58-
Levantei da minha cama sem a mínima vontade de ir para a escola. Mas me arrumei já que o Eli disse que queria me mostrar uma coisa na escola. Tentei cobrir o machucado do meu rosto com maquiagem mas não ficou muito bom, então só coloquei um curativo.
Desci as escadas fazendo o maior silêncio, não tinha certeza se a minha mãe já tinha saído ou não, então não queira correr o risco de ver ela na minha frente, mas falando no diabo...
—Olívia espera.—Minha mãe se levantou do sofá assim que eu terminei de descer as escadas.
—To atrasada pra escola.—Não olhei na cara dela apenas sai e bati a porta.
Entrei no meu carro logo indo para a escola, confesso que estava ansiosa para ver o que Falcão queria me mostrar, mas estava mais ansiosa ainda para ver o que o Demetri tinha descoberto sobre o velho que estava ontem no dojô.
Cheguei na escola, estacionei o carro e fiquei alguns segundos parada antes de passar pelos guardas. Respirei fundo seguindo o meu caminho pesando no que fazer. Eu poderia simplesmente dar a meia volta e ir embora, mas decidi ficar.
Estava procurando Eli e Demetri até que vi um moicano roxo passando. Meu Deus, ele ficou perfeito. Dei alguns passos rápidos para chegar até eles e logo o abracei.
—Eli, você tá incrível.
—Valeu, gatinha.—Ele disse retribuindo o abraço e apertando minha cintura.
Assim que nós separamos do abraço o Demetri nos observava com uma cara de tédio. Falcão me encarou por alguns minutos sorrindo antes de fechar a cara completamente.
—O que aconteceu com o seu rosto.
Merda! Sabia que ele ia perguntar.
—Não foi nada. Então, Demetri, o que você achou sobre o velho?—Troquei de assunto rapidamente.
—Veterano do Vietnã vira empresário.—Demetri começou a falar enquanto olhava para o tablet. —Teve altos e baixos, mas ainda acabou bem rico. Não tem muita sujeira, a não ser um escândalo de lixo tóxico em Bornéu nos anos 80.
—Nossa parasse um renascentista. Como que você achou ele?
—Ele é inteligente, ao contrário de você.—Dei dois tapinhas no ombro de Eli.
—Enfim... Tirei uma foto dele no dojô, aí achei um sistema de reconhecimento facial e ajustei o código para ser compatível com HIC.—Demetri explicou tudo, mas confesso que não entendi nada.
—Amo quando fala nerdice. —Yasmine apareceu na frente do Demetri juntamente com a Moon.
—Você é a primeira. E a minha pessoa favorita a dizer isso.—Demetri disse e logo os dois começaram a se beijar.
—Eu gostei da nova cor.—Comentou Moon olhando para o moicano de Eli.—Roxo é a cor do chacra coronário. Simboliza iluminação.
—É, era isso mesmo que eu queria, então...—Falcão gaguejou para falar.
—Olívia, para de encarar. —Demetri sussurrou no meu ouvido e foi mais para o canto com a Yasmine. É só assim eu percebi que encarava os dois com uma cara nada boa.
Falcão e Moon conversaram mais algumas coisas enquanto eu fingia estar mexendo no celular para disfarçar que eu obviamente estava com ciúme. Mas logo ela e a Yasmine saíram de la.
—Beleza, sem ofensa, mas não tenho ideia de onde conseguiu isso.—Falcão passou o braço pelo ombro de Demetri enquanto nos três olhávamos elas sairem.
—Também não sei. Acho que só fui eu mesmo e deu certo. Ah mas e você e a Moon?—Dei tapa em Demetri.—Desculpa, Olívia, esqueci que você tava com ciúme.
—O que? Não. Eu não tô com ciúme. Eu tenho que ir, tô atrasada pra aula.
—Mas o sinal ainda nem bateu.
—Tchau.—Deixei os dois para trás na esperança de achar Miguel pela escola, assim que cruzei o corredor pude vê-lo em frente aos armários junto com Samantha.
—Ai.—Miguel estava olhando para algo atrás de mim, assim que olhei Demetri e Eli estavam vindo atrás. —Vocês não vão acreditar.
—O que aconteceu?—Perguntei meio preocupada.
—O sensei ficou bêbado e entrou no Twitter.
—Eu acredito em tudo, menos que ele sabe usar o Twitter.—Demetri comentou. Também não faço a mínima ideia de como ele soube mexer.
—Parece que ele e o sensei LaRusso vão ter uma revanche.
—Peraí, eles vão mesmo lutar?—Eli parecia animado, ao contrário de Sam e Miguel.
—Parece que sim, eu devia ter imaginado.
—Pra quem ele acha que escreveu? Você é o único seguidor dele.—Demetri ainda estava indignado com o fato do meu pai saber usar o Twitter.
—Eu não sei. Mas a coisa parece séria.
—Relaxa, Miguelito, é só uma luta.—Dei dois tapinhas no ombro dele.
—Então é pra valer? O Sensei e o Sensei vão sair na porrada. —Miguel concordou com a cabeça respondendo o Eli.—Isso é incrível!
—Isso aí!—Fiz um toquinho com o Falcão.
O sinal tocou e cada um foi para a sua sala, eu tinha a mesma aula de Miguel então tentei convencê-lo de que aquela luta não era de toda forma ruim, mas não adiantou.
Na hora que o sinal bateu anunciando o início do intervalo fui direito procurar por Demetri, eu precisava fazer uma pergunta pra ele.
Andei por uma boa parte da escola mas nada dele, quando estava indo para o refeitório o vi indo sentar na mesa de Eli, mas eu fui mais rápida e me aproximei passando meu braço pelos ombros dele.
—Demetri, que bom te ver.—Disse dando um sorriso forçado enquanto Eli me encarava confuso, fiz um sinal para ele esperar e puxei Demetri para outro quando.
—O que foi?—Ele perguntou com uma cara de tédio.
—O que fazer quando você quer muito ficar com uma pessoa...
—Fica com ela ué.—Demetri cortou minha fala.—Só se ela quiser também, é claro.
—Deixa eu terminar. Mas você prometeu para si mesmo que não ia voltar com ela até o torneio.
—Você tá falando do Eli, não é?
—Ninguém disse o nome dele.—Levantei as mãos em sinal de redenção.
—Olha, Olívia, só beija ele. Agora eu posso me sentar e comer meu almoço?
—Pode. Vamo lá.
—Sobre o que estavam falando?—Eli perguntou assim que nos sentamos na mesa junto com ele e Miguel que tinha acabado de chegar também.
—A Olivia...
—Não era nada. —Cortei a fala de Demetri para que ele não falasse nenhuma besteira.
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