²⁸|Olhos no seu dono, Kathryn
A boceta de Kathryn é mais viciante que qualquer droga ou garrafa de vodka. Mesmo uma hora depois, ainda sinto seu gosto na minha boca.
Os sons que ela fez essa noite… Nunca irei esquecer. E não precisarei, pois vou estar sempre refrescando minha memória agora que eu sei o que é preciso para fazê-la gritar, choramingar e implorar por mais. Não vou parar.
Sempre soube que uma vez que eu a tivesse, não a deixaria ir. Nunca estive tão certa sobre algo na minha vida.
Precisei carregá-la para o banheiro porque Kathryn estava bêbada demais dos seus orgasmos. Ela nem mesmo protestou. Agora estamos na banheira cheia, com suas costas em meu peito enquanto ela descansa a cabeça em meu ombro.
— Como você descobriu… — Kathryn não termina a fala. Sorrio um pouco.
— Que você tem um lado depravado dentro de você? — Como não há sais, nem óleos, a água está limpa, significa que Kathryn ainda cheira a sexo. Combina com ela.
Kathryn assente. Não posso ver seu rosto, mas sei que está corando.
— Isso importa?
— Você invadiu minha privacidade. Isso é errado. — Ela vira o rosto para olhar para mim com uma carranca.
— E?
— Você não pode fazer esse tipo de coisa.
— É mesmo? — Afasto uma mecha molhada do seu ombro, onde ela tem uma pequena cicatriz. Fico curioso para saber o que causou isso, mas Kathryn me afasta.
— Você podia pelo menos parecer um pouco culpado.
— Pelo quê?
Irritada, ela fica de pé. Meu pau já se recuperou totalmente da última hora, dando um sinal de vida ao ver a mulher nua na minha frente. A satisfação me domina quando vejo as marcas gravadas em sua pele. Seu pescoço tem um lindo colar de digitais feito pelas minhas mãos. Seus peitos têm manchas vermelhas neles também e seu rosto também está corado de todos aqueles tapas pelos quais ela implorou.
No entanto, qualquer plano que eu estava tendo sobre foder Kathryn nessa banheira, vai para o ralo quando percebo que sua expressão irritada não melhorou.
Ao ver que não direi nada ou me desculparei pelo o quê ela acha que fiz de errado, ela sai da banheira. Seu cabelo cai como uma cascata negra em suas costas conforme ela cruza os braços e pisa duro no chão.
Depois que ela deixa o banheiro, fecho os olhos, deixando minha cabeça cair para trás. Essa mulher me dá mais trabalho que uma dúzia de crianças juntas. Já fui instrutor no ensino médio, então sei do que estou falando.
Sinceramente, nem sei por que ela está irritada agora.
Você vasculhou o histórico de navegação dela sem a permissão dela.
E? Não é isso que os hackers fazem? Além disso, eu dei a Kathryn orgasmos o suficiente para que ela me desse uma trégua do seu ódio fingido por mim.
Após mais alguns minutos na banheira, eu também saio. Não tem toalhas aqui, mas pego minha camisa no quarto e a uso para me enxugar o máximo que posso antes de vestir minhas calças e cueca.
Kathryn não está nesse quarto, mas não me surpreende, já que ela estava tão irritada. Antes de ir atrás dela, vou até ao quarto ao lado. O colchão que usamos não é mais reutilizável agora, então pego o do outro quarto e levo paro o andar debaixo. Depois de deixar o colchão no chão, ponho o restante da lenha que eu havia pegado, na lareira. A casa está fria pra caralho. Não notei durante o tempo que ficamos lá em cima, mas agora está congelando até os meus dedos dos pés.
Volto para o andar de cima. Entro em três quartos até finalmente achar Kathryn. Ela está deitada em uma cama, vestindo os shorts que ela deve ter recuperado no quarto. E o sutiã, pois destruí sua blusa, se bem me lembro.
Não tenho paciência para seus dramas agora, então apenas pego-a no colo. Quando ela não protesta, dou uma boa olhada em seu rosto e percebo que ela está dormindo de verdade, apesar de estar se encolhendo de frio.
Melhor assim. Eu não teria sido nada agradável se tivéssemos outra luta agora.
De volta ao andar de baixo, ponho Kathryn no colchão que posicionei próximo à lareira e me deito ao seu lado. Fico imóvel, no entanto, quando Kathryn, ainda dormindo, se aconchega para mais perto de mim. Ela deita a cabeça em meu peito, passando seu braço e sua perna por cima do meu corpo.
Kathryn disse que não gosta de dormir de conchinha, mas aparentemente não tem nenhum problema em me fazer de travesseiro.
☠️
— Khalil. — Uma com garras tenta puxar meu braço. — Khalil!
Suspiro, mas não abro os olhos ao enterrar meu rosto em seu pescoço.
Ouço um resmungo, então a cama está se mexendo quando Kathryn se move em meus braços. Toda sua movimentação está afugentando meu sono.
— Sei que está acordado. Eu estava ouvindo sua respiração. Seu ritmo mudou.
Abro os olhos contra a minha vontade. O rosto de Kathryn surge, então. Seus olhos puxados estão me encarando com curiosidade enquanto ela franze o cenho. Seu rosto ainda está um pouco vermelho da noite passada, o que me lembra que tenho uma ereção matinal impossível de ignorar agora.
— Bom dia — diz, sem fazer ideia do que está passando na minha cabeça agora. — Agora que acordou, dá pra me soltar? Você está me…
Sua frase é interrompida quando eu viro seu corpo para que ela fique deitada de bruços.
— Khalil? O que você está fazendo?! — Kathryn vira o rosto para tentar me encarar enquanto eu a mantenho nessa posição com uma mão e com a outra puxo seu short pelas suas pernas. — Pare com isso!
Coloco-me entre suas coxas e abro a braguilha da minha calça, puxando-a para baixo com a minha cueca.
— Parece que você voltou a ser a garota desobediente de sempre. — Cuspo em minha mão, lubrificando meu pau em seguida. — O que aconteceu com a minha putinha obediente?
Não lhe dou a chance de responder, entrando nela de uma vez só. Qualquer protesto que Kathryn tivesse em mente, é deixado de lado quando seu gemido se junta ao meu.
Fazia tempo que eu não ficava com ninguém, usando minha própria mão para me satisfazer, por isso foi surpreendente que eu tenha durado tanto tempo quando fiquei na seca por meses. Hoje, no entanto, sei que não irei demorar para vir. Mas não significa que não irei fazer valer a pena.
Agarro seus pulsos, prendendo-os atrás das suas costas enquanto fodo ela sem dó. Eu sou um viciado, porra. E meu novo vício é a boceta de Kathryn. Seja quando eu estiver fodendo com minha língua ou com meu pau, é viciante e bom para caralho. E eu quero isso todos os dias.
— Eu vou te foder sempre que eu quiser, Kathryn. Irei abusar e usar você. E você vai adorar cada porra de segundo.
Kathryn mexe os braços como se quisesse se soltar, mas meu aperto a mantém no lugar, presa e completamente à minha disposição.
— Eu não… Eu não quero isso. — Kathryn é uma péssima mentirosa quando se trata do seu prazer, pois enquanto seus lábios despejam mentiras, sua bunda se move de encontro a mim, exigindo mais. — Eu te odeio!
— Mentirosa. — Para puni-la, dou um tapa em sua bunda. Kathryn grita, mas não paro de bater até que ela esteja vermelha com as marcas dos meus dedos e Kathryn esteja soluçando.
Paro de me mover. Meu pau pulsa loucamente, mas me impeço de continuar enquanto encaro Kathryn, que abre os olhos e se esforça para me olhar por cima do ombro.
— Por que você parou?
— Você pediu por isso, não foi? Você pediu que eu parasse. — Começo a sair lentamente de dentro dela.
Kathryn nega, engolindo em seco. Ela tenta empurrar seus quadris de volta para mim, mas eu seguro sua cintura para impedi-la.
— Não, eu…
— Você…? — Suor começa a escorrer da minha testa. Não ajuda que ainda aja fogo na lareira, tornando a sala insuportavelmente quente.
Os lábios de Kathryn tremem conforme ela luta, como ontem. Depois do terceiro orgasmo, ela já estava sendo obediente, mas hoje é um novo dia e ela colocou aquela parede no lugar para esconder novamente quem ela é de verdade. Mas já é tarde demais. Eu vi tudo. Se esconder de mim só será pior para ela.
— Eu não quero — seu sussurro envergonhado me alcança.
— Você não quer que eu pare ou você não quer gozar? Estou confuso, Kathryn. — Me dirijo para dentro dela novamente, mas só um pouco antes de me retirar até sua entrada.
— Gozar. Me faça gozar! — Ela chora, desesperada para ter o que tanto anseia.
— Boa garota.
Kathryn me olha furiosa.
— Foda-se!
Sorrio e atendo seu pedido, metendo tão profundamente nela que empurro um pouco seu corpo no colchão antes de puxá-la de volta para mim. Seus gemidos se tornam mais agudos conforme ela vai cedendo a mim e ao seu prazer. Ainda temos uma longa estrada a percorrer até Kathryn perceber que não precisa mais lutar comigo, no entanto. Eu não me importo. Gosto da luta. Gosto dos seus gritos enquanto ela finge que não está ansiosa para ter sua bocetinha destruída pelo meu pau.
Olhar para sua bunda marcada me dá um prazer doentio e eu lhe dou outro tapa só porque posso.
— Alguém já te comeu aqui? — pergunto a Kathryn, roçando meu dedo em seu cu. Ela fica tensa, mas consegue assentir. A possessividade me domina rapidamente. — Qual o nome dele?
— O-o quê?
Diminuo meu ritmo e puxo seu cabelo, virando seu rosto novamente para que eu possa olhar para ela.
— Qual. O. Nome. Dele. Porra?
— Eu não lembro! Eu juro!
Irritado, solto seu cabelo e remoto meu ritmo. Mas isso não vai ficar assim, então volto a bater na sua bunda, cada tapa mais forte que o outro para que ela se lembre a quem ela pertence.
Agarro sua nuca e mantenho-a assim para poder encarar seus olhos marejados.
— O que você é?
— Uma puta.
— E quem é o seu dono?
Dessa vez Kathryn resiste por um momento, mas depois estremece.
— Você.
Foda-me.
Me dirijo para dentro dela com tanta força que sinto um arrepio em minha coluna.
— Goze para o seu dono, Kathryn. Agora.
Minha putinha me obedece. Ela grita meu nome enquanto seu corpo convulsiona embaixo de mim. Fodo sua boceta, que me aperta até eu descarregar minha porra dentro dela. Minha libertação vem com tanta força que escorre por entre suas pernas para pingar no colchão.
Kathryn desaba com um suspiro satisfeito.
Eu viro-a de costas para que eu possa olhá-la direito. Ela está tão mole quanto uma boneca de pano, murmurando baixo demais para eu ouvir. Não importa. Eu só quero olhar para ela.
Aquele sentimento de possessividade retorna contudo. Eu fiz isso com ela. Eu serei o único a fazer isso com ela, a levá-la ao seu limite e a explorar seu lado sombrio.
No final, eu irei quebrá-la, porque Kathryn não pode me quebrar. Ninguém pode quebrar o que já está quebrado.
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Ela não está falando comigo.
Depois que acordou do seu cochilo pós-sexo, Kathryn ficou de cara fechada todo o caminho de moto até o seu apartamento. Mesmo quando paramos onde estava seu carro para ligar para o reboque, ela me ignorou.
Por mim tudo bem. Ela estará implorando por mim mais tarde outra vez.
Quando chego no meu apartamento depois de deixar Kathryn em casa, meu telefone toca. Quando vejo que é Eros, penso em deixar tocar, mas lembro que Genevieve me pediu para ver se Kathryn estava bem na casa de campo e eu não dei mais notícias.
— Fala — digo ao atender.
— Você estava com o celular enfiado no rabo, porra? — meu irmão pergunta muito gentilmente.
— O papai falou palavrão! Vou contar pra mamãe! O papai falou palavrão! O papai falou palavrão! — A voz animada de Freya me interrompe.
— Porra. Freya, volte aqui!
Pigarreio para lembrar a Eros que ainda estou na linha.
— Caralho. Viu o que você fez? Agora ela vai me dedurar pra mãe dela. Só essa semana eu já perdi cinquenta pratas para aquela porra de Pote das Palavras Feias.
— Ninguém mandou não usar camisinha. — Quando digo isso, não deixo de notar a minha hipocrisia.
— Foda-se. — Ele suspira. — Você não respondeu minha pergunta. Por que não retornou minhas ligações? Estávamos preocupados com vocês.
Enquanto ouço ele falar, abro minha geladeira e pego uma Coca-Cola.
— Meu celular descarregou.
Silêncio.
— E cadê a Kate?
— A deixei no apartamento dela. Sã e salva. — E muito bem fodida. Talvez um pouco brava.
Mais silêncio.
Conheço meu irmão. Ele está desconfiando de algo.
— Ok… Não se esqueça do aniversário de Freya essa tarde.
— Por que eu tenho que ir? — Tomo um gole do refrigerante.
— Você é tio dela, Khalil.
— E? É uma festa infantil.
— A família estará aqui. Traga um presente também.
— Por quê?
— É um aniversário. Você traz um presente. Sei que faz muito tempo que você teve a idade dela, mas é assim que funciona.
— Você é só quatro anos mais novo. Não ouse me chamar de velho.
— Ainda sou mais novo que você.
— Às vezes não parece. — Não sei por que digo isso. Pisco algumas vezes, tentando entender porque isso escapou.
— Não parece, não é? — O tom do meu irmão é gentil. Franzo a testa. Essa conversa está ficando pessoal demais.
— Tudo bem. Vou comprar uma boneca pra ela.
— Jesus. Não seja tão genérico. Ela já tem muitas bonecas. Compre algo especial. Ela gosta de você.
Reviro os olhos. Por qual motivos mesmo eu concordei em ir a essa festa?
— Vou ver o que posso fazer. — Cheio dessa conversa, encerro a ligação.
☠️
Sabia que seria inútil, então nem tentei dormir depois que desliguei. Em vez disso, passei duas horas na academia do prédio.
Costumo treinar apenas à noite, quando não tem ninguém. É melhor do que ficar com meus próprios pensamentos causados pela insônia. Então venho para cá e gasto até minha última gota de energia. Se for um bom dia, consigo dormir por uma hora ou duas ao voltar para o meu apartamento. Se não for, paciência.
Uso aqueles fones sem fio que Kathryn me deu naquele dia. Não é tão bom quanto ouvir música alta no meu apartamento, mas serve.
Após o treino, o cansaço pesa em meus ombros, mas não o suficiente para me fazer dormir. Tomo um banho demorado e vou procurar alguma coisa para comer antes de sair. Já passou das duas da tarde. Eros me mandou uma mensagem dizendo que a festa começava às 14h em ponto, o que significa que estou atrasado. Não que eu me importe com isso.
Mas para que Eros não encha meu saco, saio de casa depois de comer. No caminho, preciso parar em uma loja de brinquedos para comprar a droga do presente.
— Posso ajudar? — Uma atendente pergunta. — Já sabe o que está procurando?
— Qualquer coisa que não seja uma boneca.
Começo a me arrepender de ter vindo aqui assim que estaciono minha moto. O barulho de música infantil e o grito de crianças me alcança assim que abro a porta da frente.
Pelo menos meu irmão e sua noiva foram inteligentes de manter a festa no quintal, ou essa casa já estaria destruída.
Como não toquei a campainha, ninguém veio me receber, nem mesmo os cachorros. Já conheço a casa, então sigo o caminho familiar até os fundos. Os gritos ficam mais altos. Jesus. Não lembro a última vez que estive na presença de tantas crianças com menos de dez anos.
Semicerro os olhos para o sol, achando irônico o fato de ontem o mundo ter caído sobre Chicago, mas hoje está fazendo um sol de torrar os miolos. Parece até que já estamos no verão.
— Tio Khalil! — De algum lugar entre uma piscina de bolinhas, um escorregador e um pula-pula, eu ouço Freya gritar.
Não preciso procurá-la por muito tempo pois minha sobrinha já está correndo na minha direção. Ela está usando algum tipo de fantasia, eu acho: um vestido azul marinho que vai até os seus pés, além de estar segurando um arco.
Quando me alcança, Freya me abraça, algo que ela gosta muito de fazer. Lhe dou um tapinha na cabeça em contrapartida.
— Feliz aniversário, peste.
— Sabia que hoje eu tô fazendo sete anos?! — Ao se afastar, ela me mostra sete dedos.
— Achei que eram cinco.
Freya franze o cenho.
— Por quê?
— Você parece um bebê.
— Eu não sou um bebê! Eu tenho sete anos. Já sou quase uma adulta.
— Tudo bem, então. Mas adultos não ganham presente. Vou ter que dar isso aqui para outra pessoa. — Seu olhar é atraído para o presente que tiro da sacola de papel. A atendente da loja colocou em um embrulho rosa choque, então Freya ainda não sabe o que é.
— Espera! Eu disse que sou quase adulta. Não adulta, adulta.
Não chego a sorrir, mas acho graça. Ela é muito esperta, tinha que ser uma de nós.
Entrego a Freya seu presente. Ela é rápida em abrir, vibrando de ansiedade. Eu observo seu rosto quando ela tira do embrulho o morcego de pelúcia vermelho e preto, com pequenos chifres e um pentagrama invertido na testa.
Por alguns segundos ela apenas pisca. Começo a me perguntar se ela vai chorar e dizer que odiou, mas então Freya sorri e abraça o morcego.
— Ele é lindo! Eu adorei, tio Khalil! — Quando ela me abraça de novo, franzo as sobrancelhas.
— Você gostou?
Freya assente freneticamente.
— É muito maneiro! Vou mostrar aos meus amigos!
Ela sai correndo.
Não acredito que ela gostou do morcego. Achei que ela fosse ficar um pouquinho assustada e me dedurar para o seu pai, mas parece que subestimei a pestinha.
Depois de dar outra olhada em volta, encontro meus irmãos sentados em uma das mesas espalhadas no quintal. Anthony está rindo de alguma coisa e Eros está de cara fechada enquanto observa a filha.
Desvio de várias crianças correndo para poder chegar até eles. Apenas quando vejo pela terceira vez um garoto fantasiado de pirata, é que percebo que é uma festa fantasia. Acho que faz sentido que Freya esteja parecendo com aquela princesa ruiva da Disney que tem um arco e flecha.
— Merda. Apostei com Eros que você não viria — Anthony resmunga quando me sento à mesa com eles. Eros estende a mão para Anthony e nosso irmão mais novo tira cem dólares da carteira e entrega a ele.
— Você deu um demônio de pelúcia à minha filha? — Eros me questiona, ainda olhando para onde Freya está.
— Não é original o suficiente pra você?
Ele me lança um olhar.
— Ele está carrancudo assim por causa dos amiguinhos da Freya — Anthony explica.
— O que tem eles?
Ele começa a responder, mas se interrompe com um sorriso divertido no rosto.
— Observe.
Faço isso. Freya está correndo até nossa mesa, de mãos dadas com um garoto provavelmente da sua idade, e um buquê de rosas na outra.
— Olha, papai, o Dylan me trouxe flores! — Freya sorri. — Você põe na água pra mim? Não quero que elas morram.
Eros suspira, mas dá um sorriso. É tão forçado que acabo rindo.
— Claro, Spider.
— Obrigada! — Ela entrega as flores a ele sem saber que está lhe causando um ataque cardíaco. O pobre Dylan, no entanto, deve perceber alguma coisa porque ele fica um passo atrás de Freya, olhando para nós três com receio. — Tchau!
Da mesma forma que veio, Freya corre para seus amiguinhos de novo com Dylan.
— Ela só tem sete anos e já está recebendo flores, pelo amor de Deus. — Eros põe as flores na mesa e passa a mão pelo rosto. — Ela ainda vai me matar do coração.
— Espera só até ela fazer dezesseis anos — Anthony comenta. — As festas, as saídas às escondidas à noite… Lembra-se de como era ter dezesseis anos? Imagine o pior agora porque é uma geração completamente diferente da sua.
Eros solta um gemido de sofrimento.
— Eu só queria que o tempo parasse. Não quero que ela cresça. Não vou aguentar vê-la namorando. Na verdade, ela nunca nunca vai namorar. Jamais.
— Você vai trancá-la em casa?
— Sim. Não. Não sei. Vou colocá-la em um internato só para garotas.
Anthony e eu trocamos um olhar de zombaria. Nós dois sabemos que ele nunca teria coragem de largá-la em um colégio interno. E Genevieve também nunca permitiria uma coisa dessas.
— E se ela gostar de garotas? — Arqueio a sobrancelha, assumindo que nesse mundo hipotético que ele está criando, garotos serão o problema principal.
A carranca de Eros não vacila.
— Não faz diferença. Ela não vai namorar ninguém. Não quero que a minha bebê tenha seu coração partido.
Que Deus ajude Freya.
— Eu espero que você esteja brincando. Não tem como protegê-la dessas coisas — nosso irmão diz. O olhar de Anthony se concentra em alguma atrás de mim. — Sempre terá alguém para partir nosso coração. O melhor que podemos fazer é tentar seguir em frente. Um coração partido não é o fim do mundo.
— Vou lembrá-lo disso quando você tiver filhos — Eros aponta.
Anthony desvia o olhar do que quer que estava encarando e dá risada.
— Então você vai esperar muito tempo.
Arqueio a sobrancelha.
— A paternidade não agrada você, irmão?
Ele dá de ombros.
— Nunca conheci nenhuma mulher com quem eu gostaria de compartilhar isso. — Tenho a sensação de que Eros vai discordar e falar o nome de uma certa mulher que partiu o coração do nosso irmão mais novo, mas Anthony muda de assunto rapidamente. — De qualquer forma, tenho outros planos no momento.
— Que seria…?
— Prefiro contar a vocês quando eu estiver certo sobre isso.
Mais uma vez, Eros faz menção de insistir, mas dessa vez sou eu que o interrompo.
— Ok.
Eros e eu nos encaramos. Ele tem se intrometido menos em nossas vidas, mas depois de tantos anos cuidando de nós, acho que ele nunca se afastará totalmente. Nunca achei que seria eu um dia chamando sua atenção, mas é preciso. Em algum momento, Anthony nos contará o que está planejando, mas até lá teremos que aguardar.
— Nossos pais e Kate conseguiram chegar mais atrasados que você — Eros informa, mudando de assunto.
Sigo seu olhar. Mal olho para nossos pais e Dean, porque meu foco está em Kathryn. Eu achei estranho ela ainda não estar aqui quando eu cheguei. Pensei que ela não viria porque não queria me encarar e lembrar de ontem à noite e hoje pela manhã, mas fui ingênuo ao pensar isso. Kathryn jamais abaixa a cabeça.
Apesar do sol, ela está usando uma blusa de gola alta, calças e braçadeiras nos pulsos. Não gosto que ela esteja escondendo as marcas que fiz em seu corpo, mas é compreensível. Haveria muitas perguntas. Nunca pensei que ficaria satisfeito em ser o segredinho sujo de alguém.
— Precisamos conversar sobre isso, a propósito.
Volto meus olhos para Eros e levanto uma sobrancelha.
— Não sou idiota — continua. — Sei que está acontecendo alguma coisa entre vocês.
Cruzo meus braços e espero. Se ele acha que vamos ter essa conversa, está muito enganado.
— Primeiro você quis que Kate fosse sua secretária. Depois, vocês dois sumiram na festa de posse. Houve aquela ceninha que vocês dois fizeram aqui, na terça, com você bancando o superprotetor, algo que você nunca fez pois dizia não se importar com ela. Então na quarta, nenhum dos dois foi ao jantar na casa dos nossos pais, e ontem, mais uma vez, ambos ficaram sem dar notícia.
Aquilo que eu disse sobre ele não estar mais se intrometendo nas nossas vidas? Esqueça, nada mudou.
— Quando você subitamente ficou noivo, eu não lembro de ninguém dando palpite na sua vida — digo calmamente.
— Era diferente.
— Porque você é o Santo Graal?
— Eu não sou santo. Estou bem longe disso, mas Genevieve não era da família.
Reviro os olhos.
— Você fica dizendo isso como se Kathryn fosse alguma parente. Ela não é da família.
— E agradeço por isso. Eu seria amaldiçoada se compartilhasse o mesmo sangue que você. — Uma voz familiar diz atrás de mim.
Kathryn passa por mim e ocupa uma cadeira ao lado de Anthony. Seu sorriso forçado não me convence. Ela não gostou do que eu disse.
— Não dê ouvidos ao Khalil, ele é um idiota. — Anthony passa um braço ao redor dos ombros dela.
Kathryn não diz nada e o silêncio entre nós quatro parece mais alto que os gritos das crianças. Eu sei que se eu abrir minha boca, uma discussão irá começar. Por isso não digo nada. Mas apesar do silêncio não ser um problema para mim, resolvo me retirar.
Quando estou me aproximando de onde meus pais e Dean estão, vejo Lorelei sentada em um banco enquanto desenha com tinta no rosto de uma criança. Tenho noventa e nove por cento de que foi para ela que meu irmão estava olhando quando falou sobre corações partidos.
— E aí — Dean me cumprimenta com um toque de mão. Ele está usando roupas que eu ainda não tinha visto-o usando e só posso imaginar que meus pais compraram roupas para ele como fizeram com Freya.
— Como estão indo as coisas? — pergunto. Foi o primeiro dia dele passando um tempo na casa dos meus pais. Eu o deixei com eles na manhã de ontem.
— Bem. A tia Carlota tá me ensinando a cozinhar — Dean conta, orgulhoso. Fico mais tranquilo em vê-lo feliz. — Eu fiz um bolo, mas ficou solado. A tia Carlota disse que eu vou melhorar se continuar treinando.
— Vai, sim — minha mãe concorda, dando um aperto reconfortante no ombro de Dean. — Com Khalil foi assim também. Você vai aprender rapidinho.
Genevieve está se aproximando de nós com Freya, mas sua filha solta sua mão para correr quando vê seus avós.
— Vovó, vovô! Vocês demoraram!
Freya abraça cada um, que também lhe dão presentes enquanto explicam que demoraram por causa do trânsito.
Quando lhe dei o presente, Freya não demorou para abrir, mas agora ela deixa os que acabou de ganhar de lado por um momento. Sua atenção está em Dean.
— Quem é você?
— Dean Barnes. — Dean estende a mão para Freya, que aperta com afinco.
— Oi, Dean. Eu sou a Freya Prescott-Blackburn. Você quer conhecer meus cachorros? Tem sete aqui em casa.
— Sete? — meu pai, minha mãe e eu falamos ao mesmo tempo. Até ontem eram seis.
— Eros achou uma vira-lata no caminho para casa ontem — Genevieve explica.
— O nome dela é Hera! Você quer conhecer? Quer? — Os olhos de Freya estão arregalados enquanto ela pula e espera a resposta de Dean.
— Claro.
Freya continua pulando enquanto abre os presentes e depois de agradecer meus pais, ela pega a mão de Dean e o leva embora. Por existir uma diferença de idade de seis anos entre eles, eu achei que não se dariam bem tão rapidamente, mas parece que Freya achou um novo melhor amigo.
— Quem é o garoto? — Genevieve pergunta enquanto observa os dois irem até a casa de cachorro que Eros construiu.
— Um amigo da família — respondo vagamente. Tenho certeza que ela vai xeretar e descobrir tudo sem que eu precise gastar minha saliva.
Os três começam a conversar sobre a festa, algo que não estou interessado em participar, então vou para dentro. Eu estava certo sobre não querer vir. Em quinze minutos já discuti com Eros e comecei uma discussão silenciosa com Kathryn.
Mas já que estou aqui, melhor aproveitar a comida antes de ir para casa. Acho sorvete de chocolate com morango no congelador. Depois de dar uma colherada, olho em volta da cozinha e meus olhos param em uma tupperware cheia de saquinhos de uma variedade de doces Fini. Pego seis saquinhos de doces diferentes e abro tudo, jogando dentro do sorvete.
Bem melhor.
Dez minutos depois, quando meu cérebro está quase congelando de tanto sorvete, ela entra na cozinha.
Kathryn faz uma pausa quando me vê, mas se recupera. Ela me ignora ao caminhar até uma pilha de caixa que cheira a pizza. De costas para mim, tenho uma ótima visão da sua bunda, uma pena que está coberta por essa calça. Adoraria ver outra vez o belo trabalho que fiz em seu traseiro.
Ponho meu sorvete na bancada. Kathryn está a distância de um braço, então não preciso me esforçar muito quando engancho meu dedo no passador da sua calça e trago-a para mim.
Kathryn solta um suspiro de surpresa no mesmo passo que eu inspiro seu perfume. O cheiro de sexo se foi, mas ela ainda cheira deliciosamente bem.
— Me ignorar não vai fazer o que aconteceu entre nós sumir — murmuro em seu ouvido. Passo meus braços em volta dela para que não tente fugir.
— Não existe "nós". — Suas unhas ferem minha pele quando ela tenta se livrar de mim. É fofo ela pensar que um dia irá conseguir tal coisa.
Viro-a em meus braços para poder olhá-la de perto. Seus olhos me fuzilam quando seguro sua mandíbula e viro seu rosto de um lado para o outro. Está completamente limpo dos meus tapas.
— Você está usando maquiagem — acuso.
Kathryn me encara como se eu fosse estúpido.
— Claro que eu estou. O que queria que eu fizesse? Aparecesse aqui como se eu tivesse levado uma surra?
— Ah, mas você levou. — Me inclino para morder o lóbulo da sua orelha. Ela estremece em meus braços. — Você é uma putinha que gosta de ser espancada, lembra?
Não aguentando a verdade, Kathryn bate em meu peito e tenta se afastar outra vez. Seu rosto está corado. De raiva ou vergonha, não sei dizer.
Estendo minha mão e solto seu cabelo do rabo de cavalo que ela estava mantendo.
— Prefiro ele solto. — Guardo seu elástico no meu bolso para que ela não tente prender de novo. O olhar furioso em seu rosto só piora.
— Seu imbecil. Eu não estou nem aí para o que você pref…
Calo sua linda boca com a minha. A mudança nela não é nada sutil ao se derreter em meus braços. Sua boa tem gosto do gloss de melancia que ela está usando, bem diferente da tequila e morango. Não me importo. Eu devoro sua boca de qualquer forma. Disse que me viciei apenas na sua boceta, mas beijá-la também não é nada ruim.
Permito que suas mãos passeiem por meu corpo apenas porque estou ocupado demais para impedi-la, segurando seu cabelo com uma mão e agarrando sua bunda com a outra. Kathryn geme em meus lábios, ficando na ponta dos pés para ter mais da minha boca. Acho que não sou o único viciado aqui, afinal. Não importa quantos insultos e protestos essa boca teimosa dela proferir, no fim, sempre acabaremos no mesmo lugar: nos devorando como a porra de viciados que nós somos.
Em algum lugar próximo, ouço um som de espanto. Com relutância, afasto minha boca da de Kathryn para encarar a mulher congelada no lugar, nos encarando. Ela deve ser mãe ou babá de uma das crianças.
— Ah… Eu… Desculpem… Eu só queria saber onde é o banheiro… — Enquanto ela fica mais vermelha que um pimentão, Kathryn esconde seu rosto em meu peito. Acho graça e lhe dou um aperto na bunda.
— Final do corredor — informo a mulher para tirá-la logo daqui.
Ela praticamente sai correndo.
— Meu Deus — Kathryn murmura, ainda sem levantar o rosto. — Meu Deus. Não acredito que deixei você me agarrar na cozinha. Podia ter sido qualquer pessoa nos vendo agora.
— E daí?
Ela levanta o rosto. Apesar do seu olhar não ser nada feliz, me distrito com seus lábios.
— "E daí"? — Põe o dedo em meu peito. — E daí que eu não quero ser… associada a você.
— "Associada"? — Movo minha mão para sua boceta e sussurro em sua boca. — Você quer dizer que não quer que as pessoas saibam a quem essa boceta pertence?
Kathryn tenta olhar por cima do ombro, provavelmente para ver se alguém está vindo, mas aumento meu aperto em seu cabelo, lhe impedindo.
— Olhos no seu dono, Kathryn.
Suas bochechas ganham ainda mais cor.
— Pare de dizer essas coisas.
— Eu estou mentindo? Ou você já se esqueceu e precisa ser lembrada? — Mordo seu lábio, tirando um gemido rouco dela. — Talvez eu foda seu cu dessa vez, assim você não vai esquecer nunca mais.
A ideia de ter seu rabo fodido a agrada. Vejo em seus olhos e na forma como ela aperta minha mão entre suas coxas.
— Só… aqui não.
Sorrio levemente. Ela já está aprendendo.
— Venha para casa comigo quando isso acabar. — Tiro minha mão da sua boceta, causando um olhar de decepção que ela tenta esconder.
Deixo que ela olhe por cima do ombro dessa vez enquanto eu tomo um dos seus seios em minha mão. Não dei tanta atenção a eles quanto eu queria.
Kathryn volta a me encarar, seu peito se movendo um pouco mais rápido em minha palma quando sua respiração acelera. Ela está com um sutiã sem bojo, aparentemente, me permitindo segurar seu mamilo entre meus dedos mesmo através do tecido.
— Eu tenho… outras coisas para fazer essa noite.
— Que coisas? — Aumento meu aperto, não gostando da sua resposta. Kathryn ofega, encarando minha mão.
— Eu vou… Eu vou dormir na casa da Lorelei.
— Por quê?
Não muito sutilmente, sua mão que estava em meu peito acha seu caminho até minha calça. Kathryn começa a esfregar distraidamente sua mão sobre meu pau, que está duro desde que ela ficou de costas para mim e eu dei uma olhada na sua bunda.
— Coisas de garota — murmura.
Pego suas duas mãos e prendo atrás das suas costas, assustando-a.
— Você não está tentando fugir de mim, está, Kathryn? Porque já vou avisando: não vai dar certo.
— Estou começando a acreditar nisso.
Sorrio levemente.
Muito bem, Kathryn. Quanto mais rápido você aceitar, melhor a diversão ficará.
☠️
OBRIGADA PELOS 10K. AMOS VCS♥️♥️♥️
Esse Khalil é intenso, viu. Aiai
Oq acharam desse capítulo? Adorei trazer um momento dos irmãos e conciliar com o casal principal ♥️♥️. Espero que tenham gostado!
Até sexta-feira 🤭
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2bjs, môres♥
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