015

~ Casados ~

—— Onde estavam? Fiz comida...

Jeong Gu-won estava casado, com sua segunda esposa, faziam poucas horas, mas o demônio em questão já estava esgotado.

Ele havia passado um bom tempo procurando Kiki pelo casamento, preocupado que tivessem levado ela dele, antes de receber uma mensagem da guardiã dizendo que estava com Ga-young, que estava quebrando todo o camarim.

Também havia chegado a sua nova moradia, onde ele também obrigaria Kiki a morar, e usado os poderes para organizar todo o espaço, antes de ser arrastado para uma nova missão, de encontrar uma roupa em uma caixa de doações.

Ele cerrou os olhos para a primeira esposa, que estava na cozinha de Do-hee, com uma boa refeição servida a mesa, ela parecia normal, se não estivesse usando pijama de dormir, azul, cor da mente pensante.

—— Eu não sei como sabe minha senha —— brincou a humana, jogando a blusa no sofá animada —— mas como adivinhou que eu queria comida caseira?

Kiki riu.

Gu-won notou como o riso era falso, por mais que realmente estivesse tentando ser gentil com Do-hee. Ele se sentou a mesa, comendo com as duas em silêncio, enquanto ambas comentavam sobre vestido de noiva e decoração do local.

—— Onde esteve que não estava no final?

O demônio acenou para a pergunta, engolindo o macarrão com alegria, a boca cheia e os olhos atentos na primeira esposa.

—— Boa pergunta.

—— Eca! Seu nojento.

—— Não fale de boca cheia! —— brigou a Ki, jogando um pano de prato no rosto dele, antes de se virar para a humana, com outro sorriso mentiroso —— estive cuidando de uma amiga, que estava se sentindo mal.

Gu-won grudou no pulso de Do-hee, usando seus poderes para conversar mentalmente.

"Mentirosa."

Si-young riu quando a humana bateu na mão dele, chateada pelo movimento inesperado.

"Conversamos depois. Eu juro."

O demônio acenou, ansioso para finalmente descobrir o que afligia a Ki a dias.

Um dos quartos era deles, isso porque a humana não se importava com o que faziam ou deixavam de fazer, palavras dela. E o demônio não queria que Si-young estivesse longe dele, nem mesmo um único andar, e não estava disposto a discutir aquele detalhe.

Os dois entraram no quarto após o banho dele, e um chá calmante que a guardiã fez com a humana.

A Ki se sentou na cama deles, engolindo o nervosismo e puxando coragem de ser sincera com o marido. Gu-won se senta ao seu lado, colocando uma mão sobre a dela com o máximo de carinho que conseguia, ou seja, de forma desajeitada.

Kiki soltou um risinho, e entrelaçou os dedos aos dele. O contato aquecendo seu coração e a fazendo soltar um pequeno suspiro.

—— O que está acontecendo, Kiki?

A mulher decidiu soltar de uma vez, como quando uma criança puxa o curativo.

—— Minha chefe, pediu pelo cancelamento do nosso casamento.

Gu-won ficou em silêncio por um momento, processando a informação. Sabia que tinha algo haver com a BlackTurion e sua aparição repentina. Seu olhar ficou sério, e ele não pôde conter a frustração.

Soltando a mão dela para baguncar os cabelos com raiva, os olhos se enchendo de algo parecido com tristeza.

—— Por que você não me contou isso antes?

—— Eu não queria te preocupar —— Kiki disse, a voz embargada, brincando com o cantinho de suas unhas, arrancando a pelinha. —— Eu... eu estava tentando lidar com isso sozinha, você já tinha tantos problemas, com a falta de poderes e a Do-hee, não sabia o que fazer... desculpa.

O demônio andou alguns passos pelo espaço, antes de se aproximar da esposa novamente, Gu-won segurou o rosto dela com ambas as mãos, olhando profundamente em seus olhos.

—— Kiki, somos um time. Você não precisa enfrentar isso sozinha. —— Ele fez uma pausa, a voz suavizando. —— Você cogitou isso mesmo? Cancelar o nosso casamento?

As perguntas fizeram a mulher chorar acenando brevemente, Gu-won ofegou, sentindo uma dor estranha de instalar em seu peito.

—— Eu nunca quis de verdade —— cogitou, um pequeno soluço saindonde seus lábios, ele a encarou com os olhos vermelhos, esperando pela continuação.—— Mas eu... eu estava com medo. Achei que seria mais fácil sem te dar mais problemas.

Gu-won a puxou para um abraço apertado, sentindo o desespero dela. Uma sensação de angústia com a ideia de perder sua pessoa, depois de tanto que lutaram para estar juntos.

Eles haviam casado justamente para não haver a possibilidade de tirarem aquela união eles.

Kiki era tudo o que ele tinha certeza de ter. Acima dos poderes, e da própria existência.

—— Kiki, eu te amo. —— disse, a testa franzida, enquanto se ajoelha diante dela, uma de suas mãos limpando as lágrimas dela —— Nós vamos superar isso juntos, de alguma forma. —— falou confiante, como se dissesse a si mesmo —— Vamos mostrar aos guardiões superiores que nada pode nos separar.

Ela soluçou, abraçando-o ainda mais forte. Se sentindo aliviada em contar tudo.

—— Eu te amo tanto, Gu-won. —— prometeu suave —— Eu só quero estar com você, não importa o que aconteça.

—— E você estará —— ele respondeu, determinado. —— Quando nossos poderes se recuperarem, vamos resolver tudo isso. Confie em mim.

Kiki riu, sentindo uma onda de alívio e esperança. Ela levantou o rosto e o beijou, um gesto cheio de amor e gratidão, apenas um longo selar.

—— Eu acredito em você. Sempre.

Eles ficaram ali, abraçados, sentindo o calor e a força do amor que compartilhavam. Gu-won passou os dedos pelo cabelo de Kiki, enquanto ela acariciava suas costas.

—— Nós vamos enfrentar tudo isso juntos, —— ele sussurrou. —— Nada vai nos separar.

Kiki assentiu, sentindo-se mais forte com ele ao seu lado. Sabia que, com Gu-won, poderia enfrentar qualquer desafio.

O demônio voltou a encarar a guardiã, se sentindo mal de não ter descoberto antes, e a deixar sozinha ao ponto de ser confrontada sem que ele soubesse.

O Jeong se ergueu sobre ela novamente, e segurou suavemente o rosto dela com ambas as mãos e inclinou-se para beijá-la. Seus lábios se encontraram em um beijo profundo e apaixonado, carregado de todas as emoções que haviam compartilhado.

Si-young suspirou entregue, suas mãos pousando no peito dele, o sentindo deitar seu corpo para trás, no colchão macio e novo.

Os lábios de Gu-won eram quentes e reconfortantes, transmitindo todo o amor e a promessa de proteção. Kiki sentiu uma corrente de eletricidade percorrer seu corpo enquanto se entregava ao momento, esquecendo momentaneamente todas as preocupações e medos.

Uma das mãos dele foi para debaixo da camisa do pijama dela, seus dedos acariciando sua cintura desnuda, o aperto aumentando como o barulho de beijo que preenchia o quarto.

Gu-won acordou de um pesadelo, o coração batendo acelerado e a respiração pesada. Ele olhou ao redor, tentando se situar, até sentir o peso reconfortante de Si-young dormindo em seu peito.

O demônio pareceu aliviado, por mais que pensativo com o sonho que tinha de sua vida humana.

Ele passou a mão suavemente pelos cabelos dela, sentindo a maciez e o calor de seu corpo. Kiki se mexeu levemente, acordando com a movimentação.

—— Kiki, vamos levantar —— ele sussurrou, a voz ainda rouca de sono.

—— Só mais alguns minutos —— ela resmungou, a voz sonolenta e adorável.

Gu-won riu baixinho, achando a cena encantadora. Decidindo fazer diferente do que a dias antes.

—— Tudo bem, mais alguns minutos —— ele disse, deixando-a descansar um pouco mais.

Quarenta minutos depois, Kiki estava pronta para sair em uma missão com Do-hee e Gu-won. Ela usava um macacão longo preto e óculos escuros, parecendo uma verdadeira agente secreta. Gu-won não pôde deixar de rir ao vê-la.

—— Você está incrível —— ele disse, colocando os óculos em cima da cabeça dela e deixando um beijo carinhoso em sua testa.

—— Eu sempre estou.

••• ••• •••

Um banheiro, de paredes pretas e cabines grandes, mas ainda sim, um lugar inusitado para se teletransportar com seus protegidos.

—— Tinha que ser logo aqui?

—— Ela tá certa! Nojento.

Gu-won revirou os olhos para as duas, e os três se escoraram contra uma parede, ouvindo o suspeito jogar água no rosto. O demônio entre as mulheres, que estavam agitadas de mais para seu mau humor.

Kiki sabia ser culpa da falta de cafeína, e planejava comprar um café para ele assim que saíssem daquele espaço, mas seus planos foram frustrados, quando Do-hee se mostrou mais ansiosa que ela para pegar o culpado.

Eles entraram em taxi, onde Kiki correu para o banco de trás, sem confiar em motoristas novos. Depois o seguiram por mais e mais ruas, onde ela finalmente comprou um café para o marido.

—— E o meu?

Gu-won bebeu seu café rapidamente, fazendo a Ki rir baixinho, ganhando um olhar ofendido da humana.

Logo os três estavam dentro de uma cabine de fotos no metrô, o ambiente pequeno fazendo Do-hee ficar estranhamente tímida. A guardiã passou as pernas para o colo do demônio, antes de se levantar.

Do-hee ao seu lado e Gu-won acima delas, os três de olho na figura suspeita que abria um armário vazio.

—— Seu parente é bem esquisito —— comentou a Ki, ganhando um aceno do marido —— Eu levaria para um psiquiatra...

—— Ele não é meu parente —— negou a humana —— não de verdade...

—— Ainda sim, esquisito.

Os três se assustaram quando o homem se virou, como se conseguisse sentir que era observado.

O Jeong bufou ao se sentar no pequeno banco novamente, sentindo sua primeira esposa voltar a passar as pernas por seu colo, tão irritada em ter pouco espaço quanto ele.

—— Vamos logo —— pediu fechando os olhos, e agarrando o braço dele —— Quero fazer pipocas e assistir Harry Potter...

Gu-won quase sorriu, mas seus poderes não funcionaram. Fazendo Kiki abrir os olhos novamente, dessa vez mais agitada.

Havia uma arma em sua bolsa, e ela até cogitou usar no humano para evitar serem pegos, mas Gu-won agiu antes, a puxando para se sentar em seu colo.

Kiki franziu o cenho, mas encarou Do-hee no mesmo momento, e como a humana parecia cada vez mais agitada. Sem saber bem o que fazer, a guardiã decidiu agir no impulso, agarrando o rosto da amiga e unindo suas bocas em um selinho.

Foi rápido, mas suficiente para Do-hee surtar internamente e Gu-won apertar a cintura de Si-young.

—— Isso foi divertido —— riu animada, se levantando do colo do marido. —— Vamos logo!

Gu-won não pensou duas vezes em a seguir, e Do-hee logo se uniu a eles. O trio verificou o armário brevemente, antes de tentar seguir o humano novamente, sem muito sucesso.

Ki Si-young se sentiu feliz em estar retornando ao apartamento. Desejando muito sua pipoca e filme.

Eu assim quando vocês não comentam:

Oi gente!
Como estão?

Gostaram dessa maratona? O que acharam?

Esse momento aqui é serio.
Vocês conseguem ver a Do-hee nesse relacionamento? Porque eu tô tentando, mas não tô conseguindo.

Está me parecendo, mas essa é minha visão de escritora, que a Do-hee é uma paixão deles. Mas não um amor. Não sei aaaaaaa....

Qual a opinião de vocês? Prometo considerar.

By: Liliss

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