Capítulo 48

Maddy P.O.V

  Nunca tinha corrido tanto em minha vida, meu coração batia tão forte no meu peito que achei que ele iria sair pela minha garganta. Meus pulmões ardiam e minha respiração estava descontrolada. Arfava juntamente com o Nash que seguia a minha corrida com a bolsa sobre suas costas. O muro estava próximo de nós, me posicionei com as mãos e braços para frente, corri mais rápido para pegar impulso. Pulei depois de chegar uns 30 centímetros do muro, jogando meu corpo para o lado formando um linha reta, sentei no muro a espera do Nash que não demorou muito para me alcançar. Assim que ele me encarou segurando meus ombros perguntando se eu estava bem, comecei a rir freneticamente, era bom, muito bom fazer isso. Nunca tinha me sentido tão viva em toda a minha vida. Tínhamos ido até a casa da Anne e pichamos toda a fachada, depois começamos a jogar ovos e farinha por todas as janelas e portas. Só que, não sabíamos que ao olhar para trás daríamos de cara com um rottweiler

  O Nash me puxou para um abraço meio desengonçado e então começou a rir junto a mim.

— Eu nunca me diverti assim em toda a minha vida. — arfei.

— Quer mais? — perguntou com os olhos arregalados e com um ar desafiador.

  Essa noite realmente foi a melhor desses últimos anos. Esqueci totalmente dos meus problemas e obstáculos e, enquanto eu corria e sentia o suor brotar nos cantos da minha testa, eu sabia que aquele era o melhor lugar que eu poderia estar. Assenti e logo fomos para um lugar mais fechado, no meio da mata.

— Vai demorar muito? — o questionei.

— Uns 10 minutos se aceleramos o nosso passo. — instruiu.

  Eu podia sentir a energia que aquela aventura tinha nos proporcionado, estávamos em choque para falarmos alguma coisa, eu só tentava controlar minha respiração e repassar exatamente tudo o que aconteceu em menos de 5 minutos. Adrenalina corria nas minhas veias, me fazendo querer mais daquilo, querer mais do que tinha presenciado, do que acabara de sentir. Agora sei o porquê do Nash viver no mundo do crime. Ele gosta de viver aquilo por mais que saiba que no final vai acabar se ferrando ou, sairá vitorioso. Eu não consiguia entender o mundo que ele e os outros construíram em volta de algo tão insignificante e imprudente, mas agora eu acabei de sentir na pele o que é realmente fugir de certas coisas e saber olhar pelo lado bom delas, que são cada momento de puro divertimento.

[...]

  Duas fileiras de carros estavam posicionados no meio de uma pista de terra batida. Uma multidão de pessoas formavam a própria barra de proteção. O ronco dos carros, me faziam tapar os ouvidos em alguns momentos que me pegavam desprevenida.

— Vem! — disse o Nash me puxando dali.

  Fomos até uma cabine onde vários homens bebiam e se divertiam jogando cartas e apostando. O Nash entrou na cabine me deixando sozinha, não passou nem 2 minutos e ele saiu da cabine.

— Seu carro. — disse colocando a chave na altura de sua cabeça enquanto me dava um sorriso falso.

  Peguei a chave da sua mão e andamos agora mais devagar até a pista de carros, o Nash colocou seu braço em volta do meu pescoço me puxando para mais perto.

— 238? Esse é o número do meu carro? — perguntei olhando o pequeno número gravado na chave.

— É. — afirmou.

— E o seu? Quero dizer, você vai também, não é? — perguntei.

— Claro, mas só depois de você, não quero que você fique com raiva de mim depois que eu ganhar de você. — disse me dando uma piscadela e mostrando sua chave.

— Está com medo, Nash? — ele olhou para o lado com um sorriso malicioso e depois voltou a me encarar de volta.

— Acabamos de invadir uma casa, ainda por cima fizemos a maior bagunça e corremos de um rottweiler. Acha mesmo que eu estou com medo de perder para uma careta?

  Dei de ombros, não sei se deveria me sentir ameaçada pelo jeito que ele falou comigo, ou intimidada pela forma que aquele sorriso me pegou de surpresa.

— Se eu ganhar, você vai me deixar raspar suas sobrancelhas. — disse fazendo gestos com a mão.

— Se eu ganhar quero um beijo. — lancei-lhe um olhar semicerrado.

  Isso é um jogo, Maddy você nunca perde.

— Fechado. — disse apertando a sua mão.

— Que vença o melhor então. Lembrando que o prêmio do racha são $27.000,00.

— DOIS MINUTOS! — gritou um cara da cabine no microfone, fazendo a multidão gritar mais ainda.

  Eu fui para o lado direito e o Nash para o esquerdo, assim que entrei no carro encarei a multidão a procura de algo que nem sabia o que era. Vi um par de cabelos vermelhos que me chamaram atenção na lateral direita, Lydia e a Clary. O que elas estão fazendo aqui? Bom, tecnicamente todos podem vir aqui, então não posso questioná-las sobre nada em relação a esse assunto.

— UM MINUTO! — gritou de novo.

  Estava nervosa, por 5 anos havia cumprido de certa forma, a promessa que fiz a minha mãe. Não iria mais fazer racha ou até mesmo comandar um. Quando eu estava com o Jack tudo era diferente, eu me sentia completamente segura e pronta para atirar na cabeça de qualquer um se fosse para salvá-lo, já ele, não faria o mesmo por mim.

— 30 SEGUNDOS. — gritou.

  Coloquei a chave na ignição mesmo com os pensamentos concentrados no passado. Tirei os meus sapatos e coloquei eles em cima do banco do passageiro. Olhei meu reflexo no pequeno espelho que pendia do teto do carro, e pude ver a Maddy aos 16 anos. A Maddy que não temia exatamente nada, privada dos sentimentos desejados por qualquer um e, por mais que eu tentasse, sempre uma desilusão amorosa acontecia. Desistir não é uma escolha. Eu posso ser a Maddy de antes, de fazer e de sentir o sentimento que eu mais me privava.

  Girei a chave e deixei que o ronco do motor entrasse por meus ouvidos, me fazendo fechar os olhos.

— AQUI VÃO AS REGRAS! NÃO PENSEM EM DESISTIR NEM MUITO MENOS PULAR DO CARRO! — gritou com um ar sarcástico. — OU PASSAM PELA LINHA DE CHEGADA OU VOCÊS MORREM DURANTE O CAMINHO!

  O filho da puta do Nash me trouxe para o racha de Matt G. Morgan.

  Porra!

  Olhei para fora do carro onde todos estavam sorrindo, esperançosos para a corrida começar.

— NO CARRO 123 ESTÁ O JHON MARTIN, NO CARRO 367 ESTÁ LYDIA CAMPBELL!

  O quê?!

  Eu só escutava os nomes serem gritados no som da cabine, e pensar que minha irmã mais velha estava nesse raxa seria um pouco arriscado, ela só participou de três raxas e todos eles ela desistiu.

— TEMOS A HONRA DE RECEBER DIRETAMENTE DE BOSTON, CONHECIDA COMO RAINHA DO RACHA EM NOVA YORK, NOVA ORLEÃES, LONDRES, MALIBU, LOS ANGELES E POR TUDA CALIFÓRNIA. MADDY CAMPBELL NO CARRO 238. HOJE A DISPUTA VAI SER ACIRRADA, AS DUAS IRMÃS NO MESMO RACHA! E COMO SEMPRE A RAINHA TEM SEU REI, O GLORIOSO E MORTO-VIVO, SHAWN MENDES NO CARRO 237, BEM AO LADO DA NOSSA RAINHA!

  Eu não acredito nisso, eu realmente não acredito nisso. O encarei e não demorou muito para ele olhar de volta com os olhos arregalados expressando medo, preopação ou os dois. Apenas sorri maliciosamente e acelerei indo até a linha de partida. Começaram a contagem regressiva e já podia sentir a adrenalina correr pelas minha veias mais uma vez. Apertei o volante enquanto sentia o olhar do Shawn sobre mim, por mais que ele estivesse um pouco longe demais, eu me segurava para não encará-lo de volta, mas aquilo parecia um tortura.

— Anda logo. — murmurei batendo os dedos no volante.

— AGORA! — deu seu último grito.

  Pisei fundo no acelerador desviando de quase todos os carros. O carro do Jhon não estava me deixando passar, o que era muito óbvio, não importasse o lado que eu fosse, ele ia atrás. A Lydia parecia querer o mesmo que eu e tentava passar de mim.

— Aqui não. — disse passando a marcha.

  Freei, mas quase não conseguia, deixando a Lydia passar na minha frente e foi aí que o Jhon cometeu o erro de me deixar passar. Sorri orgulhosa da minha trapaça.

— Falta apenas cinco quilômetros, vamos. — murmurei apertando o volante.

  A estrada agora continha inúmeros buracos de variados tamanhos, me fazendo chacoalhar dentro do carro. Nenhum momento parei de acelerar. Escutei meu celular começar a vibrar e olhei para ele de relance. Peguei ele ainda dirigindo, era um número desconhecido. Atendi e coloquei no vivo ao voz.

— Alô? — falei virando numa curva vendo o próximo carro.

An... Maddy, certo?

— Sim. — respondi.

Bom eu consegui seu número, não sei se você ainda lembra de mim, Collen. Queria te chamar para tomar outro drink, o que acha?

— Sim, eu lembro de você. Sobre tomarmos um drink, essa não é uma boa hora. — falei.

Eu sei, você está em um racha.

— Como sabe? — perguntei trocando a marcha.

Eu estou supervisionando ele. — parecia se gabar.

— Nossa, achei que você estava em um escritório fora de Malibu. — falei com desdém.

Acontece que tenho meu lado desafiador e um pouco misterioso. — falou malicioso. — Você quer ganhar certo?

— Claro. — respondi.

Há dois metros tem uma outra estrada de terra, pega ela e depois vira a primeira esquerda, aproveita. Eles ainda não chegaram nessa parte. — instriu.

  Pensei seriamente em dizer que não precisava de atalhos nem de trapaças, mas eu queria ganhar aqueles R$27.000,00. Era a chance para que eu pudesss fugir com o Mark para qualquer lugar.

— Fechado. — disse virando o volante completamente.

Tenho que desligar agora antes que alguém perceba. — disse antes de desligar.

  De repente o teto do meu carro foi abaixado, deixando que a brisa passasse pelos meus cabelos. Isso é bom, muito bom. Mudei a marcha e comecei a ir mais rápido. Virei a esquerda como instruído e já podia ver as luzes do palanque e os gritos da multidão. Acelerei e consegui fazer uma curva mais rápida, um carro passou em minha frente, mas logo fiquei no primeiro lugar. Comecei a rir descontroladamente de pura adrenalina e depois já conseguia ver a linha de chegada. Cinco metros e os 27 mil seriam meus e as sobrancelhas do Nash estariam mortas. Todos gritavam e faziam contagem regressiva até que eu chegasse na linha de chegada.

[...]

— PRIMEIRO LUGAR: MADDY CAMPBELL CARRO 238. — gritou

  Parei aos poucos enquanto a multidão batia no carro. Saí do mesmo, uns me abraçavam outros me davam tapas nas costas.

— SEGUNDO LUGAR. — de imediato todos pararam de me bajular e prestaram atenção no número do carro.

  237...

— SHAWN MENDES!

  Não vou negar que não gritei em meio a agitação das pessoas, foi impulsivo. Mas conseguiu arrancar um pequeno sorriso meu, seguido de uma risada.

— TERCEIRO LUGAR: ANNE STEVES CARRO 643.

  Eu deveria estar com o pensamento muito longe para não ter escutado o nome da Anne no começo da corrida.

— TODOS OS TRÊS GANHADORES, POR FAVOR, SE DIRIGIRAM ATÉ A LINHA DE CHEGADA.

  Andei até a linha de chegada sem pressa alguma, sentindo a maioria dos olhares na minha direção como se pudessem me passar toda as suas energias. A Anne me olhava com os olhos semicerrados, presumo que isso fosse um olhar de boas vindas, e de talvez um parabéns por eu ter ganhado.

  Mal sabe ela a surpresa quando chegar em casa.

  Esse pensamento arrancou um sorriso malicioso dos meus lábios.

— Você foi muito boa. — murmurou o Shawn perto do meu ouvido, aquilo me causou um pequeno arrepio.

— Você também foi bom. — disse na tentativa de expressar uma certa bondade.

— Pelo visto não fui o único a pegar o atalho. — murmurou de novo.

— Estamos no mesmo lugar agora, que diferença faz? — perguntei com cara de cínica.

— Cuidado Maddy, é só isso que te digo, dinheiro também trás uma consequência. — disse.

— E qual seria ela? — perguntei.

— Digamos que se não for bem guardado pode ser um imã de coisas ruins.

— Esta insinuando que se eu não guardar meu dinheiro você vai roubá-lo?

— Eu? Não, talvez alguém que sempre fez isso. — disse me deixando confusa.

  Ele parou de me encarar e olhou por cima da minha cabeça, tentei seguir seu olhar, mas não consegui. Depois vi que ele olhava para o fotógrafo que tirava inúmeras fotos da gente três.

— Quem então? — murmurei.

— Prefiro deixar você descobrir, como você disse, não precisa da minha ajuda.

Hi guys! Um pouco grande sei kkkkk queria recompensar vocês de certa forma. Me digam, estão gostando dessa nova fase da fic? Desse Shawn mais misterioso e da Maddy mais vulgar e atrevida? Um beijão meus amores ♥♥♥

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