𝘾𝘼𝙋𝙄́𝙏𝙐𝙇𝙊 𝟯 - Was I enough?
Uma semana depois.
Eu estava arrumando meu armário da escola no tempo livre, quando de repente, sinto duas em meus ombros.
— Adivinha quem vai dar uma festa hoje à noite? — Hanna perguntou.
— Hum, não sei, o Liam? — Brinco e ela fecha a cara. Logo solto uma risada. — É brincadeira!
— Acho bom.
— Inclusive, feliz aniversário! — Me aproximo dela com um sorriso e abraço. — Como se sente tendo dezessete? — Digo me afastando e colocando as mãos em seus ombros.
— Ainda com dezesseis. — Ela riu.
— Eu te entendo. Inclusive, eu tenho uma coisinha pra você.
Abro a porta do armário e pego uma caixinha azul.
— Um presente especial, para uma pessoa especial.
Sem demora, ela abre a caixinha e se depara com um colar de prata com um ponto de luz. Mais conhecido como o colar que ela sempre quis.
— Ai meu Deus. — Ela fica boquiaberta. — Você comprou! Você realmente comprou. — Ela deu mini pulinhos. — Obrigada, obrigada, obrigada! — Ela me abraçou com força. — Obrigada, Mei. Eu queria muito esse colar.
— Você merece.
Logo depois, ela se afastou, pegando o colar e já colocando em seu pescoço.
— E aí, como ficou?
— Ficou ótimo!
Ela abriu um sorriso.
— Mas e aí, como convenceu seus pais de dar uma festa? — Digo fechando o armário e me virando para ela.
— Foi até que fácil convencer eles depois de ter feito um mês de trabalhos domiciliares e trabalhar de babá pras crianças do bairro. E também é meu aniversário, eles não poderiam negar.
Solto uma risada.
— É isso aí, garota!
Estendo a mão e ela bate sua mão contra a minha.
— Tô super animada. Inclusive, vou precisar de ajuda com a playlist.
— Pode deixar comigo. — Pisco.
Hanna desvia o olhar de mim e olha para frente, olho para trás e vejo Kwon e Yoon entrando. Depois dos treinos com Kreese, os dois até ficaram “amigos”. É estranho vê-los próximos, uma semana atrás eles estavam brigando e agora simplesmente estão de bem um com o outro.
— Milagre ver ele e o Yoon “amiguinhos” — Ela fez aspas com os dedos. — Mudando de assunto, como está foi seu treinamento com Kwon durante a semana? Brigaram muito?
— Até que não, já é um começo. Mas ainda não suporto ele.
— Você e ele não brigaram? Milagres realmente acontecem! — Ela riu.
— É. — Concordo rindo.
Segundos depois, o sinal tocou. Encosto no armário e reclamo.
— Podíamos já estar de férias, né?
— Concordo. Mas por enquanto, temos aula e a nossa primeira aula é química.
— Odeio química. — Desencosto do armário revirando os olhos.
Hanna riu e veio até mim, ela passou seu braço por trás de meu pescoço e logo caminhamos até a sala.
(...)
Depois da escola, marquei de me encontrar com Liam na saída do colégio. Assim que ele me viu, veio em minha direção.
— Oi, linda. — Ele se aproximou de mim e depositou um beijo longo em meus lábios.
— Oi. Soube da festa da Hanna?
— Sim.
— Você vai?
— Eu não vou conseguir, tenho algumas coisas pra resolver, cê sabe.
— Ah… Tá bem.
— Mas você pode ir, eu não ligo se for sem mim.
— Certeza?
Ele assentiu.
— Tá bem. — Abro um sorriso. — Não faz besteira, hein.
— Nunca. — Ele disse bufando.
— Mei, vamos. — Hanna gritou parando seu carro na rua do colégio.
— Tenho que ir, te vejo amanhã?
— Claro.
Depositei um selinho rápido em seus lábios e logo me virei para ir em direção ao carro de Hanna. Abro a porta do carro e entro, Hanna dá partida no carro e pegamos estrada.
(...)
Já havia anoitecido, Hanna e eu já havíamos arrumado quase tudo para a festa. Seus pais já haviam saído, então só estávamos eu e ela na casa, enquanto ninguém chega, estamos sentadas no sofá da sala fazendo os últimos ajustes na playlist.
— Cê acha que se eu colocar Moth To A Flame vai ficar bom?
— Amiga, eu estou botando fé você com essa playlist, segue sua intuição. — Ela riu, enquanto comia salgadinho.
— Tá bem. — Solto uma risada.
De repente, a campainha tocou.
— Já tá an hora?
— Já. — Ela disse com a boca cheia de salgadinhos olhando seu telefone.
— Tá bem..
Hanna se levantou e logo foi até a porta, ela a abriu e rapidamente as pessoas começaram a entrar, preenchendo o local. Mas, percebi que o número de pessoas que passavam pela porta era muito, a sala já estava quase toda preenchida. Então, rapidamente, me levantei, ainda com o computador na mão, e puxei Hanna pelo braço até o outro lado da sala espaçosa.
— Você convidou quantas pessoas mais ou menos? — Me aproximo dela ao dizer.
— Umas trinta.
— Hanna. — Chamei sua atenção.
— Tá! Eu falei pras pessoas que se elas quisessem trazer alguém, elas poderiam..
— Hanna, seus pais vão te matar.
— Eu sei. — Ela jogou sua cabeça para trás e bufou.
— Aí, cadê a música desse lugar? — Um garoto perguntou.
Rapidamente, vou até a caixa de som e a ligo. Dou o play na playlist e uma música de batida começa a tocar. Todos que estavam presentes começaram a dançar na batida da música ou gritar pela euforia.
Hanna se animou um pouco mais.
— Obrigada por me ajudar. — Ela me olhou.
— Disponha.
Logo, coloco o computador em cima da mesa perto da caixa de som. Volto a olhar para frente e vejo a pessoa que eu menos esperava estar aqui, Kwon, entrando ao lado de Yoon. Os dois vestiam a clássica jaqueta preta de couro do cobra kai.
— Você convidou o Kwon? — Franzi o cenho, sei que Hanna não se dá muito bem com ele, afinal, é o Kwon, o cara grosseiro e insuportável.
— Não. Eu convidei o Yoon.
— Bom, isso não importa agora, — Digo balançando a cabeça. Logo pego sua mão. — Vamos nos divertir, você está dando essa festa pra isso, não é mesmo? — Dou um sorriso.
— É, estamos.
— Então esperamos o que? Vamos aproveitar!
— Isso aí, vamos! — Ela gritou.
Logo, a puxo para a sala novamente, nos juntamos ao resto do pessoal e começamos a dançar.
(...)
Já haviam se passado duas horas desde o início da festa. A casa deveria estar comportando no máximo umas cinquenta pessoas, mas as coisas estavam bem até agora, bom, tirando o vaso que foi quebrado a uns trinta minutos atrás.
Agora, algumas das pessoas pararam de dançar e estão sentadas no sofá, conversando, outras ainda dançam. Hanna havia saído de perto de mim para conversar com algumas pessoas que lhe trouxeram presentes, então estou sozinha sentada no sofá, mexendo no celular.
Rolo pelo celular, mexendo em diversos aplicativos, tentando achar algo para fazer, mas é quase impossível.
De repente, uma notificação de um número desconhecido apareceu na tela. É uma foto.
Franzi o cenho estranhando do porque de um número desconhecido ter me mandado uma foto, nunca havia visto aquele número em minha vida.
Então, para ter privacidade, me levanto e vou até a cozinha onde não há quase ninguém. Apenas duas pessoas deixando seus copos sobre a pia. Assim que elas saem, vou até o balcão e retirou os copos sobre o mármore, me dando espaço para sentar no lugar.
Logo, sem medo, abro a mensagem. Minha respiração falha no mesmo instante que vejo a foto.
Vejo uma sequência de fotos de Liam, beijando uma garota. Penso na possibilidade de ser uma foto antiga, mas não é. Ele está vestindo a mesma camisa que vestia hoje de manhã. E está é uma camisa novaz cujo qual eu dei para ele.
Sinto meus olhos se encherem de lágrimas, mas não são lágrimas de tristeza e sim de raiva. Como ele pode fazer isso depois de me entregar para ele...
De repente, meu celular é arrancado de minha mão, olho para frente e vejo a figura de Kwon. Só pode estar de brincadeira.
— Kwon, devolve meu celular! — Digo tentando pegar, mas ele só afasta o aparelho.
— Calma aí, cisnezinho, deixa eu ver o que você está tão interessada que nem fica na festa.
Logo, ele abre na foto onde Liam está beijando a garota. Sua rosto que esboçava um sorriso debochado, desmanchou e se transformou em uma expressão fechada.
— É o seu namorado? — Peguntou sem me olhar.
— Não exatamente... Deixa isso pra lá, não foi nada. — Digo estendendo a mão para pegar o telefone e logo o pego. — Eu vou pra minha casa.
Saio do balcão e logo caminho em direção a saída da porta da cozinha, mas antes que eu pudesse sair pela porta, Kwon segurou meu pulso. Viro-me para ele novamente e o olho, franzindo o cenho.
— Me solta. — Digo firme.
Sem que eu precisasse repetir, ele me soltou.
— Eu te levo pra casa, você não vai sozinha do jeito que está.
— Não preciso que me leve pra casa, eu tô bem. — Digo tentando segurar o choro. Não posso chorar na frente de alguém, especificamente na frente de Kwon, que zombaria por conta disso.
— Sério? Porque não parece.
— Por que você tá se importando? Nem aconteceu com você, foi comigo! — Elevo minha voz.
Kwon não respondeu, apenas me encarou no fundo dos olhos.
— Vamos logo. — Ele segurou meu pulso novamente e me puxou para fora da casa de Hanna se deixar me despedir dela.
Fomos até seu carro e logo entramos. Ele deu partida e pegamos a estrada.
Durante o caminho, ficamos quietos o tempo todo. Os únicos barulhos presentes no carro eram nossas respirações e os barulhos de notificação do meu celular. Provavelmente, mensagens de Hanna.
Mas nem olho, porque sei que meus vão rolar até aquela foto novamente. Ainda estou desacreditada que Liam fez isso, como ele pode? Ele simplesmente mentiu para se encontrar com aquela garota. Será que não pude ser o suficiente para ele?
Me lembro da noite em que me entreguei pra ele. Eu sabia que aquilo não iria dar certo. Um nó se forma em minha garganta, sinto nojo. Nojo de mim mesma por ter confiado nele.
Sinto meu estômago embrulhar. Então, paro de encarar a estrada e logo, apoio minha cabeça no vidro da porta.
Sinto minha respiração ficar pesada e meu estômago embrulhar mais ainda.
— Para o carro.
Não precisei repetir, Kwon encostou o carro no acostamento no mesmo instante e logo abri a porta do carro. Senti o vômito subindo minha garganta e logo botei tudo para fora. Toda aquela nojeira que estava dentro de mim.
Sinto meu cabelo ser segurado por Kwon enquanto vomito.
Depois de alguns minutos, me endireitei no assento novamente e fechei a porta, apoio minha cabeça na mão e os olhos de Kwon param sobre mim.
— Desculpa, quase vomitei no seu carro.
— Para de se desculpar. — Seu tom de voz pareceu calmo. — Não foi nada.
— Por que que cê tá me ajudando, hein? — viro meu rosto para ele.
— Porque você não estava bem. — Ele disse, parecendo óbvio.
— Você tá se importando se eu tô bem? — Franzi o cenho. — Cadê o Kwon que eu conheço?
— Se você quiser eu posso te deixar bem aqui no meio da estrada, sem problema algum.
Solto uma risada com suas palavras. Balanço a cabeça.
— Valeu, Jae-sung.
Ele não respondeu, mas pude ver um sorriso pequeno se formando no canto de seus lábios enquanto ele voltava seus olhos para a estrada.
Rapidamente, deu partida no carro.
— Cê tá legal agora depois de tudo pra fora? — Manteve seus olhos na estrada.
— Digamos que sim. Pelo menos agora eu sei que ele é completo babaca e que não valia nada, nunca mais quero ver ele na minha frente.
— Ele sempre foi um babaca.
— Pelo menos uma coisa que concordamos.
Ficamos quietos durante o caminho todo até chegarmos em minha casa.
E quando finalmente chegamos, desci do carro e caminhei até minha a porta da entrada, olhei uma última vez para trás e vi que Kwon ainda estava ali, me esperando entrar para que pudesse ir embora. Então, peguei as chaves e entrei.
Fechei a porta e respirei fundo.
— Filha, voltou cedo. E aí, como foi a festa da Hanna?
Minha mãe saiu do corredor e se deparou comigo. Sua expressão que estava com um sorriso no rosto, se transformou em pura preocupação, provavelmente por conta de meus olhos, ainda com lágrimas.
— Mei, tá tudo bem? — Ela se aproximou, conferindo cada parte de meu corpo. — O que aconteceu?
— O Liam… ele me traiu. E eu recebi as fotos dele me traindo de um número desconhecido. Mas eu tô bem, botei tudo pra fora no caminho enquanto o Kwon me trazia pra cá.
— Ah filha.
Minha mãe me puxou para seus braços, fiquei parada por alguns segundos, mas logo a abracei de volta. Eu precisava disso, por mais que eu não quisesse admitir, estava triste.
— Eu confiei nele mãe, e ele fez isso comigo. — Tentei segurar o choro.
— Eu sei filha, eu sei. Mas olha pra mim. — Ela me afastou e colocou as mãos em meus ombros. — Os garotos vêm e vão, mas sempre terá um que vai ficar. Um que vai te dar amor e carinho. Pode demorar pra esse garoto aparecer, mas ele vai. Te garanto.
— Foi isso que aconteceu com você e o papai?
Ela assentiu com um sorriso leve.
— Agora tome um banho. Vamos ver um filme para distrair essa sua cabecinha. — Ele toca na minha cabeça.
— Tá. — Digo abrindo um sorriso.
Me afasto de minha mãe e limpo as lágrimas de meu rosto com a palma da mão. Preciso me distrair. Não deixarei que liam deixe minha mente uma bagunça.
(...)
NOTAS.
Eu odeio o Liam, esse salafrário, vagabundo, idiota, só fez minha menininha sofrer AAAH!! Mas o Kwon vai dar um jeito nesse moleque aí 😝😝
O Kwon cuidando dela foi tão 🤏🏻🤏🏻
Sei que nesse capítulo não tivemos muitas
Interações do Kwon e da Mei, mas o próximo
Capítulo é só deles!
É isso tchau até o próximo capítulo de Favorite crime.
Beijinhos da autora 😘❤️
2,284 palavras.
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