TERAPIA. Algo que todos os músicos algum dia tiveram que fazer, e comigo não era diferente. A cada duas vezes na semana, eu me encontrava com o Dr. Finn. E hoje era um desses dias. As sessões eram resumidas em um puro silêncio da minha parte mas essa sessão em especifico seria diferente.

— Eu quero falar sobre algo. Eu conheci uma garota e eu consegui escrever uma nova música. Eu escrevi uma música depois de muito tempo. — comentei olhando para baixo.

— Luka, isso é ótimo. Pela primeira vez te ouvir falar sobre algo. Me conte mais sobre essa garota. — o psicólogo anotou alguma coisa em sua pasta.

— Seus cabelos são ruivos,grandes, e cacheados. No dia em que a vi, ela estava com brincos de flores e roupas rosas. A melodia dela é parecida com a minha mas há algo nela que eu não sei dizer. Me intriga a querer saber mais sobre ela. — comecei a brincar com os anéis em meus dedos. — Eu.. me resolvi com a Marinette, somos amigos agora. Apesar de.. deixa pra lá.

O resto da sessão eu permaneci calado, como sempre ele finalizou ela perguntando se eu estava tomando meus remédios para ansiedade certo. Apenas respondi que sim, peguei meu atestado e saí da sala vendo o horário pelo meu celular. " 9:00", dá para ir ao colégio tranquilamente.

A poucas semanas, eu me transferi para o mesmo colégio que a minha irmã estuda, por conta de ter mais amigos lá do que no meu antigo colégio. E eu tive a sorte de cair na mesma sala que Juleika.

EM DIAS COMUNS eu não estaria tão animada para ir ao colégio como estou hoje. A explicação é bem plausível, hoje seria meu primeiro dia de aula em Paris após três anos em Londres.

No momento, eu me encontrava terminando de passar meu gloss enquanto me olhava no espelho. Estava com um coque despojado que realçava o tamanho do meu cabelo, uma calça jeans preta larga e uma camiseta vermelha de manga curta. Saio de perto do meu espelho e pego minha mochila que é em tons pastéis, a coloco nas costas.

Saio do quarto e vou correndo em direção a saída da mansão. Eu já havia tomado café da manhã então não precisava comer nada. Entro no carro após Gorila abrir a porta para mim. E encontro meu irmão já lá dentro.

— Uou, o que é isso? Tá indo para o shopping? — olhou o meu visual.

— Adrien, eu sou uma modelo. Eu tenho que estar devidamente vestida, dãh. — falei e coloquei meus fones e encostei a cabeça no ombro do mesmo observando a paisagem pelo vidro do carro.

(...)

O caminho até o colégio foi tranquilo e agora o carro estava parado em frente a ele. Respirei fundo, tirei meus fones e abri a porta chamando a atenção de todos, consegui ouvir murmúrios dizendo " é a Jade, ela voltou", " Achei que já sabia, você não viu no Instagram dela?". Apenas suspirei e desci do carro esperando meu irmão sair dele.

Nós dois fomos juntos até a sala onde a professora me apresentou e disse onde eu deveria sentar. Me sentei colocando meus fones de ouvido e dando play em " I love you, im sorry" da Gracie Abrams.

Sinceramente, eu não prestei muito atenção na aula, fiquei ouvindo música enquanto desenhava algo. Esse "algo" era um lobo, um lobo cinza e branco lindo. Me lembrei das minhas aventuras como Lupina, eram bons tempos. Mas não tenho coragem de me transformar depois de tudo.

Me perco nos meus pensamentos, e só volto a realidade após perceber que alguém me chamava. Passei a música e ouvi o que a pessoa queria dizer.

— Luka vai ser sua dupla pelo resto do ano, tudo bem para você, Flora? — a professor perguntou e eu apenas concordei, voltando a desenhar.

Continuei a desenhar até finaliza-lo e fazer minha assinatura. Desenhar me acalmava e era um dos meus passatempos favoritos.

— Você desenha bem. —Luka me elogiou e sorri com o elogio.

— Obrigado, chegou atrasado. — comentei focada em começar outro desenho.

— É terça, eu faço terapia na terça e na sexta. Por isso. — explicou o garoto enquanto tirava seus materiais.

— Entendo, também já fiz terapia. — acabei fechando o caderno de desenho e anotando as coisas que a professora estava passando na lousa.

O resto da aula foi como uma aula comum. E depois de algumas horas, o recreio finalmente havia chegado. Me juntei a Olivia e Lena que estavam com o resto do grupo, eu estava deitada no colo de Kagami aproveitando o cafuné da mesma.

— Amanhã nós vamos ao cinema, ver Terrifier. Você vai, Marinette? — Alix perguntou mexendo em seu celular.

— Não sei não, não gosto muito de filmes de terror. — a azulada comentou segurando um refrigerante.

— Ah, eu posso sentar do seu lado caso fique com medo. — Adrien sugeriu e eu podia ver a bochecha da garota corar.

— Luka? LUKA? — Juleika tentou chamar o irmão que parecia focado em escutar alguma música e escrever alguma coisa.

— Couffaine? — o chamei pelo sobrenome e o mesmo tirou os fones de ouvido.

— Cachinhos, o que foi? — perguntou guardando os fones e colocando as mãos no bolso.

— Vamos ver um filme no cinema amanhã, você vai ir? — me levantei do colo da Tsurugi e desfiz o coque despojado deixando meus cabelos caírem em meu ombro. O garoto pareceu encantado quando fiz isso mas logo voltou a realidade.

— Claro, vou estar lá. — piscou para mim e eu sorri de leve, ficando em silêncio.

— Beleza, então todos nós vamos? — Ayla parecia focada em algo em seu celular possivelmente estava comprando os ingressos.

— Isso. —  Rose respondeu.

Adrien parecia um pouco preocupado e eu sabia o porquê, ele estava preocupado com o nosso pai não nos deixar ir. Apenas olhei para ele como se estivesse dizendo " eu falo com ele, fica tranquilo", vi o ombro dele suavizar e sua expressão ficar mais calma.

Após isso, pego o meu celular e vejo uma mensagem de Luka. Eu havia esquecido completamente que tinha dado meu número a ele.

luk🎸:
Oi cachinhos

me: Oi luk

luk🎸:
Luk?

me:
você tem um apelido pra mim, nada mais justo eu ter um pra você

luk🎸:
é justo

me:
você tá bem? parece estar meio distante

luk🎸:
eu sempre pareço meio distante, mas eu tô bem sim, cachinhos. É só que o dia de terapia é difícil. Sabe como é, términos são difíceis.

me:
términos?

luk🎸:
Ah, você não sabe. Eu e a Marinette éramos namorados mas terminamos a seis semanas atrás. Nós se resolvemos mas sempre é difícil falar sobre na terapia

me:
não esperava por isso

luk🎸:
posso te fazer uma pergunta?

me:
manda

luk🎸:
Seus cachos são naturais?É que eles são tão.. bonitos

me:
obg e sim eles são naturais. Eu nasci com eles.

luk🎸:
fiquei sem assunto

me:
sua sorte, o sinal acabou de bater

Minha agenda é super corrida mas eu ainda tenho tempo para meus amigos. Hoje era definitivamente um dos dias super corridos, não consegui nem dar tchau para as garotas no final da aula.

Estou na frente de um espelho sendo maquiada, havia tirado algumas fotos para Dior e gravado alguns anúncios. Suspirei ao ver que já era 16:00 da tarde, e que essa era minha sessão de fotos.

Sai do trailer e fiquei na posição que foi definida a mim, meu cabelo estava solto e eu utilizava um cropped branco e uma saia preta, junto com uma gravata preta e uma bota preta com um salto enorme.

— Flexiona um pouco o joelho. — o fotógrafo falou e eu fiz o que ele havia dito. — Ótimo, isso. Agora coloca o óculos. — coloquei o óculos e fiz algumas poses. — Isso! Você é tão boa que já podemos encerrar a sessão. — quando ele disse isso,abri um grande sorriso, eu amo meu trabalho mas ele é tão cansativo e eu ainda preciso falar com meu pai.

Entrei no trailer, trocando de roupa e organizando minhas coisas. Logo ouço " Ready for Love" do Black Pink começar a tocar do meu celular, eu era fã do grupo desde 2019 e essa música era o toque do meu celular. Atendi a ligação nem vendo quem era mas ja suspeitando quem poderia ser.

— Priminho. — sorri de leve ao atender e ouvir a voz rouca do mesmo.

— Jade, como você está?— perguntou Félix parecendo colocar o celular em cima de alguma mesa. — Você já falou com ele?

— Com o meu pai? Se você contar ele perguntando sobre a minha agenda, sim. — respondi saindo do trailer e se despedindo dos funcionários. — Mas enfim, eu já tô acostumado com isso então. Sinto saudade de você.

— Eu também, Jad. Eu também. — ouvi seus dedos tocarem rapidamente em um teclado de computador. — Sabe que alguma hora vai ter que voltar à usa-lo não é? — disse e eu olhei imediatamente para a pulseira prata em meu pulso, o meu miraculous.

— Eu sei mas eu não estou pronta, Lix. — entrei no carro após o Gorila abrir a porta para mim.

—  Se você continuar a pensar assim, você nunca vai estar pronta. — comentou e fiquei calada, ele estava certo. — Tenho que desligar, te ligo amanhã no mesmo horário.

— Tchau, primo.

— Tchau, Flor. — desligou a chamada.

Eu estava tão focada no assunto da ligação que nem percebi que o carro já estava parado em frente a mansão. Entrei no local, indo em direção ao ateliê do meu pai. Bati na porta ouvindo um "pode entrar".

— Flora filha. - Gabriel mexia em algo no seu Tablet.

— Tem um minuto?

— Pode falar.

— Uns amigos meus e do Adrien marcaram um cinema amanhã, ele pode ir? Não tenho nada para fazer amanhã na minha agenda e garanto que ele também não. — perguntei vendo o Agreste pensar um pouco.

— Tá, não vejo problema nenhum. Desde ele não volta tarde. — autorizou e eu me contive para não pular de felicidade na frente dele. — Flora, avise a Natalie se for voltar tarde. —  apenas concordei e saí do local, subindo as escadas rapidamente e entrando no quarto de meu irmão.

—  Ele deixou. O Papai deixou. —  digo vendo um sorriso se formar no rosto de Adrien.

— Sério?Muito obrigada, maninha. —  me abraçou mas logo me soltou.

— Não tem de quê. — sai do quarto indo para o meu.

Me joguei na cama, pensando no meu dia. Cachinhos... é um bom apelido. Minha atenção foi tomada por dois super heróis passando em frente a minha janela.

— Félix tem razão, tá na hora, Lup. — olhei para o kwami que pareceu estava alegre.

—  Eba! Novas aventuras. — falou andando para todo canto.

— Depois de amanhã vai ser o dia. — determinei olhando para a pulseira.

( 1 ) Oioioi, meus amores. Como vocês estão e o que acharam do capítulo?

( 2 ) Posso dizer que a ideia do Luka fazer terapia faz muito sentido na minha cabeça.

( 3 )  A Flor tomando um fecho do Félix vey.

( 4 ) AHHHH, vai ser tão divertido desenvolver a Lupina.

nós vemos por aí.

Lup, hora da caçada!