34-
Estava saindo da escola finalmente.
—Então... —disse o Falcão entrando na minha frente. —Vai querer meu milkshake agora ou depois.
—Eu estava indo para o hospital, mas o Miguel espera.—Disse dando de ombros.
Caminhamos até a moto dele em silêncio, ele me entregou o capacete e fomos em direção a sorveteria.
Chegamos lá e fizemos nossos pedidos, sentamos em uma mesinha e ficamos esperando em um silêncio estranho.
—Então...—Resolvi puxar assunto quando o milkshake chegou—Como vai o Cobra Kai?
—Vai bem, a Tory voltou.—Falcão respondeu e aquilo me surpreendeu.
—Serio? E como ela está? Eu não a vejo desde você sabe...
—Ela está bem, eu acho. O Kreese convenceu ela a voltar. O que é isso no seu braço?—Falcão perguntou olhando para o meu braço.
—Ah é uma cicatriz do dia da briga, tentei separar mas a Tory passou aquela pulseira estranha no braço.—Respondi e ficamos em silêncio por um tempo.
—Como você consegue fingir o choro tão bem?
—Como você coloca capacete sem bagunçar o moicano? Está vendo? Duas perguntas sem respostas.—Eu disse e ele riu fraco.—Deu a ideia do milkshake por que queria sair comigo ou por que não consegue se defender da LaRusso. Eu acho que...
—Fica quietinha aí.—Ele disse colocando o canudo do milkshake na minha boca.
Ele deixou o milkshake na mesa e sem quebrar o contato visual colocou a mão no meu pescoço.
—Você fez de novo.—Disse tirando a mão dele do meu pescoço.
—O que?
Antes que eu pudesse respondeu o Miguel me mandou uma mensagem dizendo que eu tinha que ir pro hospital.
—Você pode me deixar no hospital?—Perguntei me levantando.
Ele concordou, pagamos e saímos. Fomos para hospital em silêncio.
—Tchau.—Ele disse quando eu desci da moto.
—Adeus.
Fui direito para a recepção que estava vazia e então logo já entrei no quarto de Miguel. O que essa criatura tava fazendo no chão.
—Por que ele tá no chão?—Perguntei para o Jhonny que também estava ali.
—Um teste.—Ele respondeu como se não fosse nada de mais.
—Enfermeira, precisamos de ajuda aqui.—Disse para uma que estava passando por perto.
Ela viu o que estava acontecendo e ela juntamente ao meu pai ajudaram o Miguel subir na cama novamente.
—Então o que precisa?—Perguntei pro Miguel que olhou para Jhonny.
—Podemos conversar?—Perguntou o meu pai, eu suspirei concordando e saímos da sala.— Você sabe que a briga da escola não foi culpa sua.
—É eu sei... prossiga.
—Eu sei que eu não tenho sido um bom pai, nem pra você e nem para o Robby. Mas eu tô tentando mudar, então por favor me perdoa.
—Ok...
—Serio!?
—Sim, da pra ver que você está realmente arrependido.
Fui surpreendida por um abraço.
Depois de conversar mais um pouco com o Miguel e com o meu pai ele me ofereceu carona e eu aceitei já que estava sem carro.
Entrei no carro e comecei a mexer nos meus bolsos procurando meu celular, eu estava com dois celulares... merda! Esqueci de devolver o do Falcão.
Desbloqueei e fui na galeria, só estava com curiosidade.
Tinha várias fotos nossas, pelo menos ele não apagou.
—Pai, será que você poderia me deixar na casa do Falcão?
Depois de um monte de reclamações sobre o Falcão não prestar ele acabou concordando. Chegamos na casa dele e eu prometi que seria rápido.
Toquei a campainha e para o azar a Sra. Moskowitz atendeu.
—Olivia, querida. Quanto tempo.—Ela disse me abraçando.
—Oi Senhora Moskowitz, faz bastante tempo mesmo. Eu preciso devolver o celular do Eli.
—Ele está lá em cima, pode subir.
—Não é necessário, você pode devolver para mim?
—Eu insisto, vamos.—ela praticamente me puxou pra dentro da casa.
Fui em direção ao quarto de Eli e bati na porta.
—Agora não, mãe! Eu... tô ocupado.—Estranho... a voz dele estava abafada.
—Abre logo essa merda.—Disse sem paciência, ainda teria que passar na casa do Demetri e fazer aquela maquete.— Vai logo, eu tenho mais coisa pra fazer.
Passou 5 minutos e essa praga não abriu a porta, sentei no chão finquei escorada na porta. Ele abriu com uma brutalidade que me fez cair no chão.
—Obrigado pela gentileza.—Disse me levantando.—Toma seu celular. Adeus.
Ele olhou sem entender e só agradeceu. A mãe dele estava na coisa e nem me viu sair.
—Demorou em, estavam se pegando?—Perguntou o meu pai assim que eu entrei no carro.
—Não, eu só vim devolver o celular dele. E para a sua alegria não estamos mais juntos. Agora eu preciso ir pra casa do Demetri. —Ele abriu a boca pra falar alguma coisa, eu já sabia o que era.—Não, nós não vamos nos pegar. Eu prometi que ia ajudar ele em um trabalho.
—Se é assim, tudo bem.
Fomos para a casa do Demetri, eu acabei dormindo lá já que peguei no sono enquanto fazíamos a maquete. Tínhamos mais dois dias pra fazer, então daria tempo, já tínhamos feito metade.
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