Arrependimento

A noite chegou e após o jantar, Depp se preparou para a viagem.
Otto iria levar o chefe ao aeroporto, então estava colocando a mala no carro. John se despediu dos filhos, os pequenos choraram, mas Ana os acalmou. Quando ela o viu sair, se deu conta de que John tinha esquecido sua pasta de trabalho. Ana deixou Théo no colo do irmão, pegou a pasta e saiu pela porta correndo ao encontro do chefe.

-Senhor! Espera. _John parou entre a porta do carro ao ouvi-la e olhou para ela.

-Senhorita Ana...

-Aqui. O senhor esqueceu sua pasta.

Depp se aproximou de Ana e ela o entregou.

-Muito obrigado. _ele olhou para ela_-Cuide bem dos meus filhos. E por favor, me informe como foi o dia deles por ligação ou mensagem a qualquer hora.

Ana sorriu e assentiu

-Farei isso, senhor. _ele acenou e voltou para o carro, foi então que Ana lembrou de algo._-Senhor!

Ele voltou a olhar para ela

-Desculpa, mais é que me lembrei de uma promessa que fiz ao Théo e gostaria de saber se o senhor me permite levar as crianças ao parquinho que eu era acostumada a frequentar quando mais nova.

-Hun...é um lugar seguro?

-Sim! É muito seguro, senhor. E o Otto irá com a gente, o Alex também. Posso até chamar a senhorita Natali se o senhor preferir. _Depp balançou a cabeça enquanto pensava

-Não precisa. Leve as crianças. Eu confio na Srta.

Feliz por saber disso, Ana por impulso acabou abraçando o chefe que foi pego de surpresa não obtendo nenhuma reação. Quando se deu conta do que fez, Ana se afastou envergonhada.

-Desculpe, senhor...eu acho que me empolguei.

John sorriu e voltou para o carro.

-Não tem problema...tenha uma boa noite, senhorita Ana.

-Boa Noite e Boa viagem, senhor Depp... Otto, leve ele em segurança, tá?

-Pode deixar, senhorita Ana.

Otto disse e fechou a porta do motorista quando John fechou a porta traseira. Enquanto o carro se afastava, ele observou pelo vidro, Ana acenar com a mão e sorriu.

-Nós cuidaremos bem das crianças, senhor. Não se preocupe. _disse Otto para o chefe.

-Eu tenho certeza que sim amigo. Obrigado.

Otto sorri ao ouvir seu chefe o chamar de amigo. Ele sentiu falta disso.

Em casa, Ana entrou encontrando os pequenos brincando com Théo na sala de estar. Mas quando ia se juntar à eles, acabou sendo puxada para outra parte da casa.

-O que pensa que está fazendo? _Natali perguntou apertando o braço de Ana, que se soltou.

-O quê? Eu não estou fazendo nada. Do que está falando?

-Eu estou de olho em você, Srt. Clark. Ninguém fica tão a vontade na casa do chefe que conhece apenas há um mês. Se estiver com segundas intenções, lamento dizer, mas devia parar de sonhar. Àquele homem não é pra você.

Ana franziu o cenho quando Natali se afastou com ar de superioridade indo falar com as crianças decidindo passar para elas suas próprias regras enquanto ficava a frente da casa.

Horas mais tarde...

Já em Nova York, John se hospedou no hotel que sempre foi acostumado, e quando sentou-se a cama, percebeu as cortesias que ele recebera. Se levantou e foi até elas pegando a garrafa de vinho e o cartão de boas vindas. Era seu vinho favorito, então ele não perdeu tempo, o abriu e virou um pouco em um copo de vidro e logo começou a beber.

Aquele dia ele poderia descansar, então após tomar metade da garrafa, John tomou um banho relaxante e foi se deitar.

No dia seguinte ele levantou cedo, fez sua higiene matinal, tomou um remédio para dor de cabeça e foi para a primeira reunião do dia. Enquanto estava a caminho, ele recebera uma mensagem de Alex perguntando se o pai havia chegado bem. John o respondeu por todo caminho e quando chegou ao local da reunião, desligou o celular.

John estava tão distraído com seu trabalho, que não percebera sua ex-namorada ali. Pois ela também fazia parte da sociedade de sua empresa.

-John! _ele olhou para cima do computador assim que ouvira seu nome. _-Oi.

-Jane...Oi.

Ela foi logo puxando assunto com ele e isso acabou o atraindo de alguma forma. Dá reunião, John aceitou o convite da mulher para jantar naquele dia, e ele não soube recusar.

Foram juntos a um restaurante popular de Nova York onde comeram e beberam a vontade, mas por carência, uma coisa levou a outra...já fazia um ano e quatro meses desde que tudo aconteceu, e ele precisava disso. Quando se deu conta, estava nu em seu quarto de hotel ouvindo o chuveiro ligado indicando que havia alguém em sua companhia.

Assim que a mulher terminou o banho e saiu, John já estava vestido com um roupão. Jane tentou beija-lo, mas John se esquivou dizendo que aquilo não podia ter acontecido. Ele a explicou o motivo e a viu ir embora deixando-o arrependido para trás. Mas não por ter dispensado sua ex, e sim por sentir que tinha traído sua mulher.

Chateado, John se jogou na cama e começou a acariciar a testa enquanto tentava não chorar. Até que seu celular tocou na mesa de cabeceira. John retirou a mão da testa e pegou seu telemovel vendo que era uma chamada de vídeo da babá. Surpreso, ele se sentou e deslizou o botão de atender, mas não fora Ana quem apareceu e sim seus filhos.

-Oi papai. _disse Lizzie do outro lado da tela.

-Papaaai!..._Théo gritou animado.

-Olá...posso saber por que estão acordados à uma hora dessas? Onde está a Ana?

-Presente!_Ana apareceu entre seus filhos que estavam rindo, isso fez Depp sorrir também_-Desculpe incomoda-lo a essa hora, mas seus pimpolhos aqui queriam muito lhe ver...Théo começou a chorar sentindo saudade, por isso liguei. Eles queriam muito ouvir sua voz, senhor...-'e eu também '-_ Ana pensou, mas não teve coragem de dizer em voz alta.

-Tudo bem. Obrigado por ligar, Ana. Como vocês estão, meus filhos?

-Estamos com saudade, papai. Quando vai voltar pra casa? Já faz dois dias. _disse Lizzie.

-Eu sei querida. Mas ainda não tenho uma previsão do meu retorno. Tenho muito trabalho aqui em Nova York...mas a verdade é que estou ansioso pra voltar para casa e ficar com vocês. Esta cidade é triste e vazia sem meus meninos.

Ana sorriu para a tela, logo perguntou:

-Como foi a reunião, senhor? _John suspirou

-Não saiu como eu esperava. Mais é uma longa história, Srta.

-Bem, se quiser falar sobre isso, estou aqui. _John apreciou sua gentileza.

-Me lembrarei disso. Obrigado. Como foi a manhã na escola, crianças ?

-Foi ótimo!_Disse Lizzie_-Fomos ao auditório e brincamos muito na Educação física.

-Que bom, querida. E você, Théo? O que fez?

-Théo tá apaixonado, Papai. _Lizzie comentou

-Não tô nada, sua chata. _Théo se defendeu cruzando os braços e fazendo uma carinha fofa de bravo enquanto Ana apenas ria.

-Do que ela está falando, Ana? _John perguntou indignado, mas com uma pitada de diversão ao ouvir o riso da babá e ver a carinha do filho.

-É que entrou uma menininha na turma dele. Théo foi muito gentil com ela, até ajudou a menina com a mochila. Quando Lizzie viu, começou a dizer que ele tava apaixonado e vieram se provocando até em casa. O senhor devia ter visto a confusão, Alex gravou. Vou mandar para o senhor, só um minuto.

Ana pausou a chamada e enviou o vídeo para o chefe.

-Aí está, senhor_disse ela ao retornar a chamada

-Acabei de receber. Verei depois. Mas agora deviam ir dormir. Amanhã ainda tem aula, e Ana, você me parece exausta... vá descansar. _Ana sentiu seu coração acelerar, mas soube controlar da melhor forma possível

-Claro, senhor. Muito obrigado...despeça do papai, crianças. _John sorriu ao ouvir, pois Ana soou mais uma vez como sua adorável Katherine.

-Tchau papai! Boa noite._disse Lizzie

-Boa noite paaaaai__-Théo como sempre gritou fazemos os adultos sorrir.

-Ok...ok... _Ana pegou o celular e ficou sozinha com Depp na tela. Ele olhando para ela sem expressão. Não se sabe o que passava na cabeça dele naquele momento. _-Tenha uma excelente noite, senhor.

-Você também srta. Até mais.

-Até...

Ela não desligou e surpreendentemente, ele também não.

-O senhor está esperando que eu desligue primeiro?_Ana perguntou inocente e John assentiu

-Exatamente isso.

-Bem, acho que o senhor devia desligar primeiro.

-Ana...ficaremos assim a noite toda se nenhum dos dois ceder. Então eu, como seu chefe, estou dizendo para desligar, a menos que queira...

-Não! Tô desligando...Tchau!

John começou a rir

-Do que está rindo, senhor?

-De sua reação. Eu só estava brincando.

-Wow...que senso de humor negro, ein? ...já estava pensando que ia me demitir.

-Por não desligar a chamada? _John balançou a cabeça _-Que bobagem. Até porque eu estaria perdendo uma excelente babá por nada; e não sou louco o bastante._ela sorriu com timidez_- Boa noite, Ana.

-Boa noite, senhor.

E então ambos acabaram desligando juntos sem perceber que também tinham um sorriso bobo nos lábios.

...




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