Capitulo 10 - É Hora de Encontrar Respostas

- Você está de carro ou a pé?

O garoto perguntou, e olhou-a esperando por uma resposta, Karolin definitivamente não queria ir com ele, seu instinto disparava demais perto dele, e se ele a levasse para um lugar isolado e a matasse, sei lá.

- Hum, vim com meu namorado.

Aquilo era mentira, claro. Ela tinha ido com Alicia e Lancy. Mas achou que se dissesse a palavra "namorado" o rapaz recuaria.

- Olha, eu realmente já estou bem, vou esperar por ele. Porque você não aproveita que pegou a licença e vai curti-la?

- Não, tranquilo, eu posso te levar, o Brandon é seu namorado agora?

Ficou meio apreensiva, eles se conheciam? Brandon parecia não ser íntimo do rapaz que, assim como ela, era novo na cidade.

- Mais ou menos, é complicado, a gente está se conhecendo sabe. Ele tentou me matar a primeira vez que me viu.

Arrepiou-se só de lembrar, se aquilo é morrer pretendia viver por pelo menos uns 100 anos.

Olhou para o loirinho e ele estava de olhos arregalados, fazendo-a perceber que fez merda de novo, ela fala demais, não tem um maldito filtro, será que ele já percebera que ela não é ser humano? Talvez não, talvez ela pudesse fingir que era uma brincadeira.

- De tão lindo. - Deu uma risadinha porque ele era lindo mesmo. Pena que tinha uma péssima personalidade. - Vocês se conhecem?

- Hum, não, pessoalmente não, a minha sobrinha faz parte da comunidade dele, e ela é meio apaixonada sabe, "Ah, ele sorriu pra mim", "Ah ele é tão lindo". - Disse imitando o que Karolin imaginava ser a sobrinha dele. - Eu só estranhei porque me disseram que ele ainda estava de luto.

- Ah...

Foi o máximo que conseguiu dizer, ele parecia legal e o instinto de Alicia não disparou, talvez ela realmente tivesse ficando paranoica.

Podia ser que tivesse apenas passado mal por reflexo da vida humana, apesar disso ser muito improvável já que Elementares não adoecem como humanos.

- Eu te levo. Vamos, ainda faltam umas 4 horas para acabar as aulas, meu carro está logo ali, não me custa nada.

Por mais que pudesse ser apenas paranoia dela, ela não iria. Preferia ir voando, podia viajar alto o suficiente para não ser vista, sei lá. Melhor prevenir do que remediar.

- Po...

- Não precisa cara, eu levo minha garota embora, mas valeu aí pela ajuda. - Interrompeu Brandon que estava logo atrás do garoto.

Só Karolin sabia o alívio e a felicidade que era ouvir seu suposto namorado dizer aquilo, ela realmente estava com muito medo e apesar de Thomas não ter parecido perigoso nos olhos de, tipo, todo mundo, ela acreditava fielmente em seus instintos.

***



- Obrigada de verdade, eu estava morrendo de medo dele me matar e desovar no caminho.

Ela tentou sorrir e fingir que era uma brincadeira, mas a realidade é que seu medo era real.

Fez uma nota mental para pesquisar mais sobre o garoto depois.

- Não fiz por você, realmente ia ficar feio pra mim se deixasse você ir sozinha. - Ele desviou os olhos para a porta da faculdade. - Nunca deixaria a Sarah ir com outro cara embora.

Ele lhe entregou o capacete e subiu em sua moto.

- Ah, isso e você fica me devendo uma.

Filho da mãe. É claro que ele cobraria, desprezível, nunca em mil anos ela ficaria de verdade com um garoto daqueles, mesmo que beijasse como um Deus, ele ainda era insuportável, egocêntrico e egoísta.

Basicamente a prova de que a beleza exterior não quer dizer nada quando se é horrendo por dentro.

- Vocês precisam me levar mais a sério, não é paranoia, tá, ele faz meu instinto protetor subir nas alturas, eu acho que ele pode muito bem ser o assassino. - Karolin pegou o capacete e subiu na moto. - Pensa bem, as coisas nunca tinham acontecido aqui antes, de repente ele chega e tudo começa a acontecer.

- Se for assim, então você e a Alicia também são suspeitas, o que eu não descarto e pode crer que você é a principal, muito estranho você estar em todos os atentados que aconteceram aqui desde que chegou, ou você viver passando mal nas horas mais oportunas. - Disse já dando partida na moto.

Karolin fez cara feia mas foi calada o caminho todo, sério que esse garoto ainda achava que ela era a assassina?

Qual o problema dele? Helloooo, ela era uma Elementar, porque mataria alguém?

Não que ele soubesse disso mas qual é, ela era tão medrosa!

"Bom, você sente prazer em matar demônios, podia ser assassina sim" disse uma vez em sua cabeça.

Mas ele tinha razão em uma coisa, ela estava sempre nos atentados ultimamente, seria coincidência ou proposital?

Será possível que o assassino estivesse tentando incriminá-la? Ou atingi-la? Ou será que foi só um acaso?

Será que o assassino não achava que estava fazendo isso por achar que é certo?

No ano em que passou no acampamento ela aprendeu uma coisa muito importante, sua espécie era alienada.

Eles acreditavam fiel e cegamente em tudo que o Pai Celestial dissesse.

Ela quase foi morta quando sugestionou nas aulas de Demologia que talvez o Senhor das Trevas estivesse certo e o Superior enganasse a todos nós.

Foi a primeira vez que usou seus poderes, por instinto.

Na hora de descanso Sally a atingiu com a luz de purificação, a questionando se ela era uma aspirante a Jesus.

A dor que aquilo lhe causou era excruciante, nunca houvera sentido tamanha dor em toda sua vida.

Mas ela não deixou a segunda vir, tirando uma força que nem sabia de onde vinha, Karolin conjurou o escudo de fogo e quando a luz de purificação lhe atingiu as chamas simplesmente sucumbiram-na.

Foi ali que ela aprendeu que às vezes as pessoas fazem o mal com a convicção de que estão fazendo o bem e que qualquer meio justifica isso.

***

Karolin acordou mais do que disposta no dia posterior,.

Chega de problemas com garotos, chega disso tudo.

Sério, ela iria resolver aquele impasse, descobrir quem era o assassino e proteger Mer. Focaria em sua missão.

Queria conhecer melhor sua irmã, entender do que ela gosta, mas com essa história toda de assassino rondando bruxos ficava difícil.

A Elementar tinha medo de não ser capaz, o perigo estava sempre à espreita.

Antes de descobrir que era uma elementar nada disso acontecia, ou será que ela sempre correu perigo e nunca percebeu? Quando as dúvidas vão cessar?

Já fazia 20 minutos que estava sentada na cama, não queria ir à faculdade hoje e encontrar Brandon ou Thomas.

Claro que sabia que uma hora isso ia de fato acontecer, mas hoje não, só por hoje não.

- Você não vai à faculdade hoje? Quer carona? Hoje é o meu primeiro dia.

Eddy falou entrando em seu quarto sem bater, tinha conseguido um trabalho de professor no lugar do de Biologia. Disse que com os ataques precisava ficar mais ao redor de Lancy.

- Não, hoje não. Eddy, tem alguma biblioteca celestial ou coisa do tipo que eu possa ir para pesquisar um pouco?

- Você vai deixar Meredith sem proteção com um assassino à solta na escola? Você é muito irresponsável, não tem a menor vocação para protetora, devia ter sido colocada para auxiliar pessoas ao sol, será que isso você saberia fazer direito?

MUITO estupido, estava tão cansada de tudo aquilo, de ser julgada, de correr perigo, de ter o coração quebrado.

Só queria voltar a sua vida normal, uma vida sem nada disso, sem Elementar, Fae, Bruxos, Vampiros, Demônios e seja lá o que mais que existisse.

No entanto, sabia que isso já não era mais possível.

- Eu pedi pra Alicia dar uma olhada nela pra mim. E é justamente para acabar com esse assassino que quero uma biblioteca, quero estudar outros assassinatos, padrões, ver formas de achá-lo mais fácil.

- E ainda sobrecarrega alguém, você não pode fazer isso novamente, está me entendendo? Dessa vez, e só dessa vez, vou ajudar Alicia a te cobrir. Tem o Santuário Primor é uma espécie de biblioteca, ele fica em Nova York, vem cá, vou te levar.

Karolin odiava quando o loirinho lhe dava broncas, queria poder ser duas para dar tempo de pesquisar e voltar à faculdade.

Foi até Eddy e o abraçou, sentiu as borboletas do estômago criarem vida ao aconchegar-se nos braços dele. O que só a fez se sentir culpada.

Sentia como se estivesse traindo Alicia.

Dez segundos. Foi o tempo que ele demorou para levá-la ao tal Santuário que, aliás, era lindo, o design muito parecido com o do MET¹. Haviam 2 Elementares conversando com uma...

- Aquilo é uma fada?

- Sim, e "aquilo" senhorita, é também, o seu livro.

Eddy disse com um sorriso no rosto e nossa como aquele sorriso era lindo, o estômago de Karolin dava era cambalhotas com aquelas covinhas.

- Fadas knowledge sabem tudo que você perguntar, é o dom delas, como um livro de história. Elas te falam o que você quer, no entanto esquecem fácil o que disseram, é como se acessassem um arquivo e quando terminam, o arquivo é fechado. Caso queira que ela repita algo terá que repetir a pergunta.

- Elas.... Elas são escravas? Por que não tem brilho nas asas?

- Não são escravas, na verdade a espécie das knowledge está quase extinta, só existem essas três, elas foram massacradas na guerra de 1823, essas coisinhas lindas são sobreviventes, nós a damos abrigo, comida e um salário então não, não são escravas. É nossa função protegê-las do mundo exterior.

- Hm.... Legal. - Karolin comentou achando aquilo tudo muito louco. 1823 é quase dois séculos e elas parecem ter... Sei lá, no máximo 26 anos.

Karolin chegou até um grande balcão e viu uma linda mulher, devia ter uns 22 anos. Ela sorriu abertamente para o garoto ao seu lado.

- Eddy, o que o traz aqui? Já com saudades de mim?

- Oi Gabi, tudo bem? Eu te vi ontem linda, nem deu tempo de sentir saudades. Eu vim trazer esse filhotinho para fazer uma pesquisa, você pode auxiliá-la? Preciso voltar para o meu protegido.

Gabi reparou em Karolin pela primeira vez .

- Quem... é ela? A Filha da Gabriela? - Perguntou encarando-a com admiração.

- Sim, é ela e pare de olhar assim para a menina, ela é só uma elementar como qualquer outro, eu não sei porque vocês ficam enaltecendo pessoas assim. O arcanjo era a MÃE dela e não ela. E francamente, ela acabou de descobrir quem é, não precisa de vocês sufocando-a.

"Ah engraçado né bebê porque você pode me ofender e sufocar o tempo todo, mas os outros não?" Karolin ficava revoltada em como ele era hipócrita.

- É, a mãe, o tio, a avó, o primo e o prometido dela né? Para de ser mal-humorado seu estraga prazeres, me deixa curtir meu momento de fã.

Avó? Primo? PROMETIDO? Que merda era aquela e por que nunca tinha ouvido falar em nada disso? Ela ainda tinha parentes vivos? Ela era prometida a alguém? Acho que Mariela deixou alguns detalhes para trás.

- Tanto faz, só faça seu trabalho e não sufoque a menina, ela tá começando a entender tudo agora. - Disse e, após trocar falas e sorrisos com a moça, sumiu de vista.

Gabi dirigiu-se a Karolin com um sorriso para lá de assustador no rosto.

- Então o que você precisa? Vou reservar a melhor sala pra você!

Primeiro saber que porra é essa de Eddy te ver ontem? Depois quero saber tim tim por tim tim dessa historia de prometido! Eu tenho avó viva? Primo? Isso era o que Karolin queria ter falado e talvez se ela tivesse intimidade com a garota teria dito, mas como mal a conhecia, só sorriu timidamente e assentiu seguindo-a.

- E então como é ser a filha do Arcanjo mais poderoso dos últimos tempos? Qual seu dom? Você tem o mesmo dom que sua mãe? Deve ser incrível! Sabia que meu nome é Gabriela em homenagem a sua mãe?

- Eu.... Na verdade.... Eu.... Ainda não sei nem sequer se tenho um dom e eu só sei que minha mãe morreu.

Disse com certa tristeza, a realidade doía e aparentemente decepcionava também porque o olhar da menina ao seu lado dizia claramente isso.

- Ah, entendi.... Legal. Bom, vou chamar a Bela para te ajudar com o que você precisa.

Geeeeeente mil perdões mas ainda não consegui terminar o conto da Mer e do Brandon mas assim que eu terminar, eu aviso.

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