Capítulo 3: O Sonho e a Nova Mão

Era uma noite tranquila na Fortaleza Vermelha. O rei Viserys I, exausto após um longo dia de reuniões e decisões, estava finalmente dormindo em seus aposentos. A lua brilhava intensamente no céu, lançando uma luz pálida pelas janelas do quarto do rei. Mas o descanso de Viserys seria breve, pois um sonho profético estava prestes a tomar conta de sua mente.

Viserys se encontrou em um campo vasto e desolado, envolto em uma névoa espessa. O ar estava frio e carregado com um silêncio inquietante. De repente, a névoa começou a se dissipar, revelando uma figura majestosa: a deusa Vhagar, uma presença imponente e ancestral. Seus olhos brilhavam como brasas, e suas escamas refletiam a luz da lua com um brilho metálico.

— Viserys, filho de Baelon, rei de Westeros — a voz de Vhagar ressoou como um trovão, ecoando pelo campo.

Viserys olhou para ela, sua respiração acelerada e seu coração batendo forte no peito. Ele sabia que estava diante de algo extraordinário e temível.

— Deusa Vhagar — murmurou ele, caindo de joelhos em reverência. — O que desejas de mim?

Vhagar avançou um pouco mais, sua presença tornando-se ainda mais avassaladora.

— Vim te mostrar o destino da Casa Targaryen, o futuro que aguarda se não tomares as ações necessárias — disse ela, sua voz profunda e grave.

A névoa ao redor deles começou a se mover, revelando visões terríveis. Viserys viu campos de batalha manchados de sangue, dragões em combate, e o Trono de Ferro cercado por inimigos. O horror da guerra era palpável, e a destruição da Casa Targaryen parecia inevitável.

— Isto é o que está por vir se não agires, Viserys — alertou Vhagar. — Inimigos cercam-te, dispostos a usurpar o trono que pertence a Rhaenyra. Eles não aceitarão sua filha como rainha, e a guerra que se seguirá destruirá tua casa.

Viserys sentiu um frio na espinha ao ver essas visões. Ele sabia que havia inimigos dentro e fora da corte que questionavam a legitimidade de Rhaenyra, mas ver a magnitude do que estava por vir era esmagador.

— O que devo fazer, deusa? — perguntou ele, a voz tremendo.

Vhagar inclinou-se, aproximando-se de Viserys, seus olhos ardendo de intensidade.

— Deves proteger tua filha e os filhos dela. Maegor e Visenya II são consagrados a mim. Eles são a chave para a sobrevivência da Casa Targaryen. E deves colocar Rhaenyra como tua Mão. Apenas com ela ao teu lado poderás enfrentar os desafios que se avizinham.

Viserys assentiu, sentindo a gravidade das palavras de Vhagar. Ele sabia que teria que tomar decisões difíceis e que não poderia compartilhar esse sonho com ninguém, nem mesmo com Rhaenyra.

— Eu farei o que for necessário para proteger minha família e meu reino — prometeu ele.

Vhagar observou-o por um momento, como se pesando suas palavras. Então, ela ergueu-se novamente, sua forma começando a desvanecer-se na névoa.

— Lembra-te, Viserys. O destino está em tuas mãos. Protege tua linhagem e assegura o futuro da Casa Targaryen — disse ela, antes de desaparecer completamente.

Viserys acordou com um sobressalto, seu corpo suado e seu coração batendo descontroladamente. O quarto estava escuro e silencioso, mas ele sabia que o que havia experimentado não era apenas um sonho comum. Ele sentiu uma sensação de urgência, uma necessidade de agir imediatamente.

Ele se levantou da cama, vestindo um manto sobre seus ombros. Sua mente estava cheia das visões e palavras de Vhagar. Sabia que não podia esperar. Precisava garantir a segurança de Rhaenyra e dos gêmeos, e tomar a decisão crucial de torná-la sua Mão.

No dia seguinte, o sol mal havia nascido quando Viserys convocou uma reunião privada com Rhaenyra. Ela chegou aos aposentos do pai, ainda surpresa pelo chamado tão cedo. Laenor também estava presente, apoiando a esposa e curioso sobre o que Viserys tinha a dizer.

— Pai, o que houve? — perguntou Rhaenyra, sua voz tingida de preocupação.

Viserys olhou para ela, sentindo o peso da responsabilidade em seus ombros. Ele sabia que estava prestes a fazer uma mudança significativa no curso da história de sua família e do reino.

— Rhaenyra, vi coisas que eu não queria ver o  que me fez perceber a urgência de certos assuntos. A partir de hoje, quero que sejas minha Mão — disse ele, olhando diretamente nos olhos dela.

Rhaenyra ficou em silêncio por um momento, surpresa pela decisão. Laenor olhou de um para o outro, igualmente surpreso, mas também preocupado.

— Pai, estás certo disso? — perguntou Rhaenyra. — Sei que muitos na corte não aceitarão facilmente essa decisão.

Viserys assentiu, sua expressão resoluta.

— Estou certo. Eu sei que há muitos que se opõem à tua ascensão, e precisamos mostrar força e unidade. És a pessoa em quem mais confio para me aconselhar e ajudar a governar. Com você ao meu lado como Mão, podemos enfrentar qualquer desafio que surja.

Rhaenyra sentiu uma mistura de orgulho e responsabilidade ao ouvir as palavras do pai. Sabia que ele estava certo sobre as ameaças que enfrentavam, e que precisava assumir um papel mais ativo na proteção de sua família e de seu direito ao trono.

— Aceito, pai. Farei tudo o que estiver ao meu alcance para te ajudar e proteger nossa casa — respondeu ela, com firmeza.

Laenor colocou a mão no ombro dela, oferecendo seu apoio.

— Estamos contigo, Rhaenyra. E, Sua Majestade, agradecemos por confiar em nós. Não vamos decepcioná-lo.

Viserys sentiu um alívio ao ver a determinação nos olhos de sua filha e de Laenor. Ele sabia que ainda havia muitos desafios pela frente, mas naquele momento, sentiu-se mais preparado para enfrentá-los.

— Muito bem. Temos muito trabalho a fazer — disse ele, com um leve sorriso. — Vamos enfrentar esses inimigos juntos e garantir que a Casa Targaryen permaneça forte.

Enquanto o dia avançava, a notícia da nomeação de Rhaenyra como Mão do Rei começou a se espalhar pela Fortaleza Vermelha. A reação foi mista, com alguns nobres expressando surpresa e outros, descontentamento. Mas a decisão de Viserys era final, e ele estava determinado a seguir em frente.

Alicent Hightower, ao saber da nomeação, ficou especialmente perturbada. Ela sabia que essa decisão consolidava ainda mais a posição de Rhaenyra e seus filhos, tornando a luta pelo trono ainda mais complicada.

Mais tarde naquele dia, Viserys chamou uma reunião do conselho, apresentando oficialmente Rhaenyra como a nova Mão do Rei. A sala estava cheia de olhares curiosos e alguns desconfiados, mas a presença imponente de Viserys e a confiança de Rhaenyra ajudaram a silenciar quaisquer objeções abertas.

— Hoje, anuncio que minha filha, Rhaenyra Targaryen, será a nova Mão do Rei. Ela tem minha total confiança e apoio, e sei que ela servirá ao reino com sabedoria e coragem — declarou Viserys, com firmeza.

Rhaenyra deu um passo à frente, sua postura forte e resoluta.

— Agradeço a confiança de meu pai e prometo servir Westeros com lealdade e dedicação. Juntos, enfrentaremos qualquer desafio que se apresente — disse ela, olhando para os membros do conselho.

A tensão na sala era palpável, mas a presença de Viserys e a determinação de Rhaenyra ajudaram a manter a ordem. Sabiam que o caminho à frente seria difícil, mas estavam prontos para enfrentar qualquer adversidade.

Enquanto a reunião prosseguia, Viserys não podia deixar de pensar nas palavras de Vhagar. Ele sabia que precisava proteger Rhaenyra e os gêmeos a todo custo, e que a decisão de torná-la Mão era apenas o primeiro passo. O futuro de Westeros dependia de suas ações, e ele estava determinado a fazer tudo o que fosse necessário para garantir a segurança e a prosperidade de sua família e de seu reino.

À medida que o dia chegava ao fim, Viserys sentia-se mais resoluto do que nunca. Ele havia tomado uma decisão crucial e sabia que, com Rhaenyra ao seu lado, poderiam enfrentar qualquer desafio que surgisse. O destino da Casa Targaryen estava em suas mãos, e ele estava determinado a proteger sua linhagem e assegurar um futuro brilhante para Westeros.

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