijá-lo, dessa vez com meu corpo de lado para deixar uma de minhas mãos livres para passar por seu corpo.
A pele de Charlie estava arrepiada, era fácil perceber. Ergui sua blusa e abaixei minha cabeça para deixar uma trilha de beijos por sua barriga, o que o fez se contorcer na cama.
— Jason... — Ele fechou os olhos e falou meu nome de um jeito que me deixou maluco, eu queria logo sentir aquele guri.
Aproveitei que ficara de lado para beijar seu pescoço outra vez, sua pele era mais quente naquela região. Uma das mãos de Charlie foi até meu cabelo e ele tentou se segurar nos meus fios curtos, sua outra mão continuava se agarrando ao lençol.
Desamarrei sua calça de algodão e a abaixei com relativa facilidade junto com a cueca, pois ele havia erguido o corpo o suficiente para me ajudar. Contudo, ao invés de descer mais meus dedos, interrompi a ação e me afastei. Charlie ficou confuso de repente, mas sua expressão mudou na mesma hora quando o peguei pelo quadril e o virei bruscamente na cama.
— Jason!!! — Ele protestou quando percebeu que estava de costas, e virou a cabeça o máximo possível para me observar por trás. — O que tu vai fazer?
— Só fica quieto, bebê. — Me inclinei e beijei sua nuca, Charlie se arrepiou na mesma hora.
— N-Não me chama de bebê! — Ele reclamou, mas seu corpo não, pois ainda mexia seu quadril ansioso quando me coloquei um pouco abaixo dele, em suas pernas, tendo uma visão melhor do seu corpo.
— Tu gaguejou, no fundo quer que chama, sim.
— Jason! — Charlie só teve tempo de dar outro grito de reclamação, quando gritou novamente ao sentir minha mão dando um estalo alto em sua bunda. — Porra, Jason! Mas o que-
— Já te falei pra ficar quieto! — Dei um tapa no outro lado e o corpo de Charlie tremeu por inteiro, ele afundou a cabeça no travesseiro para abafar o grito de susto. Quando levantou de novo, estava mais ofegante do que antes.
— Eu te odeio!
— Ah, é? — Dei uma risada e me inclinei até seu corpo. Meu rosto ficou próximo do seu o suficiente para morder sua orelha e percebi como Charlie estava vermelho. — Acha que é só tu que gosta de provocar? Tu faz isso vinte e quatro horas por dia comigo e achou que eu nunca iria revidar?
— Jason... — Sua voz saiu manhosa e ele fechou os olhos, só o jeito que ele falava meu nome me dava um tesão absurdo. Minha mão que antes batia nele foi até seu rosto e ergui meu dedo indicador em direção à sua boca.
— Chupa. — falei ainda perto de seu ouvido e Charlie já estava tão absorto no momento que sequer questionou.
Diferente de quando ele fez comigo, o guri literalmente chupou meu dedo de olhos fechados enquanto eu pressionava meu quadril no seu corpo e encarava seu rosto de lado, e ele fazia isso tão bem que minha excitação aumentou e eu me perguntava quantas vezes ele já tinha feito isso antes para ser bom assim com a língua.
— Teu miserável já chupou um pau antes, não foi? — Tirei meu dedo e dei um tapinha em seu rosto, o que o fez rir.
— Eu não sou santo, Jason, não deixo me tocarem mas gosto de tocar, e mais um monte de coisa.
— Então um dia tu vai chupar meu pau igual chupou meu dedo desse jeito? — Passei minha mão por seu pescoço e o apertei levemente enquanto beijava a sua nuca, sem parar de movimentar meu quadril em cima dele.
— Se tu quiser... Sim. — Ele disse em um suspiro e liberei minhas mãos para me erguer novamente para olhar seu corpo, empinado para mim. Passei meus dedos pelo meio de sua bunda e ele tremeu, achei graça daquilo, Charlie tinha umas reações espontâneas muito tímidas que era até fofo.
Desci mais meus dedos até sentir que, porra, ele estava molhado pra cacete. Seus gemidos ao me sentir o tocando se tornaram mais altos, mas ainda tímidos.
— Não vou enfiar. — falei em voz baixa. Charlie balançou a cabeça. Encontrei seu clitóris e comecei a movimentar dois dedos devagar, arrancando mais um suspiro do garoto.
— Meu Deus, Jason... — Charlie abaixou a cabeça novamente e se segurou no travesseiro. Com minha outra mão livre, dei mais um tapa em sua bunda sem parar de tocá-lo. Em seguida, passei minhas unhas por suas costas sem machucá-lo de verdade, só gostava de ver como sua pele reagia a qualquer toque meu.
Meus dedos começaram a tocá-lo mais rápido à medida que ele gemia mais alto para mim, mas eu também gostava de diminuir a velocidade e vê-lo soltar um xingamento nervoso, eu sorria vitorioso nessas horas e sabia que isso só prolongava sua excitação.
— Jason... — Ele gemeu meu nome baixinho e me inclinei para ele de novo. Charlie aproveitou a proximidade e se segurou em meu rosto, fiquei ainda mais próximo dele. — Pode colocar um dedo.
— Tem certeza?
— Até dois, se quiser. — Ele sorriu de olhos fechados e virou o rosto para me beijar. — Por favor, Jason.
"Mas seu filho da puta que quer me matar do coração gemendo meu nome desse jeito e ainda implorando, desgraçado."
— Charlie, não...
— Por favor, Jason, eu tô te implorando. — Sua voz saiu mais fina e suplicante, seus dedos se apertaram no meu cabelo e ele gemia tão próximo à minha boca que era um tremendo golpe baixo o que ele estava fazendo.
Eu podia tentar mandar nele e o que fosse, no final eu que era o cachorrinho obediente desse infeliz que faria tudo o que ele quisesse. A que ponto cheguei da minha vida.
— Cacete, Charlie, eu te odeio tanto. — Me ergui e o empurrei pelos cabelos para deitar a cabeça no travesseiro em um movimento brusco, e com minha outra mão senti sua entrada mais molhada do que antes, então atendi seu pedido: enfiei dois dedos de uma vez e comecei a movimentá-los dentro dele.
Charlie parecia em êxtase. Ele gemeu mais alto e repetia a merda do meu nome o tempo todo, não aguentei e fui mais rápido, queria vê-lo gozar. Segurei seu cabelo e o puxei para deixar sua cabeça erguida, e a cada vez que eu metia meus dedos mais forte o corpo de Charlie tremia mais.
— Jason! — Seu gemido saiu diferente, mais desesperado, e notei sua buceta se apertando como se estivesse pulsando; ele estava gozando. Soltei um gemido ao sentir meus dedos sendo apertados e os movimentei mais um pouco, queria senti-lo gozar até o final. — Meu Deus, Jason... — Ele puxou uma grande quantidade de ar para se recompor, e quando saí de Charlie ele estremeceu de novo.
O guri respirava com força e suava, assim que saí de cima dele tirou a blusa comprida rapidamente por estar sentindo tanto calor. Ri pelo seu desespero e me deitei ao seu lado, notando em como seus peitos estavam ocultos pela fita que sempre usava.
— Cê tá bem? — Perguntei atento enquanto o olhava de lado, Charlie passou a mão no rosto e vi que estava limpando os olhos. — Ei, eu te machuquei?
— Não, não... — Ele se virou de lado e ficou de frente para mim. — É que... Às vezes, quando gozo demais eu choro um pouco. — Ele falou aquilo com uma timidez tão grande que nem parecia ter gemido meu nome trinta vezes minutos atrás.
— Eu sabia que no final tu que era o nenis! — Ri divertido e segurei em seu rosto com as duas mãos para dar um selinho no guri. Ele também começou a rir.
— Eu não devia ter te contado desse apelido!
— Se fodeu, Jimin. — pisquei. — Qual o nome do outro mesmo?
— Jungkook.
— Jão o quê?
— Jung-kook. — ele falou pausadamente, fiz uma careta.
— Vou chamar de João, muito difícil. — fechei os olhos e fiz um bico, mas Charlie ficou em silêncio e os abri novamente. — Tá tudo bem mesmo?
— Yep. — Ele balançou a cabeça concordando e se aproximou de mim. Percebi o que ele queria e me deitei melhor na cama para deixá-lo deitado no meu peito. — A gente é engraçado. — Ele disse de repente.
— Por quê? — Comecei a mexer no seu cabelo.
— Um gosta de mandar no outro... Os dois gostam de ser ativos... A gente tinha tudo pra ser um desastre. — Ele riu no meu peito, foi uma sensação gostosa de sentir.
— Mas sou eu que vou te foder primeiro. — falei só para provocá-lo e eu senti que ele revirou os olhos, mesmo sem conseguir ver seu rosto. Contudo, ele não respondeu a provocação, e sim me abraçou pela cintura e juntou seu corpo mais perto do meu como sempre gostava de fazer.
— É, acho que se eu contasse para o Charlie de 2018 que eu iria acabar gostando de ti, ele não acreditaria.
O guri disse aquilo com um sorriso, mas eu não respondi. Ele esticou os braços para subir a calça outra vez e para pegar a coberta jogada pela cama. Eu estava com a cabeça no seu travesseiro e a luz do quarto continuava acesa.
— Tu quer dormir?
— Só um pouco. — Charlie bocejou de repente. — Gozar cansa.
Ele se levantou devagar enquanto ainda ajeitava a calça e desligou o interruptor de luz. Ainda estava sem camisa, e então se deitou do meu lado, se aconchegando comigo outra vez e nos cobrindo com a coberta.
— O único lado bom da quarentena é não ter hora pra fazer nada, o tempo é sempre igual. — Ele disse com a voz baixa de um sono que estava chegando e se apertou mais em mim. Sua perna ficou por cima das minhas e seu rosto adormeceu no vão do meu pescoço, eu podia sentir um pouco da sua respiração leve e tranquila.
Mas minha cabeça estava um furacão. Charlie estava gostando de mim.
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