41-
Depois daquela sexta-feira, não falei mais com o Falcão, nem tive notícias dele. Nesse final de semana me concentrei em ajudar meu pai e Miguel.
Ficamos o final de semana inteiro concentrados em fazer o Miguel voltar a andar completamente. O que deu certo, então hoje ele voltaria para a escola.
Neste momento me encontro na casa do meu pai, vim dar carona para o Miguel e também vamos combinar algumas coisas do novo dojo que meu pai vai abrir. O Miguel vai tentar conseguir alunos, eu disse que faria isso também, mas não iria rolar, ninguém iria me ouvir.
Uma das várias dificuldades, era achar um nome legal para o novo dojo, ninguém teve nenhuma ideia descente.
—O que acha de "Caratê do Jhonny Lawrence"?—Sugeriu o Miguel enquanto pegava água, mas meu pai nem prestou atenção, estava vidrado no computador.—Ou "Caratê acerte firme"?
—Credo, que nome ridículo.—Disse revirando os olhos, e novamente Jhonny não disse nada.—Miguel, o que você achou da boate que eu te levei ontem quando o meu pai dormiu?
—O que?—Meu pai disse olhando para a gente com os olhos arregalados.
—Pronto. Agora temos a atenção dele.
—Que história é essa de boate?
—Não é nada, tá? Agora precisamos pensar em um nome para o novo dojô.—Disse o Miguel.
—Quanto tempo demora para chegar uma mensagem do Facebook? —Perguntou meu pai, eu e o Miguel nos entreolhamos com cara de tédio.—A Ali mora no colorado, então deve demorar um pouco mais.
—É instantâneo.—Respondi. —Agora foco! O que é mais importante para você, um nome descente para o dojo ou uma mulher que você não vê a anos?
Meu pai fechou o computador suspirando.
—Que tal "Caratê Americano"? —Sugeriu o Miguel.
—Não é tão legal.—Jhonny disse desanimado.—Precisamos de um nome pra mostrar que somos o dojo mais incrível da região.
—É. Cobra Kai é um nome maneiro né.
—E se usarmos o mesmo nome?
—Isso seria praticamente plágio.—Disse deitando a cabeça sobre a mesa.
—Não, não seria. A gente escreve "Cobra" com K. Podem nos chamar de triplo K.
—Tipo KKK?—Perguntou o Miguel.
—Não foi uma boa ideia.
—Que bom que você percebeu.—Disse levantando minha cabeça novamente.
—A gente vai dar um jeito. Mas antes precisamos de alunos.
—Como que vamos conseguir alunos sem nem ter um lugar para treinar?
—Deixa, eu vou cuidar disso.
—E o Miguel vai tentar recrutar alguns alunos, eu te disse isso, mas você estava no computador.
—Sério?
—Sim, te falei duas vezes. Agora chega. Miguel vai tomar banho, você tá fedendo.
—Vem aqui.—Miguel abriu um sorriso e veio em minha direção com os braços abertos.
—Não se atreva. —Disse me afastando. —Sai! É sério, vai se arrumar. Acho que você não quer perder uma linda salva de palmas quando chegar na escola.
—Ta bom. Tá bom...—Miguel disse indo até a porta.—Tchau, Sensei.
—Tchau, pai.—Disse saindo junto com o Miguel.
Fui para o meu carro e fiquei lá mexendo no celular enquanto o Miguel se arrumava.
(...)
Chegamos na escola. Miguel passou pelos seguranças que o cumprimentaram com um sorriso radiante, mas na minha vez fecharam a cara. Talvez seja pelo fato de eu ter tentando passar com um baseado, mas não ter dado certo.
—Seja bem vindo ao inferno.—Disse para o Miguel enquanto todos aplaudiam.
Tinha um grande cartaz na escada escrito "bem vindo de volta Miguel!". E todos que passavam fala algo do tipo.
—El Serpiente!—Escutei a voz de Eli se aproximar de nós.
—E aí?—Disse Miguel e eles se cumprimentaram.
—Bem-vindo de volta, cara.
—E bom tá de volta.
—Oi.—disse para não parecer mal educada.
—Oi...—Eli respondeu.—Ta com pernas biônicas ou com alguma coisa do tipo?—Ele perguntou para o Miguel, mudando de assunto.
—Não, são as minhas pernas de sempre.
—Miguel, eu já vou indo, combinei de encontrar com o Demetri.—Disse saindo dali.
Eu não tinha nem combinado de me encontrar com ninguém, só não queria ficar ali.
—E aí?—Disse me encostando no armário do lado do de Demetri.
—Ah oi.—Ele disse tentando pegar alguma coisa no armário.
—Sai. Deixa que eu te ajudo.—Disse empurrando ele de lado para ter acesso ao armário.—Qual livro precisa.
—O de química, por favor. —Peguei o livro e entreguei a ele.
—O seu braço... tá com um cheiro estranho.—Comentei.
—Eu coloquei casca de limão para amenizar a dor.—Demetri disse.—Quer assinar meu gesso?
—Outra hora, ok? Tenho que ir para a aula.
Sai em direção a minha sala, seria aula de ciências. Mas algumas coisas mudaram, a escola descobriu sobre a gravidez de Ashley, então agora teríamos aulas de educação sexual, para falar a verdade já tínhamos que ter a muito tempo.
Não sei aonde vou sentar, já que eles provavelmente mudariam as duplas.
Cheguei na sala e varri a mesma com os olhos. Ótimo. Só tinha dois lugares, um era ao lado de Falcão e o outro era um cara asiático, ele parecia um cara que o Eli me contou, Kyler, se não me engano. Ele era um filha da puta de acordo com o Eli, mas eu acho que seria melhor do que olhar para o próprio Eli.
Caminhei até a mesa do suposto Kyler e me sentei rezando para não falar nada.
—E aí, gata. Sou o Kyler.—Agora eu tenho certeza de que era ele mesmo.
—Legal...?—Disse sem dar importância.
Senti ele colocar a mão na minha coxa e a tirei rapidamente. Mas isso não adiantou, ele colocou de novo. Me levantei dali antes que acontecesse alguma coisa pior.
—Eu... posso sentar aqui?—Perguntei ao Eli que estava mexendo no celular. Ele me olhou e deu ombros.
—Não aguentou o Kyler?
—Não... é só que ele... nada.—Disse me ajeitando melhor na cadeira tentando mudar de assunto.
—O que ele fez? —Eli parecia preocupado.—Olivia, ele... tocou em você?
—Não foi nada de mais, ele só colocou a mão na minha coxa, mas eu tirei óbvio.
—Eu vou matar ele.—Eli iria se levantar e provavelmente bateria no Kyler, mas eu segurei sua mão o impedindo de fazer qualquer coisa.
—Você não vai fazer nada, por favor.—Disse criando coragem para encara-lo.
—Muito bem, turma.—Disse o professor de ciências entrando na sala. —O que era para ser ciências, agora é uma aula emergencial de educação sexual. Obrigado Ashly. A conselheira Blatt achou que vocês precisam refrescar a memória. Que sorte a minha, né? Tô brincando gente. Isso aqui vai ser incrivelmente estranho. Vocês vão trabalhar em pares.—Eu e o Falcão nos entreolhamos. —Vão precisar de folha de papel. Dois medicamentos, e um pinto de plástico.
Não tinha um jeito mais... formal de falar isso?
O professor começou a entregar os materiais, para o começo ele entregou uma camisinha e um pênis de borracha. O clima estava super estranho, estaria com qualquer pessoa, mas com o Falcão ali do meu lado era três vezes pior.
—Então... pode... colocar.—Disse olhando para o Falcão.
Ele fez um sinal com a cabeça pedindo para eu colocar mas eu discordei.
—Vai logo, Olívia.
—Vai você, eu não tenho pau.
Ficamos praticamente a aula inteira discutindo para ver quem iria por a camisinha. Olhei no relógio, faltava cinco minutos para acabar a aula.
—Você me paga por isso.—Disse revirando os olhos.
Peguei o pacote, abri e coloquei. Foi em menos de um minuto, a mão dele não iria cair.
Quando o sinal bateu eu saí da aula apressada, e esbarrei com o Demetri.
—E aí, como foi a aula?— Demetri perguntou.
—Traumatizante. Tive que fazer dupla com o Falcão,
—Meus pêsames.
—Ficamos a aula inteira discutindo para ver quem colocaria aquela merda, acredita?
—Acredito. Agora vamos, temos que resolver o lance do trabalho de história.
————-Avisos
Olá fãs
Gente não sei oq me deu nesse capítulo
E tá tudo bem
Eu tava com a ideia de por uma cena assim desde quando comecei a escrever.
Eu espero que tenham pegado a referência.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top