7-

Chegamos no dojô, o Falcão e Aisha estavam falando com o Kreese e o Miguel estava se alogando, me juntei a ele e sentei no chão.

—Eai tá de ressaca?—perguntou o Miguel e eu só concordei com a cabeça e me deitei no tatame.

—Vocês tem que entender que Mogadíscio nos anos 90 era um inferno.—disse o Kreese —Os guerrilheiros controlavam parte da cidade. Eu e a minha equipe fomos chamados pra resolver a situação.

—Quantos guerrilheiros matou?—perguntou o Falcão.

—Você sabe quantas formigas já pisou?—respondeu o Kreese e eu revirei os olhos.

Não gosto muito desse velho, apesar de meu pai dizer que ele mudou não dá pra confiar muito. Ele vive dando telefonemas estranhos e mexendo em várias coisas no escritório.

—Nossa.—disse a Aisha.

—Que irado.—disse o Falcão.

—Que patético.—disse baixinho e acho que só o Miguel ouviu.

—A gente tinha mais armas, e eles, mais homens. Olha, em Ruanda não é fácil.

Esperai, Mogadíscio fica na Somália, não em Ruanda, ou ele tá ficando muito velho, ou não sabe mentir.

—Mas não é Somália?—perguntei me sentando e todos me olharam.—Mogadíscio fica na Somália, não em Ruanda. —O Kreese me olhou de cima abaixo.

—É claro, Somália.—disse o Kreese se virando para o Falcão e para a Aisha de novo. —Eu passei tanto tempo no deserto que tudo aquilo parece igual.

—Atenção!—disse o sensei saindo do escritório. —To vendo que temos novatos. Tudo mundo em posição!Em fileiras bem organizadas.

Eu, o Miguel, o Falcão e a Aisha ficamos na frente como sempre. O Sensei começou a andar entre os alunos.

—Se acertem gêmeos ruivos.—o sensei disse para alguém aí, não me dei ao trabalho de me virar para ver quem era. Desculpe, mas pais não podem ficar. É uma coisa do seguro.

—Eu não sou pai. Eu... eu tô aqui pra descer a porrada, senhor.—disse uma voz de um cara adulto.

—Te conheço de algum lugar?—perguntou o Sensei.

—Sim, eu sou o cara que te vendeu o espelho. A gente se deu bem, rolou um papo sobre bandas de rock.

—Você é um pouco velho, essa é uma turma de adolescentes.

—Relaxa, eu aguento a barra.—disse o cara, se eu fosse ele eu não teria tanta certeza assim. —Eu não tenho medo de garotos senhor. E a minha mãe não me cobra o aluguel, então eu tenho muita grana pra gastar.

—Ta. Vamos considerar um teste.—disse o sensei e foi para a frente da turma. —Achei que meu último grupo de alunos era patético. Mas, se fizerem o que eu mandar, terão a chance de virar lutadores. Mas, pra isso, precisam lutar. Então... quem aí tem coragem de enfrentar o campeão?

A sala ficou em completo silêncio, o cara de antes, que o meu pai estava falando ameaçou falar alguma coisa, mas uma voz feminina falou antes.

—Eu tenho.

Todo mundo se virou para olhar, era uma garota loira, bonita até.

—Você tem é?—perguntou o sensei indo até ela.

—Vi a demonstração de vocês no festival. Sabem dar um show. Mas será que sabem lutar?

—Isso parece um desafio.

—Adoro um desafio.

—Sr. Diaz.—disse o sensei voltando para a frente do tatame.—Mostra pra Srta. Sabe tudo o que é um
Cobra Kai.

Tudo mundo foi para as "bordas" do tatame, para ter espaço para eles lutarem.

—Oi... olha você quer mesmo...—disse o Miguel se aproximando, antes de terminar de falar a menina já deu um chute na barriga dele.

Eles começaram a lutar, aparente o Miguel estava ganhando, e ele também estava dando algumas dicas para ela. Depois que o Miguel derrubou ela no chão ele se levantou e estendeu a mão pra ela.

—Meu nome é Miguel.

—Tory.—disse a menina ofegante, ela pegou a mão de Miguel e derrubou ele de novo.—Tory com Y

—Ela é boa.—disse o Falcão pra mim.

—Só não é melhor que eu.—disse com ironia e num tom convencido fazendo ele rir.

Depois dessa luta do Miguel com a Tory o sensei começou o verdadeiro treino.

Depois do treino eu fui no mercadinho com a Aisha, ela foi comprar alguma coisa e eu fui comprar energético.

—Ja sei. Foto de pinto?—perguntou a Tory para a Aisha, meu Deus quando a Tory chegou?

—Não.—respondeu a Aisha. —Minha mãe quer que eu vá para o clube de praia com ela.

—Meu Deus isso é tão terrível.—disse colocando a mão no coração na ironia e a Tory riu.

—Não. É que uma amiga minha, a Samantha deve tá lá, só que a gente não tá se entendendo direito. Esquece. Prazer eu sou a Aisha.

—Tory.

—Eu sou a Olivia.—disse terminando de pagar e indo até elas. —Alias pulseira legal.

—Essa?—perguntou a Tory erguendo o braço. —E tem uma utilidade. Uma vez um esquisitão no shopping tentou me agarrar, mas eu impedi ele e dei um presente que ele nunca mais vai esquecer.

—Parece que você já sabe bater bem nas pessoas.—disse a Aisha. —Pra que precisa do Cobra Kai?

—Tive algumas aulas de kickboxing, mas eu sempre quis quebrar tábuas com uma venda.

—Você viu aquilo.—perguntou a Aisha e a Tory concordou. —O segredo é fazer buraquinhos na venda.

—Legal.—eu e a Tory dissemos juntas.

—Ai, vocês topam ir no clube de praia comigo? Seria bom ter uma companhia.

—Acho que eu consigo sofrer por um dia na praia.—disse. —Eu já vou indo, tenho que avisar o meu pai.

Sai do mercadinho e o Falcão estava falando com alguém no celular. Ele logo desligou e eu me aproximei.

—O que foi?—perguntei ja que ele parecia bravo.

—O Demetri não aguentou o Sr. Kreese, ele é um bunda mole.—respondeu o Falcão. —Eu e o Miguel vamos no shopping, tá afim?

—Não vai dar, vou passar o dia com a Aisha e a Tory no clube de praia.—disse com ironia.

—Beleza, te vejo depois?

—Talvez.—disse entrando no dojô.—Pai? Só vim te avisar que eu vou no clube de praia com a Aisha e a Tory tá bom?

Meu pai estava pintando "Cobra Kai Never Dies" na parede, ele iria abrir tipo uma academia lá no fundo.

—Beleza, vai lá. Divirta-se!

Sai do dojo, a Aisha e a Tory estavam me esperando.

—O que foi aquilo com o do moicano?—perguntou a Tory.

—O que? —perguntei confusa.

—"te vejo depois?" "Talvez"—disse imitando as nossas vozes.

—A qual é, não é nada de mais. Vamos logo.

A Aisha me levou para a casa para pegar biquíni e essas coisas, hoje me deu vontade de pegar um biquíni vermelho então foi isso que eu fiz.

Depois fomos para a casa da Tory pra ela pegar as coisas dela. Quando chegamos no clube de praia a mãe da Aisha já estava lá.

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