(°□°)--︻╦╤─ - - -
every day a different cancellation

·🐈‍⬛·

Como um dos personagens mais gostosos dos desenhos da Disney já citou : " Perigo? Eu ando na selva brava, eu rio na cara do perigo."

Bem, essa frase pode até ser inspiradora para alguns e até usada em grupos de adolescentes que amam um meme velho. Mas para Jisung foi a sua frase de efeito, seu nome nem ao menos era mais Han Jisung, puff.

Que nome idiota. H A N, pelo menos o som desse nome lembrava um bom filme do majestoso Akira Kurosawa.

Mas... de ela for colocada junto das letras " D, A, N" virava um som um tanto peculiar, muito parecido com uma moto arrancando a dez por hora. Chegava até a ser um tanto poético...

" RAN DAN DAN DAN, ou melhor, HAN DAN DAN DAN"

Já Jisung não ficava muito atrás, outro nome idiota, comum e sem graça, nome de emo, que chora no banho e corta o cabelo com uma navalha cega, ninguém gosta de gente assim, ainda mais porque mais da metade dos emos ficaram nos anos 2000, junto das boinas, Jonas brothers, do shorts de tactel verde musgo e das calças de cintura baixa.

Bem, o shitposter tinha aversão há emo, mesmo sendo uma versão mal feita deles.

Então, depois de ter feito o ato mais perigoso de toda a sua vida, roubar o celular de um cara que sem problema algum socaria a sua cara até dizer chega, conversou com a irmã dele por quase uma hora e depois estava lá, invadindo o quarto do escritor.

Han Jisung morreu, aquele velho homem ia sair dali correndo de medo, mas não o fez. Han finalmente havia evoluído, tinha passado de level. Agora ele tinha se tornado um Deus, Han tinha mudado seu nome para MCLovin.

Mas a sua onda de coragem logo foi pro saco quando Minho, que estava deitado, abriu seus olhos meio furioso por ver que Jisung estava ali. ━ Sai, tô querendo dormir.

━ São sete da noite ainda.- Han estava com as duas mãos escondidas em suas costas, ele segurava em uma mão o celular do mais velho e já na outra, um saco de ervilhas congeladas. ━ E você não precisa do seu sono de beleza, para mim você já é bonito o suficiente bebê. - Sorriu se aproximando da cama do escritor, que por se assustar com tal aproximação se levantou.

━ Sabia que uma das formas mais eficientes de morrer é tomando uma descarga elétrica de mais ou menos 220 volts?. Você tem uma tomada 220 e um monte de garfos na cozinha. Eu poderia facilmente virar presunto. - Respirou fundo passando as mãos pelos seus cabelos bagunçados e novamente se sentou em sua cama olhando para o chão. ━ Eu nunca senti tanta dor de cabeça em toda minha vida, eu quero te matar. - Mas sentiu algo bater em sua cabeça, algo gelado, que logo aliviou sua dor. ━ O que foi?

━ Eu tô falando, me segura, tô a cinco passos de te arrumar um terapeuta, esse negócio de "fé nas malucas" não dá certo, tenho medo de você Queridão, pensa, com essa sua carinha de psicopata, de duas a uma, ou tu pula da janela, ou você me empurra da janela. - Jisung riu se afastando e se certificou de fechar a janela do quarto pensando seriamente o do porque de nunca ter colocado redes de segurança nas janelas.

━ Eu estou brincando, não tenho interesse em me matar, meus gatos iam ficar chateados e matar alguém só ia me dar mais dor de cabeça, eu também não tenho o perfil de alguém que vai para a cadeia. - Concluiu sério percebendo que na realidade, era um saco de ervilhas em sua cabeça, ele se impressionou por um segundo, o gelo realmente ajudava com a dor. ━ O que está fazendo com o meu celular?.

Jisung percebeu que o coreano olhava fixo para as suas mãos e o garoto se desesperou o entregando completamente sem graça. ━ Achei na sala, resolvi te trazer, celular é algo pessoal e importante demais para deixar assim, jogado na sala. - quando queria, Han conseguia citar boas palavras.

Mas após Minho tocar na tela do aparelho, logo apareceu na foto de fundo de seu celular Han Jisung, Lee desligou o celular e logo o ligou novamente, se virou lento para Han que estava ao seu lado e respirou fundo. ━ Você mexeu no meu celular.

━ Eu vou ficar ofendido com essa acusação.- Ditou entristecido e lembrou que havia colocado uma foto sua como wallpaper do celular de Lee, Han obviamente ia trocar, mas esqueceu. Jisung era muito burro. Tão inteligente e tão burro... ━ Que fofo, você me colocou no seu wallpaper?.

━ ...Meu celular tem senha. - Levantou a sombrancelha tentando descobrir como o maldito moleque burro tinha o descoberto.

Mas o youtuber respirou fundo se sentindo meio pressionado. ━ As coisas que você mais ama... Lee Haemin, o cantor Hyukoh, Doongi, Dori e Sooni. Como é uma senha que utiliza palavras eu só selecionei o que estava óbvio e como eu já vi você digitar o "Doo" no seu celular, eu acabei tendo uma ideia do que era, na quarta tentativa eu coloquei DooDoNi e foi.

━ ... Eu preciso trocar a minha senha. - Minho desabafou assustado, ninguém pensaria assim, Jisung era estranho. ━ Mas enfim, agora eu posso me deitar?

Jisung concordou e se levantou, Lee o olhou meio desconfiado, Han não estava falando palavrões, não estava fazendo gracinhas e nada do tipo, apenas olhou Minho se deitar e fechar seus olhos, assim que o coreano se ajeitou de lado fechando os seus olhos pelo sono, arrumou o saco de ervilhas em sua cabeça para não cair e suspirou por conseguir se sentir confortável.

Já Jisung ficou ali calado, desligou a luz do quarto e se sentou na cama do hóspede que tentou não abrir seus olhos, mas estava, por dentro tendo um belo ataque, o que Jisung queria? Porque ele não saia daquele quarto, porque diabos ele gostava tanto de encher seu saco. Mas em meio aos seus pensamentos, Han fez algo que Lee não entendeu, se deitou ao seu lado e pousou uma mão sobre suas costas, dando de leve e com bastante carinho, batidinhas em suas costas. Minho gostava disso, lhe dava sono. ━ Boa noite Linozinho, me desculpe de coração pela dor que te causei e me desculpe por te estressar tanto. - O mais velho lutou para permanecer de olhos fechados, a voz de Jisung ecoou fraco e suave em seus ouvidos e mesmo de imperceptível para Han, Lee tira se arrepiado todo.

De fato, Lee Minho tinha se odiado naquele momento. Ele não queria aquilo, não queria se apaixonar por um garoto que provavelmente só lhe traria problemas. Por tudo que era mais sagrado, o mais velho passou a sua vida desviando de pessoas difíceis de lidar, pessoas cujo tinha ideias erradas e pessoas folgadas, apenas estava aturando Han por conta do dinheiro e ele levou em consideração esse fato por um tempo já que realmente estava ganhando uma quantia agradável com a divulgação do seu livro, suas aparições no projeto dos garotos e até consertando os eletrônicos quebrados dos garotos.

Mas ali, naquele quarto silencioso, Lee pensou, se daqui para a frente ele ia permanecer perto de Han por conta dos "negócios" ou se seu coração o sabotaria.

Era cansativo ter medo.

Digo, Minho conhecia o tipo de homem que Jisung era, pensa coisa errada, fala coisa errada, leva toda a sua vida na brincadeira e se auto convence que todos a sua volta sempre vão estar de acordo com os seus comentários e ações inconvenientes e mesmo que o garoto bata no peito convicto que está disposto a mudar, era difícil acreditar. Era difícil acreditar em tudo que Jisung dizia, pois o tal amor que ele tanto falava sentir por Minho começou de uma hora para a outra, era confuso e sem sentido. Para Lee, não tinha como alguém se apaixonar depois de uma conversa tão rasa como aquela, Jisung nem ao menos conhecia sua essência e Jisung nem ao menos tinha ficado com um homem antes.

Pareceu ser só "curiosidade"

Minho não estava disposto a ser parte do experimento sexual de Han. Ele não admitia ser usado como um objeto apenas por curiosidade pois mesmo sendo um rapaz seco, Lee nunca deixou seus parceiros e parceiras terem carência emocional, ele sempre se dedicou a amar e respeitar aqueles que o amavam e se esforçava para os amar na mesma intensidade.

E por ser assim, ele mesmo com um ego inflável, confessava: sempre acabava se decepcionando e sinceramente, com Jisung, Lee não estava afim de perder seu precioso tempo, já que sabia o final de tudo.

Brincadeiras de mal gosto e cancelamentos a parte. Não, Minho não era um rapaz escroto, seco e imparcial, Minho era apenas um homem comum que estava cansado de demonstrar algo pelos outros e só receber migalhas de carinho e um amor, estava tão cansado que resolveu apenas se valorizar um pouco mais e sim, era errado ele pensar que Jisung não seria o certo.

Mas Jisung agia como uma pessoa inconveniente, suas brincadeiras e piadas de mal gosto, sua falta de senso, falta de respeito e compreensão sobre o espaço e sentimentos dos outros era óbvia. Mas, realmente, Minho nunca parou para tentar compreender Jisung.

Aquele garoto idiota que só falava coisas preconceituosas na internet em nome do humor não era o verdadeiro Han Jisung, o verdadeiro Han Jisung era um garoto que vivia de crises existênciais, viciado em comprar tênis de marca e comer cheetos sabor cheddar, o verdadeiro Jisung gostava de abraços e amava filmes trash, como aqueles filmes de terror baratos sobre assasinos, o verdadeiro Han tentava se esforçar para mudar e sempre tinha crises de risos por estar nervoso e mesmo que disposto a mudar, para quebrar o gelo que existia entre ele e a pessoa que ele gostava, ele sempre tentava fazer algo que tirasse Minho do sério pois, de alguma forma, ele achava legal ser xingado por ele. Em sua cabeça, Minho era ele mesmo quando estava bravo, Han gostava.

Aquele era Jisung.
Mas Minho não compreendia.
Porém, contudo não podemos culpar Lee.
De alguma forma, Han também não conhecia a verdadeira essência de seu amado. Que mesmo quieto, de olhos fechados, não estava aguentando mais uma crise amorosa. Maldito Han Jisung.

Minho não o perdoaria, Jisung não tinha o direito de mexer com o seu coração de gelo.