Capítulo 20 - Revejo um velho amigo
Acordo de sobressalto. Estou arfante e encharcada de suor. "O que foi isso?" Penso desesperada, enquanto olho em volta para ver onde estava.
Era uma sala de hospital. Acho que a mesma que eu estive após a batalha em San Francisco. "Ah. Foi só um pesadelo... Acho"
Me levanto devagar com um gemido de dor e vou até a bancada para me vestir.
Coloco uma blusa preta e um agasalho com capuz. Nem ouso olhar para meus ferimentos que ganhei no Senado. Devem estar horríveis.
Saio do quarto e olho em volta para ter uma noção de onde me encontrava.
Percebo que não estou muito longe do laboratório da irmandade. Como eu não sei quanto tempo eu fiquei assim, resolvo passar lá para ver se descobriram alguma coisa dos templários.
Chegando lá, bato na porta que é atendida alguns segundos depois por um Alex com olhos injetados e aparentemente exausto.
Assim que me vê, ele arregala os olhos, antes semicerrados, e me abraça.
- Alice! Você acordou! - Tento conter um grunhido de dor, o que não dá muito certo. - Oh, certo. Desculpe. - Ele se afasta com um olhar envergonhado de culpa.
- Tudo bem. - Digo com um sorriso meio forçado. - Você está com uma cara terrível! Há quanto tempo não dorme?
- Há uns três dias.. Ou quatro. Os templários são mais espertos do que imaginávamos.. Parece que eles têm algum tipo de linguagem própria.. Os arquivos estão completamente criptografados.. Fiquei aqui desde a destruição do Senado tentado descriptografar os arquivos... Então não dormi.
- O que descobriu até agora?
- Não muita coisa...mas aquele seu amigo Peter foi praticamente minha salvação. Como ele tem tios templários, tem acesso a todos os arquivos de todos os tipos.. Entre eles achei um arquivo descriptografado, e abaixo dele, a mesma coisa. Só que criptografado. Só falta entender o negócio.
- Olha, você está com uma cara horrivelmente cansada. Você não vai descobrir quase nada assim. Vá dormir um pouco.
- Mas..
- Você quer descriptografar, certo? - Ele acena afirmativamente com a cabeça. - Então, cansado desse jeito você não vai conseguir pensar direito. Vá dormir algumas horinhas e depois volte, ok?
- É... Você tem razão.. Obrigado. - Ele me da um abraço - Fico feliz que tenha acordado. - Então se vira e vai para seu quarto.
Eita... Mais um abraço.. O que deu nele? "Deve ser o sono" penso confusa.
Como não tenho nada para fazer, entro no laboratório. Fico andando por entre balcões, prateleiras abarrotadas de frascos com líquidos estranhos e computadores, até que eu paro em um pequeno objeto que me chama a atenção: o celular de Peter.
Pego ele e desbloqueio. Vejo que nele tem umas quinze mensagens de texto. Curiosa, eu as abro.
As mensagens foram enviadas de um número desconhecido e todas elas sobre esse celular. Deduzo que foram enviadas pelo Peter, pois nelas estavam o endereço de sua casa e o número. Com um pedido de devolução do celular.
Fechei o celular e fiquei parada por alguns segundos, pensando. Essa rua não é tão longe daqui.. "Faz tempo que não tenho uma conversa com meu amigo Peter... Além do mais, o que pode acontecer se eu sumir por algumas horinhas? Fiquei dias desacordada.. O que serão uma hora ou duas?"
Vou até o meu quarto e pego minhas Hidden blades em cima da cama, e me dirijo para a saída da Irmandade. Assim que piso na calçada, respiro fundo e coloco o capuz sobre a cabeça e saio a caminho da casa de Peter.
No caminho, escuto o barulho de carros da polícia, e alguns segundos depois vejo muitas viaturas cercando um lugar de onde eram visíveis alguns vestígios de brasa. Começo a andar com mais cautela, pois não tinha como saber se estou sendo procurada pela polícia.
Quando chego onde a polícia está, me escondo no meio do batalhão de policiais e olho para onde eles estão examinando.
Meu coração dispara quando vejo que eles estavam olhando para o senado. Completamente destruído. Apenas com uma parte em ruínas e seu lago cheio de pedaços da construção.
Não sei se devo me sentir culpada ou feliz com isso.. Digo, destruímos o lugar onde fica a maior concentração de políticos e corruptos do país.. Mas por outro lado, é uma das construções mais importantes do Brasil. Isso é bom, ou ruim?
Não consigo chegar em uma conclusão, então desisto e saio do meio dos policiais, continuando meu caminho pelas sombras dos prédios.
Depois de mais alguns minutos, finalmente posso ver o alto muro de pedra do condomínio de Peter.
Não é necessário muito esforço e já estou no topo, pulando para o outro lado. De acordo com o endereço, a casa dele é logo no final da esquina. Vou calmamente até ela e paro. Observo a grande construção de dois andares: havia um muro de pedra de mais ou menos uns 3 metros cobrindo parcialmente a casa. A janela do segundo andar estava aberta. De onde estava, consegui ver uma parte de uma parede branca, onde estava colado um pôster da banda Skillet. Assim que vejo o pôster, tenho certeza que esse era o quarto de Peter. Ele era um verdadeiro panhead (N.A. - panhead = fã de skillet). Quando éramos pequenos, ele sempre falava dessa banda..
Agora que já descobri onde fica o quarto dele, me preparo para escalar o muro. Porém, para o meu azar, escuto o barulho do portão se abrindo.
Me escondo atrás de um pequeno arbusto e espero o carro passar. Dou uma espiada para ver quem estava no carro, torcendo para que não seja Peter. Consigo distinguir a silhueta de um homem dentro dos vidros escuros. Nada mais. "Ainda bem. Não é Peter mesmo." Penso comigo mesma.
Começo a subir no muro com facilidade. Esse é o lado positivo de Teçá ter subido em várias rochas em seu treinamento. Quando chego no topo, vejo que seria perda de tempo descer tudo de novo para subir na casa. O muro não era muito longe da parede, então dou meio passo para trás (o máximo que era possível) e pulo.
Coloco as mãos na frente para me segurar na primeira janela do segundo andar e olho para cima, percebendo que estou um andar abaixo do quarto de Peter.
Coloco os pés na janela e as mãos numa pequena saliência da parede, e quando chego, coloco a cabeça em sua janela, olhando o quarto dele.
Seu quarto não tinha muita mobília, apenas um pequeno armário, cama e uma escrivaninha. O quarto estava repleto de pôsteres de diversas bandas. Mas a maioria do skillet. Peter estava deitado de barriga para cima na cama, e mexia em um celular velho, não percebendo minha chegada.
Como um gato, pulo para dentro fazendo o mínimo de esforço.
- Eae Pit? O que tá fazendo nesse celularzinho da idade média? - Digo tentando chamar sua atenção. Peter literalmente pula de susto, deixando o celular cair no chão. Não consigo me conter e começo a rir descontroladamente de sua reação.
- ALICE!
- Ah... Levou susto, é? Hahahaha. - Ando até onde seu celular havia caído e o abro, revelando uma conversa dele com um outro garoto. Consigo ler apenas a palavra "Senado" antes do celular ser puxado de minha mão.
- Pois é... Como diabos você entrou aqui?!
- Pela janela. Onde mais? - Digo tentando pegar seu celular. Sem sucesso, pois ele segurava no alto. E definitivamente era bem mais alto do que eu. - Vamos.. O que tem nesse celular?
- Ah. Claro. Tinha me esquecido que você sempre gostou de escalar coisas.. - Diz ele. - Você ainda está aqui? Então não era só para a festa com seu "amigo". - Ele faz aspas com os dedos.
- Ah. Claro. Vou passar um tempo aqui.. - Digo tentando ser convincente. - Ei! pare de desconversar! - Dou um pulo alto. Quase pegando seu celular. Quase. Ele me olha sério e se senta na cama, abrindo o celular.
- Bem.. Sabe o senado? Então, algum terrorista destruiu ele. Bem.. Eu não diria terrorista. Até que, em minha opinião, ele tinha toda a razão para tal.. - Faço um movimento da cabeça, pedindo para que continue. - Porém o Estado está colocando as conseqüências em nós. Eles estão aumentando os impostos exageradamente.. E o que é pior: até as pessoas com 14 anos pra cima tem que pagar! E se não pagar vai preso. Mas alguns foram até executados! O grande problema é que meu melhor amigo não vai conseguir pagar o imposto dessa vez. Estou com medo do que possa acontecer a ele..
- Mas espera! Seu tio não é o senador? Porque então não conversa com ele e pede para que pare com esse absurdo?
- Esse é o problema. Meu tio morreu na explosão do Senado. - Todas as minhas duvidas de culpa caíram sobre mim como uma chuva de pedras. Tudo bem, o tio dele era um templário, mas Peter gostava muito dele.. Me sinto tão culpada nesse momento, que tenho vontade de fugir pela janela.
- Desculpa. - Digo enquanto abaixo a cabeça.
- Desculpa? Porque? Você não fez nada.
"Não.. Nada. Só ocasionei a morte de seu tio, e o possível executamento de seu amigo" penso com ironia.
- Mas.. Você vai deixar as coisas assim? Digo, seu amigo vai morrer! - Ele lança um sorriso malicioso para mim.
- Você achou que eu, Petter Saad Petrelli, não iria fazer nada? - Ele mexe a cabeça em forma de desapontamento. - Caramba.. Nos conhecemos há treze anos... Eu esperava mais dessa sua caxolinha...
- Ahn?
- O culpado disso tudo é o governo. Tudo bem, o terrorista também cooperou, mas só para mostrar a verdadeira face de nosso governo. Eu e meu amigo decidimos que iremos mudar isso. Vamos libertar o país.
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E aí leitores? Estão gostando?
Peço mil e uma desculpas por esse capítulo. Eu sei, eu dei um péssimo motivo pra essa revolta, além do que, que tipo de governo faz isso? :v
O meu problema é que eu estou sem inspiração/imaginação.. E quando eu fico sem essas duas coisas, eu sou pior do que um camelo manco com cólica T-T
De qualquer maneira, o que importa é que vai ter revoltas *-*
Mais uma vez, desculpa pelo capítulo e até a próxima ^.^/
Não deixem de votar XD
Ah! E eu também gostaria de comentários! Especialmente dos que nunca o fizeram ^-^
Vlw gente
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