012
Emoções e pensamentos também cansam. E uma mente esgotada, não está bem.
A proximidade dele trazia uma sensação de conforto que ela não sentia há muito tempo. Enquanto descansava, sua mente vagava pelas memórias dos momentos que compartilharam: as brigas, os beijos, os abraços, tudo que fazia parte dele.
Ela tremeu com a ideia dele desaparecer novamente, e o neo-humano ouvia uma garota se aproximar deles, Lee Eunyu corria de volta, depois de prometer a Chan-yeong que cuidaria de Moon também.
Sem perceber, as lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Moon. Ela estava tão imersa em seus pensamentos que não notou quando Eunhyuk a afastou lentamente. Ele olhou para suas lágrimas com as sobrancelhas franzidas, como se não entendesse o motivo de tanto sentimentalismo.
-- Eu senti tanto a sua falta. -- disse baixo, sentindo a necessidade de expressar o que estava em seu coração, o abraçando em seguida.
Para sua surpresa, Eunhyuk não retribuiu o abraço. Ele permaneceu imóvel, e uma expressão de confusão tomou conta do rosto da Han. A pequena mágoa começou a se instalar em seu coração. Ela se afastou ligeiramente, olhando para ele com olhos cheios de perguntas e dor.
-- Eunhyuk -- chamou a irmã novamente, observando a cena com lágrimas escorrendo também.
O neo-humano deixou de encarar Moon para observar Eunyu. As duas pareciam emotivas de mais, o deixando cada vez mais confuso e desconfortável. A mais nova tentou segurar a mão do irmão, que puxou com força, até se afastando um pouco da mulher que permanecia parada, tentando segurar um soluço doloroso.
-- Aquele homem foi embora? -- olhou para os lados. -- sabem chegar ao estádio?
A Lee pareceu magoada novamente, já a Han secou o rosto com força, a voz arranhando a garganta tentando colocar os pensamentos em ordem:
-- De onde conhece o Sargento Kim, e porque o estádio?
-- Isso é tudo que tem para nos falar? -- perguntaram ao mesmo tempo.
O Lee torceu a cabeça, uma mania que se lembrava de ter quando humano. Uma forma de demonstrar pensamentos ou confusão.
-- Vocês estavam me esperando?
Moon o olhou incrédula. O coração em seu peito parecia doer tanto, que ela fechou os olhos para respirar, enquanto deixava a cunhada ter seu momento também.
-- Não veio por nós...
As duas se sentiram como lixo descartado. Moon até desejou ter mais um sonho dela.
-- Porque eu faria isso?
-- Você é meu irmão -- soluçou a Lee, deixando lágrimas e verdades saírem naquele momento.
-- Havia alguma razão válida para vir procurar por vocês?
-- Um pouco de senso talvez -- a Han exclamou finalmente, deixando um soluço escapar, era como se suas feridas fossem abertas novamente, mas era seu peito que doía -- Você é a pessoa que mais amamos no mundo, é claro que queríamos tê-lo de volta porra, esperamos isso de quem amamos...
A mulher chegou a colocar sua mão no peito, como se aquilo fosse acalmar a dor ali. O neo-humano encarou suas lágrimas novamente, e como pareciam mais grossas do que antes, ele virou o pescoço novamente, sem sentir o impacto das palavras da Han.
O silêncio entre eles era pesado, carregado de emoções não ditas. Moon não conseguia entender por que ele estava tão distante, tão diferente do homem que ela amava. Mesmo assim, ela sabia que o amor que sentia por ele ainda estava lá, forte e inabalável, apesar de tudo que havia acontecido.
Ela quase desejou não amá-lo. Mas não conseguia deixar de fazê-lo.
As duas humanas exclamaram preocupadas quando o ônibus se aqueceu mais. Dois de seus amigos mais próximos estavam presos ali, e elas não conseguiam apenas esperar.
A Han tentou se levantar, de onde estava a longos minutos, apenas para sentir a mão do namorado, muito frio para tal título, a manter sentada.
-- Ele tem que se provar útil... e você acabou de bater a cabeça, não vou carregar ninguém.
Ele nem se dignou a encarar as mulheres, Eunyu e Moon trocaram um olhar, que transmitia mágoa e também raiva, estavam começando a se esgotar de tudo aquilo.
-- Esse papo de utilidade de novo -- resmungou a Han, ganhando um olhar apático de volta -- puta que pariu, age como um homem de verdade caralho, não como um robô fudido-
-- Você é o Eunhyuk que eu conheço? -- a Lee interrompeu a cunhada, que pareceu ofendida.
-- Neo-humano -- explicou, agora encarando a irmã -- o Eunhyuk que vocês conhecem, não é mais humano.
-- Virou um idiota completo, uma evolução -- resmungou a mulher, se afastando dele levemente.
Era como um ano antes. Onde ela demonstrava frustração com ódio e palavrões. Eunyu também compartilhava da mesma dor e raiva.
Elas queriam ser amadas de volta. Não uma carcaça do que um dia havia sido o herói delas.
-- O que isso significa?
-- É o estágio final da transformação, nós temos lembranças, mas não emoções...
Moon limpou o rosto novamente. Sua mente ecoando aquelas palavras dolorosas. Sem emoções. Sem sentimentos. Sem amor.
-- Se agora você não gosta de mim, é só me dizer -- Eunyu pediu.
Moon a achou corajosa. Pois não estava pronta para ouvir aquilo, sentia que tudo o que saia da boca dele a matava por dentro.
-- Eu não te odeio -- respondeu a pergunta da irmã -- e também não gosto. -- virou a cabeça novamente, uma nova confusão surgindo ao observar o olhar no rosto de Moon, os lábios dela tremulando e as sobrancelhas franzidas levemente -- diferente do Hyun-su, ou de Moon você é inútil.
Como ela, como humana seria útil?
A Han sentiu ódio daquelas palavras, uma de suas mãos de fechou em punho, acertando o ombro do amado com força. O Lee estremeceu, mas não demonstrou nada, apenas observando aquela reação nova dela, raiva, a mesma de quando o desafiava no começo de tudo.
No prédio verde, quando teimosia e raiva, viraram amor e paixão.
-- Porque estavam procurando por ele? Ele nem é seu irmão, e nunca fez um pedido oficial.
Moon riu alto, desacreditada. Não querendo acreditar no que ouvia.
-- Você disse que me amava -- lembrou com dor, Eunhyuk acenou para a fala.
-- Às coisas mudam...
-- Então não me ama mais? -- se levantou, ignorando como ele tentou a segurar novamente.
-- Eu não sinto nada.
Doeu.
A Han então parou ao lado de Eunyu, a vendo lançar o óculos do irmão no chão. Ambas unindo suas mãos em seguida, como se buscassem força para tudo aquilo o que passavam, elas haviam se unido graças ao amor que sentiam por ele, e agora, pela falta de emoção que o mesmo demonstrava.
O coração delas pulou contra o peito quando Eunhyuk colocou os óculos quebrados, era como uma demonstração de que nada voltaria a ser como antes.
Moon se sentiu mais cansada com aquela conversa, do que com os dias anteriores onde teve que lutar, correr e brigar para sobreviver.
Era uma mulher adulta, em meio a um apocalipse, já havia passado por muito antes de monstros surgir. Mas ainda queria acreditar em contos de fadas, de iludir com um amor verdadeiro, para quem poderia correr e pedir um abraço ou um beijo após uma situação ruim.
Ela queria tocá-lo, beijar seus lábios, segurar sua mão, o chamar de namorado mais vezes. Se imaginava apresentando ele a Sun, e depois Chan-yeong, chamando Hyun-su de cunhado e como seria sua reação ao ver Moon e Eunyu se chamando de irmãs, a amizade e cumplicidade que haviam formado.
Ela não era tão solitária quanto antes. Ele notou isso quando percebeu como o militar de antes colocou a mão em seu ombro, no olhar que a garota menor de casaco laranja deu a ela, preocupada com o bem-estar da mulher, em como Sun tentou evitar que ela tocasse no líquido, e até a versão monstro de Hyun-su tentava mantê-la viva.
Moon também sabia para onde correr quando magoada. Ele decorou o olhar triste e afetado dela, e observou como sua irmã e a Han entrelaçavam os dedos, apertando as mãos vez ou outra. Ambas esperando que os outros dois saíssem do ônibus a salvos.
-- Isso é perda de tempo.
-- Covarde -- sussurrou Moon, nem se dignando a virar para vê-lo, mágoa em cada pedaço daquela palavra.
-- Virou um hábito abandonar as pessoas? -- a mais nova observou, fazendo ele parar de andar.
Era algo verdadeiro. As duas nunca abandonaram ele, por mais que o Lee jurasse não se importar ou sentir nada.
Eunyu e Moon ainda o amavam. E estariam ali por ele, por Hyun-su e por Sun.
-- Tô vivendo um relacionamento tóxico -- reclamou, apesar de quase sorrir, o Lee reconheceu o olhar como k de antes, dela magoada. -- Eu amo alguém que não me ama -- riu para os dois irmãos -- tô tão ferrada, ironia do caralho.
Eles não tiveram tempo de responder. Sentindo o ônibus aquecer e um estrondo a seguir. Hyun-su estava ali, e Sun, ao seu lado, encarava o Lee com desgosto evidente, como a grande protetora que era.
Tá doendo escrever isso 😭😭😭 quero resolver isso logo, mas também não quero forçar uma mudança tão drástica na história do personagem, socorrooo.
O que acham disso até agora? Podem ser sinceros.
Até 👋🏻
Moon:
Sun:
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