| Capítulo único ( VERSÃO REESCRITA!)

     O rapaz de cabelos escuros como a mais profunda das noites despachou no cinzeiro outro cubo de cigarro, o moreno tateou com os dedos o bolso da calça preta em busca de seu maço, para que fumasse outro tubo de cigarro. No instante em que suas mãos ficaram a posse de seu maço de cigarros, o mesmo abriu a caixinha e pegou outro daqueles tubos com nicotina, levando até os próprios lábios que  imploravam por mais daquilo, não demorando para acender e soltar a fumaça pálida, que evaporou em segundos no ar.

  Aquela noite de sexta feira estava especialmente preenchida por estrelas no céu límpido acima, acompanhados por uma meia lua cinzenta. O silêncio confortável e monótono daquela madrugada foi totalmente cessado por batidas bruscas na porta do apartamento de Aki Hayakawa, quem diabos estaria batendo em sua porta às 01:00 da madrugada? Era o que  ele se perguntava.

  O caçador despachou novamente o cigarro mal acabado no cinzeiro, logo mais rumou em passos nada apressados em direção à porta, atravessou a sala até chegar na frente da porta, estava um tanto desconfiado e por precaução levou a espada consigo. Com cautela, o Hayakawa checou pelo olho mágico da porta para poder ter noção de quem seria a sua tão inesperada visita às uma da madrugada, sua feição desconfiada foi rapidamente substituída por uma confusa.

    O moreno deixou a espada perto dos casacos pendurados nos cabides de madeira, mas logo suas mãos se ocuparam em destrancar a porta e girar a maçaneta, abrindo assim a porta para a sua visita da madrugada.

O Aki suspirou largamente com a visão que teve ao abrir a porta por completo.

   Olhando para a situação de [Nome], sua fiel e companheira de trabalho, uma das mais dedicadas e uma das primeiras a dizer 'não' para bebidas alcoólicas, mal se aguentando de pé em sua porta, visivelmente embriagada, o deixou de certa forma surpreso.

Oh, droga, ele deveria ter ido a noite dos sobreviventes embriagados (Como resolveu nomear Himeno), Hayakawa  estava tão cansado e tão sem vontade de socializar que simplesmente negou sua presença em tal "evento". E olhe só no que se resultou.

━━━ Bom dia! ━━━ a caçadora exclama entre soluços ━━━ Caceta, você mudou tanto! Cortou o cabelo foi? ━━━ a mesma falava como se não houvesse visto o companheiro a anos com um ar animado.

 
  O caçador massageou as têmporas, seria uma noite longa.

━━━ Vejo que a noite foi divertida ━━━ ele disse, nem um pouco animado, enquanto rodeava seu braço ao próprio ombro coberto pela camiseta social branca, que no momento estava sendo brutalmente  amassada pela sua pessoa.

  Por conta dessa aproximação, o Hayakawa pôde notar, ou melhor, sentir o cheiro nem um pouco agradável que você exalava impregnar suas narinas: o cheiro fortíssimo de vodka com limão. Ele não gostou desse cheiro forte em você.

   O Aki Hayakawa realizou a entrada e a fechadura da porta de maneira complicada, afinal, sua querida e bêbada companheira não o ajudava se mexendo para lá e para cá em seus braços fortes de caçador, o moreno até havia chegado a quase levar um soco seu em seu belo rosto estoico  quando você  deu mais um de seus pulinhos de alegria.

   É valioso ressaltar que tal trabalho exige paciência, muita paciência mesmo e companheirismo, que por sua grandíssima sorte, o Aki Hayakawa possuía  tais requisitos de sobra.

  O Hayakawa a levou até o seu devido quarto da forma mais amigável possível, o mesmo a ajudou  a se deitar em sua cama macia de lençóis azuis marinhos, tirou seu all star e te ajeitou o mais confortável que conseguiu. Tudo com calma e praticidade. Quando concluída essa tarefa, um suspiro aliviado se esvaiu por entre os lábios tão convidativos de Aki Hayakawa, alívio esse que sumiu de imediato ao notar que você se enrolava na coberta como um burrito.

━━━ Se liga no meu cosplay de burrito, Aki! ━━━ exclamou descontraída para o moreno sentado ao pé da cama, o qual te olhou de braços cruzados e suspirou negando com a cabeça.

━━━ Você nunca mais vai sair sem mim, 'tá bem?

    Você, como uma criança boba recebendo sermão, apenas acenou que sim com a cabeça diversas vezes.

   Sua madrugada nesta sexta - feira podia muito bem ser comparada a um rodeio, sua cabeça dava voltas e latejava como nunca, sua visão estava turva e se sentia enjoada,  o cômico é: mesmo sabendo muito bem que é fraca pra bebidas, bebeu mesmo assim aqueles vários copos enormes de cerveja e vodka com limão. Agora, chegou até se sentir culpada por estar dando toda essa trabalheira para seu belo companheiro de trabalho, mas não podia negar que estava adorando ser cuidada pelo mesmo. Mas, você não tinha conhecimento e nem podia imaginar que o Aki Hayakawa não via problema nenhum em cuidar de você, no estado em que se encontra; isso tudo porque você já havia passado dias ao lado dele em um hospital fedendo a remédio, quando o mesmo se feriu gravemente em uma batalha contra um demônio. Isso é, para ele, ao menos como pode retribuir.

     Se aquietando entre o cobertor macio e cheiroso, com a sua visão turva e voz grogue, ou até mesmo com os soluços imparáveis, você, que de repente começou a se sentir melancólica e inútil, decide colocar para fora um pouco de seu sofrimento interior:

━━━ Me desculpa, Ki-ki, eu sou mesmo um incômodo como todos dizem! ━━━ exclamou chorosa  escondendo o rosto debaixo da coberta e o chamando pelo apelido que ele tanto detesta

O caçador podia jurar que metade do prédio havia ouvido a sua frase estrondosa.

━━━ Para de ser idiota, sua idiota. Você não é e nunca vai ser um incômodo pra mim, ouviu? ━━━ lhe assegurou firme suspirando fundo para não perder a sanidade ali mesmo.

━━━ Jura? ━━━ perguntou por uma brecha entre a coberta, o olhando com seus olhos brilhantes pelas lágrimas precoces.

━━━ Juro.

━━━ Não minta pra mim!

━━━ Vai acreditar em mim se eu jurar de dedinho?

   Se submeter a esse tipo de infantilidade o fez querer enterrar a si próprio em um buraco de tamanho gigantesco e nunca mais sair dali.

━━━ Se é assim, eu aceito! ━━━ e então, uniram seus dedos mindinho um ao outro, jurando de dedinho, como o Aki Hayakawa havia proposto.

  Você sorriu vitoriosa e viu, mesmo na escuridão de seu quarto que era apenas iluminado pela luz lunar da meia lua a fora, como Aki Hayakawa, seu companheiro e seu amor secreto desde o primeiro momento em que o viu, sorrir graciosamente; foi um sorriso tão belo e momentâneo que seu cérebro fez questão de virar uma máquina fotográfica para  tirar uma fotografia deste momento e guarda-lo na sua memória  para todo o sempre e o passaria como o mais maravilhoso dos filmes existentes por sua mente.

━━━ Aki, eu posso beijar você? ━━━ indagou uma pergunta a qual tinha a muito tempo guardada para si.

━━━ Por que tá dizendo isso agora?

━━━ Posso ou não?!

━━━ Pode! Espera-

   A frase nem ao menos pode ser terminada.

   Com rapidez, você o puxou pelo colarinho da camiseta branca e selou seus lábios aos dele, a qual teve o prazer de descobrir que eram macios e carnudos. O rapaz reagiu pouco surpreso, mas logo apressou a levar uma das mãos a sua cintura, apertando ali, retribuindo o beijo com certa necessidade e permitindo passagem para  suas línguas dançarem em perfeita e mais pura sincronia. O sabor da vodka de limão mais a nicotina se misturarou de maneira duradoura e intensa. Quando a falta de ar infelizmente chegou, o Aki Hayakawa finalizou com um beijinho casto nos seus lábios e um sorriso de praxe nos lábios carnudos e avermelhados.

  Talvez ela queira um beijo antes do final da música.

✧| @maxpraga 2023 |✧
- Não fume e bebam muita água, se cuidem!

Até mais!

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