42-
—Demetri, deixa eu te ajudar.—Pedi novamente. Nós estávamos pegando nossas bandejas com comida.
—Não. Você vai acabar derrubando as duas no chão.
Demetri não me deixava de jeito nenhum ajudá-lo a carregar a bandeja.
Teríamos que passar perto do Kyler que estava falando com um cara do Cobra Kai, que fez um comprimento com a cabeça quando me viu.
—Demetri cuida...—Disse vendo que ele iria trombar no Kyler, mas foi em vão.—Do...
—Ai droga.—Demetri murmurou.
—Achou que ia derrubar a sua bandeja? Qual é, cara, eu não sou mais assim.—Kyler disse pegando a bandeja do Demetri e jogando no lixo.
—Ah qual é Kyler.—Disse revirando os olhos.
—Quer mais alguma ajuda? Oh você quer que eu assine seu gesso.
O Kyler começou a escrever, ou desenhar alguma coisa no braço do Demetri.
—Ai galera. Olha só esse cara parado aqui com um pau na mão.—Kyler levantou o braço Demetri para todos verem.
E todo mundo rio, exceto eu, o Demetri, Miguel e o Falcão que também estava olhando.
—Nossa, Kyler, o seu é tão pequeno que você tem que ficar desenhando pra se sentir melhor? —Disse fazendo uma cara de dó.
—Cala a boca, sua vadia.—Kyler disse soltando o braço de Demetri que foi embora.
—Sabe, eu lembrei de uma coisa.—Disse colocando a bandeja na mesa e pegando meu suco.—Miguel já me contou como vocês se conheceram.—Abri o suco e despejei na cabeça do Kyler.—Não foi mais ou menos assim?
Não fiquei para ouvir o que o Kyler falou, provavelmente estaria me xingando. Fui atrás de Demetri que estava no pátio.
—Me deixa, Olívia, por favor.
—Demetri... —Tentei dizer mais fui interrompida.
— É sério, depois conversamos.
Achei melhor deixá-lo sozinho e voltei para o refeitório. Olhei pra a mesa em que Kyler estava é minha bandeja estava lá. Aproximei normalmente, até o Kyler entrar na frente.
—Licença, Ky.—Disse com um sorriso sínico. Empurrei o Kyler, peguei a minha bandeja e procurei uma mesa.
Sempre me sentava com o Bert, ele sempre foi legal comigo. Depois que ele saiu do cobra kai —só porque ele não quis dar um hamster para uma cobra— voltamos a nos falar.
—Eai.—Disse me sentando, percebi que o Mitch estava lá, estranho.
—Oi. Sinto muito pelo o que aconteceu com o seu amigo.—Disse Bert dando um sorrisinho.
—É, eu também.—Completou o Mitch.
—Você? Estranho... até semana passada era você quem odiava tudo e todos que não faziam parte do Cobra Kai.—Disse com indiferença dando de ombros.
—Mas agora eu não faço mais parte do Cobra Kai.
—Então você me chamava de Vadia pelos corredores e derrubava a bandeja ou os livros do Bert só por causa do cobra kai? Vai dizer que o Kreese te obrigou a fazer isso?
O sinal infelizmente tocou, Mitch deu uma última olhada em mim e saiu.
—Então, eu preciso falar com você depois.—Disse para Bert enquanto me levantava e segui para a minha sala.
(...)
A aula finalmente acabou e eu estava procurando o Bert, precisava falar do novo dojo para ele. Encontrei ele mexendo no armário.
—Então...—Me encostei no armário ao lado.—Lembra que eu falei que precisava falar com você?
—Lembro.
—Você não sente raiva do Sensei Lawrence, né?
—Não, por quê?—Bert fechou a porta do armário e ficou esperando eu falar.
—Ele vai abrir um novo dojo, pensei que você podia ir.
—Ok, eu vou.
—Sério? Que bom. Isso é bom. —Disse abraçando ele de lado.
—Credo, você está parecendo a minha mãe.—Bert disse se separando.
—Mas eu sou a sua mãe. Pensa, eu sou loira, você é loira.—Disse gesticulando com a mão enquanto caminhávamos.
—Uma vez o Falcão disse que eu era filho dele, para comprar cerveja. Sou filho de pais divorciados. —Bert fez cara de triste e eu ri fraco.
—Foda, né? Mamãe logo arruma outro que não pareça um periquito.
—Mas eu quero você com o meu pai, não quero um novo.
—Problema seu. —Assim que disse avistei o Jhonny...—E falando em pai... o que o meu está fazendo aqui?—Caminhei até ele e Bert veio atrás—Pai?
—Sensei? —Miguel perguntou se virando.—Como passou pelos seguranças?
—Eu estudei aqui. Acha que não conheço as entradas secretas?—Jhonny respondeu Miguel.
—Você podia me ensinar.—Comentei.
—Outra hora. Eu tenho boas notícias. Encontrei um ótimo lugar pro nosso novo dojo.
—Ah é?—Miguel abriu um sorriso.
—Como tá indo o recrutamento?—Jhonny perguntou e o sorriso de Miguel se fechou.
Miguel fechou a porta e começou a andar enquanto eu, meu pai e Bert íamos atrás.
—Tá mal assim?
—Na verdade, já temos um aluno.—Disse mostrando o Bert.
—Tudo mudou, sensei. O Cobra Kai... só tem sequelado.
—Sequelado? O que você quer dizer como isso?—Jhonny perguntou.
—São um bando de idiotas agora. O Kreese manipulou todo mundo.—Eu disse.
—Inclusive meu pai.—Bert completou.
—Ele não é mais seu pai, ok? Não pode ser outra pessoa? Tipo o Miguel?—Disse baixo apenas para o Bert ouvir.
—Não, ele é o meu tio.
—Ta depois a gente vê isso. O que vamos fa...—Procurei Miguel e Jhonny mas nenhum dos dois estavam lá.—zer? Para onde eles foram?
Vi Jhonny e Miguel indo até onde o Falcão e povo do Cobra Kai estava.
—Beleza, escutem!—Jhonny disse chamando a atenção de todos. —Eu fiz merda. E sinto muito. Peguei o caminho mais fácil. Eu desisti. O que aconteceu nessa escola me deixou muito abalado. Não conseguia me encarar, imagina encarar vocês.
—Sei, dizer isso deve ser bom pra você.—Começou o Falcão.—Mas a verdade é que você abandonou a gente bem antes daquela briga. Você ficou fraco. E a gente pagou o preço.
—Olha aqui.—Jhonny se aproximou do Falcão.— Quando você entrou pro meu dojo você era um bunda mole. Eu te deixei assim, não o Kreese. Ele não tá nem aí para você. Pra nenhum de vocês. Se querem continuar reclamando do passado como um bando de covardes continuem assim. Querem ficar com o Kreese? Fiquem. Mas não digam que eu não avisei quando tudo der errado. Ou levantem a cabeça e entre pro meu dojo. —Os meninos do cobra kai se entreolharam. —Havenhurst com a Magnólia, amanhã, ás 16h. Se querem se salvar e treinar do jeito certo, é melhor estarem lá. E não se atrasem.
Jhonny deu a volta para irem embora, passou por um garoto e derrubou os livros dele. Eu já tinha visto ele alguma vez, provavelmente fazia parte do Cobra Kai.
—Bert, te dou dez dólares se você convencer aquele garoto a aparecer lá amanhã.—Disse pegando 10 dólares da minha bolsa.
—Fechado.—Bert bateu na minha mão e foi lá conversar com o garoto.
Me encostei na parede esperando o Bert voltar. Falcão continuava ali. Olhei ao redor esperando ver alguma coisa interessante.
Vi o Demetri de joelhos no chão enquanto a Yasmine escrevia alguma coisa no gesso dele.
—Quero os meus dez dólares.—Bert chegou estendendo a mão.
—Ótimo. Até amanhã.—Entreguei os dez dólares para ele e fui falar com o Demetri.—Deixa eu ver o seu gesso.
—Não...—Demetri disse tentando escondê-lo.
—Vai logo, Demetri, deixa eu ver.—Disse indo do outro lado dele.
"Eu amo seu pau grande -Yas"
—Caralho... mas eu também quero assinar, me dá uma caneta.
Ele me entregou uma caneta e eu só coloquei meu nome mesmo.
—Eu tenho que ir, preciso ajudar o meu pai.
—Tchau.—Demetri disse e eu só acenei com a mão.
—Avisos
Demorou mas saiu, tava no meio do mato
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