Capítulo 6 - parte 1 (não revisado)

As naves começaram a acelerar para atingirem a velocidade da luz, que era o ponto em que o mergulho demandava menos energia. Apesar de ser excelente, o barco lafita demorou quase cinco minutos a atingir c e as naves solarianas acompanharam-nos no mesmo ritmo. Assim que atingiram a velocidade máxima, mergulharam juntas, devorando os anos-luz com voracidade, embora a velocidade fosse reduzida de forma a que os novos amigos se adaptassem.

Infrime estava maravilhado com o voo que vinham mantendo e fazia tudo tal como o capitão solariano mostrava. O que mais o impressionava era a possibilidade de ver o alvo, permitindo um voo cem por cento visual.

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– Almirante, temos sérias perturbações energéticas à frente. Eu diria que estamos em rumo de interceptação de um combate dos grandes.

– Localizar – disse Daniel, lacônico.

– Senhor – Respondeu o oficial, virando-se. – Eu diria que eles estão bem no nosso destino, mas o cálculo é difícil durante o mergulho.

Daniel olhou para Nobuntu, preocupado. O comandante entendeu a mensagem silenciosa e deu as suas ordens:

– Artilharia, preparar para possível confusão. Vamos acelerar para o meio de uma série de erupções energéticas de alta potência e é possível que seja um combate entre naves nossas e axturrs. Alerta na nave.

– Confirmado, comandante – disse Zulu ao mesmo tempo que as sereias de alarme tocaram por cinco segundos.

Nesse momento, todas as escotilhas foram fechadas com placas de um metal quase indestrutível, sendo substituídas por projeções holográficas em três dimensões. Um pequeno zumbido dos reatores, logo compensado, mostrava que os campos de supercarga haviam sido acionados.

– Almirante para Vega e Jessy – disse Daniel. – Suponho que tenha notado as alterações. Sigam-nos.

– Piloto – disse Nobuntu, tranquilo. – Acelerar e emergir a dez segundos-luz.

– Confirmado, comandante, dez segundos-luz.

– Zulu, colocar destroyers de prontidão.

– Já estão a postos, comandante – disse o chefe da artilharia para o pai. – É só ordenar que eles atacam.

– Se forem axturrs, a saída deve ser imediata.

– Confirmado, comandante – disse Zulu. – Destroyers, confirmar ordens e prontidão.

– Unidade Dani D I em prontidão rigorosa, major – disse uma voz feminina que parecia suave, mas pertencia a uma das melhores comandantes de combate da nave.

– Unidade Dani D II pronta, senhor – disse o tenente Chavez, um argentino intrépido com uma voz potente que contrastava bastante com a colega do primeiro destroyer.

– Sergey e sua equipe em prontidão, major – afirmou o vegano de origem russa e considerado o melhor combatente da categoria.

Um por um, os comandantes das onze naves de cem metros foram dando o seu status. Enquanto isso, a nave duplicara a velocidade.

– Atenção – disse o navegador. – Dez segundos para o alvo, nove, oito, sete, seis, cinco, quatro, três, dois, um, espaço...

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Uma grande frota de naves deslocava-se à velocidade da luz com todo o cuidado. Eram cem naves de grande porte e não tinham motivo para temer nada, mas, mesmo assim, estavam cautelosos, apesar de serem mais de cem unidades. Ao contrário das naves solarianas estas pareciam com versões avantajadas, gigantescas, seria ainda mais adequado, uma vez que possuíam cerca de quinhentos metros de aresta, o que daria nada menos do que cinquenta campos de futebol em dez grupos de cinco frente a frente. Os seus donos possuíam armas potentes, mas, ainda assim, continuavam muito cautelosos porque receberam um pedido de socorro da um grupo de naves da sua frota que não retornou. Para agravar as preocupações deles, estavam demasiado longe de casa, quase noventa mil anos-luz, que era no extremo oposto da Galáxia.

Esse povo, apesar de humanoide, nada tinha de humano, embora pudessem passar por um terráqueo se soubessem falar qualquer das línguas do Império. Pareciam muito com um caucasiano normal, mas a altura média do seu povo era de um metro e cinquenta e cinco. Eles chamavam-se axturrs e eram inimigos encarniçados dos centurianos.

Comandante – disse o navegador; – Não devemos estar no local correto. Aqui é o meio do nada. Os sensores não captam nem uma molécula, quanto mais um nave.

– Qual a melhor aproximação dado o fator de erro provocado pela distância e dispersão das ondas na quinta dimensão? – perguntou o líder.

– Cerca de oito anos-luz, senhor – respondeu o especialista, olhando a tela do computador de navegação.

– Crie um raio de oito anos-luz em volta onde nós somos a origem. Depois, diga-me quantos sistemas estelares há nessa região.

– Há três estrelas e uma super-nova, senhor – respondeu o navegador. – Descartando a super-nova, temos uma anã vermelha, uma gigante azul e uma classe G.

– Verifiquem a classe G. Se foram centurianos ou lafitas, eles iriam preferir essa estrela por ser similar à deles.

O comandante olhou para a tela e leu os dados de todas as estrelas e achou-a atrativa.

– Senhor – disse o observador. – estamos demasiado longe dessa estrela para conseguirmos algo mais detalhado. Não há sinais de rádio de nenhum tipo, mas isso não significa grande coisa. Seria bom dar um pequeno salto.

– Muito bem – decidiu o superior. – passe os dados do salto para a frota. Vamos sair a trinta horas-luz da tal estrela.

Meia hora depois, todas as naves desapareceram dali para ressurgirem no ponto desejado. Com uma careta, o comandante esfregou a têmpora, pois o salto pelo hiperespaço dava-lhes um desconforto muito grande, apesar de que alguns deles nada sentiam.

Mal a nave surgiu, o operador de rádio afirmou:

– Senhor, detetei ecos de rádio em onda penta.

– Onde – exigiu o superior.

– Pois o problema reside aí. Foram ecos fortes, mas a frequência era tão alta que mal consegui recebê-los, senhor – respondeu o oficial, desconcertado. – Nem mesmo sei dizer se foram neste sistema. A menos que transmitam de novo, não terei como localizar exceto por uma direção aproximada.

– Senhor – disse o conselheiro. – Se tais ecos foram provocados por uma civilização e não um reflexo, isso só pode ser porque demos este salto e deve haver alguém de olhos abertos neste setor do espaço.

– Faz sentido – disse o comandante. – Na verdade, nem é necessário ser muito experto para ver isso. Qual a sua opinião para tentar descobrir onde estão?

– Avançarmos mais um pouco, senhor.

– Não me parece adequado – respondeu o comandante. – O melhor é apenas unas poucas naves avançarem e a frota procura localizar ecos.

– Tem toda a razão, senhor. – O oficial de ciências fez um gesto com a cabeça que significava desagrado. – Eu devia ter pensado assim. Foi uma falha.

– Muito bem. Coronel, destaque dez unidade para saltarem para o outro lado do sistema a um dia-luz da estrela. Quero cada olho e ouvido da frota grudado as telas e alto-falantes. A ação deve ser executada em dez minutos.

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