⁴⁵|Desde o primeiro momento
Querem capítulo DOMINGO?
Leiam as notas finais🤗✨
Contei a Dean apenas hoje de manhã que sua mãe está em uma clínica de reabilitação. Eu não queria deixá-lo ansioso ou criar expectativas que talvez não fosse alcançadas caso sua mãe desistisse. Tenho mantido contato com a clínica durante as semanas que passaram, e o Dr. Hughes me garantiu que o progresso de Renée está sendo totalmente positivo.
Então, esta manhã, fui à casa dos meus pais. Eles estão sabendo de tudo, e estão felizes com a decisão de Renée. Minha mãe até se ofereceu para levar Dean das outras vezes. Se tudo ocorrer bem hoje, conversaremos sobre isso.
— Tudo bem? — pergunto a Dean quando descemos do táxi.
Quando contei a ele sobre sua mãe, Dean foi o retrato de felicidade. Estava ansioso durante a viagem de carro, tagarelando sobre coisas que ele e sua mãe já fizeram.
Mas agora ele está silencioso. O que me preocupa um pouco.
— Sim. — Mas ele hesita, encarando as flores que compramos para Renée. — Tem certeza que ela quer me ver?
Franzo as sobrancelhas.
— Por que ela não iria querer?
Dean dá de ombros.
— Eu fugi de casa… Ela pode estar brava comigo. — Levanta seus olhos para mim. — E se ela não me amar mais?
Sinto um estranho aperto no peito. Sempre vi Dean como um garoto forte e inteligente, que foi capaz de sair de casa para buscar algo melhor. Em poucas semanas, ele se tornou parte da minha família. Todos o adotamos. Dean conquistou meus pais e meus irmãos com seu carisma, tornou-se melhor amigo de Freya e me ensinou o que é compaixão.
Mas apesar de tudo isso, eu esqueci que ele é apenas uma criança sofrendo com a dor de ter uma mãe que até pouco tempo tinha um histórico instável.
— Acredite em mim, Dean, sua mãe não te odeia — garanto a ele com sinceridade. — Ela entende porque você precisou sair de casa. Ela sabe que errou, e é por isso que ela está aqui. Por você. Algumas pessoas chamariam isso de prova de amor.
Dean pensa nas minhas palavras por um momento, depois assente, segurando o buquê com mais força. Ele está decidido agora e me dá um sorriso.
— Tudo bem. Podemos ir?
— Claro, garoto.
A clínica é um edifício tranquilo, com jardins bem cuidados e uma atmosfera acolhedora. Não passeei muito por esses jardins quando estavam aqui, mas admito que são bonitos.
Quando entramos, somos recebidos por uma recepcionista sorridente que nos cumprimenta calorosamente.
— Olá, como posso ajudá-los hoje? — ela pergunta com gentileza.
— Oi. Sou Khalil Blackburn e este é Dean Barnes. Viemos visitar a Renée Barnes — explico a mulher.
— Ah, sim! A Renée está esperando por vocês. Vou chamar a enfermeira para acompanhá-los até a sala de visitas — responde, pegando o telefone para fazer a ligação.
Poucos minutos depois, uma enfermeira vem ao nosso encontro e nos conduz até uma sala decorada com cores suaves e cheia de luz natural. Há algumas cadeiras confortáveis e uma pequena mesa no centro. Já estive aqui antes, quando estava internado aqui e meus pais e meus irmãos vinham me visitar.
— Aqui está. Ela ficará muito feliz em vê-los — a enfermeira diz, sorrindo para Dean.
Agradeço à enfermeira e entro na sala com o garoto. Renée está sentada em uma das cadeiras, um sorriso tímido iluminando seu rosto. Ela está muito melhor desde a última vez que nos vimos. Parece mais saudável e com um brilho nos olhos que não estava lá antes.
Renée levanta, olhando para Dean com os olhos cheios de lágrimas.
— Dean, meu menino — murmura, abrindo os braços para o filho.
— Mãe! — Sem esperar mais um segundo, Dean corre para os braços de Renée, que o envolve em um abraço apertado enquanto chora.
Eu fico onde estou na porta, observando a cena enquanto sou tomado por uma sensação de alívio. Não percebi que estava torcendo para Renée não ter desistido, até vê-la com ele e saber que ela não desistiu, afinal.
Durante a próxima uma hora e meia, os dois passam o tempo juntos conversando sobre os progressos de Renée e sobre as coisas divertidas que Dean tinha feito desde a última vez que se viram – isso inclui muitas receitas que fez com minha mãe e jogos que ele jogou com meu pai ou com Freya. Dean também lhe mostrou fotos. Eu pude observar como Renée ficou mais tranquila ao ver a alegria do filho e como, de fato, ele está sendo bem cuidado pela minha família.
— Posso vir te visitar mais vezes? Você vai ficar aqui por mais quanto tempo? Posso te ligar? — o garoto pergunta abraçado a mãe depois que a enfermeira veio avisar que o tempo de visita acabou.
— Claro, mas apenas quando o Sr Blackburn puder trazê-lo — Renée explica. Parece doer fisicamente nela o fato de Dean já estar indo embora.
— Trarei ele toda semana a partir de agora — garanto a ela. — E se eu não puder, meu pai ou minha mãe farão isso.
Renée sorri, dizendo um "Obrigada" sem emitir som.
— Viu? Você verá a mamãe logo, logo. Não podemos fazer ligações, no entanto, mas talvez isso seja melhor, não é? Assim, quando você vier na semana que vem, teremos mais coisas para conversar. — Ela está fazendo o jogo do contente com Dean, olhando as coisas pelo lado bom para não preocupá-lo. Eu gosto que ela faça isso.
— Faz sentido. Posso trazer meus livros pra você ler. O tio Enrico comprou vários pra mim. Você já leu Harry Potter?
— Não, mas se você gostou, tenho certeza que irei gostar também.
Dean se despede de Renée logo depois. A mulher tenta segurar as lágrimas enquanto Dean a abraça apertado.
— Obrigada por cuidar do meu filho — Renée diz para mim. Olho para Dean e dou um pequeno sorriso.
— A honra é minha.
Depois de mais alguns abraços, levo Dean embora com a promessa que voltaremos na próxima semana.
☠️
Levei Dean para tomar sorvete depois e passamos em uma biblioteca para ele comprar alguns livros para sua mãe. Quando o deixei na casa dos meus pais, ele está com um sorriso enorme e ainda falando sobre como estava com saudades de Renée.
Já está quase anoitecendo quando o táxi me deixa na frente do meu prédio. Eu quase nunca ando de táxi, mas não podia levar Dean de moto. Meu pai me daria uma palestra sobre como isso seria imprudente.
Enquanto subo os degraus para a portaria, pego meu celular para mandar mensagem para Kathryn. Não tive notícias dela hoje o dia inteiro e combinamos que ela viria para o meu apartamento para podermos ir juntos para o pub onde Anthony fará sua despedida.
Onde vc está?, mando para ela.
Nem um segundo depois, sinto pequenas mãos tapar meus olhos, fazendo-me parar. Eu reconheceria seu perfume e seu toque em qualquer lugar.
Devo estar sorrindo quando seguro seu pulso e me viro, fazendo-a abaixar as mãos. Bem na minha frente, está Kathryn com suas bochechas coradas e um sorriso que me faz perder o fôlego.
— E aí? — cumprimenta. Arqueio a sobrancelha, passando meu braço pela sua cintura e puxando-a para mim.
— "E aí"? É assim que você cumprimenta o seu namorado?
— Você adora essa palavra, não é?
— Qual palavra?
— "Namorado".
— Só quando tem "seu" na frente.
Kathryn revira os olhos, apesar de estar sorrindo, e tudo o que eu consigo pensar é que eu quero beijá-la até meus pulmões pararem de funcionar.
— Essa foi a coisa mais brega que eu já ouvi você dizer. O que está acontecendo? — Ela ri, franzindo as sobrancelhas.
— É o efeito da sua boceta, querida. Ela me faz uma pessoa melhor.
Novamente, um revirar de olhos.
— Falei cedo demais. Você continua sendo um babaca.
Encolho os ombros.
— É mais forte que eu. — Antes que ela fale, acrescento: — E eu já ouvi demais dessa sua boca atrevida.
Então eu a beijo. Seu gemido de surpresa e satisfação vai direto para o meu pau. Faz duas semanas que eu a tive e isso tem me matado. Se não fosse por Anthony, passaríamos esse final de semana inteiro apenas fodendo como coelhos.
Seus braços abraçam meu pescoço enquanto seus dedos agarram meu cabelo. Minha mão acha o caminho para sua bunda conforme eu provo do sabor de morango que tem o seu beijo. É por causa do nosso pequeno acordo sobre coisas que estamos confortáveis ou não em fazer que eu não fodo Kathryn aqui mesmo. Conheço suas fantasias e não acho que ela gostaria disso. Ainda temos algum tempo até precisarmos sair e eu com certeza farei valer a pena.
Ao nos afastarmos, começo a contar a Kathryn os planos que tenho para nós, quando ergo os olhos. Fico imóvel.
A poucos passos de nós, está Pax. Fico tão surpreso em vê-lo que não tenho uma reação imediata além de encará-lo. Faz mais de um mês que o vi, quando ele apareceu no meu apartamento, mas ainda está do mesmo jeito: olhos injetados de vermelho, pele um pouco pálida e coberta de tatuagens. Suas mãos estão dentro dos bolsos e ele parece um pouco deslocado e talvez arrependido.
Quando Kathryn se afasta para ver o que chamou minha atenção, é que eu percebo a situação em que estamos. Eu, com Kathryn em meus braços, e ele, Pax, observando a cena com o semblante de dor. Parece o roteiro de um filme ruim.
— Ei. — Pax força um sorriso ao dar um passo à frente.
A mudança de Kathryn é sutil, mas eu percebo o enrijecimento em seu corpo. Ela sabe quem é Pax.
— Oi — empurro a palavra para fora.
Eu conto cinco batidas do meu coração em que nenhum de nós fala nada. Até Pax pigarrear, mudando o peso de um pé para o outro.
— Podemos conversar? — pergunta o que eu estava temendo ouvir. Dizer não a ele significa que ficarei pensando nisso por dias e provavelmente farei uma besteira depois, como ligar para ele para saber se está tudo bem. Dizer sim significa que estou deixando Kathryn de lado.
Quando demoro para responder, Kathryn vira para mim de novo. Ela tem um sorriso tranquilizador no rosto, mas não me sinto nenhum pouco tranquilo.
— Talvez seja melhor se for na frente para o pub — sugere, tentando se afastar de mim. Eu mantenho meu braço firme ao seu redor.
— Não. — Posso jurar que os dois ficam surpresos. Porra, eu odeio isso. — Me espere no apartamento, sim? Não irei demorar.
Ela está hesitante, mas tiro minhas chaves do meu bolso e lhe entrego. Eu sei que ela tem uma cópia, mas lhe dou a minha mesmo assim.
— Tudo bem — diz, então. Eu observo seu rosto por um momento para saber se está mesmo tudo bem. Ela não parece chateada. Espero estar certo sobre isso.
— Ok. — Lhe dou um beijo rápido. — Estou logo atrás de você. — Sinto a necessidade de reforçar.
Kathryn assente, então eu a deixo ir. Eu a observo entrar no prédio e só depois viro-me para Pax, que já está olhando para mim.
— Vamos caminhar. — Não espero uma resposta, passando por ele.
Alguns segundos depois, sinto sua presença ao meu lado. Observo-o pelo canto olho, buscando algo no seu semblante que revele o que ele está fazendo aqui, mas não encontro nenhuma pista.
Eu espero, então. Por quase cinco minutos inteiros, caminhamos pela calçada, sem rumo, enquanto a cidade se movimenta ao nosso redor.
Até que finalmente Pax quebra o silêncio.
— Você finalmente conseguiu o que sempre quis.
Viro o rosto para encará-lo.
— Kate — explica. — É esse o nome dela, não é? A garota por quem você era obcecado.
Reprimo um suspiro. O motivo de Pax saber sobre meu interesse em Kathryn é porque eu costumava falar quando estava bêbado ou sob influência de drogas. Nós não vamos ter essa conversa. Eu sei que ele não veio aqui para falar dela, então não lhe darei nada para continuar.
— Como está Bree? — pergunto, então. Faz muito tempo que não a vejo e todas as notícias que tenho tido sobre ela foram através da sua conta no Instagram.
— Você a ama? — pressiona.
— Pax… — Paro de andar, obrigando-o a fazer o mesmo.
— Vamos. Apenas "sim" ou "não". — Eu não sou enganado pelo seu sorriso. Também não respondo a sua pergunta. Mas ele não precisa me ouvir dizer quando está me encarando tão de perto que pode ler a resposta em meus olhos. — Certo, certo.
Ele solta uma risada, mas não sei o que significa.
— Vocês formam um belo casal, sabe. — Pax tira um maço de cigarros do bolso e me entrega um. Eu aceito e também deixo que ele acenda para mim.
— O que você veio fazer aqui? — faço a pergunta soar impessoal enquanto nos encostamos na parede de um prédio para liberar a passagem das pessoas pela calçada.
— Apenas visitando um velho amigo. — Da de ombros. Eu não acredito, mas não digo nada.
Por alguns minutos, nós apenas fumamos em silêncio. É quase como nos velhos tempos. Mas consigo sentir a parede entre nós dois. E para ser sincero, não tenho vontade de quebrar essa parede. Porém, por todos os anos que passamos juntos, não consigo me afastar imediatamente.
— Estou indo embora — diz de repente. Encaro seu perfil, mas ele está olhando para o céu.
— Você e Bree vão viajar? — Não seria a primeira vez.
Mas Pax balança a cabeça.
— Não. Nós terminamos. Para valer dessa vez.
— Por quê? — Estou surpreso com isso. Eles estão juntos desde que se conheceram, mantendo um relacionamento não convencional, mas que dava certo para eles.
— Não é o mesmo sem você.
— O quê? Sempre foram vocês dois. Vocês eram um casal. Eu era só… Alguém que participava de vez em quando
— Não. Sempre foi você. — Me encara. Dor e mágoa brilham em seu olhar. — Você era o que nos unia. Então você foi embora e tudo ficou… frio.
— Pax… — Porra, por que ouvi-lo dizer isso dói tanto?
— Está tudo bem. Nós entendemos. — Um sorriso triste surge em seus lábios. — Não vim aqui para te culpar de nada ou fazer você se sentir mal. Na verdade, vim pedir para você ir comigo. Mas acho que não vai rolar, não é? — Mesmo quando faz a última pergunta, seus olhos ainda têm um pouco de esperança.
Engulo em seco para tentar me livrar do nó na minha garganta.
— Não. Não vai.
Pax anue, jogando o cigarro no chão e pisando nele. Ele demora para levantar a cabeça de novo, e quando faz, seus olhos estão carregados de emoção.
— Então… um beijo de despedida? — Ao notar meu olhar, ele ri. O som é mais sincero dessa vez. — Estou brincando. Pode ser um abraço. Pelos velhos tempos.
Eu não sou uma pessoa de abraços, mas como será a última vez que nos veremos em muito tempo, eu cedo. Seus braços me envolvem quando ele percebe que não irei reclamar. Pax me abraça apertado, mas o motivo dos meus pulmões pararem de funcionar não tem a ver com sua força.
— Você também pode sair — sussurro, agarrando sua camisa com força. — Você pode procurar ajuda, Pax.
Ao se afastar, ele segura meu rosto entre suas mãos. Seus olhos estão marejados quando ele dá aquele sorriso triste.
— Eu te amo — diz.
Tento retribuir as palavras, mas aquele nó na minha garganta me impede de dizer qualquer coisa. Então eu apenas observo ele dá um passo para trás, então outro e mais outro. Até se virar e ir embora, me deixando aqui enraizado no lugar.
☠️
Perdi a noção de quanto tempo fiquei parado na calçada, congelado. Só depois que uma mulher esbarrou em mim, é que eu voltei a realidade.
E também para o meu apartamento.
A porta estava destrancada quando entrei e depois de adentrar um pouco mais o lugar, encontro Kathryn na minha cama. Ela está deitada, seus cabelos espalhados pela colcha da cama da mesma cor que os seus fios escuros, enquanto mexe no celular.
É provavelmente a primeira vez que ela vem aqui desde do seu incidente há duas semanas. Eu sinto um alívio inexplicável ao vê-la aqui. Sempre preferi meu próprio espaço, mas gosto de tê-la invadindo meu mundo com o furacão que ela é, tomando cada pedaço meu até que eu seja completamente dela.
Tiro minhas botas e minha jaqueta, chamando sua atenção. Kathryn se apoia nos cotovelos e não fala nada por um momento enquanto me estuda.
— Tudo bem? — questiona então.
Não respondo, indo me deitar ao seu lado. Eu puxo seu corpo para mim, e respiro seu cheiro. Estar com ela nos meus braços faz a tensão em meu corpo se dissolver aos poucos.
Mas de repente, Kathryn fica rígida. Ela não fala nada, mas eu sinto.
— Nós nos abraçamos — explico. Eu sei que ela está sentindo o cheiro de outro perfume nas minhas roupas. O perfume de Pax. — Ele veio se despedir porque está indo embora da cidade.
— Você não precisa se explicar. Confio em você.
Levando a mão ao seu queixo, ergo seu rosto para poder encará-la. Ela está falando sério. Não sei o que fiz para merecer sua confiança, mas me sinto orgulhoso e honrado com isso.
— Obrigado. — Beijo seus lábios.
— Quer conversar sobre… tudo isso? — Suas palavras são cuidadosas. Penso nisso por um momento, mas balanço a cabeça. Eu não quero estragar nossa noite despejando meus pensamentos em cima dela.
— Está tudo bem. — Kathryn sabe que não estou sendo cem por cento sincero, mas não insiste no assunto já que não quero falar.
— Ok. Agora vá tomar banho. Não quero me atrasar.
— Venha comigo.
Ela arqueia a sobrancelha para mim e depois faz um sinal com a mão apontando para seu corpo no vestido vermelho sangue que está usando e a jaqueta de couro que cobre seus braços e ombros.
— Eu já estou pronta.
— Por favor? — É uma surpresa que eu esteja implorando, eu sei. Geralmente tomo tudo o que quero, mas hoje… Hoje eu não quero que seja desse jeito.
Felizmente, essas duas palavras são suficientes para comover Kathryn, pois ela suspira e murmura algo sobre ter demorado horas para fazer o cabelo e a maquiagem apenas para ter que tirar tudo pouco tempo depois.
Após nos despirmos, eu a pego no colo e a carrego para o banheiro, calando seus resmungos com um beijo.
— Como está se sentindo? — pergunto ao ligar o chuveiro. Ela não está mais usando o curativo, então é visível os pontos do lado esquerdo do seu abdômen.
— Só dói um pouquinho agora. — Enquanto me esfrego com a bucha, ela fica nas pontas dos pés para enxaguar meu cabelo com shampoo. — Está mesmo tudo bem para você ir ao pub hoje?
Anthony me fez essa pergunta pelo menos três vezes. Não posso culpá-los por estarem preocupados, no entanto. É a primeira vez que estarei em um bar por mais do que alguns minutos. Mas estou vendo isso como um desafio para mim mesmo, de que não vou jogar minha dignidade no fundo de uma garrafa de novo.
— Sim. Não precisa se preocupar.
Kathryn faz um "Humm", encontrando meu olhar. Ainda me encarando, ela beija meu peito, bem acima do meu coração. Depois, sua boca desce um pouco mais e ela passa a língua sobre meu mamilo. Desse jeito, bem lentamente, Kathryn faz uma trilha de beijo até estar ajoelhada à minha frente, cara a cara com o meu pau, que havia começado a acordar com seus beijos e agora está totalmente duro.
Sem quebrar o contato visual, ela o leva à sua boca, dando uma lenta chupada na cabeça. Eu fecho os olhos, levando uma mão aos seus cabelos enquanto uso a outra para me apoiar na parede. Um arrepio corre pela minha espinha, apenas o início do meu prazer conforme sua língua rodeia meu pau. Quando ela me coloca quase completamente em sua boca e começa a me chupar pra valer, torno a abrir os olhos.
O olhar safado dela aquece minha pele. Porra, adoro quando ela me olha assim está me chupando tão forte que eu não ficaria surpreso se eu visse Jesus, porque essa mulher é capaz de me levar ao paraíso em poucos segundos.
E para que eu não dure mais do que poucos segundos, preciso puxá-la para cima.
— Adoro gozar na sua boca, Kit Kat, mas hoje eu vou gozar dentro de você. — Esse é o único aviso que dou a ela antes de virá-la e pressionar seu corpo no vidro do box.
Uso meu pé para separar os seus, puxando-a um pouco para trás, para que eu possa curvá-la. Ver sua bunda empinada para mim desse jeito desperta um rugido dentro do meu peito. Eu lhe dou um tapa. Kathryn responde com um gemido, empinando ainda mais para mim. Essa é a minha putinha.
Sem aviso, eu empurro para dentro dela. A sensação instantânea de ter o meu pau sendo engolido pela sua boceta é tão boa que fraqueja meus joelhos.
— Porra — respiro, segurando firmemente seus quadris. — Filha da puta gostosa do caralho.
Kathryn ri, mas logo está gemendo quando saio e bato dentro dela de novo. Ela arqueia as costas, inclinando a cabeça para trás. Eu não perco tempo, agarrando seu seio enquanto acelero meu ritmo. Mordisco sua orelha e lambo a gotas de água em seu pescoço até seu ombro, onde deixo minha marca ao afundar meus dentes em sua pele.
— Adoro o seu gosto — sussurro, deslizando suavemente minha mão pela sua frente até chegar onde eu quero. Ao primeiro toque dos meus em seus clítoris, ela está gemendo mais alto.
O prazer está crescendo tão forte dentro de mim que sinto como se estivesse me rasgando, quente, rápido e descontrolado. Como me sinto. É sempre algo novo estar com ela. Quando imaginava isso, não achava que seria tão bom. Mas é, e eu estou viciado. Me viciei no seu gosto, nos seus sons, na porra da sua boca esperta. Mas não existe cura para esse vício, e mesmo se existisse, eu não me curaria, porque eu amo ser viciado nessa mulher.
Quando Kathryn goza com meu nome em seus lábios, eu quase vou com ela. Mas eu tenho uma ideia melhor. Um desejo, na verdade. Eu só a tive por cima uma vez e por algum motivo inexplicável, quero tê-la desse jeito agora.
Meu pau dói de frustração quando saio de dentro dela para desligar o chuveiro. Ao me voltar para Kathryn, um olhar confuso toma seu rosto que eu tiro de lá ao agarrar sua bunda e impulsionar seu corpo para cima. Ela entende a dica, entrelaçando suas pernas à minha volta enquanto saímos do box.
Sua boca está na minha antes de chegarmos à cama. Eu me perco nesse beijo, acariciando suas costas, sentindo-a. É tão bom simplesmente senti-la.
Subo na cama e me deito no meio dela com Kathryn em meu colo. Ela percebe o que eu quero. Como eu a quero.
Com uma mão em meu peito para servir de apoio, ela usa a outra para me guiar para dentro dela outra vez. Nossos gemidos ecoam pelo quarto quando ela começa a afundar em meu colo, meu pau desaparecendo em sua boceta.
— Foda-se — resmungo, sentindo minhas bolas apertarem. — Você foi pra mim, porra. Veja como nos encaixamos tão bem.
Kathryn morde seu sorriso, apoiando ambas as mãos em meu peito quando começa a me foder. Ela parece tão bem, perseguindo seu próprio prazer, rebolando em meu pau como se fosse uma dança, e eu assisto hipnotizado enquanto ela acaba comigo. Um dia desses, ela ainda irá me matar. Mas que se foda, eu morrerei feliz porque meu último ato terá sido ir do céu ao inferno com ela.
Eu agarro seus quadris, sentindo meu coração bater acelerado. Suor se mistura com água do banho, encharcando os lençóis conforme me impulso para dentro dela. Meus músculos e minha bunda tensionam com os impulsos. A necessidade assume o controle, querendo mais, mais e mais. Eu quero tudo.
Kathryn joga a cabeça para trás, gemendo, tão linda que dói olhar para ela. Mas não desvio o olhar. Eu não posso. Me devasta o quanto ela é sexy e em como eu a quero cada dia mais. Nunca foi assim com ninguém. Eu quero seu corpo, seus pensamentos, seu coração. Sei que não sou bom o suficiente, que não a mereço, mas eu sou egoísta demais para não me importar. Para querer mais. E para dar o que ela quiser também. Mesmo que ela já tenha tudo o que poderia ter de mim e apenas não sabe ainda.
— Khalil… Porra, é tão bom… — murmura, se corroendo de necessidade como eu. Quando direciona aquele olhar ardente e escuro para mim, eu quase falo. Eu quase digo as palavras que estão coçando para sair da minha garganta.
Em vez disso, agarro sua nuca e puxo seu rosto para baixo para que eu possa devorar sua boca. Ela geme, todo seu corpo tenso e pronto. Eu encontro seu clítoris e lhe ajudo a chegar lá. Kathryn apoia a testa na minha, nossas respirações se misturam enquanto encaramos um ao outro.
Ela está em cima de mim, ao meu redor e na minha alma. Eu mergulho no seu prazer, porque vê-la perdida nisso é minha própria satisfação. Meu coração dói, e eu poderia me preocupar em estar tendo um infarto, mas não é isso. É ela. Kathryn. Olhar para ela é doloroso assim. Me tira o ar e trava minha garganta. Mas talvez seja melhor assim, eu não sei se seria capaz de me controlar uma vez que começasse a despejar meus sentimentos.
— Eu sou sua — ela diz, suas palavras quase sendo engolidas pelo som dos nossos corpos se encontrando. — Sua, Khalil. — Seu corpo estremece quando o orgasmo a alcança, mas mesmo assim ela não desvia o olhar. — Você é meu?
Santo Deus, ela não consegue ver?
Mas não consigo responder a tempo. Meu próprio orgasmo me arrebata, tirando um grunhido selvagem da minha garganta.
Depois de mais algumas estocadas e cada gota da minha porra ter sido derramada dentro dela, me acalmo o suficiente para olhar para ela.
Eu afasto seu cabelo do rosto e passo o polegar sobre seus lábios. Minha.
— Eu sempre fui seu, Kathryn. — Eu já estou arruinado, então não vejo mal algum em confessar a verdade. — Desde o primeiro momento.
☠️
Você sabe que está ferrada quando taca o foda-se para o seu cabelo escovado e aceita tomar banho com o cara com quem você está saindo.
Pois é, eu perdi completamente o juízo.
Felizmente, eu levei uma mochila com todas as coisas que eu poderia precisar no apartamento de Khalil porque passarei a noite lá. Então, depois de uma hora de atraso porque precisei secar meu cabelo e deixá-lo minimamente aceitável, além de fazer uma maquiagem rápida, chegamos ao pub. Verdadeiramente apreciei o quanto a moto de Khalil é rápida, apesar do leve medo que sempre sinto. Não me julguem, ok? Eu tenho um homem um pouco maluco, como já foi provado até aqui.
Khalil segura minha mão sem cerimônia enquanto entramos no estabelecimento. Borboletas batem vôo em meu estômago. É a primeira vez que seremos vistos em público oficialmente como um – nem acredito que vou dizer isso – casal.
Nossa família está em um canto mais afastado, mas com todo o barulho que vem de lá, é fácil encontrá-los.
— Porra, finalmente! — Anthony exclama, sendo o primeiro a ver a gente. Ele não parece surpreso com todo o lance das mãos dadas. Mas, novamente, não é como se Khalil e eu tivéssemos sido muito discretos sobre nós.
— Eu sei, eu sei, é difícil se divertir quando não estou por perto, não é? — brinco, indo de encontro ao seu abraço.
— Droga, garota, eu senti sua falta — resmunga, me abraçando mais apertado. Ao nosso redor, ouço os outros cumprimentando Khalil.
— Eu sei que sim. — Dou risada para cobrir minha culpa. — Também senti a sua.
Como ele é tão alto quanto os irmãos, quando nos afastamos seu corpo bloqueia minha visão dos outros. Logo eu percebo que é exatamente o que ele queria quando abaixa a voz para que apenas eu o ouça.
— Então ele encheu tanto seu saco que você aceitou namorar o idiota?
Como ele poderia não ser o meu preferido?
— Quem você está chamando de idiota? — Nós dois nos assustamos com a voz de Khalil. Ele está parado bem atrás de Anthony agora.
— Meu irmão mais velho. Você o viu por aí?
— Vai se foder. — Gentil como sempre, Khalil empurra Anthony.
— Olha a boca. — Vem a voz de Enrico, fazendo-me rir.
Perco o resto da interação entre eles porque de repente um corpo feminino está se jogando contra o meu.
— Senti tanto a sua falta. Amo Eros, mas é meio entediante olhar pra cara dele vinte e quatro horas por dia — minha ruiva preferida diz, quase me sufocando em um abraço. Ela e Eros voltaram ontem da lua de mel.
— Eu não me lembro de ouvir você reclamando, amor — a voz rouca do seu marido nos alcança.
Nós rimos enquanto eu retribuo o abraço de Genevieve. Também senti falta dela. De todos eles.
Por pelo menos cinco minutos, sou passada de um abraço para o outro. Eu acho que nunca fiquei tanto tempo sem vê-los. No entanto, conforme percebo como todos estavam preocupados comigo e dizendo que sentiram minha falta, percebo mais uma vez como sou grata por ter essa família que me foi dada pelo destino.
— Como está a sua amiga? — Carlota pergunta quando todos nos acomodados em volta da mesa. Eu ainda estou surpresa por ver tanto ela quanto Enrico em um pub. Eles sempre foram tão refinados, preferindo ópera a o caos de um bar em plena noite de sábado.
— Bem. A família está lhe dando apoio — a mentira desliza facilmente pela minha língua.
— A família é o maior apoio que podemos ter. Seja aquela onde nascemos ou a que escolhemos. — Carlota sorri, como se soubesse exatamente o que venho passando.
— Eu concordo plenamente.
Como Anthony me prometeu, não demora muito para ele começar a pedir várias doses de tequila para ficarmos bêbados. Eu tenho um pouco de culpa em mim por estar ingerindo álcool perto de Khalil, assim como tenho certeza que os outros compartilham do meu sentimento. Mas como eu, eles também sabem que Khalil não estaria aqui se não quisesse. E para falar a verdade, eu estou orgulhosa dele.
Depois de quatro shots de tequila, Enrico já está puxando Carlota para dançar música eletrônica. Eu definitivamente os amo. Eles não se importam com os olhares estranhos que as pessoas – todos mais jovens – lhes dão. Também tenho certeza que eles não conhecem a música que está tocando, mas isso pouco importa para eles, porque estão mais ocupados se divertindo.
Eros e Genevieve não ficam muito atrás. Achei que eu era um perigo quando bêbada, mas Genevieve quase subiu em cima da mesa antes de Eros impedi-la. Graças a Deus que Freya e Dean estão com a mãe de Genevieve, ou a garota veria a versão mais maluca da mãe.
Eu também não me safei. Mas Anthony foi mais ousado que eles. Ele me arrastou para a droga do palco e agora estamos prestes a cantar no karaokê.
Eu dei adeus a minha dignidade quando pisei aqui em cima, então quando um garçom me entrega um o microfone e a melodia de "Can't take my eyes off you" começa a tocar, eu desenrolo minha língua e deixo a letra fluir.
— You're just too good to be true — Anthony e eu começamos, nos divertindo tanto que nem ligamos se nossas vozes estão desafinadas ou não. — Can't take my eyes off of you
You'd be like Heaven to touch
I wanna hold you so much
At long last, love has arrived
And I thank God I'm alive
You're just too good to be true
Can't take my eyes off of you
Pardon the way that I stare
There's nothin' else to compare
The sight of you leaves me weak
There are no words left to speak
But if you feel like I feel
Please let me know that it's real
You're just too good to be true
Can't take my eyes off of you
Alguma coisa me atrai. Eu sei o que é. Deslizando meus olhos pelo bar, encontro seu olhar esmeralda. Eu quase fico sem ar ao cantar o resto da música, com medo que ele possa ver a verdade por trás dela.
— I love you, baby
And if it's quite alright
I need you, baby
To warm the lonely night
I love you, baby
Trust in me when I say
Oh, pretty baby
Don't bring me down, I pray
Oh, pretty baby
Now that I've found you, stay
And let me love you, baby
Let me love you
You're just too good to be true
Can't take my eyes off of you
You'd be like Heaven to touch
I wanna hold you so much
At long last, love has arrived
And I thank God I'm alive
You're just too good to be true
Can't take my eyes off you
I love you, baby
And if it's quite alright
I need you, baby
To warm the lonely night
I love you, baby
Trust in me when I say
Oh, pretty baby
Don't bring me down, I pray
Oh, pretty baby
Now that I've found you, stay
Oh, pretty baby
Trust in me when I say
Oh, pretty baby
A música acaba e nossas vozes são substituídas por gritos e aplausos, mas eu ainda estou olhando para ele.
Sempre fui seu, Kathryn. Suas palavras ecoam na minha cabeça. Acontece que sou dele também.
E eu acabei de dizer isso ao mundo inteiro.
☠️
— Já estou com saudades — choramingo enquanto abraço meu melhor amigo. Eu não estou chorando exatamente porque sou uma cadela sem coração as vezes e não consigo reproduzir lágrimas, mas por dentro estou em prantos.
— Vai ser apenas por cinco meses. Você nem vai sentir minha falta tanto assim. Ainda mais com outro Blackburn no seu pé. — Anthony está me consolando, passando a mão pelo meu cabelo. Eu estou um pouco bêbada, então não me incomodo por estar parecendo grudenta.
— Mas você é o meu preferido.
— Eu sei, mas fale mais baixo, sim? Khalil é muito ciumento.
Dou risada. Ele não faz ideia.
— Espero que você encontre o que está procurando — digo a ele ao nos afastarmos. — Você merece o mundo.
— Você está tão bêbada. — Ele ri, mas seu bom humor não consegue esconder as lágrimas naqueles olhos castanhos. — Não faça nenhuma merda até eu voltar.
Bufo.
— Estou transando com seu irmão. Essa é a maior merda que eu poderia fazer. Relaxe.
Anthony sorri, sabendo que estou falando merda, porque é o que fazemos. Sim, penso, definitivamente irei sentir sua falta.
Todos já se despediram de Anthony e foram embora, restando apenas nós três. Khalil havia ido pagar a conta enquanto esperávamos aqui fora, mas quando volta, também se despede do irmão mais novo. Acho que de todo mundo, ele foi o que mais aceitou numa boa a decisão de Anthony. Carlota estava enxugando os olhos quando foi embora com Enrico, que estava segurando a emoção. Eros permaneceu com aquele jeito de irmão mais velho que ele tem, mas também estava claro como dói para ele dar adeus ao seu irmão, mesmo que por alguns meses. Genevieve foi mais alto astral, mas eu vi uma lágrima escapar. Apesar de estarmos felizes por Anthony estar trilhando seu próprio caminho, é impossível para nós não ficarmos tristes também.
Os irmãos se abraçam e eu dou espaço para eles, não ouvindo o que Khalil diz a Anthony. O último assente e quando se afastam, há mais lágrimas nos olhos dele.
Eu lhe dou mais um abraço rápido quando seu táxi chega. Depois, Khalil e eu observamos ele ir. Como Anthony não quer ninguém no aeroporto amanhã, essa é a última vez que o veremos em muitos meses.
— Ele vai voltar, não vai? — sussurro, cruzando meus braços. Seu táxi está quase desaparecendo da nossa vista.
— Vai, sim. — Khalil beija meus cabelos enquanto esfrega minhas costas. Quando o carro finalmente está fora de vista, ele me leva para sua moto.
É oficial: Anthony se foi.
A tristeza sugou o álcool. Quando chegamos no apartamento de Khalil, eu estou totalmente desperta e ciente das minhas ações.
Ver Anthony indo embora mexeu comigo. Com todos nós, é claro. Me fez pensar em como tudo está acontecendo muito rápido. Isso me dá esperanças de que a volta de Anthony não demore muito. Mas também me fez pensar em como minha relação com Khalil está evoluindo. Isso não me preocupa. Não tenho mais tanto medo de me envolver assim, mas existem outros fatores. Como os segredos. E há um em especial que eu não posso mais manter.
Sigo Khalil para a cozinha e conforme ele me serve um copo de água, respiro fundo.
Como uma covarde, espero ele estar de costas pegando alguma coisa na prateleira para começar a falar.
— Hoje à tarde, matei Victoria e Richard — conto a ele. Como se o tempo tivesse parado, Khalil fica imóvel. Aproveito que não estou vendo seu rosto, para continuar sem medo da sua expressão. — Pedi a Alex para investigar os dois e… Você não foi o único, Khalil. Eles fizeram… Eles abusaram de mais dezessete crianças ao longo dos anos. Três delas se mataram. As outras… A vida delas nunca mais foram as mesmas. — Faço uma pausa, esperando qualquer coisa, qualquer reação, mas ele não se vira. Engulo em seco e continuo. — Alex me concedeu uma equipe. Eu os orientei para espionar os Royce até eu estar pronta. Descobrimos que eles dão folga aos empregados no final de semana de cada fim de mês. Também invadimos o sistema de segurança deles para que não haja provas.
Paro porque Khalil finalmente está se virando. Ele não me olha nos olhos, no entanto. Sua atenção está na ilha da cozinha. Tudo bem.
— Eu os torturei — continuo, levantando o queixo. Não me arrependo do que fiz. — Infelizmente não tanto quanto eu gostaria. Injetei veneno de Mamba Negra em Victoria, então precisei agir rápido porque eu não queria que ela morresse por causa do veneno. — Khalil levanta os olhos. Eu não sei definir exatamente o que se passa em seu olhar. Assombro? Horror? Está impressionado? São muitas emoções misturadas. — Eles tem um canil, você sabe. Com cinco cachorros dobermans. Eu a joguei lá e fiz Richard assistir enquanto ela era devorada viva pelos cães. Depois, eu fiz parecer que ele estava drogado com metanfetamina. Então atirei na cabeça dele.
Bebo um pouco de água, orgulhosa das minhas mãos não estarem tremendo.
— Montamos a cena — explico — para parecer suicídio. A metanfetamina é para a polícia pensar que ele estava doidão, então matou a esposa e depois se matou. Enquanto vasculhavam a casa mais cedo, meu pessoal achou uma caixa… — Meu estômago realmente embrulha ao lembrar. — Uma caixa com fotos. Recordações dos crimes que cometeram. Me certifiquei de que a polícia achará essas fotos… e tirei as suas. Eu as queimei.
Espero. Por talvez um minuto inteiro. Ouço o relógio em algum lugar da casa, mas não estou realmente contando. Não, estou olhando para Khalil. Eu poderia ter escondido o que fiz. Poderia deixá-lo acreditar no que saísse nos jornais. Mas não quero segredo entre nós. Estou pronta para o novo e o horror absoluto. Ou qualquer reação negativa que ele terá. Não fui ingênua o bastante para achar que ele me aplaudiria. Pessoas ruins ou não, eu ainda os matei a sangue frio. Alguns me chamariam de monstro.
Conforme meu coração galopa em meu peito, eu percebo o quanto irá me abalar se sua reação for tão ruim quanto eu imaginei. Mas, mesmo assim, ainda não consigo me arrepender de absolutamente nada.
Quando Khalil dá a volta na ilha e para na minha frente, eu tenho certeza que ele pode ouvir as batidas do meu coração. É apenas isso que eu consigo ouvir, pelo menos, enquanto me afogo no seu olhar.
Suas mãos estão geladas quando ele segura meu rosto e apoia a testa na minha. Eu me apego a esse contato.
— Eu soube que você era perfeita para mim quando você invadiu minha vida oito anos atrás e se tornou a fonte de todos os meus desejos. — A intensidade do seu olhar me causa um arrepio, mas eu não desvio. Eu não conseguiria. — Você não veio para me salvar, Kathryn, mas para me arruinar completamente.
Ele se inclina e me beija. Quando se afasta, sussurra:
— Obrigado.
☠️
Segunda-feira o telefone na minha mesa começa a tocar. É meu primeiro dia voltando ao trabalho. Tudo estaria perfeito, mas não está. Khalil não apareceu. Ele sempre chega antes de mim, mas hoje ele está três horas atrasado. Eu já estava ajeitando minhas coisas para ir ao seu apartamento – ele não atende minhas ligações – quando o telefone começou a tocar.
Tenho um mal pressentimento, mas não hesito em atender.
— Presidência da Blackburn Empire, quem deseja?
— Kate?
Franzo as sobrancelhas. Não reconheço essa voz.
— Quem é?
— É Bree Abernathy. Sou amiga do Khalil.
— Ok…
— Você está com ele? Ele virá para o enterro?
— Enterro?
— Sim…
— Do que você está falando?
— O Pax. Ele foi encontrado morto na noite passada.
Caio na cadeira, fechando meus olhos.
Puta. Que. Pariu.
☠️
Foi aqui que pediram um capítulo com uma turbulência de emoções??????
Gente, eu amo esse capítulo. Amo como a Kate e o Khalil estão tão conectados! E espero que vcs estejam amando também. Obrigada a todas as mensagens de carinho que tenho recebido no Instagram. Vocês são luz 😭✨♥️.
Vamo fazer uma meta aqui? 100 VOTOS E EU POSTO CAPÍTULO DOMINGO!
Dps n digam que n sou legal... 🤭🤭.
Até💋
Votem
Comentem
Compartilhem
E me sigam aqui e no Instagram
Meu perfil: autora.stella
2bjs, môres♥
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top