ᴄᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ ᴠɪɴᴛᴇ ᴇ ᴜᴍ

Bárbara estava com os olhinhos abertos olhando tudo ao redor, ela ainda tinha o tubo em sua boca. Quando seus olhos se fixaram em mim eu me aproximei dela e parei ao seu lado.

Deus, eu fiquei tão preocupado. Por que não me falaram logo que ela tinha acordado ? Eu estava pensando no pior..

Victor - oi princesa - ela desvia o seu olhar para baixo. Ela parecia estar cansada. Seus braços estavam roxos pela quantidade de vezes que furaram ela para dar injeções durante a madrugada - você me matou de susto sabia?

Uma médica entra no quarto e se aproxima da Babi. Ela olhava o prontuário e anotava alguma coisa com uma caneta.

Medida - vou tirar o tubo e ver se você consegue respirar sozinha,ok? - Bárbara confirma com a cabeça e a médica se prepara e depois começa a tirar o tubo da garganta dela, Babi solta um suspiro quando o tubo sai por completo de sua boca - você está conseguindo respirar tranquilamente?

Bárbara - sim - sua voz sai em um sussurro e ela tosse em seguida.

A médica aplica um remédio nela e sai do quarto.

Me sento ao lado dela e ficamos em silêncio mortal por minutos e minutos. Sua mãe entra no quarto chamando a atenção de nos dois.

Jena - eu vim conversar com você,filha. É uma coisa séria - tia Jena se senta na maca da filha e leva a mão até sua bochecha - eu e o seu pai conversamos e tem uma clínica de reabilitação excelente em Washington, você vai voltar com a gente quando receber alta e vamos te internar lá.

A expressão de desespero de Bárbara era evidente,ela nega com a cabeça e tenta se sentar, mas reclama de dor e para de se mexer.

Bárbara - não, eu não quero ir para a clínica mãe - sua voz estava rouca e ela falou com dificuldade.

Jena - é para o seu bem. Eu nunca faria algo que te prejudicasse!

Os olhos dela encontram ao meu e ela aperta a minha mão.

Bárbara - diz pra ela que não Victor, por favor.

Victor - tia, podemos conversar lá fora? - tia Jena me acompanha para fora do quarto e fechamos a porta - sei que no momento você quer ela perto de você, mas eu já tirei ela dessa situação uma vez e posso tirá-la novamente. Deixe ela ficar, aqui virou o novo lar dela e eu prometo que se ela não melhorar nos a colocamos na clínica.

Jena - eu não sei se vou ficar tranquila lá em casa sabendo que minha filha não está bem aqui.

Victor - confia em mim! Vou te deixar a par de tudo que acontecer,todos os dias.

Jena - eu não sei se o pai dela vai gostar disso.

Victor - ela já é adulta e pode tomar suas próprias decisões!

Ela fica pensativa por alguns segundos,parecendo pensar na ideia.

Jena - tá , tudo bem. Vou comunicar Daniel sobre isso - ela da as costas e começa a caminhar pra sala de espera.

Entro no quarto novamente e Babi me olha curiosa para saber se eu tinha conseguido convencer sua mãe.

Victor - você vai ficar! - a vejo abrir um pequeno sorriso - Babi, você sabia que se usasse certa quantidade de drogas de uma vez poderia te matar, não é ? - seu sorriso se desfaz e ela desvia seu olhar.

Bárbara - quando você terminou comigo eu fiquei mal,de verdade. Durante as primeiras semanas eu chorava todos os dias e desejava que você batesse em minha porta para dizer que acreditava em mim! No dia da boate, no meu aniversário...você estava com aquela menina bonita e parecia tão feliz, foi nesse dia que cheirei cocaína, eu tinha jurado a minha mesma que ia ser só uma vez,apenas naquela noite, mas não...no dia seguinte eu já estava com uma vontade absurda e sai para comprar,não consegui parar mais. Eu estou péssima Victor, sinto que não estou viva e só quero que isso acabe de uma vez. Ontem, eu sabia sim que se eu exagerasse nas drogas eu poderia ter uma overdose, então usei diversas drogas , eu só não imaginava que alguém fosse me achar e que hoje eu estaria aqui, viva.

Victor - foi eu que te achei sabia? - ela nega com a cabeça - Bruno me mandou um e-mail, explicando tudo o que aconteceu naquela noite. Eu te liguei inúmeras vezes e você não me atendeu e por isso fui até a sua casa - sinto meus olhos se encherem de água - quando eu cheguei e vi você naquela situação eu entrei em desespero, principalmente quando eu sabia que aquilo era culpa minha. Eu pensei que fosse te perder Babi...eu fiquei com tanto medo.

Bárbara - bom....para a sua felicidade e a minha infelicidade eu estou viva!

Victor - não fala isso!

Bárbara - não falar isso o que? Que eu desejo estar morta? Me desculpa Victor mas vou dizer sim! Foi você que me quebrou - sua voz começa a ficar falha por culpa do seu choro - foi você que não confiou em mim e me deixou sem ao menos querer conversar comigo. Você pode ter me salvado a meses atrás mas foi você que, agora , quase me matou!

Victor - e você acha que eu não sei disso ? - altero a minha voz - eu estou com a cabeça a mil desde que te achei apagada no chão do seu dormitório. Eu não paro de chorar em momento algum, eu estou me odiando pelo o que eu fiz com você. Eu me odeio por não te dar ao menos a chance de se explicar e me odeio por quase ter te matado !

Bárbara - você não me olhou porque se me olhasse me odiaria..você tem noção do quanto isso me machucou?

Victor - eu falei aquilo da boca pra fora..eu te amo. Eu não parei de pensar em você nem por um minuto se quer.

Bárbara - e mesmo assim deixou o seu orgulho falar mais alto e não foi atrás de mim? - fico em silêncio e abaixo a cabeça.

Victor - eu preciso de água ! - me levanto e saio do quarto.

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