O destino de Isaac Lahey
Sangue e gritos de desespero.
Fora isso, Isaac pouco recordava o que tinha acontecido naquele fedido beco. Talvez o seu cérebro tivesse bloqueado essas memórias. Ou talvez fosse a corda com wolfbane ainda presa ao seu pescoço que fazia sua visão ficar turva e sua respiração se tornar entrecortada.
Antes de desfalecer ouviu alguém gritar de horror e outra pessoa clamar pela polícia. Depois, Isaac foi abraçado por uma reconfortante escuridão.
~***~
– Isso é muito idiota... – Reclamou Lydia fazendo uma cara de desgosto diante do alvoroço que seus companheiros estavam fazendo. Além disso, estava escondendo o seu rosto por detrás de um cardápio, afinal, estavam chamando por demais atenção de todos os clientes de Mary's dinner.
– Desta vez, tenho que concordar. – Comentou Abraham com uma expressão emburrada.
– Você só está falando isso por ter perdido a competição. – Danny disse dando uma leve cotovelada no ex-caçador. Leve, pois o garoto temia o que Aby poderia fazer como retaliação ao gesto.
– É uma estúpida competi...Burg! – Arrotou o loirinho.
– Se pelo menos fosse hambúrguer com carne de peixe ou de siri, aí sim eu teria alguma chance. – Reclamou Ethan fazendo biquinho e cutucando o seu hambúrguer parcialmente comido.
– E eu sou vegetariana... – Acrescentou Elizabeth.
– Pensei que você era uma vampira. – O jovem tritão franziu o cenho com aquela nova informação.
– E eu sou, exceto pelo o sangue...O resto eu evito comer carne. Mas acho que nem que fosse carne de soja eu conseguiria comer tanto quanto eles. – Ela indicou com a cabeça ao grupo de amigos que enfiava hambúrgueres em suas bocas, tais como suas vidas dependessem disso. E não era qualquer hambúrguer e sim os Colossais Big Joe, os maiores hambúrgueres do cardápio de Mary's dinner. Havia uma promoção ou melhor um desafio quase que permanente naquela lanchonete: se você conseguisse comer três Colossais (sem vomitar), além de você não precisar pagar por eles, ganha uma porção gigante de batatas fritas e milkshake, sem falar do respeito e glória de todos os clientes do Mary'dinner...Afinal, o hambúrguer tinha quatro grossos pedaços de carne (três dedos de grossura!), quase 400 gramas de queijo, sem contar o tomate, cebola roxa, pimentão, molho especial, quatro fatias de pão, picles, bacon...Quase não cabia na boca, mesmo quando se tenta amassar aquele monstro calórico. Stiles se utilizou daquele desafio para estimular uma pequena competição amistosa entre amigos. A regra era bem simples: quem comer os três Colossais e sobreviver será o campeão. Simples assim!
– Isso tudo é tão nojento! Digo, há outras formas de competir que não envolva comida. Quero dizer, o que tem de engraçado em ver alguém praticamente se sufocar comendo um hambúrguer monstruoso? Só pode ser coisa de garotos! – Continuava reclamando Lydia.
– Esqueceu que a Alison está participando? – Aby disse isso contendo outro arroto. De fato, a ex-caçadora estava ali no grupo remanescente da segunda rodada, ou seja, o segundo Colossal Big Joe.
– Humanos são interessantes. Seus hábitos alimentares insanos talvez seja uma espécie de batalha por dominância. – Comentou Flora bebericando sua água, a dríada só observada com evidente interesse tudo que acontecia a sua volta.
– Batalha por dominância? – Aby desta vez, conteve um meio arroto mesclado com risada. Realmente não estava acostumado a consumir tamanha quantidade de fast food – Só se for para ver quem é o mais tolo!
– Novamente, você só está irritado por ter perdido.
– Ora, cala a boca, Danny! E você nem quis participar!
– Bem, sei escolher as batalhas as quais tenho possibilidade de ganhar. – Piscou o adolescente. Aby rolou os olhos e cruzou os braços diante do peito, claramente emburrado.
Enquanto isso, na porção da mesa aonde os competidores estavam...
– Senhores e senhorita, eu os saúdo pela a sua coragem e ímpeto de chegar a essa etapa desta gloriosa competição, porém sinto dizer que...Irão perder e feio! Pois eu! Sir Stiles Stilinski sairei vitorioso! – Declarou o garoto levantando o seu referido hambúrguer tal como fosse uma espada, sendo que o tal hambúrguer estava parcialmente comido, com molho e queijo cheddar escorrendo pelas bordas.
– Quanta baboseira. Você não irá aguentar, pois não é um predador nato. – Sorriu Marcus, aquele sorriso que só um tubarão faminto conseguiria fazer, isto é, com dentes afiados e ameaçadores.
– Pois saiba, baby-shark, que sou sim um predador de topo da cadeia alimentar. Principalmente quando esta mesma cadeia envolve batatas fritas e hambúrgueres!
– Me chame de baby-shark de novo que irei de dar uma aula prática de ecologia, demonstrando como os predadores interagem com suas presas, principalmente quando essas são humanos atrevidos!
– Baby shark, doo doo doo doo doo doo – Cantarolou Stiles provocando um rosnado nada cordial do tritão mais velho.
– Quanta animosidade... – Alison falou enquanto dava uma mordida generosa em seu Colossal – Algo desnecessário, gasto inútil de testosterona...Afinal, serei eu a vencedora!
Scott observava tudo apreensivo, na verdade, não sabia ao certo o motivo de sua preocupação. Sim, seus amigos poderiam ser um pouco competitivos demais, mas sabia que eles não iriam atacar uns aos outros... Assim esperava. Não, aquela inquietação tinha outra fonte.
– Isaac está atrasado... – Concluiu em voz alto.
– Isso é verdade, o que é muito estranho. – Analisou Stiles, coçando o queixo, sendo que esquecera que sua mão estava ocupada segurando o Colossal, deste modo, deixando o referido queixo melado por uma mistura de molho, queijo e pedaços de picles.
– Só assim você tem alguma barba, Stilinski! – Riu Abraham apontando para o "novo" cavanhaque de Stiles.
– Ha Ha Ha... É o sujo falando do mal lavado! Afinal, você também não tem nenhum vestígio de penugem barbial!
– Penugem barbial? Não creio que esse seja o nome correto... – Danny conteve, de forma desastrosa, a risada.
– Penugem significa a primeira plumagem de uma ave, constituída por penas pequenas e macias – Informou a voz do google tradutor, ou seja, Flora.
– Achei um nome apropriado. – Avaliou Lydia.
E como fosse magia ou ironia do destino o celular de McCall tocou em sincronia com o próprio smartphone de Marcus Sharkes. Os dois rapazes trocaram olhares enquanto atendiam.
– Alô? Ah... – Marcus voltou o seu olhar para Scott e depois para Stiles – Sim, eu estou com eles, senhor Stilinski. Aham...
– Meu pai? – Stiles engoliu em seco, apreensivo fitou seu melhor amigo o vendo empalidecer – O que aconteceu? Por que meu pai ligou para você? E quanto ao Scott?
– Era o Derek. – Sussurrou o lobisomem enquanto abaixava o celular, guardando meio trêmulo no bolso.
– Derek ligou para você? – A incredulidade na voz de Stilinski era evidente.
– Houve um acidente. – Começou dizer Marcus ao ver que McCall não tomava uma iniciativa em relatar o ocorrido.
– Não foi um acidente. – Rosnou Scott, a íris de seus olhos alterou a coloração, do seu castanho habitual, deu lugar a uma coloração avermelhada brilhante – Isaac foi atacado! Não existe um acidente em relação a isso! Foi algo premeditado!
Olhares assustados e o sentimento de medo se propagou pelo jovem grupo.
– Sim. – Marcus queria dar a notícia de forma mais amena possível, afinal, não queria causar pânico entre os adolescentes – Ele foi atacado, mas também foi socorrido. Está internado no Hospital Memorial de Beacon Hills. Seu pai, o xerife Stilinski, já está lá...
– E é para lá que vamos também! – Não foi uma sugestão, se tratou de uma ordem e nenhum dos garotos e garotas pareciam querer contradizê-lo nisso.
"Será que seria aquele negócio de alfa que Derek tinha falado antes..." matutou Stiles, mas tal linha de raciocínio não se perpetuou, afinal sua mente se voltou para Isaac. O que realmente tinha acontecido? Quem o atacou? Só teriam essas respostas no Hospital...
~***~
O local era escuro e fedia a desinfetante. Mas não era a escuridão ou o cheiro que incomodavam Isaac e sim o tamanho. Era um local estreito, conforme ele crescia mais apertado era permanecer ali dentro. O pior de tudo era quando a porta fechava e ficava preso naquele túmulo claustrofóbico.
Vai ficar aí até aprender a me respeitar.
Isaac levantou o rosto. A luz fraca da garagem. Além disso, via o resto desfigurado de seu pai. Sangue escorria de seus ferimentos profundos. Um dos olhos fora arrancado. O sangue grosso coagulado gotejava sobre a face pálida de apavorada de Isaac.
Você é uma decepção.
O ser grotesco que antes fora Hector Lahey começou a fechar a porta do maldito do freezer.
– Pai! Espera! Por favor! – Chamou. Tentou levantar os braços para impedir de alguma forma a sua prisão naquele odiado lugar. Contudo, parecia que a distância tinha aumentando. Era como estive preso não em um freezer e sim em um poço que cada vez mais se aprofundava no abismo de escuridão.
Você me matou. Você queria me ver morrer! Queria se ver livre de mim! Pois agora ficara preso aí, para sempre!
– Não! – Gritou Isaac em desespero quando via a porta de fechar.
– Não! – Continuou a gritar, mas alguém acariciava e sussurrava palavras de conforto. Aos poucos o jovem lobisomem despertou do horrível pesadelo. Confuso observou o ambiente. Estava deitado em uma cama confortável com uma mulher de expressão benevolente que o mirava com carinho.
– Onde... – Sua garganta estava seca, as palavras saíram roucas e baixas.
– Aqui. Tome um pouco de água. – Ofereceu a desconhecida – Esse é o efeito do soro que neutraliza o efeito do wolfbane. E você está no Hospital. Me chamo Melissa McCall, sou uma das enfermeiras responsáveis pela ala de tratamento de seres sobrenaturais.
– McCall? – Conseguiu falar depois de beber todo o copo dado pela a enfermeira.
– Sim. – Sorriu novamente, acariciando os cabelos encaracolados do adolescente – Sou a mãe de Scott e, bem...Me considero também uma espécie de mãe para o Stiles. Por isso, me prontifiquei em cuidar de você, Isaac. Ora, você é amigo dos meus filhos, lógico que gostaria de cuidar de você!
– O-obrigado. – Corou o mais novo, não estava acostumado a ser tratado de forma não amável, quase que maternal, por adultos.
– Como você se sente? Sei que é uma pergunta meio idiota, mas preciso saber se o efeito da toxina foi eliminado. Alguma tontura? Fraqueza muscular? Dificuldade de respirar?
Isaac negou com a cabeça. Se sentia muito bem, pelo menos, fisicamente.
– Que ótimo. – Ela parecia verdadeiramente aliviada – Wolfbane é uma coisa nefasta, quando meu Scott foi mordido resolvi estudar tudo relacionado aos lobisomens, bem...A parte médica, quero dizer. Por isso, me especializei no tratamento de seres sobrenaturais, sabe? Precisamente lobisomens. Não há muitas humanas nesta área, mas acho que isso não é um obstáculo, sabe?
Ela tagarelava para preencher o ambiente silencioso, já que Isaac observava cabisbaixo as próprias mãos, sem encará-la.
– Senhora McCall... – Sussurrou Isaac.
– Sim, meu anjo?
– O meu pai...Ele...Também foi socorrido?
Isaac pode ouvir a mudança nos batimentos cardíacos de Melissa. Sabia que ela estava querendo mentir ou hesitava em revelar a verdade.
– Querido... – Melissa tocou levemente o queixo do adolescente, forçando a encará-la. Ela notou que lágrimas começavam a se formar nos olhos azulados de Isaac – Eu sinto muito. Não chegamos a tempo para salvá-lo.
Isaac chorou e ela o abraçou. Podia sentir o corpo do garoto tremer.
– E-eu sou um idiota... – Murmurou entre soluços.
– Ora, claro que não...
– Você sabe...Não é? Que foi ele que me atacou. Ele que me envenenou com wolfbane! E mesmo assim...Ainda choro por ele... Devo ter mesmo algum retardo, como ele mesmo tanto dizia!
– Isaac! – Melissa o afastou de si, apenas para segurar o rosto úmido e avermelhado do lobisomem entre suas mãos – Você não tem nenhum retardo. Amar não é uma fraqueza e nem um sinal de idiotice. Amamos mesmo aqueles que não correspondem a esse sentimento. Podemos sofrer, mas isso não significa que estamos errados, pelo contrário! São aqueles que não abrem espaço para o amor que perdem a oportunidade de corresponder a esse sentimento, são eles que são os únicos culpados. Ficar preso no rancor, ódio e culpa só leva a destruição... Seu pai perdeu a chance de ver o maravilhoso garoto que tinha ao seu lado. Um garoto de coração puro...Com uma alma linda...Ele deveria sentir orgulho de ter tido você como filho, Isaac Lahey!
Isaac tentou sorrir, mas só conseguia chorar, agora com mais pesar.
– Agora...Estou mesmo sozinho... Não resta mais ninguém. Meu pai, meu irmão...Minha mãe...Todos se foram.
Melissa o abraçou novamente, embalou em seu colo tal como ele fosse uma criança, mas ela o via como tal: uma criança desamparada.
– Você não está sozinho. Esqueceu de seus amigos? Hein? E eu...Digo, também sou sua amiga, certo? Não irei te deixar sozinho! Nunca!
Aos poucos Isaac foi se acalmando. Melissa também sentia lágrimas rolando por sua face. Como queria ter algum poder sobrenatural para amenizar a dor emocional que Isaac deveria estar sentindo...
Alguém bateu levemente na porta.
– Entre. – Falou a enfermeira, ainda sem soltar o adolescente.
– Mel – Acenou John Stilinski adentrando no quarto – Sinto muito, se quiser eu venho mais tarde...
– Não. – Disse Isaac se afastando um pouco de Melissa, mas ela permaneceu segurando a mão do menino – E-eu...Estou bem...Senhor Stilinski.
– Não precisa parecer forte para mim, garoto. – Sorriu John.
– E nem para mim... – Outra pessoa tinha adentrando no quarto, era Talia Hale.
Isaac engoliu em seco, sem saber como agir diante da Alfa. Na verdade, nunca se encontrara com um lobisomem Alfa antes. Muito menos uma lobisomem que era Alfa, diretora de sua escola e ainda líder da Alcateia que controla e protege a cidade de Beacon hills.
– Se acalme, sim? Esqueça o meu título por enquanto. Nada de formalidades e essas baboseiras...
O garoto assentiu com relutância.
– Como ele está, Mel?
– A toxina foi eliminada. Lógico que temos que fazer alguns testes para ter certeza, mas acredito que ele já não se encontra em perigo.
– Graça a deus. – Suspirou John passando a mão na cabeça, desarrumado seus cabelos – Isso significa que poderei deixar seus amigos entrarem para te visitar. Stiles e Scott são difíceis de segurar...
– Eles estão aqui? – Isaac ergueu as sobrancelhas, como estivesse surpreso com aquele fato.
– Não só ele, todo a sua turma... Er, não sei muito bem como vocês jovens se chamam hoje em dia. Equipe? Gangue? Enfim, seus amigos estão todos aqui, esperando a sua recuperação.
Um sorriso tímido se fez nos lábios do lobisomem.
– Viu? Você não está sozinho. – Sussurrou Melissa para o adolescente dando um leve e afetuoso aperto na mão de Isaac.
– Bem... – Pigarreou Talia – Não iremos te encher de perguntas sobre o que ocorreu no beco, não agora. Isso não seria correto. Infelizmente, temos um outro assunto mais crítico a ser discutido.
– O que seria? – Quis saber Melissa.
– Mel... – Tentou apaziguar os ânimos, John.
– O que? Não veem que ele está cansado e ainda está se recuperando do falecimento do pai?
– Melissa, por isso mesmo desejo tratar desse assunto logo. – Insistiu Talia – Agora que Isaac perdeu o pai e o seu responsável, ele entrará no sistema sobrenatural de assistência. Sim, ele já estava sobre observação, tendo em vista que Hector praticamente o abandonou após o recebimento da mordida e transformação. Trata-se de casos recorrentes dentro do mundo sobrenatural, o abandono dos familiares humanos em relação ao parente que se tornou sobrenatural, contudo, Isaac estava temporariamente sobre a tutela da Alcateia Hale. Nós nos comprometemos em proteger todos os alunos do Instituto em situação de risco, mas trata-se de uma tutela temporária e não há nenhum vínculo legal com os Hales...Agora que definitivamente ele está sem um responsável, haverá uma discussão sobre a sua real tutela, sendo um lobisomem sem uma Alcateia oficial ou uma família que se responsabilize por protege-lo, ainda mais depois que ele foi atacado, é provável que o programa de assistência ao menor sobrenatural o transfira para outra cidade e para outra Alcateia.
– Não! – Exclamou Isaac – Digo...Não quero ir embora!
– Bem... Uma solução seria você se tornar um Hale. – Sugeriu Talia – Ou mesmo se vincular a qualquer outra Alcateia em Beacon Hills. Eu gostaria que você entrasse para a minha Alcateia, pois sinto-me culpada por não ter te protegido de forma adequada. Beacon Hills é meu território, deveríamos ter prestado mais atenção em quem entra ou sai do meu território, ainda mais carregando uma maldita corda com Wolfbane! Isso só mostra o quão incompetente é minha administração...Ainda mais, com as mortes anteriores...
– Mas... – Isaac não queria ser insolente e recusar a oferta da Alfa, sabia que ela só estava fazendo isso para compensar seus erros, mas Isaac não a culpava pelo o ataque, ademais, apesar de gostar de Derek, não se sentiria à vontade convivendo com os outros Hales.
– Ou ele pode viver conosco. – Opinou Melissa.
– Mel... – John não parecia tão surpreso com aquela fala, ao contrário de Isaac.
– John, nós temos um quarto vago, não é mesmo?
– Mel, é o quarto que você está dormindo e...
– Bem, acho que já está mais do que na hora de dormimos no mesmo quarto, não é mesmo John Stilinski?
Nesse momento Stilinski começou a ter um ataque de tosse e Talia soltou uma gargalhada.
– V-você tem certeza? Digo... Eu...
– Isaac, aposto que você irá adorar viver conosco. Stiles e Scott vão amar! Já imaginou o quão divertido irá ser? – Melissa parecia tão animada que Isaac não pode deixar de sorrir.
– Vocês realmente me querem? – Teve que perguntar, afinal, depois de tudo que tinha passado, ainda sentia uma imensa insegurança quando se tratava de famílias. Era também difícil acreditar que alguém o aceitaria, um garoto claramente complicado com um passado sombrio.
– A questão na verdade é... – John se sentou ao lado de Isaac, na cama de hospital – Se você irá nos querer como sua nova família.
O adolescente não sabia o que responder. Abriu e fechou a boca como um peixe fora d'água. Uma nova família? Será que merecia? Ainda mais, a mesma família que Stiles e Scott? Isso parecia bom demais para ser verdade...
– Vamos fazer um teste, o que acha? Uma semana conosco e aí você decide se deseja ficar. – Aconselhou Melissa.
Isaac assentiu, um sorriso verdadeiro se fez em seus lábios. A tristeza aos poucos sendo substituída por uma centelha de esperança.
~***~
– Eles estão demorando. – Scott andava para um lado e para o outro no hall de entrada da ala aonde Isaac se encontrava, tal como uma fera enjaulada. Isso estava deixando todos nervosos.
– Você ouviu o que o médico disse: Isaac está apenas se recuperando. Sua mãe está com ele! – Lembrou Stiles.
– Eu sei, mas...Seu pai e a Alfa Talia foram vê-lo e até agora nada!
– Não faz tanto tempo assim. – Comentou Derek olhando o próprio relógio – Não faz nem meia hora.
Scott rosnou, novamente expondo os olhos avermelhados.
– Uhhh...Mini alfa! Que fofo! – Laura tirou fotos com o seu celular.
– Não o provoque...
– Não estou, Der! Só estou tirando fotos, afinal, não é todo dia que encontramos um Alfa que herdou naturalmente a característica, sem ser por herança!
– Eu? Um alfa? – Scott franziu o cenho, confuso.
– Dã! – Contestou Laura – Você não sabia? Derek! Você não explicou a ele?
A resposta do outro Hale foi dar os ombros simplesmente. Laura rolou os olhos, seu irmão deveria aprender usar mais as palavras ao invés de ficar caladão esperando que as coisas se resolvam por si só!
Antes que Scott ou Stiles fizesse alguma pergunta o barulho de um trovão foi ouvido ao longe. Marcus mirou apreensivo a janela, Ethan colou o rosto no vidro tentando ver a paisagem do lado de fora. Parecia tudo claro e azul, sem nenhum indicativo que iria chover ou algo do tipo.
– Uma tempestade se aproxima. – Anunciou Marcus.
– Tem certeza? Eu me recordo que a meteorologia informou um dia claro e sem possibilidade de chuva. – Disse Abraham.
– Não. Marcus está certo. Uma tempestade se aproxima. – Informou Ethan – Sentimos isso, sabe? É tipo uma conexão com a natureza, principalmente ao elemento água. Sentimos também a mudança das mares! Essas coisas aquáticas, entende? Ajuda bastante quando você planeja surfar... Uma habilidade muito maneira para um tritão!
– Mas... – Aby iria criticá-lo, mas um flash de um raio seguido pelo o som do trovão fez com que se calasse. Além disso, o céu começou a escurecer. Na verdade, escurecia muito rápido...
– Isso não é uma tempestade normal. – Ressaltou Laura.
Derek soltou uma mescla de rosnado com palavrão.
– Alguém informou o Erorhion do ocorrido? – Perguntou o Hale, recebeu como respostas balançares negativos com as cabeças.
– Isaac havia me dito que o Erorhion estava em um encontro de tatuadores profissionais em uma cidade vizinha. – Recordou Ethan – Você acha que ele...Descobriu sozinho?
– As notícias navegam rápido no meio sobrenatural... – Comentou Flora.
– Espera! Espera! Essa tempestade...O Erorhion está relacionado a ela?
O raio caiu próximo do hospital, fazendo queimar uma das plantas decorativas do jardim, perigosamente próxima do local aonde estavam. A velocidade do vento também aumentou, fazendo as janelas tremerem.
– Ele um dragão oriental. Esta raça de seres sobrenaturais está ligado a forças da natureza. Fato é que muitos desastres naturais como tsunamis, tufões, inundações e tempestades podem ser causados por um dragão oriental... Principalmente quando este está furioso. – Explicou, sucintamente Derek.
– E ele deve estar muito puto mesmo...Afinal, o seu namorado foi atacado. – Completou Stiles.
O céu já estava completamente escuro, pareciam que alguém havia invocado Shenlong para fazer seu desejo as esferas do dragão... Mas, Stiles temia que Erorhion não estava nem um pouco afim de ouvi-los e sim reencontra com o seu namorado. Bem...Isso se ele não destruir tudo antes disso.
~~**Palavras da autora**~~
Vou fazer uma confissão, eu só assisti até a segunda temporada de Teen Wolf, então, não estou seguindo ao pé da letra a série, também não vou colocar personagens que não conheço (e não estou na vibe de assistir a série de novo!). Sorry por isso, mas em compensação tem vários personagens novos que acho que vocês gostaram, não é?
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