67-
Chegamos na casa do Arraia, ainda acho estranho ele ter aparecido do nada depois da briga da escola.
Eu nunca vi tanto adolescente parecendo pastores bêbados como estou vendo agora e olha que nem entramos na casa.
—É hora da festa!—Arraia saiu pela porta gritando
—O que eu tô fazendo aqui?—Perguntei a mim mesma enquanto segurava na mão de Eli.
Definitivamente a Olívia que amava festas morreu.
—Nós vamos pegar uma bebida, ta bom? —Perguntou Miguel.
—Vai lá, cara.—Eli concordou, Miguel deu uma piscadinha para Falcão enquanto saia e eu o mostrei o dedo do meio. —Então, o que você quer fazer?
—Ir embora. — Soltei um suspiro é puxei Eli para dentro da casa.
Nos sentamos em um sofá que tinha ali e começamos a jogar conversa fora como sempre fazíamos. Eu gosto de passar um tempo com o Eli, mesmo não sendo igual antes.
—Eai, galera.—Demetri se sentou no sofá e logo Yasmine sentou em seu colo.
Eu e Eli trocamos olhares de desespero. Eu comecei a fitar o chão fingindo que nada estava acontecendo ali.
—Eu acho que a Moon não vem.—Comentou Eli, não sei se foi para mim e para o Demetri. Yasmine se separou do beijou e olhou pra mim com uma sobrancelha arqueada e eu apenas dei de ombros.
—Que pena.—Murmurei revirando os olhos. Eu gosto da Moon, mas acho que a primeira oportunidade que tivesse o Eli voltaria pra ela. Ele literalmente fez uma tatuagem.
—Vem, vamos ver o resto da casa.—Yas puxou Demetri pela gravata e os dois se misturaram no meio de tanta gente.
—Eu vou pegar alguma coisa pra beber, você vem junto? —Perguntei para Eli enquanto arrumava a saia do meu vestido.
—Eu vou ficar aqui. Só não bebe muito, ok?
—Sabe que eu não posso prometer nada.—Me afastei de Eli, indo até uma mesa cheia de bebidas. —Oi, Robby. Oi, Miguel. —Passei entre os dois que se encaravam, mas eles rapidamente mudaram o olhar para mim.
Enquanto colocava bebida no copo a música que tocava parou.
—Ou! Solta o som, Dj. O que tá rolando? Gente, olha isso aí!
—Tem famílias nessa rua que estão tentando dormir!—Provavelmente algum vizinho que morava perto falou.—Se vocês não forem pra casa agora, vocês vão ser presos por serem menores de idade bebendo.
—Ok, relaxem! Ai galera, não precisam ir embora!—Arraia disse se desesperando. —Ta tudo bem! Ele é meu vizinho. Ai, o que tu tá fazendo aqui, irmão? Você não foi convidado. É melhor você cair fora logo.
—Ta legal, não prestem atenção nessa bola de sebo humana.
—Eu não quero ficar aqui ouvindo discussão de velho. Peguei meu copo e fui em direção a área externa.
Eu não sei exatamente a quanto tempo eu tô andando pela casa bebendo e longe do Eli, meu celular esta com ele e provavelmente está sem bateria.
Eu não estou tão bêbada, quer dizer, talvez só um pouco, ou talvez bastante.
Sem querer trombei em alguém.
—M-me desculpa. Ah, é só você.—Disse olhando o Robby.
—Você tá bem?
—Sim, eu só preciso de uma água.—Robby me segurou para eu não cair. É... talvez eu estivesse muito bêbada.
—Cadê aquele seu namoradinho?
—Ele não é meu namorado. Não mais.
—Bom saber. Vamos achar ele.—Robby murmurou revirando os olhos.
—Por que você tá com essa cara? Quem morreu?
—Ninguém.
—Você ainda gosta da Sam, não é?
—Claro que não. Tô em outra já.
—Você tá gostando da Tory? Sempre achei que cornos combinam. —Antes que Robby pudesse falar alguma coisa, Eli se aproximou de nós visivelmente preocupado.
—Eu tô te procurando a um tempão, onde você estava? E por que tá com ele?
—Calma aí! A gente tava te procurando.
—Ele que tava te procurando.—Sussurrei para Eli.
—Ele tem fez alguma coisa?—Eli perguntou e o Robby o olhou indignado.
—O que? Claro que não! Ela é minha irmã!
—Eli, calma, ele só tava tentando me ajudar.
—Eu juro por Deus que se você fez alguma coisa...
—Acho melhor você ficar na sua.
Robby estava pronto para atacar Eli, mas ouvimos alguns gritos e obviamente todos fomos olhar o que era. Surpreendo um total de zero pessoas, Samantha e Tory estavam brigando, enquanto Miguel tentava separar ou brigar também, não sei.
—Solta ela!—Robby se intrometeu e logo começou a lutar com Miguel.
—Eu vou pegar uma água pra você, ok?—Eli se afastou.
Achei que essa festinha seria bem entediante, mas até que estava ficando legal.
Por um momento durante a briga tive a dúvida se eles estavam lutando ou dançando. Estava louca para arrumar uma briga e quando ia entrar no meio para ajudar Robby uma mão agarrou minha cintura.
—Fica quieta aqui. —Era Eli. Revirei os olhos bufando.
—Me solta!—Tentei me soltar mas foi em vão. Mas logo mudei de ideia—É, foi bom mesmo eu não ter ido.—Disse observando eles cairem na piscina enquanto virava o copo.
Todo mundo começou a se jogar na piscina e Tory fez questão de puxar Robby para dentro também.
—Chega de bebida pra você.—Eli pegou o copo da minha mão e jogou no chão.
—Olívia!—Robby me chamou e eu me aproximei da borda piscina cruzando os braços. —Me ajuda a sair?
—Acha que eu sou tão burra assim?
—Qual é!? Eu tô falando sério. Olívia, por favor. —Estiquei a mão para Robby e ele obviamente me jugou na piscina.
—Robby Keene! Eu vou te matar!—Ele começou a rir. Tory tentou segurar o riso mas acabou não conseguindo. —Eu odeio vocês! Juro por Deus que se você não fosse meu irmão...
—Calma aí, é só uma aguinha. —Ele jogou mais água no meu rosto e eu devolvi da mesma maneira, rindo.
—Uma aguinha o caralho. Se eu ficar parecendo um cadáver por causa da maquiagem eu te mato.
Solto um suspiro sentindo outra onda de água me atingir e começo uma mini guerra com Robby e Tory novamente.
Robby passa o braço pela minha cintura me jogando do outro lado da piscina e torry o ataca me defendendo. Sentindo pela primeira vez uma pitada de algo que eu não sentia a um tempo e esse pequeno sentimento começa a crescer quando vejo Eli quase na beira da piscina.
O efeito da bebida me faz ficar um pouco corajosa, nado até a Ponta me apoiando enquanto levanto a cabeça na direção do eli.
—Vem nadar comigo. — peço o olhando com expectativa.
A única coisa que eu quero é uma simples resposta, que ele venha se divertir comigo. Que saudade eu sinto da companhia dele.
Se ele se juntar a mim na piscina acho que tem chances de eu fingir que tudo que rolou nos últimos tempos fosse apenas sonhos ruins e que somos outras pessoas.
—Essa não é você. –sua voz está com um pingo de preocupação.
Meu sorriso que antes estava embriagado parece ficar sóbrio no mesmo instante. Isso não parece ter mais graça, me sento na beirada me preparando pra sair, mas a voz do Robby me chama.
—Está tudo bem? — eu apenas assinto com a cabeça. não quero acabar com a noite dele com os meus problemas.
Volto pra dentro da casa sentindo a presença do Eli bem atrás de mim.
—Olivia eu não queria...— antes que ele possa terminar eu viro as costas caminhando pelo corredor com o vestido molhado.
Sei que não deveria beber mais, já bebi mais do que o suficiente mas as palavras do eli são comos facas em mim nesse momento.
Em cada gole mil coisas passam pela minha cabeça e nenhuma delas são coisas boas.
A bebida flui do meu sangue indo direto pra minha cabeça esvaziando meu cérebro, me deixando totalmente embriagada mas não ao ponto que eu quero, eu quero desligar minha mente, parar de sentir.
—Olivia, acho que você já bebeu de mais. — Eli tenta pegar a garrafa da minha mão mas eu a afasto rapidamente.
—Vai pegar a sua.
—Olivia...— ele a pega novamente, eu tropeço na faliu tentativa de a pegar de volta.
—Você não quer a Olivia? É assim que ela aparece. — pego um copo da mão de um garoto aleatório mas antes que possa encostar meus lábios Eli o puxa fazendo todo o líquido cair no meu vestido.
Ele já estava molhado mas provavelmente isso causará uma mancha no vestido, mas não é isso que me interessa. Eu saio na direção do banheiro querendo fugir do eli.
Esfrego o tecido descontroladamente com a respiração desregulada das lágrimas que se atrevem a tentar sair dos meus olhos.
—Olivia...— a mão do Eli me vira pra sua frente.
Sem nem mesmo raciocinar eu deixo as palavras saírem.
—Você não está vendo que eu ja tenho problemas o suficiente? — lágrimas quentes começam a molhar meu rosto.—Não posso deixar um garoto de cabeça oca entrar na minha vida e ferrar mais ainda.
Minha vida está uma verdadeira bagunça, e como ele fez comigo uma vez sem pensar direito eu repito.
—O que? – ele pergunta com um sussuro seus olhos dizem mais do que qualquer palavra no sentido quebrado possa existir.
—sai daqui! — grito socando seu peito e tentando o empurrar pro lado de fora. —sai daqui!
Seus braços me rodeiam, me prendem e pela primeira vez em muito tempo eu me permito sentir. O álcool ainda está na minha cabeça me fazendo sentir tudo dobrado.
Me odeio por deixar minhas mágoas e meus sentimentos a mostra, sempre fui forte mas agora nada me parece certo.
Choro o dobro do que chorei nas noites mal dormidas. Sinto a proteção que tanto anseio da qual eu não mereço.
Me agarro nele como um bote salva-vidas.
—Eu...— as palavras não querem sair da minha boca minha mente embriagada a joga pra fora. — Eu não sou boa pra você e...
—Não diga isso Olívia — Eli me interrompe. E eu nego com a cabeça — não diga isso porque você sabe que não é verdade. Eu não sou bom pra você. — seus dedos limpam as lágrimas que caem e seus olhos estão brilhantes pelas lágrimas que querem escapar. — Você está me deixando louco agora, não só agora mas sim desde o momento que pisou naquele maldito dojo.
—Mentira. —tudo parece girar
—o que?
—Tudo isso...— minha voz cambaleia em cada sílaba. — é mentira.
—Não, Olívia, não! — ele balança a minha cabeça tentando me acordar de alguma forma. — não diga isso. Eu faria qualquer coisa por você, qualquer coisa. porque é isso que o amor faz.
—Mentira. — nego com a cabeça tentando me convencer que o que digo é verdade. —Para de mentir pra mim, Falcão.
E se for verdade o que sai da boca dele, eu não mereço.
—É triste que você tenha que se esconder por trás das bebidas — ele diz com uma voz magoada que me cortam mais do que espinhos. — é a forma mais fácil de você fugir da realidade.
Ele fala tão baixo que é quase inaltuvel.
—Talvez a mais fácil seja a mais rápida. — respondo no mesmo tom.— saia, por favor.
Suplico com o resto denvoz que tenho quardada.
—Quando você permitir ser amada, saiba que eu sempre estarei lá te esperando.
—Bom pra você. Agora me deixa em paz!
Quando ele passa pela porta espero uns segundos chorando desesperadamente vasculhando na mente um lugar pra ir da qual eu me sinta segura.
Passo pelo corredor tropeçando e olhando pra trás a cada segundo torcendo pro Eli não estar ali.
O vestido úmido me deixa com frio e as lágrimas mancham meu rosto.
Tento colocar a chave pra abrir o carro mas toda vez que tento a chave cai no chão, está tudo embaraçado mas mesmo assim eu entro no meu carro.
Vou tão devagar quanto posso, me carro derrapa no asfalto de vez em quando mas apenas tento manter a respiração desregulada, eu o magoei. Eu sempre magoo quem eu amo.
Prendo a respiração na porta da casa, está tudo escuro. Junto toda a coragem que tenho e abro a porta.
—Jhonny! — grito a sua procura mas não sou respondida. — Pai?
Está tudo destruído Entro no seu quarto o encontrando deitado na cama.
—Quem está gritando? — ele esta bêbado, eu não sou a pessoa certa para falar alguma coisa agora.
—Sou eu.
Me sento ao seu lado na cama. O olhando assim pra ele me dá gatilho.
—Estava chorando?— pergunta.— por que está chorando?
—Eu não sei se sou uma boa pessoa. — Estou sentada com o meu vestido de baile molhado. chorando como uma criança Boba.
—Você é uma pessoa boa, fez burradas mas continua sendo uma boa pessoa! — ele completa. — Normal fazer burradas você é meu filho.
Seu erro na palavra me faz soltar um sorriso.
—As vezes eu sinto sua falta com uma criança. — solto.
—Eu também sinto sua falta mais que tudo. Não importa quantos anos tenha, você é uma criança pra mim.
Me encosto na cama me sentindo.
Eu nunca irei deixar de amar o jhonny, não importa o quanto de raiva eu sinta.
—Você acha que eu sou digna de amor? — pergunto esperando sua resposta como se ela fosse a única que importa.
—Você vai conseguir o mundo. — seus olhos estão fechados a cada palavra.
Dois bêbados, pai e filha.
— Pai, — ele murmura e eu continuo. — eu te amo.
Fico surpresa ao falar.
—eu te disse a poucos minutos que te amo, Robby.
Ele se vira pro lado voltando a roncar, e eu fico como uma idiota sentada em choque.
Saio correndo da casa que parece me sufocar e vou até meu carro o abrindo, eu o esqueci destrancado.
—Olívia? —Miguel aparece na porta da casa dele—O que você está fazendo aqui à essa hora?
Não respondo, apenas entro no carro e acelero tão rápido que mal escuto o que Miguel fala depois. Não paro nem por um só segundo de chorar. Não consigo ver a cor dos sinais então apenas acelero.
Entro em casa sem me importar com o barulho apenas corro direto pro meu quarto e o tranco rapidamente.
Entro na minha casa ignorando o fato de estar molhada, apenas deito. Nem quem deveria me amar me ama, imagina o Eli.
A coisa que eu mais desejo é apagar Tudo, e fingir que essa maldita noite não aconteceu.
————————
Oi mores, venho mendigar seguidores no insta, quem quiser me seguir manda um ponto que eu mando meu insta nas mensagens aqui do Wattpad.
Robby e Olívia sendo felizes, oq é isso?
E eu obviamente não poderia deixar de agradecer minha bestie n_s_d_b_s_f que terminou de escrever esse capítulo pra mim, pq eu estava igual uma vagabunda enrolando pra postar.
E vão ver o edit que eu postei
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