Sangue derramado
— Stiles, Isaac! — a voz melodiosa de Melissa McCall ecoou pelo estacionamento do Hospital, atraindo imediatamente a atenção dos garotos. Eles avistaram Melissa, uma enfermeira de pele morena, cabelos castanhos e ondulados, presos em um rabo de cavalo firme. Vestida com seu uniforme impecável, ela correu em direção aos adolescentes, envolvendo-os em abraços afetuosos. No entanto, ela não estava sozinha. Ao seu lado, havia um homem de meia-idade, com olhos preocupados e uma barba por fazer, que se apressou em juntar-se a eles. John Stilinski, o xerife temporariamente afastado de seu cargo, também abraçou seus filhos com emoção palpável.
A efêmera reunião familiar durou apenas alguns segundos, pois nem todos os membros da família estavam em segurança.
— Onde está Scott? — indagou Melissa, deixando claro sua preocupação.
— Ele ainda está lá... — informou Isaac, lançando um breve olhar para Stiles, incerto sobre o quanto deveria revelar. Ele hesitou em mencionar que Scott tinha se voluntariado para ajudar Allison a enfrentar caçadores especializados em matar lobisomens. Stiles apreciou a cautela de Isaac, pois ele próprio estava indeciso sobre "jogar essa bomba" em seus pais, que já estavam visivelmente nervosos.
Os outros adolescentes presentes, com sabedoria, optaram por manter-se em silêncio diante do assunto.
— Isso tudo é minha culpa. — falou Jackson. Durante toda a jornada temporal, o rapaz tinha permanecido calado.
— Isso não é culpa sua, Jackson. — disse uma voz firme, interrompendo o desânimo do rapaz. Quem falava era ninguém menos que Talia Hale, a alfa da alcateia Hale. Ela se aproximava com passos decididos, acompanhada por Alan Deaton, o druida e emissário dos lobisomens.
— Mas... Tudo isso... — Jackson gesticulou com as mãos, estendendo-as para o estacionamento abarrotado. Era um verdadeiro caos. Pessoas corriam de um lado para o outro. Equipes médicas se esforçavam para socorrer os feridos, enquanto outras partiam em direção à cidade em busca de resgatar mais civis. A situação era desesperadora.
— Isso está acontecendo por minha causa. Por eu ser... uma abominação. — havia um profundo pesar na voz do garoto, suas palavras eram carregadas de autodepreciação.
Talia se adiantou e suavemente tocou o rosto de Jackson, cujas escamas que antes o transformavam em kanima haviam desaparecido. Seus olhos transmitiam compaixão.
— Isso não é verdade. — afirmou Talia com convicção. — Não se culpe pela maldade dos outros. Sua existência não significa destruição ou morte. Aqueles que se aproveitam da situação e da fraqueza dos outros são os verdadeiros vilões e responsáveis por tudo isso. Você não causou isso, Jackson. Foram eles.
Jackson, finalmente, desatou a chorar. A alfa o amparou com ternura maternal, criando um momento verdadeiramente emocionante. Enquanto isso, Yaci, preocupada em não interromper o momento delicado, aproximou-se de Alam para informá-lo sobre a situação.
— Infelizmente, não consegui reunir todos os garotos. Eu até poderia tê-los trazido de volta antes de viajar no tempo, mas surgiu um problema — explicou a caminhante.
— Um problema? — Alam ergueu as sobrancelhas, preocupado.
— Sim, um sujeito estranho, um stalker com um péssimo senso de moda. Gosta de ser dramático, como os vilões clichês de cinema. Ele até usa óculos escuros... e, vejam só, estamos à noite! — interrompeu Stiles, esperando que sua descrição fosse suficiente para que os outros entendessem de quem ele estava falando. No entanto, os adultos pareciam completamente perdidos. Stiles suspirou e finalmente revelou o nome:
— Seu nome é Deucalion.
— O alfa dos alfas? — Alam lançou um olhar alarmado para Talia.
— Derek me disse que ele estava rondando a região, mas o alfa nunca quis fazer contato direto comigo — informou Hale, claramente irritada.
— Mas isso é importante agora? — John Stilinski interveio. — Quero dizer, e quanto aos outros garotos? Não podemos deixá-los no meio dessa batalha!
Melissa concordou veementemente.
O momento de tensão foi abruptamente interrompido pela manifestação de uma imensa esfera de energia no ar. Os postes de energia próximos começaram a piscar freneticamente, enquanto a energia se condensava dentro da esfera, criando uma intensa concentração de poder. Por fim, a esfera liberou toda a energia acumulada, desencadeando uma poderosa rajada de vento que atingiu o grupo de espectadores, deixando-os maravilhados com aquele espetáculo mágico. Conforme a poeira baixava, eles puderam vislumbrar um grupo de pessoas que havia se materializado no estacionamento.
— Rápido! Precisamos de ajuda! — exclamou um rapaz de cabelos castanhos e olhos azuis penetrantes.
— Collins? — John reconheceu o jovem policial novato. Percebeu que ele também estava ferido, mas logo entendeu que Collins não se referia a si mesmo ao clamar por ajuda. Havia uma mulher sendo amparada pelo imponente dragão chamado Erorhion.
— Laura! — exclamou Talia, reconhecendo sua própria filha. Ela também notou a palidez no rosto de Laura e o sangue que empapava suas roupas.
Melissa agiu rapidamente para auxiliá-los.
— O que aconteceu? — indagou John, tentando ajudar Collins, que cambaleava.
Quem respondeu não foi o policial, mas um homem vestindo uma roupa tática preta, que exalava confiança e experiência em campo. Era Chris Argent:
— Acabamos de retornar da Estação de Energia de Beacon Hills. Encontramos um grupo de caçadores no local, responsáveis pelo corte de energia na cidade. Nossa equipe agiu prontamente, enfrentando a ameaça e restabelecendo o fornecimento elétrico. No entanto, como podem observar, a missão não ocorreu sem incidentes — declarou Argent com voz firme e segura.
O tom de Alam, o druida, revelava sua preocupação e confusão:
— Missão? Que missão? Pensei que vocês estivessem protegendo Salem e... — interrompeu-se ao notar a expressão culpada no rosto do bruxo que acenava com arrependimento — Vocês deveriam estar em um local seguro, fornecendo suporte... Indicando a localização do Kanima!
Yaci, a caminhante do tempo, rapidamente interveio, exibindo o celular que continha uma mensagem com coordenadas:
— Ele me informou sobre o paradeiro do Kanima. Foi assim que encontrei os garotos.
Alam continuou a expressar sua insatisfação:
— Mesmo assim... Eu e Talia não tínhamos conhecimento algum sobre essa "missão" envolvendo a estação de energia.
Salem, assumindo a responsabilidade, tomou a palavra:
— Não precisam culpá-los. Fui eu quem tomou a iniciativa. Quando localizei McCall na estação, achei suspeito, especialmente após o repentino apagão.
O bruxo, ao apontar para algo que trazia consigo, revelando o seu espólio do combate: um McCall amordaçado e com uma coleira no pescoço. Isaac reconheceu imediatamente a coleira que antes pertencia a Erorhion.
Stiles sentiu-se satisfeito ao ver o agente federal sendo colocado em seu devido lugar. Aquela cena seria digna de ser registrada para a posteridade. Sem pensar duas vezes, ele pegou seu celular do bolso e começou a tirar fotos de Rafael McCall.
— No entanto, devo admitir... — prosseguiu Salem com seu relato — Que não tinha conhecimento da presença de Laura e desse tal de Collins na estação. Eu consegui rastrear o rastro do referido rato graças à coleira que o dragão estava usando.
— Laura e eu... Nós seguimos o rastro de McCall desde o festival até a estação. Achamos suspeito que ele tivesse dispensado toda a força policial e estivesse vagando por aí, sem cumprir suas obrigações como agente da lei... — informou Cody Collins.
— Bem, pelo visto, seguimos o mesmo fedor e encontramos a fonte. Simples assim. — concluiu Salem, desferindo um chute no agente federal.
— Pelo visto, o cheiro de bosta ainda está impregnado nele desde aquele tempo. — concluiu John Stilinski, lançando um olhar desdenhoso para McCall.
A luz havia retornado à cidade, o que significava uma grande vantagem para os moradores de Beacon Hills, bem como para a alcateia Hale e o clã Beaumont, que agora podiam agir com mais segurança para salvar os civis. Sem o Kanima, os caçadores estavam perdidos em seu plano de usar essa criatura como sua principal arma. No entanto, ainda havia um sério problema: nem todos os garotos haviam retornado do centro da batalha. Stiles sabia que seus amigos estavam em perigo e precisavam de reforços.
— Mestra, sensei, professora... — Stiles começou a falar.
— Pode me chamar apenas de Yaci. — interrompeu a mulher com um leve sorriso no rosto.
— Será que você poderia nos levar de volta lá? Quero dizer, caminhar no tempo e resgatar os outros?
— Stiles, você não vai voltar para o perigo. — interpôs John, com determinação — Nenhum de vocês vai.
Ele afirmou isso para os outros adolescentes que já estavam prontos para protestar. Até mesmo Ethan demonstrava interesse em retornar, pois Marcus ainda estava lutando e aquilo não parecia certo ao seriano.
— John está certo. — Talia falou, afastando-se de sua filha Laura, que já estava recebendo cuidados da equipe médica do hospital — O plano não envolvia expor vocês ao perigo além do que já foram expostos... A lua sagrada sabe o quanto me arrependo de ter aceitado isso, mas... Talvez as consequências para a cidade fossem ainda maiores se não tivéssemos concentrado os caçadores em um único ponto.
— Mas... — Stiles estava prestes a continuar protestando.
— Ela não está dizendo que não vai ajudar. — Alam interveio, tentando apaziguar a situação — Mas não devemos esquecer que eles não estão completamente sozinhos. Peter e Michel, com seus subordinados, estão no centro de Beacon Hills, fornecendo suporte. Tenho certeza de que eles já devem estar lá ajudando nossos amigos.
— Mas isso não significa que eles não precisam de ajuda. — Isaac enfatizou com voz firme.
— E eles terão ajuda. Mas não será de filhotes como vocês. — Agora era a vez de Salem falar — Podem deixar que os adultos cuidem disso, certo?
— É hora de eu ser útil. — Erorhion disse, massageando o pescoço. A coleira havia sido removida, sua magia não estava mais limitada, o que significava que ele poderia agir.
— Eu também pretendo ir ao centro de Beacon Hills. — Chris afirmou enquanto recarregava sua arma — Minha filha e Aby ainda estão lutando. Preciso salvá-los.
— Eu também deveria ir... — Talia disse, parecendo incerta.
— Talia, você precisa ficar para coordenar o resgate e liderar os sobrenaturais da cidade. — John falou à alfa, sabendo que ela provavelmente se sentia responsável pelas consequências do ataque, mas ela era necessária junto com os sobreviventes. Além disso, havia a questão de Laura. Era evidente que a jovem Hale precisava de cuidados, e sua mãe deveria estar ao seu lado.
O mais velho dos Stilinski prosseguiu.
— Eu vou com eles. Acredito que meu afastamento deve ter sido revogado. Como xerife da cidade, devo auxiliar nessa missão. — Completou sua fala enquanto empunhava sua própria arma.
Talia assentiu, parecia ser uma boa equipe composta por "adultos" e não "adolescentes", o que, aos seus olhos, era uma vantagem.
— Espero que haja espaço para mais um. — Yaci disse, levantando a mão. A mulher era de estatura menor em comparação aos outros homens, mas sua aparência jovial não deveria ser subestimada.
— Caminhantes do tempo podem lutar? — Stiles se viu perguntando, suas dúvidas saindo de sua boca sem conseguir contê-las verbalmente — Quero dizer, esse poder parece ser mais para dar "suporte" à equipe do que estar associado à função de "atacante" ou "tanque"...
Yaci sorriu, não parecia incomodada com a pergunta de seu jovem pupilo.
— Nós, caminhantes do tempo, também podemos lutar. — Foi só isso que respondeu, deixando Stiles ainda mais curioso com essa possibilidade.
— Chega de conversa, vamos à ação. — Anunciou Salem, batendo palmas — Confesso que não tenho energia suficiente para ser um transporte público e teletransportar mais pessoas de um lugar para outro. Esse serviço está temporariamente indisponível.
— Eu posso transportar todos. — sugeriu Erorhion — Pretendo me transformar em um dragão e voar.
Salem fez uma careta discreta.
— Não gosto de "montar" em outras pessoas. Isso vai contra a política de Salem. Em vez disso... — O bruxo olhou ao redor. Percebeu que não era o único bruxo presente. Outros de sua espécie cruzavam os céus, voando em vassouras. Salem estampou um sorriso felino nos lábios, seus olhos brilharam maliciosamente. Ele ergueu uma mão para o céu e deu o comando.
— Venha.
Uma vassoura respondeu ao comando, voando rapidamente para a mão de Salem. Infelizmente, essa vassoura estava sendo usada por um velho bruxo. Ele a utilizava para se locomover no ar em direção à enfermaria do hospital. A vassoura, respondendo ao comando de Salem, partiu, deixando o velho caído de cara em uma cadeira de rodas.
— Salem... Eu poderia emprestar minha vassoura para você. — Sabrina informou em tom crítico — Você não precisava roubar.
— Eu peguei emprestado. — Corrigiu Salem, já subindo na referida vassoura e levitando no ar.
Isaac se aproximou discretamente de Erorhion enquanto este se preparava para se transformar. O dragão estava sendo cauteloso para não se desfazer completamente de suas roupas de uma vez, já que a transformação requeria que estivesse nu. Quando o dragão percebeu a presença de seu namorado, interrompeu imediatamente suas ações.
— Isaac... — Ele puxou o lobisomem para si, dando-lhe um abraço apertado — Desculpe... Eu nem tive a chance de conversar com você adequadamente... Peço desculpas mil vezes!
— Ei, está tudo bem. Temos muitas coisas acontecendo para nos preocuparmos com isso.
— Não. — Erorhion afastou-se um pouco para olhar nos olhos de Isaac — Isso está errado. Sempre devo arranjar tempo para você. Você é minha maior prioridade...
O garoto sorriu e deu um leve beijo na bochecha do dragão.
— Nossa prioridade agora deve ser salvar nossos amigos, especialmente agora que você está com 100% do seu poder. — disse Isaac — Podemos compensar o tempo perdido mais tarde.
Erorhion assentiu relutantemente. Era impressionante como, em muitas situações, Isaac parecia ser mais maduro do que ele.
Com a ajuda de Isaac, que cuidadosamente ocultou temporariamente a nudez de seu namorado, Erorhion iniciou sua transformação. Uma magnífica criatura emergiu no estacionamento, revelando-se como um exuberante dragão oriental. Sua forma era semelhante a uma serpente de quatro garras, com escamas brilhantes e cores vibrantes que refletiam a luz. A presença do dragão já causava um impacto no ambiente, influenciando o clima ao seu redor e fazendo com que uma leve chuva começasse a cair, como se a natureza respondesse à grandiosidade da criatura. O dragão erguia-se majestosamente, exalando uma aura poderosa e imponente e estava pronto para o voo.
— Interessante. — Yaci estava evidentemente animada com a montaria. Já Chris observava tudo com bastante receio. Devido ao seu passado como caçador, aprendeu a temer criaturas como aquela. Ao ver um dragão tão de perto, ele compreendia parcialmente o medo de seus antigos companheiros. Um dragão parecia algo divino.
— Impressionante, não é? — Falou John para o outro humano enquanto se aproximava de Erorhion — Ele é o namorado do meu filho Isaac. Um bom rapaz, apesar do seu nome ser quase impronunciável para mim. Desde que ele não use esse poder para destruir a cidade... de novo.
John parecia falar aquilo com muito orgulho. Isaac, que estava próximo, corou da cabeça aos pés, mas um sorriso de alegria transparecia em seus lábios. Era bom ouvir ser chamado de filho e ser aceito por John, contrastando muito com seu passado abusivo com seu pai biológico.
"Isso não vai se repetir, senhor Stilinski", falou o dragão em uma linguagem transmitida por pensamento, embora fosse possível ver o nervosismo da majestosa criatura.
O trio se acomodou no dragão, sentados logo atrás de seu pescoço, apoiando-se firmemente em seus imponentes chifres. Stiles observou tudo aquilo com uma mistura de admiração e inveja. Afinal, quem não desejaria um dia ter a oportunidade de viajar em um dragão majestoso como aquele? O adolescente já imaginava solicitar uma "viagem" semelhante a Isaac e Erorhion quando toda a missão estivesse concluída.
Com um poderoso impulso, o dragão alçou voo, elevando-se majestosamente no céu. O vento soprava contra seus rostos, enquanto a cidade de Beacon Hill se tornava cada vez menor lá embaixo. Salem, montado em sua vassoura voadora, seguia o dragão de perto. Juntos, o grupo se afastou rapidamente, em direção ao local onde seus companheiros precisavam de resgate.
~**~
A luz havia retornado, revelando a extensão da destruição causada pelos caçadores no centro da cidade, onde o show das bandas havia ocorrido. O local estava irreconhecível, com destroços espalhados por toda parte e marcas de batalha evidentes nas estruturas remanescentes. Era um lembrete sombrio do caos que havia se desencadeado.
A maioria dos caçadores estava concentrada naquela área, atraída pelos fogos de artifício que haviam sido disparados pelo alquimista. Além disso, receberam ordens para se dirigirem até lá, na esperança de recuperar o Kanima. No entanto, agora eles percebiam que não havia nem sinal do Kanima, nem da presença de civis. O que restava eram eles mesmos e seus adversários: vampiros e lobisomens treinados para combater ameaças.
Gerald Argent podia observar mais claramente as consequências de suas ações. Ele lutava com sua neta, que estava claramente em desvantagem. Enquanto ele empunhava sua espada, ela se defendia apenas com os punhos. Cortes profundos marcavam todo o corpo jovem dela. Gerald não sentia satisfação em relação a isso, mas sabia que era algo que precisava ser feito.
— Allison, desista. Não tenho tempo a perder com essa batalha inútil — disse ele.
A menina tentava amparar o braço ferido enquanto o encarava com raiva.
— Inútil? — ela questionou.
—Um Argent deve avaliar bem sua situação e saber quando desistir, se retirar e caçar em outro dia — explicou o ancião impaciente.
A garota riu.
— Olhe ao redor, vovô. Acho que você deveria seguir esse conselho.
Gerald rapidamente escaneou o ambiente. Estava tão concentrado na luta com sua neta que não havia percebido o que estava ocorrendo ao seu lado. Seus subordinados estavam sendo massacrados. O lobisomem que havia acompanhado Allison antes havia conseguido derrubar muitos de seus caçadores, mas ele não estava sozinho. Outro lobisomem, claramente mais velho, estava destruindo o que restava.
Além disso, havia um ser sobrenatural atacando ferozmente seus homens e mulheres com dentes triangulares, serrilhados e afiados, dispostos em fileiras levemente inclinadas para dentro. Ele mordia os caçadores com uma força capaz de quebrar armas, superar escudos e arrancar membros. Era um seriano da tribo dos Tubarões. Gerald nunca havia enfrentado algo assim antes. Pensava que eles fossem poderosos apenas dentro d'água, mas claramente estava enganado.
Para piorar, videiras cresciam do solo, capturando caçadores e os prendendo em uma teia de cipós e galhos entrelaçados. Espinhos causavam agonia intensa em seus subordinados, que gritavam de dor.
Quando a situação havia evoluído para isso? Gerald se perguntava enquanto observava o caos que se desenrolava ao seu redor. O que começou como uma batalha entre caçadores e seres sobrenaturais agora se transformara em uma luta desesperada pela sobrevivência, com seus subordinados sendo superados por inimigos poderosos e armadilhas mortais. A força e ferocidade dos oponentes eram impressionantes, deixando claro que a batalha estava longe de ser vencida.
Gerald sentiu o pânico começar a dominá-lo. Seu plano não podia estar desmoronando dessa forma. Isso não poderia ser o fim do legado dos caçadores. Eles deveriam mostrar sua superioridade em relação a esses monstros, demonstrar que podiam usar tais criaturas como armas, como instrumentos úteis para sua causa. Mas o kanima havia desaparecido, ele não conseguia mais sentir sua presença em sua mente...
— Isso não pode ser o fim — repetiu ele com uma voz rancorosa. Já estava velho e não teria outra oportunidade.
Ele observou com horror sua neta sendo cuidada por um lobisomem. O garoto-lobo a ajudava com evidente carinho em seus gestos, e Allison não o rejeitava. Seria esse o futuro dos Argent? Misturar seu sangue puro com essa raça inferior?
O ódio finalmente o dominou. Ele ergueu sua espada de prata, determinado a fazer com que ela se banhasse com o sangue que lhe era próprio: o sangue de um lobisomem.
— Scott, cuidado! — alguém gritou, mas já era tarde demais. Argent avançou em direção ao jovem lobisomem.
~~Palavras da autora~~
stamos nos aproximando do final da batalha. O próximo capítulo será decisivo para encerrar esta temporada em Beacon Hills. O que vocês acham que vai acontecer?
Sim, Beacon Hills está chegando ao fim, pelo menos nesta temporada. Tenho planos de criar mais três livros no futuro, que formarão a nova temporada. Cada livro terá foco em um grupo de personagens e apresentará outros casais como protagonistas. Um livro será dedicado a Aby e Pietro, outro a Marcus e Ethan, e um terceiro será sobre Isaac e Erorhion. Não se preocupem, mais tarde irei explicar como funcionará essa divisão temporária.
Espero que estejam gostando do desenvolvimento e conclusão da história. Nos vemos em breve. Neste fim de semana, teremos um novo capítulo a ser postado.
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