Capítulo 5 - parte 2 (não revisado)

Em Porto Alegre, o inferno estava solto. O dia amanhecia e quatro naves enormes iam decolar ao mesmo tempo. Todo o tráfego espacial até cinco minutos-luz foi desviado. Para evitar um grande furacão que o vácuo provocaria, as naves seguiram com uma janela de vinte segundos. O Daniel pai e a esposa, correram para bordo da Jessy. O congresso tinha sido avisado durante a noite e o primeiro ministro assumiu as funções de dirigente.

A Vega decolou com aceleração baixa, mas, mesmo assim, um pequeno vendaval fez-se sentir na Cybercomp quando uma esfera de mil e trezentos metros saiu com uma aceleração de um g negativo, algo perto de quarenta quilômetros por hora a cada segundo. Vinte segundos depois, a Moskow ergueu-se majestosa, seguida pela Paris e, finalmente, pela Jessy.

Assim que as quatro esferas alcançaram o espaço, emparelharam e, logo após passarem a órbita da Lua, a estação selenita começou restabelecer o tráfego normal. De todos os lados ouvia-se as mensagens dos outros comandantes da frota fossem militares ou mercantes, que diziam:

– Boa sorte, irmãos, estamos todos prontos e aguardando.

A voz do governador de Vega, que assumiu o controle, da missão, chegou retumbante a todos eles.

– Obrigado, amigos. Haveremos de alcançar o sucesso e salvar a Dani. Atenção, Moskow, sincronizar dados de navegação e passar as coordenadas para todos nós.

– Dados a caminho, governador – disse Anjuska. – Mergulho em cinco minutos, piloto automático em contagem.

– A Vega acusa recebimento – disse o navegador. – Sincronização efetuada e contagem em T menos quatro minutos e cinquenta segundos.

Paris recebeu. Sistemas sincronizados. T menos quatro e quarenta e cinco.

Jessy ok – disse a Daniela. – T menos quatro e quarenta.

Quando faltavam dez segundos, todos os pilotos automáticos começaram a contar alto de um em um. Em cinco, os comandantes liberaram as travas e, cinco segundos depois, as quatro montanhas de metal desapareceram na sexta dimensão, galgando as distâncias de uma forma que seria impossível de outro jeito.

– Estou impressionado com a vossa perfeição – disse Mial para o governador, na Vega. – Vocês não perdem um detalhe e fazem as coisas parecerem tão simples.

– E são simples, meu amigo, graças aos supercomputadores que nos ajudam com os mecanismos da nave. É uma pena que vamos em uma missão de resgate porque gostaria de aproveitar e conhecer o seu mundo.

– Acredito que não faltarão oportunidades, governador.

O zirtago conversava com o governador quando foram interrompidos pelo piloto.

– Atenção, chegada ao pondo de encontro em trinta segundos.

As naves retornaram ao espaço-tempo normal e fizeram uma curva aberta para emparelharem com as oito naves restantes que já aceleravam em regime de emergência. Assim que estavam reunidos, Anjuska falou:

– Comandantes, o controle da missão está a cargo do governador Daniel na Vega. Como todos já sabem o que faremos, não há necessidade de detalhes. Vega, é com vocês.

– Confirmado, Moskow – disse Daniel. – Senhores, sincronização em dez minutos. Distância seiscentos e dois ponto um um sete anos-luz. Tempo estimado de mergulho, três minutos. Manter comunicações intermitentes por superonda em potência reduzida. Confirmar.

As confirmações vieram em sequência. A seguir, todos ouviram a voz da coronel Anjuska:

– Freitas, na dúvida, assumirei o console de pilotagem ao chegarmos.

– Lá se vão os meus reatores de novo – disse uma voz na engenharia. – Sônia, é melhor colocar todos os robôs de manutenção na ativa.

Logo depois as tripulações ouviram um trovão e assustaram-se, até que identificaram a risada do governador de Vega que supersaturou a sensibilidade dos microfones e distorceu o áudio por alguns segundos até haver compensação.

As naves singravam o espaço em c, até que mergulharam todas juntas, retornando três minutos depois e orbitando o planeta Leonid, invisíveis, aguardando ordens.

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