Capítulo 18

Trabalho o resto do dia com a cabeça a mil. O encontro com Alex, Cris com ciúmes, é muita coisa para processar. Eu me pego pensando em Jonah. Esses dias foram tão corridos que quase não pensei nele e me sinto estranha, como se o estivesse esquecendo, como se ele já não fizesse falta. Tenho essa sensação de como se ele fosse desaparecer da minha memória a qualquer momento. Imediatamente pego meu celular e começo a ver fotos nossas. No parque, na escolinha, seus primeiros passos, o primeiro dentinho a sair, a primeira palavra, tudo vem para mim como uma enxurrada de lembranças e só percebo que estou chorando quando vejo uma pequena gota caindo sobre a tela quadrada do meu celular. Jonah era tão lindo, tão feliz da sua maneira. Cada vez que ele aparecia, era como se o mundo de repente não fosse tão ruim. Ele me fez ser uma melhor pessoa e me modelou do jeito que ele achava que eu deveria ser. Era como se essa fosse sua missão aqui na terra, me tornar uma pessoa melhor, uma mãe, uma mulher.

Quando percebo, já passaram várias horas e eu ainda estou olhando para meu celular, sorrindo para seu rostinho lambuzado de calda de chocolate. Ele adorava.

Meu telefone fixo começa a tocar, me tirando da nevoa de lembranças e estico a mão para pegar o pequeno aparelhinho retangular que continua tocando até que eu finalmente atenda.

-Escritório de Amélia Regins, em que posso ajudá-lo?

Atendo com minha típica frase e espero que a outra pessoa responda.

-Mamãe?

Sinto um frio na espinha e minha respiração de repente começa a acelerar.

-Jonah? - Pergunto com a voz tremula.

-Não, é Estefan... onde está minha mamãe?

Oh... é o filho da Nora, a outra contadora. Eu estou ficando louca.

-Oi, Estefan, eu sou Amélia, vou passar para sua mamãe, não desliga o telefone viu?

Aperto o botão que passa a chamada para o escritório de Nora e escuto o toque parecido ao do meu, vindo a dois cubículos de distância.

Coloco meu telefone de volta no gancho, e decido que preciso de uma caminhada. Guardo os documentos que estava revisando na minha gaveta e a tranco, depois tranco a porta. Trabalho com documentos confidenciais, que não quero nem pensar no que aconteceria se caem em mãos erradas.

Desço até o restaurante e peço um lanche. Meu estomago começou a reclamar ainda dentro do elevador e eu sei que não ando comendo bem esses dias.

Estou quase terminando minha comida quando vejo duas pessoas entrarem no restaurante quase vazio.

Martha e Cris vão direto para uma mesa no outro extremo do restaurante. Eu me encolho na cadeira, não quero que me vejam, e pelo visto deu certo. Eles conversam por quase meia hora, a vaca não deixa de tocar o braço do meu namorado, e ele não faz nada. Não tira sua mão dele como da outra vez, nem a dispensa. Simplesmente conversam. Em um momento da conversa, ela começa a chorar e ele lhe oferece um pequeno lenço branco que estava escondido no bolso de dentro do terno.

Ela faz um gesto como de agradecimento e limpa suas lagrimas elegantemente. Depois de quase quarenta e cinco minutos de conversa, eles finalmente se levantam e vão até a porta do local e.... se abraçam?

Mas que merda? Eu sei que não deveria ter ciúmes, mas não posso segurar meu coração, que agora está batendo mais rápido de raiva e de tristeza.

Quando percebo, já estou levantando da minha cadeira e indo na direção do meu chefe e da vaca loira. Eu não sou de fazer escândalo, mas quero deixar bem claro a Cris que assim como ele, eu também tenho sentimentos. Posso estar exagerando, pode não ser nada, mas quem nunca fez uma besteira na vida, que atire a primeira pedra e tudo mais.

Me aproximo tranquilamente dos dois que continuam parados na porta, alheios a minha presença, até que Cris arregala os olhos ao me ver.

-Com licença. Senhor Swansen, Martha.

Cumprimento os dois e saio pela porta até os elevadores para voltar para meu escritório. Cris não me diz nada, nem me segue. Ele só continua lá conversando com a vaca como se eu fosse uma funcionaria a mais. E é o que sou. Quando já estou na segurança da minha sala, as lagrimas começam a escorrer pela minha bochecha, terminando em uma poça irregular em cima da mesa. Eu não acredito que estou chorando por algo tão bobo. Cris somente conversou com a vaca loira e depois se abraçaram. O que tem de errado nisso? Ela ser a ex-namorada e o primeiro amor da vida dele? Ou o fato de que agora que o pai dele já não está, ela está solteira de novo. Mas que merda está passando comigo? O Cris não faria isso comigo. Ele não é assim. Ele...

Minha porta se escancara de repente e Cris entra, a fecha e passa a chave.

-Amélia...

-Senhor Swansen, em que posso ajudá-lo?

Não consigo não o tratar mal. Estou com raiva nesse momento.

-Não me chame assim Amélia. Eu não vim aqui como seu chefe. Vim como seu namorado.

-Serio? Porque não parecia isso quando você conversou por quase uma hora com aquela vaca loira e depois a abraçou...

Agora sim estou agindo como uma adolescente ciumenta. Merda!

-Não aconteceu nada, Martha veio me contar que existe um último prazo para realizar a leitura do testamento e se não formos, tudo vai ser passar a ser propriedade do governo. Ela começou a chorar porque segundo ela, está passando por uma situação difícil e realmente precisa de dinheiro. Quando estávamos saindo ela me abraçou... o que você queria que eu fizesse? A empurrasse?

-Eu... eu não gosto disso Cris. Quero que todos saibam que estamos juntos. Eu sei que não sou perfeita, mas eu... eu acho que estou gost...

Sou interrompida por uma batida forte na porta. Mas que droga! Será que não vou ter paz hoje?

Me levanto, me conferindo rapidamente no espelho vitoriano pendurado na minha parede, vendo se não estou com os olhos vermelhos ou inchados de tanto chorar.

Destranco a porta e abro vendo a pequena figura de Marcela na porta.

-Em que posso te ajudar, Marcela?

A pequena mulher me olha curiosa e me entrega um envelope marrom sem nada escrito.

-Me entregaram a alguns minutos, disseram que isso era para você.

-Não disseram quem era o remetente? - Pego o envelope da sua mão o olhando com desconfiança.

-Não... o carteiro disse apenas que era para Amélia Regins, acho que ele se confundiu de escritório.

-Obrigada. Se mais alguém trazer algo pra mim, você pode perguntar de quem é? Por favor? - Acrescento depois de alguns segundos, lembrando que ela é secretaria de Cris e não minha.

-Não tem problema, Amélia. - Ela sorri quando vê Cris parado na mesma posição que o deixei antes de abrir a porta. - Parece que alguém não aguenta ficar longe de você em? - Ela sussurra com um sorriso cumplice.

-Não se engane amiga, aqui na empresa somos apenas chefe e funcionaria. - Minto. Ela parece legal, mas ainda não sei em quem confiar plenamente aqui dentro. Ela não precisa saber dos nossos encontros "extraoficiais".

-Sei... - ela ri novamente e pisca para mim.

Ela sabe que nos encontramos. Só espero que não diga nada a ninguém.

-Bom vou deixar vocês terminarem sua "reunião" então. - Ela faz aspas com as mãos e sai me deixando sozinha novamente com Cris. Eu nem a agradeci. Depois passo na sua mesa.

Tranco a porta novamente e olho de soslaio para Cris que provavelmente escutou toda a nossa conversa.

Ele se senta na minha cadeira como se fosse o dono do lugar e me olha suplicante. Eu sei que ele não fez nada de errado. Mas eu quero que só eu possa tocá-lo, abraça-lo... quão louco será isso?

Eu contorno a mesa deixando o envelope marrom sobre ela e como fiz no seu escritório, sento no seu colo ficando montada de frente para ele.

-Eu não quero que ninguém te abrace... nem te toque. Isso pode ser considerado loucura? - Passo a mão sobre sua barba que já está começando a crescer.

-Não é nada louco, Amélia. Porque eu me sinto da mesma forma. Quando alguém sequer chega perto de você, sinto como se estivessem roubando algo que pertence somente a mim.

Ele beija o meu pescoço e desce lentamente até o meu decote dando pequenos beijos sobre a parte exposta dos meus seios.

-Você é minha, Amélia? - Minha blusa sobe lentamente.

-Só se você for meu...- ofego quando um mamilo é chupado lentamente pela sua boca experiente. Quando foi que meu sutiã saiu de cena?

-Eu fui seu desde a primeira vez que te vi.

Uau.

-Então eu serei sua para sempre.

Nos beijamos freneticamente, o calor subindo pelas minhas coxas até o cume do meu desejo. Isso já está virando um vício, a sensação de que podemos ser pegos a qualquer momento deixa tudo mais excitante.

Nossa respiração está mais acelerada, e sinto seu membro duro em baixo de mim. Preciso tocá-lo... preciso... prová-lo.

Me abaixo lentamente ao som de resmungos e abro o zíper da calça preta feita a medida. Puxo o membro duro e aveludado para fora e imediatamente o chupo como se fosse um delicioso sorvete. Passo minha língua por todo o seu comprimento e sinto o sabor agridoce do liquido perolado na ponta. Cris geme e ofega, e em um momento pega no meu cabelo deixando clara a velocidade que ele quer que eu vá. Começo a ir um pouco mais rápido e ele move a pélvis para cima e para baixo. Se alguém entrasse na sala agora, veria uma cena muito engraçada: Cris quase deitado na cadeira, com a cabeça pendendo para trás e gemendo. Eu não seria vista já que estou praticamente escondida debaixo da mesa.

-Estou quase lá. - Ele ofega e me puxa com cuidado para que não acabe batendo na mesa.

Rapidamente tiro minha calcinha e subo minha saia lápis, montando nele e sentindo-o pulsar dentro de mim. Começo a me mover conseguindo o atrito que tanto queria. Estamos suados e ofegantes, e essa é uma cena quente. O beijo no pescoço e na sua mandíbula, mordo sua orelha e ele geme mais forte. Parece que encontrei um ponto sensível então. Finalmente o beijo na boca, um engolindo o gemido do outro, é excitante não poder fazer barulho, e ainda mais excitante saber se o fizermos, qualquer pessoa vai saber o que está acontecendo aqui. Nossos movimentos vão ficando cada vez mais rápidos, mais intensos, e alguns minutos depois, ambos caímos no abismo do orgasmo. Juntos. Ficamos na mesma posição por uns cinco minutos, até que me levanto, sentindo já o vazio dentro de mim.

Cris coloca o pênis dentro da calça e fecha o zíper. É incrível como ele parece igual a quando entrou, mesmo depois de ter feito sexo. Enquanto eu estou descabelada, com as bochechas vermelhas e com a saia toda amarrotada. Ainda bem que sempre tenho uma muda de roupa no meu armário, para alguma emergência.

Estou colocando minha saia limpa e passada, quando sinto braços ao redor de mim.

-Você é minha. - Ele beija o topo da minha cabeça e o meu pescoço. - Tenha paciência, quando for a hora, vou me certificar de cada ser nesse planeta saiba disso.

Me viro e coloco meus braços no seu pescoço.

-É bom mesmo que faça isso. Ou eu o farei. - Ameaço, mas em vez de preocupa-lo, acabo conseguindo um sorriso diferente dos que ele já me deu. Esse é... doce, cheio de promessas e um medo se instaura dentro de mim, assim como ele, não quero que quebrem meu coração.

-Agora vá chefinho, você não tem alguma reunião ou qualquer coisa que tenha?

Cris ri e me dá um selinho e um tapa na bunda e sai sem dizer nada, me deixando com outra sensação: dessa vez, me sinto em casa.

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