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— Sim, por que não? — respondo ao Miguel forçando um sorriso.
Entramos no ônibus e sentamos um ao lado do outro. Espero que nessa viagem de tudo certo. Mas eu não estava colocando muita fé.
Fizemos algumas paradas antes de chegarmos ao destino. Eu já estava morrendo de sono por ser de madrugada. Estava sendo interessante por eu estar com Miguel, mas ainda não tenho certeza se queria vir até aqui.
Mas de certa forma é melhor eu ter vindo com ele do que ter ido para algum lugar sozinha.
Eu acabei adormecendo em algo ponto da viagem, quando fui acordada já tínhamos chegado. Eu e Miguel descemos do ônibus e andamos até a praia que tinha ali, sem dizer uma palavra, o que era estranho.
Uma mulher tentou oferecer algumas coisas para nós comprarmos mas Miguel recusou.
— Isso não é incrível? — ele comentou andando pelo lugar.
— Mais ou menos, aqui não tem sinal.
— Droga — Miguel pegou o celular para ter certeza.
— Oi, você quer uma ajuda? — Um cara de cabelos loiros e grandes perguntou para nós.
— Quero. Uma ajudinha cairia bem. — Miguel concordou. — O meu celular tá sem sinal. É... Pode me ajudar a chegar no número 137 da avenida San Dulce?
— Que sorte. Eu sei onde é.
— Valeu. — Agradecemos.
O loiro chamou outros três caras que estavam ali para perto. Eles não pareciam ser confiáveis. Ele apoiou o mapa nas costas do amigo e começou a marcar onde era.
— Fica bem aqui. O X marca o local.
— Ótimo. Perfeito! Valeu pessoal.
— Ah foi nada. É meio complicado achar as ruas por aqui. — Ele estendeu o mapa para Miguel, mas quando o mesmo foi pegar ele tirou. — Na verdade, não se importa em em descolar uma graninha, né? Afinal é o meu mapa sabe?
Eu sabia que eles não eram confiáveis, agora iriam cobrar uma fortuna pela merda de um mapa.
— Claro. Quanto é?
— Que tal a gente fazer por cinco.
Eu e Miguel nos entreolhamos, foi até que barato.
— Claro. Eu acho bem justo. — Miguel pegou a carteira dando dinheiro aos caras.
— Aqui. Fechou. Pode pegar. E quanto você me dá pela mochila? — Fiquei confusa, que mochila?
— Mochila? — Miguel perguntou tão confuso quanto eu.
Olhamos ao redor e a mochila de Miguel tinha sumido, logo aparecendo na mão de outro cara.
— Tá, devolve a minha mochila. — Miguel se aproximou para pegar mas o cara entrou na frente.
— Eu acho que a gente merece uma recompensa. Afinal, encontramos a mochila.
— Vocês roubaram ela! — Falo ja perdendo o pouca da paciência que me restava.
— Calma, Olívia. Quanto você quer?
— Quanto você tem? — Miguel abriu a carteira entregando tudo para ele. — Pega ai. — Distribuiu para os outros caras. Ele pegou a carteira de Miguel e colocou um pouco do dinheiro. — Isso aqui é pra você. Achou que a gente ia pegar sua grana toda? Tá achando que eu sou um mostro é?
— Vamos dar o fora daqui, Miggy. — Puxei o garoto para se afastar desses malditos. Certeza que eles fazem a mesma coisa com qualquer otario que pede o mínimo de informação.
— Ah, esqueci. Seja bem vindo ao México. — Me virei para o cara lançando um dedo do meio.
🥋
Eu e Miguel chegamos ao local que ele queria, parecia um bar velho onde só tinha bebados.
— Eu acho que é aqui. — Miguel parou em frente ao bar.
— Eu espero que não. — Murmurei indo atrás dele.
Miguel adentrou o bar e eu fui logo atrás, não podia me separar dele de jeito nenhum, não sabia o mínimo de espanhol.
O garoto direcionou os olhos para outra parte do bar, onde só tinha alguns homens jogando e bebendo.
— Héctor? — Miguel caminhou até eles.
— Miggy, espera aí. — Disse apressando meus passos.
— Ta datado. El jefe esta ocupado. — Um homem barrou Miguel, tecnicamente me barrando também.
— Pueblo, déjales entrar.
Eles começaram a falar algumas coisas, as quais eu não entendi nada, sou péssima em espanhol. Única coisa que eu entendi foi o "Héctor" chamando o Miguel de Miguelito, acho que está dando tudo certo. Miguel falou algo sobre a mãe dele e logo todos riram.
Achei que estava dando tudo certo, mas Pueblo segurou meu ombro e o de Miguel, pronto para nos por para fora. Miguel torceu o braço do cara e eu fiz o msm com o outro.
Eles começaram a lutar e obviamente Miguel ganhou. Os outros cara que estavam lá se levantaram e eu comecei a me desesperar.
— Quer beber? — O cara perguntou, uma das únicas coisas que eu entendi.
— Sim! — respondi imediatamente e eles se viraram para mim. — Quer dizer... não, menores de idade não podem beber. — Soltei uma risada forçada e sai daquele lugar.
Miguel continuo lá, mas eu fui para perto do garçom.
— Fala minha língua? — Perguntei a ele.
— Claro que sim. — Ele respondeu, dei graças a Deus por alguém saber falar inglês nesse fim de mundo. — Vai querer o que? Uma água? Um refrigerante?
— Uma cerveja. — Respondi.
— Não posso vender cerveja para menores de idade.
— Só dessa vez. — Implorei e o cara negou. Continuei insistindo.
Miguel saiu da sala onde estava, meio arrasado e foi para fora.
— Me da duas cocas então. — Revirei os olhos.
Paguei e fui ao encontro de Miguel.
— Olha, coca-cola mexicana. — Entreguei a coca para Miguel e logo abri a minha.
— Eu acho que é a mesma coca que a nossa.
— Quem liga? — Brindei com Miguel e logo levei o líquido aos lábios. — O que vamos fazer a agora?
— Vamos andar por aí. — Miguel seguiu o caminho e eu logo fui atrás.
— Anda mais devagar, se você sumir eu morro de fome.
— Preciso ligar pra Sam. — Miguel pega o telefone em busca de sinal.
Assim que ela atende, eles começam a conversar sobre o pai do Miguel, eu pego meu celular para olhar as mensagens, Eli perguntando se eu estava viva, Jhonny perguntando para onde eu tinha ido. Esperai... Robby falando que estava vindo procurar o Miguel?
Que merda! Ninguém sabe que eu vim com Miguel, todo mundo acha que eu fui para algum lugar longe de todo mundo, o que na verdade era pra ter acontecido, mas decidi ajudar Miguel.
Estava torcendo para Miguel não dizer nada a Sam sobre eu estar ali. Já que ela provavelmente contaria a Carmen que contaria para Jhonny.
— Não, eu não to sozinho. — Me virei para Miguel fazendo sinais para ele não falar meu nome. Ele apenas fez uma cara confusa. — Eu tô com a Olívia. — Revirei os olhos e fiz sinal dizendo que iria matá-lo.
Após mais alguns minutos Miguel desligou com a Samantha. Parece que eles discutiram.
— O que você estava tentando dizer? — Miguel perguntou assim que guardou o telefone no bolso.
— Você não podia ter falado pra Samantha que eu estava aqui. Ninguém sabe. Ela vai contar pra sua mãe que vai contar para meu pai e ele provavelmente vai contar para o... — Parei no meio da fala, não podia falar que Robby estava vindo para cá.
— Contar para quem?
— Para o Falcão, ele não pode saber que eu to aqui com você. — Menti.
— Por que não? — Dei de ombros com a pergunta de Miguel tentando pensar em uma desculpa.
— Héctor! ¿Que haces? — Um cara estranho começou a falar com um outro cara que estava atrás de nós.
— O que? — Miguel se virou para prestar atenção na conversa. — Pai?
— Miguel, você não pode achar que todos os caras com o nome Héctor é seu pai.
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Tem um monte de gente com foto do cast de tbp lendo essa fic aqui... aproveitem pra ler a minha de tbp tbm
Oi gente, demorei um pouquinho pra escrever pq estava em semana de provas
Inclusive fui péssima em todas graças a Deus
Já peço perdão pelos erros de espanhol pq não sou fluente e entrego a maioria das para Deus e para o tradutor.
E como sempre postei um edit
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