Bônus
- Alexander Pov -
Terminei de arrumar a gravata enquanto me olhava no espelho do closet. Sabia que estava um pouco atrasado e que logo Bel estaria aqui puxando minha orelha, literalmente.
Dei risada negando com a cabeça, ela era durona e cabeça dura, mas eu gostava disso, afinal nunca quis uma mulher fraca ao meu lado. Sempre me espelhei muito em minha mãe para escolher minha futura esposa e graças a Deus havia conseguido. Mabel era com certeza a mulher da minha vida.
Eu ainda conseguia lembrar como se fosse ontem o dia em que a conheci no centro da província. Aqueles olhos cor de mel, os cabelos escuros que contrastavam com sua pele clara e os lábios rosados. Com certeza a garota mais bonita que já tinha visto.
Foi paixão à primeira vista e eu assumia isso sem problemas nenhum. Desde aquele dia não houve espaço para mais ninguém em meu coração e isso era tão verdade que já tinham se passado cinco anos desde que eu havia tomado a decisão mais importante da minha vida. Cinco anos de um casamento maravilhoso. Não que não tivéssemos nossas brigas e discussões, afinal sempre foi assim desde nosso começo. Dei uma risada baixa ao lembrar de nossa briga mais recente e boba.
*Começo da lembrança*
Terminei de beber do copo de uísque e o enchi novamente. Era meu terceiro e sabia que devia parar. Coloquei o copo vazio sobre o aparador e sai do escritório em direção ao jardim. Já sabia o que faria. Era um pouco arriscado, mas valia a apena correr esse risco.
Mabel havia me colocado para fora do quarto. Sim, ela tinha me mandado para a casinha do cachorro, isso se nós tivéssemos um. Tudo porque eu havia ido a uma reunião com alguns reis de outras províncias e ocasionalmente, ou não, Bianca estava lá. É óbvio que ao saber disso Bel havia pirado a cabeça. Mesmo depois de casados e tudo mais, ela ainda não tinha superado sua cisma com Bianca.
Eu já havia explicado que não fiquei perto dela e muito menos sozinho em algum momento. Apenas havia tido a reunião e em seguida entrei em meu carro voltando para casa, afinal já estava morrendo de saudades dela e de nosso pequeno. Mas parece que isso não foi suficiente a Mabel, que disse que se eu não saísse do quarto ela sairia, então por fim como um bom cavalheiro, além de estar aos pés dela e fazer tudo que me pedisse, atendi seu pedido e sai do nosso quarto.
Suspirei baixo e olhei para cima. Ok, eram apenas três andares, não podia ser tão difícil. Já fiz isso outras vezes, tudo bem que foi a um certo tempo, mas eu não estava tão fora de forma assim.
Apoiei meu pé na madeira da base da janela do primeiro andar e comecei minha escalada. Com certeza isso era mais fácil quando mais novo, não que eu fosse velho, mas tinha perdido a prática depois de casado.
Para minha sorte havia uma árvore ao lado, que me ajudou a escalar com um pouco mais de facilidade. Quando finalmente cheguei ao terceiro andar peguei um pouco mais de impulso e me joguei em direção a varanda do quarto. Por pouco não escorreguei e despenquei na grama verde do jardim.
Respirei fundo e pulei a grade de apoio, finalmente chegando, ou quase, já que quando fui passar minha outra perna por cima dela a enrosquei sem querer e me desequilibrei caído no chão duro dali.
Soltei um gemido ao sentir minhas costas doerem um pouco e alguns segundos depois ouvi o barulho da porta da varanda se abrindo.
- Alexander? – Mabel se ajoelhou ao meu lado, no chão – O que está fazendo?
- Não era isso que eu tinha planejado, com certeza.... – Comentei fazendo uma careta de dor.
- Você está machucado? Quer que chame alguém? – Ela me olhava preocupada.
- Não, eu só quero você... – Olhei intensamente em seus olhos, acho que os três copos de uísque estavam fazendo algum efeito – É isso, a mais pura verdade.... Eu quero você, só você.... Para sempre. – Confessei ao esticar minha mão e colocar uma mexa de seu cabelo atrás da orelha.
- Você é maluco. – Repreendeu-me, mas eu via um pequeno sorriso em seus lábios.
- Por você! – Declarei puxando sua boca para a minha, me perdendo em seus doces lábios.
*Fim da lembrança*
Nós tivemos nossos momentos ruins como todos os casais, mas isso não mudava em nada o amor que um sentia pelo outro, pois nós sabíamos que o que tínhamos era especial e único.
Eu já era rei de Thompson e Mabel rainha. Meus pais ainda viviam no palácio é óbvio, o que eu agradecia, pois não era fácil comandar uma província como a nossa.
Um ano depois de quando eu assumi oficialmente o trono nós conseguimos nos aliar com outras províncias e tornamos Thompson a província principal. Assim sendo, tudo passava por aqui, todas as decisões e qualquer outra coisa que fosse importante, o que consequentemente aumentou o número de habitantes e mais ainda a nossa responsabilidade.
Mabel era tão amada pelo povo quanto minha mãe. Ela sempre foi muito justa e correta e depois de coroada passou a ter tantas responsabilidades quanto eu, mas conseguiu tirar de letra e me sentia muito sortudo e orgulhoso por isso. De vez em quando ainda lembrava de seu sorriso calmo e reconfortante quando meus pais nos passaram suas coroas.
*Começo da lembrança*
Meus pais haviam acabado de dizer suas palavras de despedida ao povo de Thompson, nos dando a deixa para que fossemos até eles. Estávamos no centro da província, em um palco que foi montado ali especialmente para esse momento. O lugar estava cheio e todos nos olhavam em expectativa.
Com calma nós caminhamos até o centro. Eu segurava a mão de Mabel e nossos dedos estavam entrelaçados, então os apertei levemente e recebi um lindo sorriso seu em resposta.
Ela estava magnifica em um vestido longo, branco com o bojo meio arredondado. Ele tinha aplicações de pedras brilhantes azuis, que desciam como se estivessem caindo dali. Sam, a sua irmã foi quem o desenhado para ela e Bel fez questão de usá-lo. Disse que lhe daria sorte. Mabel estava realmente parecendo uma rainha. A minha rainha.
Três meses depois de me dar o maior presente que poderia querer, nosso pequeno Alex, ela estava simplesmente mais maravilhosa do que sempre foi. Se é que isso era possível.
Minha mãe passou então sua coroa a Mabel e meu pai a sua a mim. Todo o povo da província nos saudou e depois disso tivemos uma bela festa ali mesmo no centro dela. Várias pessoas nos cumprimentaram e desejaram um belo e prospero reinado. Aproveitando é claro para conhecerem o pequeno príncipe mais de perto.
Alex mesmo com apenas três meses já era muito esperto e cativava qualquer um com seu sorriso gengival. Eu mesmo sempre me derretia quando ele o abria para mim. Éramos novos ainda nesse negócio de ser pais, mas eu e Bel estávamos nos saindo razoavelmente bem, na verdade, Mabel tinha o dom para isso. Era tão lindo ver o jeito com que ela cuidava dele, sempre cuidadosa e amável, o que fazia meu coração se encher mais ainda de amor pelos dois. Sempre soube que ela era especial e não podia ter feito escolha melhor.
*Fim da lembrança*
Sai do closet no exato momento em que Mabel entrava pela porta do quarto. Ela estava usando um vestido longo em um tom de verde meio azulado, com a parte de cima trabalhada em brilho e pedras do mesmo tom do vestido. Ele esvoaçava conforme ela andava, lhe dando um charme todo especial. Com certeza Mabel havia nascido para ser uma rainha.
- Você está atrasado. – Avisou vindo até mim e ajeitando melhor minha gravata.
- Eu sei... – confessei segurando sua cintura e a puxando para mais perto.
- Certos hábitos não mudam. – Comentou me olhando com um pequeno sorriso nos lábios.
- Você me conhece. – Dei de ombros e cheguei com meu rosto mais perto do seu, quase tocando nossos narizes.
Ela apenas negou com a cabeça e subiu suas mãos até meu pescoço, enlaçando-o. Aproveitei a deixa e abaixei meu rosto buscando seus lábios. Mabel tinha um gosto doce e viciante. Eu sempre amei beija-la, era com certeza uma das minhas coisas preferidas.
- Vamos.... Nós temos que ir. – Avisou se separando de mim.
Suspirei baixo e concordei assentindo. Ela alisou seu vestido e então se virou caminhando para fora do quarto. Já no corredor segurei sua mão e entrelacei nossos dedos levando-a aos meus lábios, beijando carinhosamente.
Nós descemos indo até o primeiro andar do palácio. A entrada dele estava decorada com vasos de rosas brancas e amarelas. Continuamos seguindo até o salão principal que também tinha arranjos espalhados por todo ele, mas nada exagerado ou extravagante.
- Aí está você! – Minha mãe sorria abertamente para mim.
- Mabel já me deu à bronca, pode se poupar disso. – Desdenhei beijando sua testa.
Ouvi a risada baixa do meu pai e dei um sorriso cúmplice a ele. Olhei melhor o salão que já estava razoavelmente ocupado com algumas pessoas da província. Elas estavam por ali conversando umas com as outras, enquanto bebiam de suas taças de champanhe.
- Papai... – Ouvi uma voz angelical me chamar e logo a reconheci.
Virei encontrando o menino de cabelos escuros como os da mãe e olhos verdes como os meus, que corria em nossa direção. Me abaixei abrindo os braços e o recebi ali.
Alex estava com quase cinco anos e eu me surpreendia em como o tempo passava rápido. Parecia que havia sido ontem que eu o tinha em meus braços, tão pequeno e frágil.
- Oi garotão, como você está? – Afaguei seus cabelos que estavam bem penteados para trás, com certeza obra de Mabel e minha mãe.
- Comi um pedaço enorme da torta da bisa! – Contou mostrando com as mãos o tamanho do pedaço.
- Nossa! – Exclamei como se estivesse espantado – E não deixou nada para o papai?
- Ah, eu não sabia.... Mas vou pedir a tia Nanda para pegar mais para você. – Se justificou, me fazendo sorrir de sua inocência.
- Tudo bem, papai está sem fome agora. – Sorri tranquilizando-o.
Ele concordou e então foi até Mabel, que ajeitou sua camisa. Alex estava vestindo calca jeans escura, com seu par de tênis azul e camiseta polo cinza, com certeza um homenzinho.
Sorri vendo ele contar algo a Mabel, que o olhava concentrada prestando atenção no que dizia. Ela sempre foi uma ótima mãe. Seu amor e carinho com Alex eram visíveis a qualquer um.
- Onde eles estão? – Questionei Bel quando ela voltou ao meu lado depois de Nanda, cuidadora de Alex, leva-lo para passear um pouco.
- Lucia já os trará. – Explicou dando um rápido e curto selinho em meus lábios.
Vi um senhor vir até nós e sorri o cumprimentando, já começando uma conversa informal.
Alguns minutos depois vi Mabel voltando acompanhada de Samantha e sorri mais ao ver o pequeno embrulho, um no colo de cada uma. Rapidamente pedi licença para poder ir ao encontro delas.
- Aí estão vocês, – Sussurrei ainda sorrindo – Meus amores.
Peguei na minúscula mão de cada um deles, beijando uma e depois a outra. Meu pequeno John e minha pequena Lívia. Os mais novos integrantes da família Thompson.
Sim, tinha sido uma grande surpresa quando nós descobrimos a gravidez de Mabel. Não foi nada planejado, mas é óbvio que foi uma notícia muito bem aceita para todos e logo toda a província já sabia, e comemorava junto.
Foi quando em meio a tudo isso nós tivemos uma surpresa ainda maior, Bel não estava esperando um bebê, mas sim dois. Nós estávamos grávidos de gêmeos. Não lembro de ver Mabel chorar tanto, não que ela não tenha ficado feliz com nosso Alex, mas sabia como era especial para ela a vinda destes dois bebês depois da perda que tivemos.
Dois meses antes de descobrirmos sua gravidez nós havíamos perdido o avô de Mabel, John. Foi um momento bem difícil, confesso. Ela ficou arrasada, para não dizer destruída. John havia adoecido alguns meses antes. O médico tinha o diagnosticado com um câncer no pulmão e nós não sabíamos ao certo o motivo do aparecimento da doença. Desde então ele esteve em tratamento e nos últimos meses antes de partir, em um dos dias em que nós levamos Alex até o quarto do bisavô para vê-lo, John comentou conosco como seria feliz se estivesse aqui entre nós para ver seus outros bisnetos que tinha certeza que logo viriam.
Agora já havia se passado mais de um ano desde seu falecimento e assim que soubemos que estávamos esperando um casal de gêmeos, Mabel fez questão de que o menino tivesse o mesmo nome de seu avô, John, e nossa menina tivesse o nome de minha avó, Lívia, que eu havia confessado sentir muitas saudades.
Hoje nossos mais recentes pequenos tesouros estavam completando três meses. Minha mãe e ela haviam organizado o batizado deles, que estavam uma graça vestidos para a ocasião. John com seu conjuntinho social e Lívia com seu vestidinho de mini princesa.
A cerimônia foi do mesmo modo que a de Alex. O padre falou suas habituais palavras e depois jogou o óleo na cabecinha deles. Quando tudo estava terminado Bel continuou segurando John e eu Lívia, que já resmungava em meu colo, com certeza estava com fome. Essa era melhor de garfo do que o irmão. Quem pagava com isso era Mabel, que levantava duas vezes durante a noite para amamenta-los.
- Acho melhor atender ao pedido dessa mocinha.... – Sussurrei a ela, que concordou com a cabeça e deu uma risada baixa.
Mabel me entregou John e eu passei Lívia a ela, que disse que logo voltaria, já se dirigindo a saída do salão. Com certeza indo ao andar de cima, que estava mais silencioso.
Logo Susan, avó de Bel, aparecia para paparicar a bisneta e aproveitei para deixa-la junto com ela. A avó de Mabel também havia sofrido muito com a perda do marido, e se não fosse seus bisnetos acho que não teria conseguido suportar. Mas agora nós já estávamos melhor, de certa forma. Acho que esse é um dos bons fatores sobre o tempo, quanto mais ele passa, mais a gente começa a aprender a lidar com ele, com o que ele traz e com o que leva.
Quando a festa finalmente acabou nós nos despedimos de meus pais. Sua avó já havia subido para o quarto e Sam estava ainda no salão acompanhada de Jason. Sim, eu havia conseguido perdoa-lo, levei certo tempo para isso, mas depois da morte de John percebi que certas coisas tem um valor para nós que não percebemos.
Jason sempre foi um bom amigo, desde nossa infância, e eu sabia como a perda de alguém que amamos podia mexer conosco. Então, em um dos dias em que ele estava no palácio com Samantha eu o chamei ao escritório e nós conversamos por horas até nos acertarmos.
Ele e Samantha estavam juntos desde antes do nascimento de Alex. Mabel havia dado sua permissão aos dois e desde então eles estavam firmes, mas foi só quando o avô delas estava mal mesmo que ele tomou coragem de pedir a mão de Sam em casamento. John aceitou e deu sua benção desejando felicidades aos dois. Agora eles estavam noivos e se casariam em breve, segundo ambos antes do que nós imaginávamos.
Passamos pelo quarto dos nossos pequenos e encontramos Lívia e John em seus berços, dormindo tranquilamente. Pelo menos até a fome bater. Em seguida fomos ao de Alex que também dormia com um pequeno sorriso nos lábios. O quarto deles ficava em frente ao nosso, pois a qualquer barulho deles nós conseguíamos ouvir e ir atendê-los.
Assim que passamos pela porta do nosso quarto vi Mabel tirar seus saltos e os jogar em algum canto. Dei uma risada baixa e neguei com a cabeça. Não importava quanto tempo se passasse, sempre seria a mesma e isso era uma das coisas que haviam feito com que me encantasse por ela, o seu jeito único de ser.
- Um banho? – Questionei tirando minha gravata.
- Com certeza. – Concordou sorrindo.
Fui até o banheiro e coloquei a banheira para encher. Comecei a tirar a roupa e alguns minutos depois ouvi uma movimentação atrás de mim. Bel desligou a água e jogou alguns sais nela, em seguida entrou e se sentou me olhando em um claro convite. Terminei de tirar a cueca e entrei na banheira, me sentando de frente para ela.
- Victor já mandou notícias? – Perguntou me olhando.
- Victor com certeza tem coisas melhores para fazer do que se lembrar de nos avisar se está vivo. – Comentei dando uma risada baixa.
Ela negou com a cabeça, mas acabou dando risada também enquanto jogava um pouco de água em mim.
- Safado. – Acusou me fazendo rir mais.
Victor havia se casado com Amanda em uma cerimônia simples no jardim do nosso palácio. Eles haviam demorado para assumirem seus sentimentos, mas desde meu casamento com Bel nós tínhamos percebido que havia algo mais por trás da amizade deles. Então, algum tempo depois, um bom tempo, diga-se de passagem, eles assumiram um relacionamento que resultou em um bonito casamento. Agora estavam viajando a presente do rei, meu pai, para uma província no litoral.
- É verdade amor, – Cheguei mais perto dela, já passando minhas mãos pelas suas pernas – E eu acho que a gente podia se espelhar neles.
- Acha? – Ela arqueou a sobrancelha em desafio.
Essa mulher sabia mexer comigo.
- Na verdade, – A puxei pelas coxas para que viesse até meu colo – Eu tenho certeza. – Completei subindo minhas mãos a sua cintura e a apertei levemente.
Ela deu uma risada baixa e jogou sua cabeça para trás. Aproveitei a deixa e beijei seu pescoço, ouvindo seu gemido baixo. Sabia que ali era seu ponto fraco.
Depois de cinco anos de casados a tendência era as coisas irem esfriando entre nós, mas era ao contrário, quanto mais eu tinha dela, mais queria. Nós conhecíamos muito bem o corpo um do outro e tive um bom tempo para isso. Conhecia as curvas de Mabel de trás para frente e de frente para trás. Até de olhos fechados e em baixo d'água, na verdade, principalmente em baixo dela.
- Um mês depois -
Estava sentado no sofá do salão principal enquanto lia o jornal da província. Era quase hora do almoço e Mabel estava dando de mama para nossos bebês. Ouvi as risadas no jardim e neguei com a cabeça com um sorriso bobo no rosto. Alex estava lá fora brincando com Jasmine, a linda menina que Alisson e Ian haviam tido.
Eles haviam chegado a nossa província na noite anterior para o baile de hoje à noite. Os reis e rainhas das sete principais províncias estariam presentes, junto com seus assessores. Estávamos comemorando a aliança de mais duas novas províncias a Thompson. Isso era uma vitória, pois quanto mais nós conseguíssemos juntar, mais forte ficaríamos.
- E aí cara... – Jason entrava no salão acompanhado de Ian.
- Achei que estavam com suas respectivas esposas. – Comentei largando o jornal ao meu lado.
- E estávamos, mas elas nos abandonaram para se juntar a sua rainha. – Jason explicou piscando.
Dei uma risada enquanto negava com a cabeça. Acabamos ficando ali até que nossas mulheres desceram e se juntaram a nós.
Depois de alguns minutos uma criada nos avisou que o almoço seria servido, então Mabel foi chamar as crianças para lavar as mãos e juntos fomos ao salão das refeições.
Comemos tranquilos e quando estávamos prontos, Nanda a cuidadora de Alex, levou ele e Jasmine para cima no quarto de brincar que havíamos feito para ele. Bel pediu licença dizendo que iria subir ver os bebês e eu e os outros homens fomos para o escritório. Logo começariam a chegar os reis e assessores, e as criadas já trabalhavam arrumando o salão de festas, decorando-o.
De tarde os convidados começaram a chegar. Calmamente eu os recebi e chamei algumas criadas, pedindo que os levassem aos seus quartos, para que descansassem até a hora do baile.
Quando todos já estavam acomodados eu subi ao andar real, indo até nosso quarto. Sorri ao ver Mabel deitada. Ela estava abraçada ao meu travesseiro e dormia tranquilamente. Sabia que não era fácil ter as responsabilidades de ser rainha, além de mãe de três filhos e que eu estava em falta com ela de certa forma.
Com cuidado caminhei até a cama e deitei ao seu lado, abraçando-a por trás. Automaticamente senti seu corpo relaxar contra o meu e ouvi seu suspiro baixo, ainda em meio ao sono. Fechei os olhos cheirando seus cabelos e relaxei também aproveitando seu calor, já pegando no sono logo em seguida.
Era noitinha quando fui acordado por Bel para que nos arrumássemos para o baile. Depois de uma sessão de beijos e amassos roubados por mim, ela finalmente me convenceu de que devíamos levantar e nos arrumar.
Peguei o smoking que estava separado e pendurado em nosso closet, e o vesti. Parei em frente ao espelho e comecei a fazer o nó da gravata borboleta. Eu com certeza era péssimo com gravatas e minha sorte era que Mabel era ótima nisso. Por isso sai do closet em direção ao quarto, iria pedir que ela me ajudasse, mas parei assim que coloquei os pés para fora dele, tendo a visão do paraíso.... O meu paraíso particular.
Mabel estava parada de costas para mim e terminava de colocar seus brincos de pérolas. Ela usava um vestido longo azul, que se moldava perfeitamente as curvas do seu corpo, deixando-a tentadora. Eu como bom apreciador daquelas boas formas, é óbvio que fiquei algum tempo as olhando.
Ela se virou e foi impossível não suspirar baixo com tamanha perfeição. Com certeza hoje à noite as outras rainhas e princesas iriam ter problemas, pois Mabel estava maravilhosa e causaria inveja em todas elas.
Percorri seu corpo com os olhos, olhando-a dos pés à cabeça, me demorando em seus quadris que estavam um pouco maiores. Dizem que a gravidez faz isso, mas não sei se é verdade, podia ser coisa da minha cabeça. Cheguei finalmente ao seu busto, que com certeza estava sendo valorizado naquele decote, e senti uma pontinha de ciúmes ao imaginar os outros homens a vendo assim. Não que ela estivesse vulgar, longe disso, Mabel estava tentadora, muito tentadora.
- Perdeu alguma coisa aqui? – Questionou dando um sorriso de canto.
Sabia que ela estava me provocando, mas também sabia que não podíamos nos atrasar e que não teria nada dela agora. Mabel era pontual e não deixaria que nos atrasássemos.
- Perdi, – Sorri olhando-a intensamente – Mas mais tarde eu acho. – Afirmei dando uma piscada marota.
Bel deu risada e negou com a cabeça enquanto vinha até perto de mim. Pegou a gravata das minhas mãos e em alguns segundos ela estava perfeitamente colocada. Sorri segurando sua cintura e beijei sua testa, sentindo o cheiro gostoso que vinha dela. Lavanda.
- Vamos! – Chamou me pegando pela mão e puxando em direção à porta do quarto.
Antes de descermos passamos no quarto de Alex, que brincava com Jasmine e Nanda. Depois fomos aos dos bebês, que dormiam tranquilamente sobre a supervisão de Lucia, e então finalmente descemos com calma ao primeiro andar, seguindo ao salão de festas.
Dois guardas estavam parados em frente à porta e fizeram sua reverência assim que nos viram. Em seguida abriram as grandes portas duplas do salão e nós passamos por elas.
Assim que entramos no salão vi vários rostos se virarem em nossa direção. Sabia que éramos um casal relativamente novo para sermos rei e rainha. Mabel tinha apenas vinte e quatro anos e eu vinte e cinco, mas sabia que estávamos mais do que preparados para essa responsabilidade.
Então, não me intimidava mais com alguns olhares de incerteza sobre nós sempre que nos viam juntos. Havíamos provado que éramos merecedores e ver o orgulho de meu povo sempre que nos viam na província, e nos cumprimentavam, era o que importava para mim.
Andamos pelo salão cumprimentando nossos convidados e conversamos brevemente com cada um. Mabel como já era esperado recebeu vários elogios, que retribua com gentileza dando seu sorriso tímido. Esse que só me fazia querer beija-la até ficarmos sem folego, mas isso teria que deixar para mais tarde.
- Essa com certeza foi uma ótima ideia. – Ian elogiou sobre nossa última união de forças com uma província mais ao sul.
- Lorenzo sempre foi muito esperto. – Disse uma voz vinda detrás de nós.
Viramos encontrando com Victor, que sorria nos olhando. Ao seu lado, segurando seu braço, estava Amanda que sorria levemente.
- Não acredito.... – Mabel sussurrou indo até Amanda e a abraçando.
Elas haviam se tornado boas amigas. Tanto que Bel havia a chamado para ser madrinha de John e consequentemente Victor padrinho. Sam e Jason eram de Lívia e Ian e Alisson eram os de Alex.
Fui até ele e o abracei dando tapas leves em suas costas. Victor com certeza tinha sido uma grata surpresa. Nós nos conhecíamos desde criança, mas não convivemos tanto para sermos melhores amigos.
Quando ele chegou à província confesso que me senti um pouco ameaçado. Sabia que ele era um cara bonito aos olhos femininos e assim que o vi na biblioteca junto com Mabel fiquei balançado. Pela primeira vez pensei na possibilidade de perde-la e isso fez com que um aperto surgisse em meu peito.
Lembro de como foi difícil dormir naquela noite e de como me virei na cama enquanto minha mente trabalhava sem parar em ideias de como fazê-la me amar. Não queria que Mabel gostasse de mim, precisava que ela me amasse assim como eu já a amava.
Acabamos ficando ali, conversando animadamente. Amanda contava como havia sido maravilhosa a viajem deles e que pretendiam comprar uma casa no centro da província.
Em certo momento pedi licença dizendo que iria conversar com um dos reis que estavam ali, mas que voltaria logo.
Caminhei pelo salão e sorri abertamente ao ver rei Maycon acompanhado de sua família. Fazia certo tempo que eu não os via, apenas Maycon tinha vindo ao palácio para resolvermos alguns assuntos a um tempo atrás, mas havia voltado no mesmo dia para sua província.
- Olá Lorenzo. – Cumprimentou estendendo sua mão.
- Maycon, – O cumprimentei apertando – Como estão? – Sorri beijando a mão de Margarida, fazendo o mesmo com Bianca.
- Muito bem e você? – Sorriu e em seguida negou – Que pergunta boba, vejo como está feliz.
- Estou mesmo. – Concordei sorrindo e olhei de relance para onde Mabel ainda estava conversando com nossos amigos.
- Que bom. – Margarida sorriu gentilmente.
Conversamos um pouco sobre nossas províncias e sobre algumas coisas pessoais, poucas já que Bianca estava ali e eu não queria confusões. Sabia que Mabel e ela não se davam nenhum pouco, então assim que consegui dei uma pequena desculpa a eles e sai.
Circulei mais um pouco pelo salão e peguei um copo de uísque de uma das criadas que passava por mim. Era o que precisava, de uma boa dose.
- Cuidado, dizem que quando o álcool entra o juízo sai. – Ouvi alguém dizer.
Me virei e encontrei com Bianca parada atrás de mim, segurando uma taça de champanhe.
- Bianca. – A cumprimentei.
- É impressão minha ou está me evitando? – Franziu o cenho.
- Impressão sua. – Menti dando um sorriso amarelo.
- Até porque não temos motivos para isso, não é? – Sorriu e piscou tentando ser sedutora.
O que convenhamos que não deu certo. Bianca não tinha nenhum efeito em mim. Nenhum mesmo.
- Não, o passado ficou no passado. – Afirmei dando de ombros – O que importa é o agora e o futuro. Eu estou muito feliz com minha esposa e filhos, não podia querer algo diferente.
- Nunca se sabe, – Deu de ombros – A gente só pode afirmar algo depois que têm uma experiência sobre aquilo.... Não acha? – Questionou me olhando.
- Na verdade, eu acho que certas experiências são meio irrelevantes quando você não precisa delas. – Ouvi a voz já bem conhecida vindo detrás de mim.
Um segundo depois Mabel estava parada ao meu lado e olhava para Bianca com um sorriso calmo no rosto, mas sabia que era apenas fachada. Bel tinha aprendido a lidar com certas situações como uma legitima rainha. Sabia que estávamos cercados de pessoas e manteve sua classe.
- Mabel, está muito bonita. – Bianca elogiou sorrindo.
- Você também. – Bel devolveu seu sorriso.
- Bom, eu vou indo. Nos vemos depois. – Bianca acenou discretamente e se virou seguindo pelo salão.
- "Nos vemos depois".... – Bel repetiu enquanto se virava para mim.
- Ela estava te provocando. – Avisei.
- Eu sei, – Concordou suspirando baixo – E ela conseguiu.
Estava pronto para acalma-la quando minha mãe veio até nós e chamou Mabel para conversar com a rainha Melany, que era de uma província mais ao norte da nossa. Vi as duas se afastarem e suspirei baixo negando discretamente com a cabeça. Bel tinha ciúmes de Bianca desde que descobriu que nós tínhamos tido algo quando eu era adolescente, e mesmo depois desse tempo todo em que nós estamos juntos ela ainda tinha uma pontada de insegurança, o que era completamente insano já que eu só tinha olhos e coração para ela.
Era tarde quando eu circulava no salão a procura de Mabel e não conseguia acha-la. Perguntei a Victor e Amanda que disseram não a ter visto. Vi Alisson e perguntei a ela também, que avisou que Bel tinha subido para ver nossos pequenos.
Aproveitei que todos estavam entretidos e subi ao nosso andar. Segui até o quarto dos nossos bebes e encontrei com Mabel sentada em uma das poltronas, segurando Lívia que mamava com fome.
- Estava procurando por você. – Sussurrei me agachando ao seu lado.
- Sabe como essa mocinha é. – Me olhou dando um pequeno sorriso.
Passei a ponta dos dedos pelo cabelinho ralo da minha princesinha. Ela ronronou baixinho me fazendo sorrir, e me inclinei beijando o topo da sua cabeça.
- Eu amo vocês. – Sussurrei erguendo meus olhos para Bel.
Ela deu um bonito sorriso antes de tirar Lívia de seu seio, mas não sem ouvirmos o resmungo baixo de insatisfação da nossa pequena. A peguei com cuidado fazendo com que arrotasse e em seguida a coloquei no berço, cobri-a um pouco. Depois fui até John, que dormia tranquilamente e acariciei seus cabelos.
Mabel terminava de ajeitar seu vestido quando eu a abracei por trás e beijei seu pescoço. Passei meu nariz por ele e vi os pelos da sua nuca se arrepiarem.
- Você sabe que está tentadora neste vestido, não é? – Sussurrei em seu ouvido.
- Estou? – Deitou sua cabeça em meu ombro.
- Com certeza está. – Sussurrei apertando de leve sua cintura e a puxei mais contra mim.
- Alexander... – Ela me repreendeu suspirando baixo.
- Que tal a gente esquecer o baile e ir ao nosso quarto? – Sugeri beijando novamente seu pescoço.
- É muito tentador, mas não seria nada educado, – Se virou e ficou de frente para mim – Mais tarde.... Vou ser toda sua. – Prometeu.
- Não vejo a hora. – Sussurrei me inclinando e beijando seus lábios.
Deixamos nossos pequenos ali com Lucia e descemos novamente ao salão de festas. Ficamos até tarde, mais precisamente até o último convidado se recolher. Bel estava sentadas em um dos sofás que havia mais ao canto, junto com Amanda e Alisson. Já Ian e Jason bebiam de seu uísque enquanto conversavam baixo.
Me juntei a eles e logo Victor apareceu também. Acabamos ficando ali por algum tempo apenas conversando e bebendo. Senti então duas mãos pequenas em meus ombros e sorri colocando a minha sobre as suas. Puxei Mabel com delicadeza fazendo com que ficasse ao meu lado e passei meu braço pela sua cintura, beijando seus cabelos.
- Você está radiante hoje Mabel. – Victor elogiou sorrindo.
- Obrigada. – Bel agradeceu corando levemente.
- Mas... Só não está mais bela do que minha linda esposa. – Completou estendendo sua mão a Amanda, que chegava até nós acompanhada de Alisson e Samantha.
Dei uma risada baixa e neguei com a cabeça. Ele estava completamente apaixonado e isso sempre deixava os homens como bobos. Eu não podia falar muito, pois se tratando de Mabel era um completo boboca, com jeitinho ela conseguia tirar qualquer coisa de mim e ela sabia disso.
Mais tarde nós nos despedimos e cada um foi para seu quarto. Suspirei baixo assim que entrei. Fechei a porta e comecei a abrir minha gravata já a tirando enquanto ia ao closet. Tirei minhas roupas deixando-as sobre o divã que tinha no canto dali e fiquei apenas de cueca box azul marinho. Voltei ao quarto e sorri de canto ao ver Mabel terminando de soltar seus cabelos que estavam presos até agora em um coque que valorizava seu belo rosto.
- Quer ajuda com seu vestido? – Caminhei até ela e parei as suas costas.
- Sempre. – Concordou e comecei a descer o zíper de seu vestido.
Quando ele já estava todo aberto ajudei a puxa-lo para baixo. Passei minhas mãos lentamente pelos seus braços, sentindo sua pele macia e coloquei seus cabelos para o lado. Beijei seu ombro todo fazendo um caminho até sua nuca, a mordendo levemente.
- Então já chegou à parte em que você é toda minha? – Sussurrei em seu ouvido.
- Com certeza. – Afirmou se virando para mim.
Suspirei baixo vendo seu corpo quase completamente revelado para mim. Passei meu braço por sua cintura a puxando para mais perto de mim e colei seu corpo ao meu. Subi minha outra mão e segurei sua nuca, fazendo com que seus olhos encontrassem com os meus.
- Eu te amo. – Sussurrei preso em seus olhos cor de mel.
Mabel subiu suas delicadas mãos pelo meu peito até chegar ao meu pescoço, onde o enlaçou ficando mais na ponta de seus pés.
- Eu também te amo. – Sussurrou sorrindo.
Procurei seus lábios com os meus e deixei que sua língua se encontrasse com a minha, para comecem então a dança já bem conhecida entre elas. Caminhei devagar levando Bel junto comigo, até que estivéssemos em nossa cama. A coloquei deitada no meio e separei nossos lábios em busca de ar, mas não deixei de toca-la, já que minha boca automaticamente desceu ao seu pescoço.
- Temos que ser rápidos.... Sua princesinha é exigente. – Bel avisou enquanto puxava meus cabelos.
Dei uma risada baixa sabendo que era verdade e logo Lívia iria exigir sua refeição noturna. Hoje ao contrário do que gostava teria que pular as preliminares e ir direto ao ponto. O que era uma pena, pois Mabel conseguia me deixar maluco, sempre querendo mais e mais. Não foi diferente hoje, mesmo sendo rápido foi intenso. Tanto que agora estávamos os dois deitados, nossas pernas entrelaçadas e os nossos corpos suados colados um no outro. Quando eu estava assim com ela era como se nada mais existisse. Mabel tinha esse poder sobre mim.
Já estava pronto para quem sabe começar um segundo round quando ouvi o choro baixo vindo do quarto em frente ao nosso. Lívia. Senti o corpo de Bel sacudir com sua risada baixa e então ela se levantou pegando seu robe de seda sobre a poltrona ao lado da porta. O vestiu rapidamente e abriu a porta, mas antes de sair se virou sorrindo.
- Me espere acordado. – Piscou com claras segundas intenções.
- Não pretendo dormir essa noite. – Falei meio alto pois ela já fechava a porta, mas ainda consegui ouvir sua risada.
Neguei com a cabeça enquanto sorria como um bobo apaixonado, na verdade, como um homem que amava, porque sim eu amava Mabel com todas as minhas forças e é obvio que nossos filhos também. Eu era capaz de tudo por eles.
- Três anos depois -
Eu sorria vendo os quatro amores da minha vida correndo pela grama. Nós estávamos na beira do riacho que corria em frente ao chalé, o nosso chalé, que havíamos ganhado dos meus pais. Mabel corria atrás de Lívia, John e Alex. Ele estava agora com oito anos e cada dia que passava se parecia mais comigo. Já os gêmeos estavam com três anos, esses davam risada enquanto Bel obviamente fingia não conseguir pega-los.
Vi o corpo pequeno se aproximando e sorri mais abrindo meus braços recebendo minha pequena ali.
- Me protege papai... – Lívia pediu e a abracei forte.
- Sempre princesa. – Afirmei ouvindo sua risada baixa e angelical.
- Ah assim não vale Lív, – John reclamou enquanto vinha até nós – Você sempre rouba!
- Não roubo não, eu estou cansada... – Justificou fazendo com que ele bufasse zangado.
Ouvi a risada baixa e em seguida Mabel chegava acompanhada de Alex. Nós estávamos fazendo um delicioso piquenique em nossa toalha xadrez vermelha com preto. Era um costume que eu e ela tínhamos desde que Alex começou a dar seus primeiros passos, todos os nossos domingos de manhã eram aqui na beira do riacho, era um momento nosso em família.
- Quem está com fome? – Bel perguntou já se sentando ao meu lado na beirada da toalha.
- Eu! – Disseram os três juntos.
Mabel serviu os três com cuidado e eles começam a comer dos bolinhos, biscoitos e outras coisas que tínhamos trazido. Servi um pouco de suco para cada um e entreguei um copo a ela, que agradece sorrindo. Nós comíamos enquanto conversávamos e dávamos risada. Eu era um homem muito abençoado por ter a família que tinha e agradecia a Deus todos os dias por isso.
- Um beijo. – Mabel chamou minha atenção.
- Oi? – A olhei com o cenho franzido.
- Um beijo pelos seus pensamentos. – Explicou sorrindo.
- Só um? Está muito barato isso. – Reclamei fazendo ela sorrir e revirar os olhos.
- Ok, dois beijos... E quem sabe mais alguns hoje à noite. – Sugeriu mexendo suas sobrancelhas sugestivamente.
- Agora eu vi vantagem. – Sorri de canto arrancando uma gargalhada gostosa sua.
- Então... – Incentivou.
- Estava pensando em como sou sortudo por ter vocês. – Confessei olhando em seus olhos.
Vi seu sorriso aumentar enquanto ela se aproximava mais. Seus olhos estavam presos nos meus e eu podia ver todo o amor existente ali. Senti meu coração dar uma acelerada como sempre fazia quando ela me olhava daquele jeito.
- Nós que temos sorte em ter você. – Sussurrou com seu rosto a centímetro do meu.
- Eu te amo... Ma Belle. – Declarei acabando com nossa distância e colando meus lábios nos seus.
- Afinal o que isso significa? – Me olhou curiosa.
- "Minha linda".... – Expliquei tocando seu rosto – Porque você é e sempre vai ser para mim a mais linda. – Confessei vendo seu sorriso emocionado.
- Eu te amo. – Sussurrou – Para sempre.
- Para sempre. – Afirmei sorrindo e busquei seus lábios novamente.
Alguns poucos minutos depois fomos interrompidos por um conjunto de vozes finas que gritava nossos nomes. Nos separamos rindo baixo e olhamos para nossos pequenos tesouros que corriam pela grama verde com os braços abertos fingindo serem pássaros. Mabel se levantou rapidamente indo até eles e se juntando a brincadeira, sendo a "passarinha" que sempre foi.
Vi seus sorrisos felizes e foi impossível não sorrir também. Acho que uma das melhores coisas na vida é ver quem você ama feliz.
- Papai. – Alguém me chamou e olhei para os quatro parados me encarando em expectativa.
Mabel faz sinal com a mão chamando para que me juntasse a eles e imediatamente fiquei de pé. Limpei minha bunda e me juntei a diversão. Porque ali era o meu lugar, junto com eles, meus grandes e eternos amores.
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