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Hoje o Robby sairia da cadeia, e como uma boa irmã eu iria buscar ele. Ao invés de nos afastarmos ainda mais por causa do Miguel, nós nos aproximamos e tentávamos conversar pelo e-mail, mas era complicado por ser na cadeia.
Uns dias antes dele sair, ele me mandou um e-mail perguntando se eu podia aparecer la, eu só respondi que sim e depois disso não nos falamos mais, até hoje. Robby também disse que o Sr. L provavelmente estaria lá já que a mãe dele estava na reabilitação.
Cheguei no reformatou e ainda estava fechado então me sentei no chão e fiquei esperando.
—Olivia?—Uma voz familiar e se fez presente, meu pai.
—Pai? O que você tá fazendo aqui?
—Vim buscar o Robby, e você? Não me diz que foi presa.
—Não, o Robby me pediu para buscá-lo.
—Ah...
Meu pai foi até a porta e tentou abri-la, mas a mesma estava trancada.
—Ta trancada.—Mas uma voz se fez presente, o Sr. L, não tinha como isso acabar bem. —Só vão abrir quando ele tiver saindo.
—Ta me zoando? Ligaram pra você?—Meu pai perguntou se aproximando.
—Eu liguei pra eles. Shannon ainda tá na reabilitação, queria ter certeza de que alguém viria para buscar ele.
—Eu tô aqui, acho que vocês dois podem ir embora.—Disse me levantando.
—Eu tô aqui, não tô?—Meu pai disse se aproximando.
—Eu não tô atrás de problemas, só tô aqui pelo Robby.
—O Robby não precisa de você. Você já fez o bastante. Valeu adeus.
—Então tá tudo sob controle?
—É, tá sim.
—Assim como o Kreese tava controlado.—Como eu disse, isso não iria acabar bem.—O que você achou que ia acontecer trazendo esse demônio de volta?
—O Kreese é problema meu.
—Não é mais. Ele já deixou bem claro que é um problema de tudo mundo.
—É sério que vocês vão brigar aqui e agora por causa do Kreese? —Perguntei com um tom de ironia mas fui completamente ignorada.
—E, como sempre, Jhonny, tô vendo que vou ter que limpar toda a sua bagunça.
Se isso fosse uma briga de pessoas da minha idade eu interferiria, mas eles já são adultos, e eles sempre dizem que é falta de educação interromper os outros, então o problema é deles.
—Deixa que eu limpo a minha bagunça. Eu to cuidando disso.—A cada palavra meu pai se aproximava ainda mais.
—Como é que você tá cuidando disso? Vai fazer o que? Entrar lá e acabar com ele? Deu muito certo naquele desmanche.
—Aqueles caras mereceram.
—Esse é seu problema, Jhonny. Você sempre quis acertar primeiro. Nunca passa pela sua cabeça tentar pensar primeiro.
Queira tanto mandar aqueles dois calarem a boca, mas um ainda era meu pai.
—Sabe o que eu tô pesando.
—Olha eu acho que sei sim.
—É sério isso?—Robby saiu pela porta que Jhonny tentou abrir mais cedo.
—Oi, Robby.—Disse forçando um sorriso.
—Robby. —Senhor L disse.
—Oi, Robby.
—Eu disse que não queria você aqui.—Robby disse se aproximando de Jhonny.
—Você é meu filho e eu quero tá aqui.
—E eu também.—Completou o Sr. LaRusso.
—Eu não quero nenhum favor. Eu tô aqui por sua causa.
—Olha eu sei que você tá chateado, mas eu fiz o que era melhor pra você. Agora que você saiu sabia que pode contar comigo. Você vai ter sempre um lar no Miyagi-Do.
Revirei os olhos, até parece que o Robby voltaria pra lá.
—Ou comigo.—Jhonny completou.
—Minha mãe não se importaria se você ficasse lá em casa...—Minha mãe realmente não se importaria, na verdade foi ela que deu a ideia.
—Vocês dois, fiquem fora da minha vida.
O Robby saiu apressado de lá. Eu até o entedia, ter uma pai que nunca esteve nem aí e depois quando achou alguém que realmente se importava essa pessoa o mandar para a cadeia, o LaRusso estava certo, mas de certa forma magoou o Robby.
—Que clima tenso... Adeus.—Disse saindo dali.—Robby, meu carro tá pra lá.
O Robby parou de andar e se virou para mim, que estava apontando para a direção certa.
—Ok, certo.—Robby caminhou até mim.—Obrigado por vir me buscar.
—Sem problemas.—Disse dando de ombros.
Caminhamos até o meu carro, dei partida e fiquei andando por aí para passar o tempo.
—Tem um baseado?—Robby perguntou e eu o olhei espantada.
—Você acabou de sair do reformatório.
—Tem ou não?
—Na minha bolsa.—Disse suspirando.
Ele se esticou e pegou minha bolsa no banco de trás.
—Credo, sua bolsa é tão desorganizada.
—Quer arrumar? Fica vontade.—Disse rindo fraco e Robby revirou os olhos.
—Aonde você vai querer ficar? Daqui a pouco que tenho que ir para a escola.—Disse olhando o relógio.
—Pode me deixar na conveniência... perto do Cobra Kai.
—Serio? —Robby concordou com a cabeça —Ok.
Seguimos o caminho conversando e fumando, o Robby era uma cara legal quando não era ignorante. Será que ele iria entrar para o cobra kai?
Chegamos no local onde ele me pediu para deixá-lo.
—Se precisar de um lugar para ficar... tô morando com a minha mãe agora.—Disse dando de ombros.
—Não precisa...
—Ok então, até algum dia aí.
—Até.
Segui meu caminho para a escola, poderia facilmente faltar na aula, mas já faltei bastante para ver Miguel, fora que a primeira aula era de cálculo então eu não poderia perder.
Cheguei na escola e foi a mesma enrolação de sempre, dois anos e meio para entrar mesmo os seguranças sabendo que não tem nada na minha bolsa. Fui até meu armário e peguei alguns livros que provavelmente usaríamos na aula de hoje.
Estava caminhando para sala até que vi o Miguel e a Samantha se cumprimentando como se estivessem se vendo pela primeira vez, estranhos.
—Oi, gente.—Disse passando por eles, mas parei assim que olhei para o lado.
Não estava acreditando, era o Demetri e a Yasmine se beijando.
—Demetri?
Os dois se separaram rapidamente assim que me ouviram.
—Oi! A gente só tava...—Demetri tentou pensar em alguma desculpa.
—Fazendo um trabalho.— Yasmine completou.
—Que... trabalho interessante, mas acho que esse é do tipo que se faz em casa.
—Então vocês dois...—Insinuou Samantha.
—O que? Eca! Não. Até parece que eu ia pegar esse nerd.
—Se liga, Cruella! Por que não vai matar uns dálmatas?—Demetri ironizou saindo do canto onde estava, enquanto a Yasmine caminhava para longe. —Eu to completamente apaixonado.—Demetri se virou para nós três e eu ri, mas logo ele saiu.
—Eu tenho que ir... até mais.
Passei por Miguel e Samantha e fui ao lado de Demetri, teria a mesma aula que ele.
—Então... o que foi aquilo?
—Você acha que ela me ama? —Demetri perguntou com um sorriso bobo no rosto.
—É... claro. Vocês foram feitos um para o outro.
Entramos na sala e como sempre sentamos em duplas. Eu deveria ter prestando atenção na aula, mas fiquei a aula inteira conversando com o Demetri sobre coisas aleatórias, como caratê, o Demetri voltaria a treinar com o Sr. L, Demetri também falou do quanto estava animado para tirar o gesso e por último e realmente menos importante, Demetri ficou falando do quanto a Yasmine é bonita.
(...)
E cá estou eu, em mais um treino no dojô —Sem paredes nem teto.—Presas de águia, dessa vez estamos treinando chutes com um disco que meu roubou de uma cara aleatório do parque.
—Boa, Bert. Me lembra de não te deixar irritado. —Meu pai disse quando Bert chutou. —Bundão, é a sua vez.
—Sensei, eu vou ficar com o mesmo apelido do antigo do dojo?—Mitch perguntou indo até a frente.
—Prefere bafo de pica?
—Bundão tá de boa.—Mitch chutou e o disco voou longe.
—Boa, bafo de pica. Lawrence sua vez.
Respirei fundo me aproximando, chutei o disco, mas me arrependi de ter chutado tão forte pois tive que ir buscá-lo.
—Diaz, sua vez. Imagina que esse é o cara de quem eu roubei esse disco. Pense naqueles dreads brancos ridículos.
Miguel se concentrou, mas o chute dele não deu muito certo, nem chegou perto.
—Ta essa foi boa. Quem é o próximo?
—Não, não, eu consigo, sensei.
—Ta tudo bem.
—Eu consigo.—Miguel disse confiante ficando em posição.
—Beleza vai. Fica de lado use a sola dos pés.
Miguel se concentrou mais ainda, mas dessa vez ele acabou caindo do chão. Todos foram para cima, para ajudar ele a se levantar.
—Miguel, tudo bem?—Perguntei tentando levantá-lo,
Mas ele tinha ficado meio estressado por isso, então acabou empurrando tudo mundo.
—Eu tô bem.—Ele se levantou, me aproximei dele e dei um tapa em sua cabeça.—Ai. Desculpa.
—Beleza gente, cinco minutos. Vão tomar água. Mas não dá fonte. Eu vi um drogado lavando a bunda lá.
Eu ri fraco e me distanciei, deixando apenas Miguel e Jhonny ali.
—O que? Tá zuando!—Mitch disse olhando alguma coisa no celular.
—O que foi? —Miguel perguntou parecendo curioso.
—Eles cancelaram o torneio.—Mitch respondeu.
Merda! Eu tava tão animada, seria meu primeiro torneio.
—Fizeram o que?
—É cancelaram. Vai ter uma reunião publica.—Mitch disse.
Peguei o celular da mão dele comecei a ler a notícia.
—O comitê acha que eles podem rever a situação. Ótimo, é só vc ir lá, falar algumas coisas e pronto.
—Estão todos dispensados.
Depois de conversar bastante com o meu pai sobre algumas coisas que eles poderiam falar nessa reunião eu fui para a minha casa e fiquei fazendo algumas tarefas. Eu só consegui me concentrar realmente quando o Miguel me mandou uma mensagem avisando que o torneio estava a salvo.
———-
oioi gente
Desculpa a demora para atualizar, eu não tava muito bem.
Mas enfim, só falta uns 3 capítulos eu acho para acabar.
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