019
"Acho que você não me traiu, mas mesmo assim é um traidor." [Olivia Rodrigo]
Amara estava sentada ao lado de Berlim, observando a tensão e indignação tomar conta do pequeno grupo, havia um traidor entre eles, e essa pessoa, quem quer que fosse, tinha colocado sua vida em risco também. A Kim não sabia quem era o culpado, mas colocava a mão no fogo por quatro integrantes.
A pessoa mandou um bilhete a Anne, com quem ainda não havia conversado, dizendo onde e quando estar, montou uma bomba e deixou para que fosse morta. Amara estava anestesiada, mal sabia o que sentir, ela amava aquele grupo, mas uma sensação de insegurança tomou conta de sua mente.
Todos eram suspeitos, e a acusação se tornou comum em segundos, Sangman conseguiu separar e dividir um grupo corajoso, e a Kim, ali no meio, se perguntou se seu pai estava se importando ou moveria um dedo em favor das filhas.
Ela só notou que a reunião estava encerrada, quando Berlim ao seu lado, lhe deu um tapinha no joelho esquerdo, antes de se levantar, logo, se encontrava sozinha com Rio.
O Hacker suspirou cansado, puxando a menina pelos braços, para que ela de levantasse, ele ficou tão assustado com a ideia de a perder, que entendeu que não conseguiria passar os dois meses longe da sul-coreana. A Kim passou os braços ao redor do pescoço dele, também necessitada de contato físico.
Amara deixou um pequeno beijo no pescoço do companheiro, antes de erguer o olhar brevemente, seus olhos pararam nos lábios dele, antes de unir suas bocas finalmente. Eles estavam tão assustados com a cena anterior, com a ideia de ter um traidor por perto e com a realidade de que o assalto estava acabando, que precisavam daqueles minutos de paz, onde o mundo parava brevemente, porque só eles importavam.
—— Precisamos conversar —— disse ele após se separarem, sua expressão corporal demonstrando cansaço —— Quer comer alguma coisa?
Rio contava sobre seus pais, e a teoria da Kim se provou correta, eles estavam junto de familiares dos reféns, usados para chamar sua atenção e causar incerteza, não precisou pensar muito para uma nova teoria surgir em sua mente, de que o traidor era o outro nome descoberto.
"E como você está?"
—— Não sei —— suspirou ele, estavam indo em direção ao banheiro, para jogar uma água no rosto e pensar —— fico com mil ideias na cabeça, pensando nos 'talvez' da vida, e no porquê dele estar lá sabe? Ele nunca foi buscar meu boletim, mas foi a público, pelo filho ladrão? Me deixa muito confuso.
Amara acenou com a cabeça, ela realmente entendia, e se sentia mal por ele, não queria o ver mal, então deixou que o rapaz desabafasse.
—— Mas eu não sou o traidor —— continuou ele firme —— eu nunca colocaria a vida de alguém em risco por egoísmo, muito menos a sua.
"Eu sei Rio. Nunca pensei nessa possibilidade."
O hacker sorriu para a menor, acariciando sua bochecha com carinho, a fazendo se sentir melhor em ajudá-lo.
Todo seu trabalho de autoconfiança sumiu quando Berlim entrou no banheiro, começando seu bom trabalho de intimidação, ela não era a culpada, mas se sentiu tentada a assumir ser, só para a pressão sumir.
Ao que parecia, Rio havia passado muito tempo incriminando alguém de fora, e está atividade foi cumprida em segredo, e deixava Berlim irritado, não que fosse difícil o tirar do sério.
Amara estava prestes a pedir um chá de maracujá para o norte-coreano, e ela em pessoa o obrigaria a tomar cada gota.
—— Então, pediu a um traidor, para criar outro traidor, esperto —— sorriu o norte-coreano, Amara fazia um pequeno esforço para entender a conversa ao redor, mas dificultava que não conseguisse ler tudo —— isso é bem engraçado —— continuou o homem conversando com o chefe do outro lado —— esse moleque não queria ser médico, então fugiu para vir com a gente, mas percebeu que não seria tão fácil quanto ele pensava —— ditou sincero —— Aí ele começou a dar encima da Tóquio —— ele voltou a sorrir, aquela informação, deixando Amara agitada novamente. —— mas ela não tava nem aí —— a norte-coreana alcançou a mão da Kim, negando com a cabeça —— ele entra na casa da moeda e se apaixona em uma refém —— apontou para a sul-coreana que franziu a testa —— Aí os pais aparecem na TV e ele achou que seria uma boa fugir de novo —— continuou com sua teoria da conspiração —— acertei?
Rio já parecia abalado quando se levantou, suas mãos tremiam e Amara cogitou que ele choraria se pudesse. A Kim se estressou com o ex líder.
—— Berlim —— chamou Tóquio, sua mão ainda unida a da amiga —— Você viu que ele nos salvou do cofre —— comentou ganhando um aceno rápido da Kim.
—— Afinal ele é um homem —— cruzou os braços acima do peito, olhando para Amara especificamente. —— não queria ver a garota que ama morrendo.
Amara fechou os olhos, sua cabeça já começava a doer e ela não queria acreditar em tal acusação, ainda mais vinda de Berlim, pessoa que tanto confiava. A confusão se dissipou pouco depois, e em seguida estava sozinha com Rio novamente.
"Tudo bem?" Perguntou ela se movendo para sentar no colo do companheiro, que acenou abraçando a cintura dela com carinho, mas não precisou de muito tempo para a Kim sentir que ele chorava um pouco, de saudades dos pais, de raiva por desconfiarem nele, de cansaço.
Ela apenas deixou que ele se acalmasse, antes de sair da sala em direção a cozinha, resolvendo não plantar discórdia ao contar que achava que Nairóbi era a traidora.
Mal pode esconder sua surpresa ao ver Anne, no meio do pessoal da cozinha, ela precisava falar com a irmã, mas não esperava a ver ali, logo sua caçula que nunca lavou um prato na vida.
—— Você está bem? —— sinalizou para a menor enquanto parava a sua frente, aliviada em não ter que escrever, já que a outra era acostumada a suas conversas.
—— E você se importa? Você me bateu. —— rebateu a mais nova, falando enquanto sinalizava também.
—— E você se arriscou, além de me acusar de não me importar com ninguém, não me arrependo daquele tapa Anne, mas me preocupo com você.
Amara se sentiu irritada, deixando uma Anne pensativa para trás, Misun novamente entre as duas, enquanto montavam os pratos de comida para todos reféns.
Se tinha uma coisa errada acontecendo, a Kim mais velha não notou de imediato, sua irritação estava a impedindo de notar os sinais claros, sua irmã não estaria ali por favores, a não ser que fosse beneficiada, e também não iria a chamar para conversar logo em seguida.
—— Venha comigo, você tem razão, precisamos nos acertar.
A verdade é que Anne estava brava e magoada, mas não poderia deixar Amara para trás na fuga, machucada e, em sua mente, sendo mantida presa com os outros assaltantes. Ela sabia que a irmã não iria negar, que o coração bom dela não permitiria que continuassem brigadas, e sorriu contente quando a outra acenou animada.
Amara estava junto dos reféns comuns, ao lado de Anne e Misun, quando algo estranho aconteceu, a luz acabou e tudo o que pensava era:
Cadê o Rio?
Como vocês estão? Me falem sobre suas opiniões, gostaram dos últimos episódios de LCDPC?
Até Breve 🤍
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