𝘼 𝙉𝙊𝙑𝘼 𝙋𝙍𝙀𝙁𝙀𝙄𝙏𝘼
A notícia da mudança na gestão na prefeitura já tomava conta da pequena cidade de Forks, todos especulam quem seria o novo prefeito, visto que o atual foi afastado por um escândalo de corrupção. Alguns presumiam que seria o Vice, mas este nunca foi realmente visto, logo, sua verdadeira identidade era desconhecida pela maioria dos quase 3175 habitantes, por isso, uma reunião de emergência foi marcada por alguns habitantes, tendo ali os mais importantes cidadãos de Forks, sendo eles, o Xerife Swan, o médico mais requisitado e desejado do hospital, Carlisle Cullen e sua belíssima esposa, Esme, assim como, também os donos da única loja de esporte da cidade, o Senhor e Senhora Newton e mais outros cidadãos sem tanto status na cidade.
O primeiro a falar foi o xerife, visto que era a maior autoridade do lugar:
— Falei com o promotor de Port Angeles hoje, ele explicou que a situação do prefeito é mais séria do que imaginávamos, mas que já entraram em contato com o Vice há algumas semanas.
— Nem sabemos quem é o Vice, talvez seja pior que o prefeito — Comentou a Senhora Newton, e seu marido, um homem de poucas palavras apenas concordou com a esposa.
— Deveria ter pensado nisso antes de eleger um candidato sem conhecer nem sua chapa, Newton 's — A senhora Stanley provoca.
— Você também votou nele, sua fofoqueira! Ou esqueceu que até fez campanha para ele? Se alguém deveria saber quem é o Vice era você!
— Senhoras — Carlisle chama, a voz suave e hipnotizante prende a atenção de todos — Não é o momento para brigamos, muito menos entre nós, o importante é sabermos quem será o novo prefeito.
Deslumbradas com a beleza de Carlisle, ambas mulheres concordam rapidamente entre suspiros, Esme que até então estava em silêncio, sorri de lado ao ouvir os corações acelerados das mulheres.
— O doutor está certo — O xerife apoia, querendo logo colocar um fim naquela reunião. — Amanhã ele chegará à cidade, irei à prefeitura, se tudo ocorrer bem, amanhã mesmo pedirei para que ele participe de uma reunião com todos vocês, estão de acordo então?
Sem muitas escolhas, concordam. A pergunta que ficava na cabeça de todos, era quem seria o vice e se ele seria melhor que o prefeito.
(...)
Forks acordou nublada como sempre, a vegetação fechada deixava a cidade com um aspecto melancólico e gélido, um lugar perfeito para quem gosta de tranquilidade e paz, mas principalmente, frio, sim, só quem amava esse clima poderia gostar de Forks. O que não era o caso de Madeline Walsh, a adolescente amava o clima quente de Malibu, as praias e festas na piscina, até mesmo quando foi estudar em um internato na França, ela não se adaptou totalmente ao clima, mas em Paris ao menos tinham o verão europeu, e praias, mas ali, naquele fim de mundo, como Madeline iria curtir?
— Está fazendo careta novamente. — Sky, sua melhor amiga, aponta olhando-a pelo retrovisor do carro conversível. — Não é tão ruim, Mad.
Madeline revirou os olhos castanhos escuros por trás do óculos de sol, ela se perguntava interiormente por que ainda estava com um, sendo que sol e Forks pareciam não combinar.
— Não é tão ruim? Esse lugar é abafado, para onde quer que eu olhe, vejo apenas mato! E você realmente acha que não é ruim, Sky.
— Okay, talvez, seja um pouco diferente do que estamos acostumados, você, principalmente. — apontou a mais velha.
— Ah, por favor, preste atenção nessa estrada, não quero matar nenhum coelho inocente! —— Pediu enquanto mudava a estação de rádio. —— De todos os lugares, mamãe tinha que virar prefeita de uma cidadezinha como essa. Forks? Que maldito nome é esse?
— Achei até legal — Sky deu de ombros.
Madeline riu sem humor, — Tudo para você é legal, Sky.
— Soube que há várias lendas. —
— Lendas? Virou criança agora, ou melhor, velha? Sky, minha amiga, esse lugar é um pesadelo!
— Então por que viemos, Madeline? Por que estamos aqui?
Madeline suspirou, de repente a última conversa que teve com a mãe há duas semanas vem à mente.
— Como assim, prefeita?— Madeline perguntou à mãe pelo telefone.
Ouviu alguns passos ao fundo. Logo, o suspiro da sua mãe, Georgia.
— Sua mãe é a nova prefeita de uma adorável cidade chamada Forks.
Madeline respirou fundo, sua mãe não estava explicando nada, — como assim? Mãe, a senhora comprou uma cidade e esqueceu de avisar?
Geórgia riu da fala da filha.
— Não, meu Solzinho. Você lembra do meu antigo colega da faculdade, Louis?.
Colega? Ah, sua mãe perguntava cada coisa, Madeline não lembrava nem o que jantou na noite passada.
— Não, mamãe, não lembro. O que tem ele? — Perguntou observando seu reflexo no espelho do quarto. — Acho que tenho que cortar o cabelo novamente, talvez algo mais moderno ou…
— Madeline! — Sua mãe a chamou impaciente.
— Uh, sim?
— Solzinho, o colega, esse homem me convidou a dois anos para ser sua vice nesta cidade.
— Por que? Ele era apaixonado por você em segredo?
— Não! — Madeline ouviu alguma coisa cair no outro lado da linha. — Ele era apenas um colega da faculdade.
Madeline duvidava, mas optou por não estender mais o assunto.
— Okay, mamãe, entendi que era vice dele, mas para a prefeita agora, do nada?
Não fazia sentido.
— Houve um problema com esse colega…
— Que tipo de problema, mamãe? — indagou preocupada.
— Bem, ele foi preso, corrupção para ser mais exata.
— Mamãe!
— O que importa é que sou a vice, e agora a mais nova prefeita. Ah, seu avô vai odiar essa notícia!
A felicidade era evidente na voz de Georgia, mesmo sem entender completamente a situação que sua mãe se meteu, Madeline se permitiu ficar feliz por ela também.
— Pela mamãe.— explicou após longos minutos de silêncio, um sorriso malicioso tomou conta dos lábios rosados. — O vovó vai odiar quando souber.
Sky riu concordando. Richard Walsh com certeza não gostaria da novidade, por isso, Madeline apoiaria a mãe em tudo, apenas para enfurecer o mais velho.
— Estamos chegando. — Anunciou Sky ao ver a placa no início da cidade. — Sua mãe vai gostar da surpresa?
Madeline suspira olhando com tédio para as unhas longas pintadas de rosa. — É claro que vai. Por que acha que ela ligou avisando?
Sky concordou, abriu a boca para dizer algo, mas um barulho alto vindo do carro a impediu. Madeline arregalou os olhos escuros.
— O que tá acontecendo — Madeline pergunta, a voz saindo trêmula. Sky olhou rapidamente para a amiga que parecia prestes a ter uma ataque. — Droga! Madeline, calma, okay? Estou parando o carro, vai ficar tudo bem!
Madeline assentiu, o corpo tremia e pequenos soluços se formavam na garganta, assim que Sky dirigiu até o acostamento, desligou o carro, suas mãos foram para os cabelos cacheados e volumosos da amiga, no gesto de conforto.
— Não aconteceu nada, Mad. Estamos bem.
Madeline não responde, iniciando o mantra que sua psicóloga ensinava nas sessões: respire fundo, pense no mar, nas ondas quando surfa, pense no mar. Madeline repetiu essas palavras algumas vezes, sentindo aos poucos o corpo parar de tremer, e o coração normalizar as batidas.
— Estou bem, estou bem — murmurou para Sky, mas também para si mesma.
Sky soltou o ar que nem percebeu ter prendido. Aliviada pela crise não ter sido tão forte, não sabia o que faria se amiga piorasse, apenas Georgia era capaz de lidar com esses momentos. Não eram tão frequente, mas sempre que acontecia algum problema enquanto estava no carro Madeline entrava em pânico, era uma fobia séria, conhecida como Amaxofobia, Madeline a desenvolveu após sofrer um grave acidente de carro aos doze anos, acidente esse que matou seu pai, Derek Walsh.
Madeline não lembrava muito bem o que aconteceu, apenas que seu pai tinha ido buscá-la na escola de surfe, quando na volta ele acabou perdendo o controle do carro, a perícia apontou falha mecânica, os freios não funcionaram, assim como airbag do banco do motorista. Derek, seu pai, morreu na hora, enquanto Madeline ficou em coma por duas semanas. Foi preciso um ano e meio para que Madeline pudesse entrar dentro de um carro novamente, mas não conseguia dirigir, entrando em pânico nas poucas vezes que tentou. E sempre que acontecia alguma coisa enquanto estava no carro, como um pneu furado ou problema no carro em si, Madeline ficava em choque.
— Vou ligar para a madrinha — Sky avisou, assim que teve certeza de que Madeline estava bem, — Não! — Madeline impede. — Avisar vai estragar nossa surpresa — explicou ao ver a confusão na face da amiga.
Sky suspirou, deixando o celular cair na bolsa novamente, franziu o cenho ao olhar para algo atrás de Madeline.
— Hum, acho que a surpresa não vai acontecer de qualquer jeito.— disse sorrindo nervosa. — Como assim?— perguntou confusa Madeline. Sky apontou para algo, ou melhor alguém que vinha em suas direções.
— Bom dia, Garotas — o Xerife cumprimenta. — Parece que estão com problemas.
Ótimo, pensa Madeline. Um maldito xerife!
(...)
Não estava nos planos da Walsh aquela situação humilhante, rever a mãe após dois anos chegando no carro da polícia não era algo animador, mas talvez uma surpresa, não do tipo que Madeline e Sky planejaram, mas uma surpresa. O tal xerife, que se apresentou como Charlie Swan, resolveu ajudá-las após a explicação rápida e nervosa de Sky — a mais velha ficava nervosa perto de armas — enquanto que Madeline apenas xingava Forks e todos os seus habitantes caipiras em francês. Entretanto, para resumir a história, Madeline, Sky e o Xerife Swan estavam agora no gabinete da prefeita, esperando a mãe de Madeline que estava ocupada com algumas ligações, pelo menos, era o que seu secretário disse.
— Ela tá fazendo a propria filha esperar — Madeline resmungou cruzando os braços como uma criança mimada. — Querem saber? Aposto que esse aí, nem avisou que estamos aqui. Mamãe nunca me deixaria esperando!
— Tem razão. — Concorda Sky, olhando para o secretário com desconfiança.
As duas adolescentes estão sentadas num sofá de couro brega e pouco confortável na opinião de Madeline. francamente todo recepção parecia de muito mal gosto, Madeline esperava sinceramente que a mãe mudasse aquela decoração horrível o quanto antes.
O xerife um pouco mais afastado observava discretamente as duas adolescentes, eram bonitas, ele contatou e completamente diferente das moças de Forks, tanto pelas roupas caras como pela forma de falar, afinal, até xingando em francês ele foi. Ele não fez nada, porque a outra adolescente, foi mais educada e explicou a situação. Contudo, Charles estava surpreso, uma mulher prefeita? Os outros com certeza não esperariam por isso, sabia que até era comum em outros lugares, mulheres em cargos importantes, mas ali, em Forks, tudo ainda era atrasado, temia que nem todos fossem aceitar bem a novidade, ele mesmo ficou um pouco receoso, mas decidiu por fim não tirar conclusões precipitadas.
— Chega! — Madeline declara se levantando. — não vou ficar esperando ser atendida pela minha própria mãe!
Madeline caminha em direção ao gabinete da prefeita, mas no meio do caminho, é impedida pelo secretário, que parecia prestes a infartar tamanho era seu nervosismo.
— A Se-senhorita, não p-pode em-entrar! — Gaguejou tentando inutilmente impedir a passagem da outra.
— Não posso?— Desdenha com sorriso de lado. — Se não quiser ser demitido, é melhor…
— Que barulho é esse — A voz imponente de uma mulher interrompe a discussão.
— Mamãe! — Madeleine solta um gritinho.
Geórgia olhou surpresa para filha que era parcialmente segurada por seu pequeno e atrapalhado secretário.
— Oi, madrinha. — Sky se fez presente dando um tímido tchauzinho.
Ela estava levemente envergonhada pelo comportamento exagerado da amiga. Georgia olhava de uma para outra confusa, a boca pintada de um vermelho intenso levemente aberta em choque, fazia um bonito contraste com a pele negra, por fim exclama: Minhas meninas!
O que veio em seguida foi uma cena estranha, Madeline empurrou o pobre secretário e correu até os braços abertos da mãe, por pouco o vestido rosa e rodado não revelou muito com o gesto brusco da garota, Sky também se aproximou da mais velha, de forma menos espalhafatosa que amiga, às três mulheres ficaram abraçadas pelo o que pareceu horas, mas foi apenas alguns segundos.
Constrangido, o Xerife fingiu uma tosse para chamar atenção das mulheres. Georgia se afastou um pouco, parecendo levemente acanhada com seu comportamento. Não é assim que uma prefeita de comporta, ela se repreendeu mentalmente.
— Prefeita.— O xerife envergonhado cumprimenta.
Georgia o olha atentamente, sem nem mesmo disfarçar, achando fofo as bochechas rosadas e olhar tímido do homem.
— Não sabia que era permitido um xerife tão charmoso. — flerta com sorrisinho de lado.
— Mamãe! — Madeline exclama cobrindo o rosto.
Sua mãe não tinha vergonha mesmo!
O coitado do xerife até se engasga com a frase da mais velha, o rosto ficando mais rubro ainda. Sky esconde uma risadinha com as mãos, ela sempre gostou da madrinha e seu jeito ousado de ser. Enquanto Sky achava divertido, Madeline sentia o estômago embrulhar com a cena.
— Vamos embora por favor! — Implorou como adolescente mimada que era.
— Primeiro quero saber o que aconteceu.
Madeline rolou os olhos, ganhando um beliscão em troca pelo hábito que a mãe tanto detestava. Novamente coube a Sky explicar a madrinha o que aconteceu e quase falha tentativa de surpresa delas, obviamente, Georgia ficou preocupada quando soube do problema no carro, mas tanto Madeline quanto Sky deixaram claro que tudo estava bem, isso não confortou totalmente o seu coração de mãe, mas decidiu em conversar melhor com a filha em casa, sabia que Madeline odiava que a vissem vulnerável.
Geórgia agradeceu à Charlie por acompanhar suas meninas, e ficou aliviada quando ele disse que o carro estava sendo rebocado e em breve estaria em frente a prefeitura. A mais nova prefeita, então decidiu sair mais cedo, visto que tinha organizado parte de suas coisas no escritório, e também parecia que seu secretário não estava tão confortável na presença de sua filha. No lado de fora, Madeline contou sua frustração em não ter conseguido que tudo saísse como planejado, e no meio de um de seus discursos sobre a cidade ser verde e abafada demais, um Charlie tímido as interrompe.
— A senhora, poderia participar da reunião dos moradores amanhã?— pediu acanhado.
Ele ficava confortável na presença de mulheres, principalmente bonitas e desinibidas como a nova prefeita.
— Reunião? Sério isso? — Quem pergunta é Madeline que ganha uma sutil cotovelada da amiga.
— Vamos esperar no seu carro, madrinha.— Sky avisa com um sorriso pequeno — Novamente, obrigada pela carona, Senhor.
Madeline resmunga um agradecimento, e é puxada pela melhor amiga até o carro mais caro do estacionamento, uma BMW branca. Afinal, que outra pessoa teria um carro como aquele naquela cidade?
Assim que ver as meninas mais afastadas, Georgia se vira para o xerife e pergunta:
— É realmente necessário? Tenho algumas coisas para resolver ainda.
— Sim, é senhora. Alguns moradores, estão preocupados com essa mudança, eles gostariam de conhecê-la pessoalmente para ficarem mais tranquilos.
Geórgia suspira, ela os entendia no fim.
— Tudo bem. Me diga o horário e local, estarei lá, mas não prometo demorar muito.
O xerife sorri agradecido. Isso realmente seria bom, também sendo menos uma dor de cabeça para ele no fim das contas. Georgia tirou uma pequena carteira da Gucci da bolsa da mesma marca, entregando em seguida seu cartão ao homem.
— Esse é meu número privado. Me mande as informações, e se não estiver muito ocupado, xerife, me pague um café também. — Pisca no final.
Realmente Madeline tinha razão sobre a mãe, Georgia Walsh não tinha vergonha na cara bonita.
(...)
— A senhora deu seu número não foi. — não foi uma pergunta, Madeline conhecia bem a mãe que tinha.
Georgia sorriu enquanto ligava o mp3 do carro, colocando uma música aleatória de sua playlist favorita. A verdade era que Geórgia não parecia como uma mãe, pelo menos, não o modelo convencional de mãe, ela era moderna e descolada, tinha um ótimo gosto para moda e música, mas apesar da aparência um tanto fora do contexto " mães " Georgia era a melhor mãe do mundo segundo Madeline. Sendo forte e destemida como toda mãe é, ela também não ligava para o que pensavam de si, fez fortuna praticamente sozinha mesmo tendo se casado com um homem rico do ramo de hotéis em Malibu. Após ter ficado viúva, criou a filha sozinha e ainda ajudou na criação da afilhada Sky, às três eram unidas, tinham um laço bonito e indestrutível. Eram como os três mosqueteiros.
— Eu achei ele fofo. — Sky comentou sentando no banco de passageiro.
Madeline vinha atrás, resmungando vez ou outra de como a mãe tinha um gosto questionável.
— Sua opinião não vale quando o assunto é homem, Sky. Lembra do Josh?
Sky se virou rapidamente para olhar a amiga, essa que exibia um sorriso convencido no rosto.
— Quem é Josh?
— Ninguem importante,
madrinha!
— Oh, tem certeza? — Insiste Madeline com sorriso diabólico no rosto. Ela olhou para a mãe que dirigia. — Josh foi um namorado da Sky na França, teria sido um romance lindo de verão, se ele não fosse gay e tivesse usado ela para enganar a família!
— Sua vadia má! — Sky tentou pular para o banco de trás, para a sorte de Madeline, o cinto impediu seus movimentos. — Você disse que não ia contar!
— Eu também disse que não íamos à festa das irmãs Davis, e
formos !
— Como, Madeline Anastasie Walsh?
— Ops — sorriu com falsa culpa para mãe , seu cenho franzido em seguida. — Não tem Anastasie no meu nome.
— Graças a mim, já que seu pai queria homenagear sua bisavó!
Às três ficaram em silêncio por alguns segundos, até que Sky começou a rir e foi seguida pelas outras duas.
— Anastasie seria legal.— Brincou Sky.
O assunto Josh e a festa sendo esquecidos no momento.
— Só não aceitei, porque seu avô também queria. Nunca daria esse gostinho àquele velho.
O assunto Richard Walsh era sempre tocado por sua mãe com tom de deboche, mas principalmente ódio e desprezo. Georgia odiava o sogro, o homem se considerava Deus por ter dinheiro e nunca aceitou o relacionamento do único filho e herdeiro com uma simples estudante de administração. A relação entre eles piorou após a morte de Derek, Madeline quase não tinha contato com os avós paternos, o que era uma pena já que gostava de sua avó, Camille. Uma senhora elegante e gentil, mas, infelizmente muito submissa ao marido.
— Ele já sabe? — Madeline perguntou curiosa.
Geórgia negou. — Se ele soubesse já teria feito minha vida um inferno.
Richard aparenta ter como projeto de vida, infernizar a nora enquanto estiver vivo. O que duraria, infelizmente, o homem apesar de já passar dos setenta esbanjava uma saúde de ferro.
— Chegamos, garotas. — Georgia anuncia sorrindo abertamente.
— Vamos lá — anima Sky.
— Seu otimismo me irrita, sabia?— Provoca a mais nova, também saindo do carro.
(...)
— Até que não é tão ruim.
A casa era bonita, mesmo que Madeline não admitisse totalmente, era uma mansão estilo neoclássico branca com algumas colunas na frente e uma varanda espaçosa onde alguns homens grandes e suados davam os últimos retoques. Madeline esperava sinceramente que a mãe não tivesse flertado com eles também. Não aguentaria essa vergonha duas vezes no dia.
— Onde fica a piscina? — Perguntou à mãe, que conversava com o empreiteiro.
Os dois trocaram um olhar que preocupou Madeline e a irritou na mesma medida.
— Solzinho, o arquiteto achou que talvez não fosse bom termos uma piscina com esse clima.
Madeline respirou fundo, de repente a mão começando a pinicar para levar até os cabelos longos e puxá-los, algo que sempre fazia, começou como uma birra que, logo depois, se transformou em uma mania ruim, que tinha de puxar os cabelos, já perdeu tufos por conta disso.
— Quero minha piscina, mamãe! — bateu o pé irritada.
As mãos seguindo até a cintura fina marcada no vestido de grife. Sky levou a mão à cabeça, já sabendo a confusão que se iniciaria em breve. Até alguns funcionários pararam discretamente para observar a cena. Quem via de fora, era algo estranho e incomum de ver naquelas bandas, Madeline parecia realmente uma criança quando lhe era tomado algum doce ou brinquedo favorito, ela batia o pé na grama recém plantada sem ligar para o estrago que suas botas de luxo faziam, os cabelos pareciam mais escuros do que realmente eram por conta das nuvens que escondia o sol, impedindo assim, que as luzes que fez dias atrás num tom de loiro californiana se destacasse como de costume em dias de verão.
Ah, verão, a estação favorita de Madeline. Verão significa piscina e praia, o paraíso terrestre para a jovem Walsh, o que claramente não encontraria naquele lugar.
— Madeline Walsh discutiremos isso mais tarde — Finaliza Georgia.
Madeline até pensou em rebater, mas sua mãe estava séria demais, a expressão que usava apenas no escritório.
—Okay, mamãe. Mas eu não abrirei mão de uma piscina. Aliás, esse arquiteto já ouviu falar de piscina aquecida? Ou nesse fim de mundo não existe?
— Madeline!
— Okay, okay — levanta as mãos em rendição — sem praia e agora sem piscina, é o cúmulo da pobreza!
— Meus Deus, o que faço com essa garota. — Murmura Georgia levando as mãos até têmporas numa massagem.
— Hum, Senhorita — Chama timidamente o empreiteiro — Há uma praia na região.
Como no passe de mágica, a feição emburrada de Madeline muda, um sorriso estonteante surge no rosto.
— Onde? Tem como surfar? — O enche de perguntas.
— Fica numa reserva. La Push.— Informa outro. — La Push? Que nome é esse? Sério, mamãe, a senhora precisa dar um jeito nesses nomes!
— Madeline! — Georgia e Sky gritam ao mesmo tempo.
Madeline ouve o que se assemelha a um grunhido de raiva vindo de alguns homens.
— Entra logo, Madeline! — Georgia ordena, a paciência já no fim com a filha.
Madeline não era má pessoa, apenas faltou algumas aulas de empatia. Pelo menos era o que Georgia tentava acreditar. Sky arrastou então a amiga para dentro, antes que ofendesse mais alguém, Madeline claramente precisava de uma ou outra aula de educação e bom senso.
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