012
~ Arte ~
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E nessa também!
Arte é para quem ama, sente, vive aquilo, e está disposto a observar, passar adiante sua paixão, por algo que faz parte da história do mundo, mesmo que subestimado.
Kiki estava sentada na primeira fila do teatro, os olhos fixos no palco. Ga-young estava à sua frente, dançando com espadas em um ensaio de uma dança tradicional coreana.
A música preenchia o espaço, cada nota pulsando no coração de Kiki. Era impossível não se deixar levar pela melodia, uma combinação perfeita de instrumentos tradicionais que contava uma história de paixão e coragem. Ga-young movia-se com uma graça quase sobrenatural, cada movimento de espada era preciso e carregado de emoção.
A menina que antes ajudou a salvar, se tornando uma mulher da arte, da paixão e da coragem de demonstrar.
Embora Kiki notasse pequenos erros aqui e ali, eles quase desapareciam diante da beleza e intensidade da apresentação. Ela estava completamente encantada, sua atenção totalmente capturada pela dança. Era como se cada passo, cada giro, fosse uma declaração de amor, uma expressão de sentimentos profundos e incontidos.
A dança, para ela, era uma analogia perfeita do amor. Havia momentos de harmonia e beleza, mas também de dificuldade e erros. Assim como a banda e a dançarina no palco, ela e Gu-won enfrentavam desafios, mas continuavam a dançar juntos, a mover-se em sintonia, apesar das adversidades.
Ok. Ela admitia ser uma comparação meio boba e até engraçada. Mas aquilo parecia unir eles de alguma maneira.
A dança era um lembrete de que o amor verdadeiro requer esforço e dedicação. Assim como na dança, onde cada movimento é cuidadosamente ensaiado e executado, o amor também precisa de cuidado e atenção. Kiki estava disposta a enfrentar qualquer desafio, a lutar por sua liberdade com a mesma paixão que via nos movimentos de Ga-young.
Quando a música chegou ao fim, Ga-young fez um último movimento dramático, suas espadas brilhando sob as luzes do palco. Kiki aplaudiu entusiasticamente, seus olhos brilhando com emoção
—— MARAVILHOSA! BRILHANTE, MAGNÍFICA! —— continuou batendo palmas, um sorriso enorme em seu rosto, olhando brevemente para o senhor Park e Gu-won, que permanecia silencioso —— Você é impecável garota!
Afinal, o amor, assim como a dança, é uma arte que requer paixão, coragem e, acima de tudo, um coração disposto a se entregar completamente.
—— Linda —— elogiou de pé, ganhando um sorriso da humana.
Kiki se virou para Gu-won quando Ga-young solicitou sua opinião, a guardiã ganhou a atenção do marido, e sorriu para ele estranho, os olhos indicando a dançarina, como se mandasse ele dizer algo bom.
—— Foi muito bom —— obedeceu, olhando para a humana no palco, ganhando um aceno da esposa.
—— Eu errei um monte de passos, e até saí do ritmo.
—— Ninguém notou —— abanou a Ki, voltando a sorrir para a outra mulher —— foi tão incrível, eu poderia ver suas apresentações todos os dias.
Ga-young escondeu suas bochechas, ganhando um risinho da guardiã, e fazendo Gu-won bufar. Na cabeça dele, era melhor empurrar a dançarina para longe, de que ver ela ganhar atenção de Si-young.
—— É só não perder o ritmo agora. Satisfeita? —— indagou sério, os olhos entre as duas mulheres que perdiam seus sorrisos, ele se levantou já saindo —— Eu vou indo...
Haviam coisas difícil de serem tiradas de uma guardiã treinada, em primeiro lugar sua ligação com o protegido, depois o protegido de sua frente, em seguida, a persistência e a paciência. Eram ensinados que com calma tudo se resolvia.
Algo tinha acontecido na conversa entre seus protegidos, não precisava ser uma gênia para notar isso, até mesmo os humanos ali sabiam disso, bastava observar como o demônio estava muito mais pensativo e vazio.
Mas isso não importava para a mulher, que saiu pisando firme atrás dele, suas pernas tão rápidas que o alcançou ainda na porta do teatro.
Gu-won engoliu em seco, vendo a figura menor que ele o encarar com desgosto. Kiki não precisou dizer nada, havia tirado sua paciência, e ele sabia que nem mesmo seus poderes o ajudariam a lidar com a esposa brava.
—— Me desculpe, Ga-young —— pediu em voz alta, mesmo que mantendo os olhos na mulher a sua frente.
A dançarina riu suavemente, achando a cena engraçada e fofa. E Si-young saiu do teatro antes do demônio, que a seguiu rapidamente.
—— Tá brava comigo? —— franziu o cenho, se apressando para agarrar sua mão direita.
—— Não —— negou suavemente —— quer me contar o que aconteceu com Do-hee?
Gu-won fez uma careta. Negando com a cabeça, fazendo a guardiã rir.
—— Vamos tomar um vinho —— sugeriu, uma de suas mãos em sua cintura, a guiando para o escritório dele.
Kiki se animou.
Os primeiros raios de sol espreitavam pela janela, anunciando o começo de mais um dia. Gu-won e Kiki estavam enroscados um no outro, seus rostos amassados pelo sono, ainda presos na névoa de sonhos. A mulher dormia com a cabeça no peito dele, que por sua vez, a segurava firme com os braços, como se a impedisse de afastar seu corpo.
O alarme tocou, um som estridente que quebrou o silêncio suave do quarto, e os dois se soltaram do abraço apertado em que dormiam, mantendo os corpos próximos, o calor emanando de ambos.
Kiki abriu os olhos lentamente, ainda meio desorientada. Uma de suas mãos cobrindo os olhos, soltando um choramingo.
—— Que barulho é esse? —— ela perguntou, sonolenta.
Gu-won, com os olhos entreabertos, alcançou o telefone para desligar o alarme. Um de seus braços envolta da esposa novamente.
——É hora de buscar a Do-hee para o trabalho —— ele respondeu com a voz rouca de sono.
Kiki gemeu, virando-se para o outro lado e cobrindo a cabeça com o travesseiro.
—— Eu não quero trabalhar hoje —— resmungou, a voz abafada pelo travesseiro.
Gu-won riu silenciosamente, vendo a cena adorável de sua esposa tentando se esconder do mundo. Se levantando da cama, mesmo que com a mesma ideia da Ki em mente.
—— Deixe de ser preguiçosa —— ele disse, puxando-a da cama. Kiki protestou, mas Gu-won a pegou no colo com facilidade, ignorando seus resmungos. —— Vamos, Kiki, o dia está apenas começando...
Ela tentou parecer indignada, mas não conseguiu esconder o sorriso que se formava em seus lábios.
—— Você não me dá um minuto de descanso, Gu-won.
—— É para o seu próprio bem —— ele retrucou, carregando-a até o banheiro, com um sorriso travesso no rosto. —— Além disso, você sabe que gosta disso, me adora.
Kiki finalmente rendeu-se, deixando-se levar pelo bom humor contagiante de Gu-won. Enquanto ele a colocava no chão, ela suspirou, ainda se ajustando à realidade do novo dia.
—— Ok, ok. —— riu, quando colocada sentada na bancada de mármore escura —— Você venceu.
—— Isso mesmo —— Gu-won disse, dando-lhe um beijo rápido na testa, seguindo para a ponta de seu nariz, até um selinho muito rápido —— Agora vamos buscar Do-hee... pode dormir quando o dia acabar...
Os dois se prepararam rapidamente, a energia da manhã substituindo a letargia inicial. Quando saíram de casa, Kiki não podia evitar um sorriso ao pensar em como as manhãs com Gu-won eram sempre uma mistura de caos e alegria.
Era uma coisa tão comum entre amigos, que agora compartilhavam de forma mais intima. Kiki se imaginou vivendo isso com frequência, pela eternidade, e lhe pareceu o melhor dos sonhos.
Ao entrar no carro, ela olhou para Gu-won, sentindo uma onda de afeto. Ele era seu parceiro, seu cúmplice, e juntos podiam enfrentar qualquer desafio que o dia lhes trouxesse.
Mesmo seu terror em estar no banco da frente, enquanto ele dirigia como um maluco pelas ruas. Afinal, a vida com Gu-won nunca era entediante, e ela adorava cada momento ao lado dele.
Kiki entrou no escritório da Mirae Alimentação com Do-hee ao seu lado e Gu-won seguindo logo atrás. O caminho até lá tinha sido tenso e silencioso, a ponto de Kiki bater os dedos nas pernas de nervoso.
Ao observar os três, notou mentalmente que estavam combinando roupas novamente, mesmo sem ter combinado nada verbalmente. Todos estavam de ternos pretos. Kiki usava um conjunto de terno com saia preta, três peças e corte clássico, com botões dourados.
Sua única cor de destaque era o batom vermelho e o ponto do colar em seu pescoço, com um rubi vermelho, presente que ganhara anos atrás de Gu-won.
Do-hee a chamou para o escritório, afastando-a de Gu-won. Kiki passou horas vendo e-mails de moda e comprando roupas online, gastando no cartão de Gu-won, é claro.
—— Me pediu em casamento, agora lide —— brincou, quando assinou mais um pedido de um vestido da Dior.
Como modelo, de alguns projetos, a mulher ganhava algumas oportunidades únicas, como as de obter peças antes de qualquer pessoa, ou ter alguma que foi usada apenas em desfile.
—— Que coisa brega —— franziu o nariz para uma blusa amarela, de corte diferente e muitos babados —— usar isso, ou é a base de ameaça ou ganhando muita grana.
Ela se perdeu nas cores, tecidos e estilos, sentindo-se um pouco mais leve com cada clique. No silêncio do escritório, ela quase podia esquecer a tensão dos últimos dias.
Estava aliviada em estar só, e não tendo que ouvir Do-hee reclamar de Gu-won, ou de qualquer coisa que tenham falado na noite anterior. A Ki, não queria saber.
Uma parte sua tinha ciúmes de mais.
De repente, uma confusão engraçada chamou sua atenção. O Senhor Park, um dos diretores da empresa, estava sendo acusado de ser um bandido. Kiki ouviu as vozes exaltadas do lado de fora e, curiosa, saiu para ver o que estava acontecendo.
—— Espera! Eu conheço ele...
A cena era hilária. O Senhor Park, um homem sempre tão sério e formal, ao menos tentava, estava tentando explicar que tudo não passava de um mal-entendido, enquanto um grupo de funcionários o cercava, prontos para prendê-lo. Kiki não conseguiu conter o riso.
A confusão no rosto dele, e a expressão de assustada da senhora Shin.
Kiki riu tanto que teve que se apoiar na parede para não cair. Gu-won apareceu, atraído pela confusão, e ao ver Kiki rindo daquele jeito, não pôde deixar de sorrir.
Eles ainda não haviam se sentado para conversar sobre tudo o que aconteceu, ou como seguiriam dali em diante, mas estavam agindo como um casal quando longe de outras pessoas, no silêncio e calmaria de seus escritórios.
Como eles desejavam, mesmo que congelado com o tempo, desde o início do relacionamento deles.
—— Senhorita Ki —— uma funcionária chamou, ganhando sua atenção imediata, a mulher acenou —— Tem uma funcionária da sua Galeria ligando, disse que é urgente.
O sorriso em seu rosto sumiu. Havia uma regra, de não ligar para a Mirae, a não ser que fosse muito importante ou urgente.
—— Eu cuido da humana —— seu marido disse imediatamente, a seguindo para o corredor da empresa rapidamente. —— Se cuida, qualquer coisa me liga, que eu vou correndo.
Si-young respirou fundo, o coração se agitando. A mulher o puxou para o elevador brevemente, seu rosto afundando no peito dele, e os braços ao redor de seu pescoço.
Gu-won demorou um segundo, mas abraçou sua cintura, deixando um beijinho em sua testa.
—— Se cuida, também.
A Galeria Ki era seu sonho. Ela havia se apaixonado pela história do Senhor Ki, um homem solitário que vivia rodeado de arte e moda, sua maior vitória estava naquelas prateleiras.
Ele a adorou, os dois passavam horas discutindo sobre os mais diversos quadros ali, dos mais tradicionais aos atuais. E ela o amou, garantindo que seu sobrenome seria reconhecido naquele meio.
Ki Si-young chegou às pressas em sua galeria de arte e moda, o coração batendo forte no peito. Aquele era seu refúgio, o lugar que tratava com todo o carinho e dedicação. Quando se aproximou, sentiu um aperto no peito ao ver o estado do local.
Ao entrar, Kiki encontrou um cenário devastador. Suas artes estavam quebradas, os quadros manchados e as prateleiras de troféus derrubadas.
Cada canto da galeria parecia ter sido atingido pela fúria de alguém que queria causar o máximo de destruição possível. Rasgos por toda parte, peças quebradas contra paredes e chão.
Ela caminhou lentamente pelo espaço, os olhos analisando cada detalhe. Era impossível não sentir uma mistura de decepção, mágoa e uma ira crescente. Quem quer que fosse a pessoa atrás de Do-hee, agora havia decidido atingir também Kiki, tentando magoar a humana através dela.
—— Não. Não...
As lágrimas começaram a escorrer pelo rosto da guardiã enquanto ela olhava para todo o trabalho sendo jogado no chão, para o espaço que havia conquistado com tanto esforço, onde artistas locais podiam ser prestigiados. Sua galeria, seu espaço, agora estava em ruínas.
Senhora Lim, uma senhora gentil e sempre presente na galeria, apareceu ao lado de Kiki, tentando amenizar sua dor.
—— Kiki, querida, eu sinto muito,—— ela disse, colocando a mão no ombro da guardiã. —— Vamos resolver isso, não se preocupe.
Kiki deixou algumas lágrimas caírem, sentindo a dor da perda. Sua visão nublando, seu peito doía.
—— Isso era tudo para mim —— ela disse, a voz trêmula —— Era meu refúgio, meu lugar seguro. Todo o trabalho, todo o amor que coloquei aqui...
Senhora Lim a abraçou, oferecendo conforto.
—— Sei o quanto isso significa para você, mas vamos superar isso juntas. —— prometeu suave, envolvendo a mulher em um abraço —— Você é forte, Kiki, e sei que encontrará um jeito de recuperar tudo.
Ela não permitiria que aquilo ficasse assim. Quem havia feito isso tinha finalmente tirado toda a paciência da Guardiã. Enxugando as lágrimas, ela prometeu a si mesma que encontraria os responsáveis e faria com que pagassem pelo que fizeram.
—— Tem razão —— tentou sorrir, sem obter sucesso, seus olhos parando nos policiais presentes ali, que gostariam de relatar tudo no processo e investigação.
Ela resolveria aquilo antes deles.
Com um último olhar ao redor da galeria devastada, Kiki respirou fundo e saiu do local. Ela sabia que havia uma batalha pela frente, mas estava pronta para enfrentar qualquer coisa para proteger aqueles que amava e para restaurar o lugar que tanto significava para ela.
A ira e a dor se transformaram em uma força renovada, e Kiki sabia que, não importava o quanto fosse difícil, ela sairia vitoriosa dessa situação.
HELLO!
Vem aí, no próximo domingo, uma maratona de 3 capítulos para vocês...
Tem pedido de casamento, casamento e muita confusão.
Então eu mereço que me sigam e comentem muito! Leiam minhas outras fics também.
Beijinhos de luz para quem quiser
By: BlackTurion 💓
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