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Eu estava de castigo. Muitos podem pensar que eu sou velha de mais para ficar de castigo, eu também acho, mas Jhonny Lawrence não me apoia.

Papai estava bravo por eu ter quebrado uma janela barata e machucado a minha mão, que ainda estava enfaixada.

Me joguei no sofá pronta para assistir um filme, Robby estava trancafiado no quarto mesmo não estando de castigo.

Levei um susto quando ouvi um barulho de buzina, até derrubei a pipoca que havia feito.

— Mas que merda é essa? — Robby saiu do quarto já todo estressado.

— Será que é incêndio? — Perguntei comendo uma pipoca.

Nos encaramos e saímos correndo até a perto para ver o que era. Miguel e o meu vizinho também saíram para  ver o que estava acontecendo.

— O que tá acontecendo aqui? — O vizinho perguntou.

— Vê se não enche, Balofo. Se manda. — Jhonny respondeu o cara que rapidamente entrou para dentro e fechou a porta. — E vocês parado aí. — Robby e Miguel resmungaram um pouco mas foram interrompidos. — Quietos! Querem continuar com essa rixa? Ótimo. Pelo menos, sejam homens e usem os punhos em vez da boca.

— Quer que a gente faça o que? — Robby perguntou sem nenhuma animação.

— Eu quero que lutem. Sem pontos. Sem tatame. Vocês vão lutar até o problema acaba.

— Como assim? Agora? — Miguel perguntou confuso.

— É a hora e o lugar. — Jhonny respondeu. — Ou era só papo furado. — ele deu de ombros.

— Não pra mim. — Miguel se virou para Robby.

— Nem pra mim. — Robby fez o mesmo que Miguel.

Pensei em me intrometer, mas estava tudo tão parado ultimamente, que eu preciso ver algo que me anime um pouco.

— Beleza. Então comecem. — Jhonny disse e veio para o meu lado, se escorando na parede.

— Você vai acabar matando um dos dois. — Disse entrando para dentro do apartamento.

Quando voltei com o pote de pipoca na mão, os dois já aparentavam estar bem cansados e subiam as escadas enquanto lutavam.

Não entendo o por quê eles sobem as escadas enquanto brigam, da última vez foi assim e não acabou bem.

— Tudo bem, gente. Já chega! — Jhonny tentou intervir quando percebeu que eles levaram a sério demais. — Robby! Miguel! Parem com isso!

— Eu avisei. — Dei de ombros com um certo tô de deboche na voz. Jhonny me olhou furioso, tanto que jogou no chão o pote que estava em minhas mãos. Fiquei sem reação.

Quando voltei minha atenção para a briga, Robby estava escorado no corrimão, enquanto Miguel dava socos em seu rosto. A cena estava igual ao dia da escola, e aquilo não poderia acontecer de novo.

Quando Miguel percebeu que Robby estava na mesma situação que ele no dia que tudo aconteceu, ele parou de bater e soltou um grito para extravasar a raiva.

— Por que você parou? — Ouvi Robby perguntar.

— Não entrei no caratê pra machucar as pessoas. — Miguel respondeu. — Entrei pra parecer maneiro e encontrar equilíbrio.

— É, eu sei como é.

— Da última vez que a gente lutou assim, por que você não parou?

— Eu só queria terminar a luta. — Robby respondeu. — Quer dizer, não daquele jeito. Eu só queria... Eu fiquei cego. Eu tava com tanta raiva que eu... Eu mal sabia onde a gente tava, cara. Se desse eu voltava atrás num segundo. Eu fui a causa do pior momento da sua vida. E se serve de consolo, também foi o pior momento da minha.

— Serve sim. — Miguel disse.

— Então? Acabou? — Jhonny perguntou quebrando todo o clima e eles o olharam como se fosse óbvio — Graças a Deus. Por que se ainda se odiassem quando o beber chegar...

Olhei surpresa mesmo que ninguém estava prestando atenção em mim. Bebê? Que história é essa?

— O Bebê? — Miguel perguntou confuso. — Tipo, você e minha mãe?

— É, a gente vai ter um bebê. — Jhonny terminou de confirmar. — Era pra gente contar junto. Então finjam surpresa.

Ótimo. Mais um para sofrer nas mãos de Jhonny Lawrence.

— Ai, caramba! — Miguel comemorou.

— Pai, isso é incrível. — Robby sorrio.

Eu não consegui esboçar nada, nem mesmo um mínimo sorriso. Ainda mais quando eles deram um abraço triplo.

Sai dali e entrei no apartamento, batendo a porta. Cheguei no meu quarto e deitei na minha cama tentando segurar o choro.

Não demorou muito para alguém abrir a porta sem nem bater.

— Não enche. — Disse sem nem saber o que era.

— Você devia dar uma chance pra ele. — Robby disse se sentando na beira da cama.

— Não tô afim, obrigada. — respondi sem nem encara-lo. — Ele só liga pra você e Miguel.

— Isso não é verdade, ele prefere o Miguel. — Robby disse mais baixo.

— Eu sei.

— Vou jantar na casa do Miguel hoje, você pode ir também, quer dizer, você deveria ir. — Ele se levantou da cama e pude ouvir seus passos até a porta.

— Ta. — Disse seca e ele saiu.

————

Quem é vivo sempre aparece né? 🤷🏻‍♀️

Enfim gente, fiz esse capítulo bem rapidinho pq quero bater 300k logo, mas ao mesmo tempo quero que bata depois da minha semana de provas pra eu poder expressar todas as emoções direitinho sem me preocupar em ficar me matando de estudar, e também pq tava a anos sem postar

Também gostaria que vocês dessem uma olhada da minha nova fic de the 100. Ela anda meio flopada então ajudaria muito.

A Carmen ficando tristinha quando perceber que a olivia não vai jantar com eles 😢

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