Capítulo 59

Após mais uma longa viagem, Mitchel e o Detetive Sanchez retornaram ao Centro de Pesquisas ..., mas desta vez não entraram no prédio. Preferiram estacionar próximo ao local e ficaram na espreita para seguir a Dra. West, pois pode ser que ela faça suas experiências macabras em outro lugar e precisavam descobrir onde é.

E o mais importante, se trabalha sozinha ou com alguém.

Finalmente ela saiu do Centro. Já era tarde da noite. Foi para o estacionamento pegar o seu carro e o conduziu até a avenida principal, justamente em horário de maior movimentação no trânsito. 

E viram que eles apenas deram uma volta pela cidade... para voltar ao Centro.

_ Por que será que ela fez isso? _ Perguntou o detetive espantado.

_ Simples. _ Mitchel já deduziu rápido: _ é apenas uma distração, caso aconteça de alguém estar a seguindo. E não voltou exatamente ao Centro, mas sim para detrás dele. Veja, ela desceu do carro dele em uma esquina meio que perdida na região e deu a volta sozinha pelo quarteirão.

_ Hum muito engenhoso... logo atrás, há um outro prédio abandonado. Era o antigo Centro de Pesquisas de São Paulo que foi interditado para reformas. Ela tem muita coragem de ir sozinha à noite e num lugar deserto.

_ Sim... e deve ser lá onde faz os seus experimentos.

Deram a volta por todo o local, mas não encontraram nenhuma entrada. Tiveram que pular o muro. Se perguntaram como foi que ela entrou.

Por um instante, Mitchel hesitou. Não será a primeira vez que enfretará mortos-vivos..., mas vai saber lá o que encontrariam ali dentro.

_ Credo, parece até mal-assombrado!

Não foi fácil andar naquele lugar abandonado e no escuro. Para piorar, tinham a sensação de estarem sendo observados. Um deles utilizou a lanterna do seu celular, para não chamar muita atenção. Logo avistaram uma sala com luz acessa..., mas bem no meio do caminho, o detetive tropeçou em alguma coisa. 

O pânico tomou conta de seus corações, mas por mais que estivessem com medo, tinha que ver o que era. Quando chegaram mais perto para analisar, viram que era a cabeça do Coronel Vivar caída no chão... e por incrível que pareça, ainda estava viva, porque tentou falar com eles.

E isso era somente o começo!

De repente escutaram um miado desafinado e estridente de algum gato passando por ali. Minutos depois só viram um felino de pelagem negra surgir da escuridão e notaram algo muito estranho naquele animal.

Era o gato reanimado da Evelyn. Depois que atacou um dos estudantes de Física, ela deve ter o trazido para o prédio abandonado.

A criatura felina rosnou para eles com uma postura de ataque, indicando um sinal de briga por território. Bem que Mitchel tentou acalmá-lo, mas o bichano não quis conversa e avançou nele. Deu um violento arranhão na mão do jornalista, que pôs a outra mão na boca para não gritar de dor. Ganhou mais uma cicatriz.

_ Veludo, você está aí? Vem aqui com a mamãe!

Rapidamente o gato deu meia volta e sumiu na escuridão. Distraíram-se com ele indo embora, quando sentiram duas mãos agarrando o ombro de cada um deles... era o corpo do Coronel sem a cabeça!

Começaram a lutar contra aquilo. Foi um desespero total. O detetive não pensou duas vezes e atirou naquele corpo sem cabeça. Infelizmente ele já estava morto e não tinha mais como salvá-lo.

Finalmente chegaram na tal sala. Nem repararam como conseguiram chegar lá... E lá estava ela fazendo suas experiências em seu laboratório. Naquele mesmo local, havia pedaços de corpos, tanto de humanos quanto de animais. Também tinha inúmeros tubos de ensaio, béqueres e outros materiais utilizados nas experiências. Alguns deles continham um certo líquido verde fluorescente... o Re-Animator.

Mas o mais assustador era ver que ela não se intimidava com aquele monte de cadaveres embalsamados, pendurados ou mergulhados em formol. Pelo contrário, se sentia no paraíso. E o que chamou mesmo a atenção dos dois foi uma grande mesa cirúrgica envolta de uma fumaça fria de nitrogênio com um corpo em cima dela, recebendo soro...

O soro reanimador!

_ Boa noite senhores. _ Disse uma voz melodiosa atras deles.

_ Dra. Evelyn West? _ Disse Mitchel espantado ao revê-la.

_ Sim, este o meu nome. _ Disse dando o seu melhor sorriso e segurando o seu gato morto vivo.

_ Ou devemos chamá-la de Doutora Re-Animator? _ Intimou o Detetive Sánchez indignado com tudo aquilo.

_ Para mim tanto faz...

_ E tanto faz a vida daquelas pessoas das quais você matou e reanimou?

_ Que pessoas? _ Ela perguntou fazendo um ar bem do ingênuo. O Detetive fez uma lista de suas vitimas, começando pela sua assistente. 

_ Ah aquela piranha da Anne? Ela bem que tentou se dar bem às minhas custas. Imaginem só, ela somente abria as pernas para toda a diretoria do Centro para que eu fosse demitida!

A Dra. West deu uma risada típica de cientista louco. Seria até uma coisa bonita de se ver, se não fosse tão perversa.

_ Mas não fui eu quem a matou, foi o amante dela. Ele pediu a minha ajuda e eu só o ajudei.

_ A transformando na Loira do Banheiro? Sabia que ela praticamente aterrorizou uma escola?

_ Sim eu soube..., mas não fui quem a deixou escapar. E como ela foi parar lá na escola, não sei. Só sei que a culpa não a minha.  

_ Mas e o Coronel Vivar? O que houve com ele para acabar daquele jeito? _ Foi a vez de Mitchel perguntar:

_ Ele veio reclamar comigo sobre o que aconteceu com a égua... Na verdade, veio me xingando de tudo quanto é palavrão na frente de todo mundo e assim como a vagabunda oxigenada da Anne, tentou ferrar comigo vindo atrás de mim até aqui. Ele me atacou e eu o acertei com uma pá esquecida aqui. E antes que ele se levantasse, eu o decapitei e reanimei o corpo e a cabeça dele separadamente.

Mitchel a encarou petrificado, querendo não acreditar no que acabara de ouvir. Aquela garota era do tipo que extermina qualquer um que ouse atravessar o seu caminho... isso também inclui a própria mãe e o tio.

_ Então você soube do caso da égua? E o veterinário e o delegado Mathias? Eles morreram por causa daquele monstro que foi resultado do seu tratamento, sem contar que aquilo aterrorizou toda a cidade!

_ Não era para aquilo acontecer, foi um acidente. Não sei o que deu errado.

_ Também foi acidente a morte do estudante de Física, que morreu por culpa do seu gato?

_ Para começar, foram aqueles dois cretinos que mataram o meu Veludo, usando o pobrezinho naquela bosta de experimento. Eu apenas o reanimei e ele se vingou.

_ E quanto a Nathalia? 

_ Quem é essa? Ah a moça que morreu naquele acidente na rodovia e o tarado do Greg a sequestrou e usou o meu produto para reanimá-la?

_ Essa mesma. O seu namorado, o Afonso, não te falou que ela assassinou um monte de gente, incluindo o próprio Greg e por conta de um outro acidente, ela foi partida ao meio e virou a Teke Teke?

Evelyn só olhou para eles com cara paisagem, se perguntando o que diabos ela tem a ver com todas aquelas mortes. Na sua percepção, achava que a culpa não era dela se alguns teste não deram certo ou se usaram o seu produto sem a sua permissão, como foi no caso do Greg.

_ Eu realmente eu sinto muito pela moça, mas o culpado pelo ocorrido e pela própria morte foi ele. Eu nem estava aqui quando isso aconteceu. Ele colheu o que plantou.

"Que alias, foi muito bem feito para ele!"

Infelizmente eles tinham que concordar com ela. Quando ocorreu toda aquela confusão, ela estava no litoral com a seita de Cthulhu, trazendo polvos monstruosos de volta a vida.

_ E o primo dele que era o seu namorado? Você não sente remorso por ele?

_ Para começar, ele não era meu namorado... bom eu até gostava do fato de ele ser fascinado por mim e fazer todas vontades, até o momento que aquela obsessão dele me tirou do sério. Então eu precisei me livrar dele. Não foi planejado, mas necessário!

_ Bom eu também não sei o que deu errado com a senhorita, mas isto acaba aqui e agora. Dra. Evelyn West, está presa em nome da lei por crimes contra os direitos humanos! _ O detetive Sánchez deu um passo à frente para algemá-la.

_ Não podem me prender! Eu venci a morte! O Re-Animator funciona! Eu posso salvar vidas! Eu posso dar a vida!

_ Você não é Deus para vencer a morte e dar vida a nada e nem a ninguém. Ao contrário, não passa é de uma maluca assim como aquele maluco do Dr. Herbert West...

Ao falar mal do seu amado mestre, o detetive levou uma tremenda bofetada de Evelyn. Enquanto isso, Mitchel que vigiava a porta, notou que algo se mexia no meio da fumaça de nitrogênio.

_ Lava essa boca para falar mal dele! Ele é um gênio! Ele só queria uma sociedade melhor, muito melhor do que o seu Deus fez!

_ Fazer atrocidades com seres humanos não faz uma sociedade melhor. Ele é um imbecil que não se importa com ninguém! Olha o que ele fez a você, distorceu a sua mente, fez de você uma louca como ele.

_ Sim ele se importa! Pelo menos comigo, ele se importa. Ele me tirou daquele inferno. Me deu o lar que eu nunca tive. Me deu amor e carinho. Enquanto muitos me tratavam feito lixo, ele foi o único que me amou de verdade. Me acolheu quando ninguém me quis. Ele me ama e eu o amo!

_ Olha moça é muito lindo esse amor entre pai e filha, mas...

_ Ele não é meu pai, é meu marido! Diz para eles, Herbert.

De repente Mitchel e o detetive viram o corpo se levantar do meio da fumaça e se pôr de pé. E não acreditaram quando viram quem era. Ele mesmo, o famoso Dr. Herbert West, o criador do "Re-Animator". Ele deve ter morrido e a sua aprendiz o reanimou.

_ Confesso que nós não esperávamos visitas. Mas já que estão aqui, podem-nos ajudar com mais um experimento!

_ Experimento? _ Indagaram os dois. Seriam eles!

Bem que eles tentaram fugir, mas foram detidos pelo amigo zumbi de Luan, Carlos. Tinham se esquecido dele. Junto com ele estava uma horda de criaturas mortas vivas, criações de Evelyn. Ela conseguiu detê-los e os levou de volta ao laboratório. 

Aqueles dois já estavam preparando um novo procedimento de reanimação. Enquanto isso, Mitchel reparou na rede elétrica improvisada do local. Ele só fez um sinal para o detetive, que mesmo assustado entendeu. Deu um tiro na caixa de força que fez todo o local explodir, causando um grande incêndio!

Na hora, um dos fios desencapados atingiu o Dr. West. Bem que Evelyn tentou salvá-lo, mas não conseguiu salvar nem a si própria. Mitchel e o detetive Sánchez correram dali o mais rápido possível. Como novamente não encontraram nenhuma saída, pularam o muro e graças a Deus o socorro veio bem a tempo.






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