▓ A MULHER DO AÇOUGUEIRO ▓
Terminado o expediente, Buguinho fechou as portas do estabelecimento. Guardou cada pedaço de carne do balcão, na camara fria, ficou feliz que não sobrou muita coisa, enquanto o ajudante terminava de limpar com água e alvejante o chão, pra ficar limpinho e sair qualquer mal cheiro.
O ajudante era um rapazote meio estranho sempre quieto, tinha uns dezesseis anos, era prestativo, mas sempre quieto, era trabalhador isto que importava.
Buguinho tirou o avental e pediu pro moleque limpar. Fez a contabilidade do dia, tirou algum pra sair com Mercedez e dispensou o rapaz.
Subindo para cima de cara já achou estranho a Mercedez não vir recebe-lo.
— Será que estou fedendo a sangue?
— Será que ela nunca vai se acostumar?
Foi no quarto e ela estava sentada na cama fazendo crochê.
Ele fez um gesto que iria se limpar, ela fez uma carinha de repugnância com o cheiro.
Ele pegou um par de roupa limpa, caprichada da moda, e uma toalha de banho.
Foi pro banho, tirar a craca do corpo, se lavou, se lavou, no entanto o cheiro ficava impregnado em cada poro do seu corpo, e isto era um problema.
Se secando, viu que cheirava ainda, e estava também preocupado com as roupas brancas que naquele dia estavam um pouco sujas de sangue. Pensou em ajudar a pequena, que parecia cri-cri com algo. Levou-as para o tanque e colocou-as de molho.
Lavando-as esfregando-as. Era evidente que não tinha jeito com aquele esfrega, esfrega.
Ela falou de longe.
— Deixa de molho, amanhã as ponho pra guará.
Buguinho pensou... Ela esta estranha mesmo...
Terminado, voltou ao banheiro fez a barba, e se encheu de loção.
Engrachou a botinha, e deixou um brilho só.
Entrou no quarto e disse.
— Muié, larga deste croche, amanha termina. Ele falou assim, pois sabia que ela era meio que obcecada com começar e terminar suas intermináveis toalhinhas, era um hobby que o irritava, porém deixava era a sua felicidade fazer aquele artesanato.
Ela colocou a agulha no novelo e sorriu.
Agora sim o Buguinho ficou feliz, pois o sorriso da Mercedez era maravilhoso, ela mesmo gripada e chororo era um anjo lindo que o deixava feliz.
— Sim, vamos para uma Festa que tem na Praça, lá na rua da igreja. Quero passear e ver os amigos.
Levantou igual criança. Dizendo: — Claro, claro, em dois toques me troco, até me sinto melhorzinha. E correu pro baú buscar um vestido da moda do interior.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top